terça-feira, 22 de maio de 2012

A INDIGNAÇÃO E A CPMI DO CACHOEIRA

Um eleitor de Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo, motorista de táxi, levou Dona Cremilda Fernandes, professora aposentada, ao ato que na quinta-feira mostrou a indignação popular naquele estado diante de outro estado, o de coisas gerado pela quadrilha Hartung. Ao final da corrida o motorista se disse estarrecido com o que ouviu de Dona Cremilda sobre o ex-governador e que a partir daquele momento deixaria de ser eleitor do dito.
Aos 72 anos de idade a professora Cremilda Fernandes foi participar de atos dos professores e outro contra a corrupção generalizada na máquina institucional do Espírito Santo. Buscar o reconhecimento de direitos fundamentais, já que lesada pelo complexo mafioso que controla o estado. Ela e o povo do Espírito Santo. Anos de empulhação, Camata, Hartung, o inexplicável Casagrande (não se sabe se de fato existe, é apenas uma marionete inventada por Hartung, ou banana mesmo).
Panfletou, mostrou sua indignação e ao término do protesto um infarto fulminante matou-a.
O deputado Cláudio Vacarezza, um dos principais líderes do PT, assustado com a possibilidade de convocação do governador Sérgio Cabral – Rio de Janeiro – para depor na CPMI do Cachoeira, em plena sessão enviou mensagem de texto através de seu celular ao governador para “tranqüilizá-lo”. Ao final escreveu o seguinte – “a relação com o PMDB vai azedar na CPI, mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu”.
De um lado a indignação e a coragem, de outro lado a farsa, o embuste. A CPMI nasce morta no interesse dos partidos majoritários no Congresso, da mídia venal padrão VEJA/GLOBO e de todos os envolvidos. Vai-se um anel, Demóstenes Torres, ficam os dedos, continua tudo como dantes no quartel do Abrantes. Nem falo do tal Procurador Geral Roberto Gurgel e da Procurada/esposa Cecília Sampaio.
Quartéis estão se deixando envolver por velhos golpistas fardados, no temor da Comissão da Verdade. Temem que a História revele a covardia que buscam encobrir de todas as formas em nome do “patriotismo canalha”, definição precisa de Samuel Johnson – “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.
Cabral anunciou um “código de conduta” para os que exercem cargos de confiança em seu governo e para ele governador. A tranca depois da porta arrombada e escancarada na luta política no Estado do Rio entre duas máfias. A dele Cabral e a de Anthony Garotinho.
Aí nem marcha para Jesus. A massa de alucinados na ilusão de terrenos no céu ao custo de dízimos e coisas que tais. Como a ação do deputado estuprador/religioso padrão Gildevan Fernandes.
A CPMI sem pressão popular não vai a lugar algum. Dona Cremilda terminou seus dias vibrando de indignação e deixando o exemplo que a luta é nas ruas e é contra o modelo político e econômico gerido por elites que estão bem acima de Carlos Cachoeira. Banqueiros, grandes empresários, latifundiários, bancada evangélica e todo o retrocesso que traz consigo, ou ameaça de.
É assustador que em determinados assuntos estejamos marchando de volta a Idade Média ou sob ameaça de lá pararmos em meio a fogueiras que sacrificam humanos pela “verdade divina”.
Toynbee previu nunca é demais repetir. E algumas coisas Freud explica, outras nem ele.
Há um golpe em organização contra o presidente Hugo Chávez na Venezuela. “Patriotas” venezuelanos (banqueiros, grandes empresários, latifundiários) associados a grupos internacionais e inseridos no Plano Grande Colômbia que prevê o controle da América do Sul pelos norte-americanos, buscam criar condições para a tentativa de derrubada do presidente – sabendo de antemão das dificuldades por conta das reações populares e da impossibilidade de derrotar Chávez nas urnas –, mas abrindo o caminho para uma guerra civil, ensejando uma intervenção estrangeira “humanitária” e colocando o país no curso dos seus interesses.
Foi assim que destruíram a Líbia e é assim que estão tentando destruir a Síria.
Não são os interesses dos trabalhadores venezuelanos. É uma tentativa que atinge em cheio a América do Sul, toda a América Latina, ainda mais depois que o governador da província do Chaco na Argentina e o presidente Piñeda, Chile, escancaram o sul dessa parte do mundo a Washington e o que Washington representa.
As eleições na Venezuela serão em outubro, Chávez é o favorito, o país cresceu ano passado mais de 5%, índice surpreendente e a perspectiva é de um crescimento maior ainda neste ano.
Os resultados não interessam às elites que querem um crescimento em seus negócios e não participação popular no processo político. Lá, como aqui, elites entendem que democracia é fazer eleições dirigidas pela mídia facciosa, podre e marqueteiros capazes de vender ilusões. Quando se rompe esse esquema partem para o golpe.
Não tem escrúpulos em jogar o país no precipício de uma guerra se entenderem ser necessário, tampouco de aceitar a intervenção estrangeira. Já nascem colonizados.
Nesse diapasão, na desintegração da União Européia, o povo grego, valente e determinado, vai às urnas de novo. Não aceita as imposições do governo de Ângela Merkel, vocação frustrada de Hitler e da “superioridade germânica”, agora com um obstáculo, pelo menos no início, o francês François Hollande. Hollande quer renegociar o pacto fiscal, não aceita medidas restritivas. Sabe onde pega o chicote de Merkel e percebe seu país rumo a uma crise semelhante a que afeta a Grécia, a Espanha, a Itália e Portugal e começa a desintegrar o tal Reino Unido, principal colônia do complexo ISRAEL/EUA agora sob nova denominação – ISRAEL/EUA TERRORISMO HUMANITÁRIO E DEMOCRÁTICO S/A.
“Gosto de demitir pessoas”. É uma afirmação de Milt Romney, adversário de Barack Obama na disputa pela presidência dos EUA. O republicano é um empresário especialista em “recuperar empresas” e isso sempre significa demissões, pois empresas são uma aberração própria da aberração maior, o capitalismo. A recuperação via de regra é com dinheiro público, como foi o caso da General Motors no início do governo Obama.
Pior, cegos por elevado consumo de hambúrguer especiais da rede McDonald’s, na crença que fora do basquete e do beisebol não existe saída, as pesquisas mostram que há um empate técnico entre os dois candidatos. Isso talvez porque saibam que ninguém muda nada, quem governa são outros.
Breve um massacre qualquer em qualquer parte, é a alternativa que os norte-americanos sempre encontram, ainda mais agora, que a guerra se escancarou como grande negócio e é gerida por empresas privadas.
Fora isso uma tonta, Soninha Francine, do PPS, partido de Roberto Freire, um esperto, mas nem por isso isento de faniquitos como o que deu com o boato de “louvado seja Lula” e a moça que considera o Nordeste e os nordestinos como peso para o Brasil, ou “indignos” do Brasil.
Os muitos anos de tucanato em São Paulo geraram figuras assim. Sem percepção da realidade achando que São Paulo é a Paris da América do Sul, ou a New York sei lá. Quem passa o domingo mergulhado em shopping não tem a menor noção da realidade e se bobear acaba acreditando que existe um tantinho assim, um cadinho de verdade em VEJA. Ou que pizza tem que ter toneladas de catchup com dez tomates para ser mais autêntico. Pior elege Roberto Freire deputado.
Aí acaba falando esse monte de besteira. Não é culpa do paulista, é o efeito PSDB/DASLU/FIESP. Fábrica de Boris Casoy.
O presidente da FIESP foi candidato a governador pelo Partido Socialista, precisa mais?
Fica a lição da professora Cremilda Fernandes. Não há saída fora das ruas e o desafio é despertar os trabalhadores para a luta que certamente não terá gente como Vacarezza em seu meio. Nem Cabral, mas nem Garotinho. E tampouco o festival de “patriotismo” dos torturadores, mas o esculacho que os estudantes promovem para identificar essas figuras repulsivas. Esse sim.
O general Leônidas Gonçalves, ministro do Exército escolhido por Tancredo em comum acordo com o general Ernesto Geisel (Tancredo e Geisel eram amigos próximos e o ex-presidente apoiou abertamente a indicação de Tancredo para a presidência, como incentivou o racha na antiga ARENA/PDS e depois PFL), foi o responsável pelo penúltimo golpe branco no Brasil (o último foi a reeleição comprada de FHC).
Na impossibilidade da posse de Tancredo e diante do estado de saúde do então eleito presidente, comunicou que os militares não aceitariam a posse de Ulisses Guimarães como presidente e a convocação de novas eleições como determinava o texto constitucional. Sarney, um oportunista, era mais fácil de controlar, aliás Ulisses não seria controlado, não era de sua natureza, nem do seu caráter de homem íntegro. Para evitar que os militares permanecessem no governo Ulisses aceitou a solução e Sarney virou presidente. Agora o general investe contra a Comissão da Verdade. Tem sentido.

NENHUM CARRO VALE UMA VIDA HUMANA - Laerte Braga

“NENHUM CARRO VALE UMA VIDA HUMANA”

Há anos passados, a propósito de uma dessas obras monumentais que governos costumam fazer e que não têm sentido ou se têm, é porque se ajustam à perversidade do capitalismo, o jornalista Millôr Fernandes, diante da perspectiva de desapropriação de casas de famílias que moravam no local a mais de meio século, escreveu o seguinte em protesto contra o fato – “nenhum carro vale uma vida humana”.
Cremilda Fernandes, 72 anos, professora no Espírito Santo, morreu na quinta-feira ao término de uma manifestação contra toda a sorte de trapaça de governantes. Era, como muitos brasileiros, a imensa maioria, uma das vítimas da insensibilidade de monstros que governam na tal democracia. Um infarto fulminante. Momentos antes de sua morte havia dito a vários dos presentes à manifestação que queria participar do ato, panfletar e ouvira do motorista de táxi que a levara até o local que, finalmente, ele havia entendido que o ex-governador Paulo Hartung é apenas um chefe de quadrilha de assaltantes de cofres públicos.
Não difere de Sérgio Cabral, de Antônio Anastásia, de Jacques Wagner, de Geraldo Alckmin e tantos outros.
O ser humano é um número, um objeto na roda cruel do capitalismo e aos olhos de figuras como Demóstenes Torres, ou as bancadas do PT e do PMDB, que ao lado do PSDB, PPS e outros iguais, pretendem transformar a CPMI do Cachoeira em farsa, em jogo e espetáculo, enquanto entregam alguns anéis e salvam os dedos.
O clube de amigos e inimigos cordiais que opera o Estado em suas três dimensões.
Cremilda Fernandes aos 72 anos estava buscando indignada e corajosa os seus direitos. Receber um precatório que lhe era devido e a professores no Espírito Santo. Paulo Hartung, que continua governando o estado como uma espécie de fantasma sobre a pasmaceira do governador nominal Renato Casagrande, sumiu com os precatórios numa grossa fraude que os indícios apontam envolver a REDE GAZETA, afiliada da GLOBO naquele estado.
Precatórios existem em todos os estados e não são pagos a despeito de ações judiciais com trânsito em julgado, enquanto atitudes não são tomadas e atitudes nunca são tomadas. Bandidos ficam impunes.
Professores são sempre o bode expiatório de governos insensíveis e governantes sem qualquer respeito pelo ser humano, como pela classe trabalhadora no seu todo.
Anos depois é que vão para a cadeia dois dos principais executores do massacre de trabalhadores sem terra em Eldorado do Carajás.
Governantes são construídos a partir de interesses das elites, da classe dominante, num espetáculo gerado por especialistas e pela mídia de mercado, na crença que eleições de tempos em tempos significam democracia.
Governos atuam sem a menor participação popular no processo de decisões e bancadas em câmaras municipais, assembléias legislativas, Câmara Federal e Senado se constituem em representantes de “ruralistas” igual a latifundiário/trabalho escravo, evangélicos sustentados na fé cega de inocentes ludibriados e espertalhões associados a bancos e grandes empresas. O que sobra de compromisso popular é mínimo diante do estrago que essa gente causa.
E quase sempre, no âmbito do clube de amigos e inimigos cordiais, mesmo que fora, são como sino de madeira, não ecoam, pois a mídia é podre como se vê agora no caso de VEJA e no esforço titânico do setor em defender a quadrilha Civita.
A professora Cremilda Fernandes, pouco antes de morrer, havia declarado que “espero há anos por manifestações assim”.
Não existe saída fora da luta popular e da ampla participação popular no processo de decisões.
Isso implica em organização, em formação, em conscientização e em ir às ruas buscar direitos, pois de outra forma as quadrilhas que operam o poder continuarão a gerar cachoeiras que se manterão impunes, lépidos e fagueiros, enquanto se joga o jogo da mentira combinada e contratada nas falsas comissões de investigações.
Um país com Roberto Gurgel como Procurador Geral da República e Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal não pode esperar seriedade ou avanços democráticos. No máximo novas gavetas para esconder os mal feitos ou tapetes para varrê-los e fazer parecer que a sala está limpa.
“Informado” pela mídia de mercado (GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, ÉPOCA, as mídias regionais como RBS, ou estaduais como ESTADO DE MINAS, REDE GAZETA, etc, um povo não pode adquirir consciência da realidade e se permite massacrar pelos que fato governam – banqueiros, latifundiários e grandes empresários.
Uma força armada que reage à verdade não pode pretender o respeito. Tentar esconder o caráter e a natureza do golpe militar de 1964, seus requintes de barbárie, é ocultar a História.
Não cumprir o tal preceito que todo cidadão é igual perante a lei, ou transformá-lo em ficção jurídica/constitucional, negar direitos básicos, tem sido uma constante de governos. Avanços paliativos não levam às mudanças estruturais que o Brasil necessita e pouco a pouco vamos nos transformando num entreposto do capital internacional, vamos virando parte do plano GRANDE COLÔMBIA, concebido pelos senhores do mundo, EUA e Israel.
A morte da professora Cremilda Fernandes tem essa dimensão, causa esse impacto vivo na lição de luta que deixa. Uma brasileira do Espírito Santo, 72 anos, indo às ruas por direitos que a tal lei lhe assegura, mas um tal Paulo Hartung, chefe de quadrilha de assaltantes de cofres públicos e um governador que se “abanana”, Renato Casagrande, lhes negam na presunção de que isso é democracia e a ordem constitucional impõe esse tipo de procedimento.
São só monstros gerados pelo capitalismo. Como os monstros que permeiam Minas, o Rio de Janeiro, a Bahia, Brasília, São Paulo, etc, etc. Ou que constroem Belo Monte em regime de escravidão imposto aos trabalhadores e a “lei” imposta pela violência policial.
Para esse tipo de gente um carro vale mais que uma vida humana. Nessa direção breve as igrejas dos automóveis divinos como símbolos da existência e o povo à margem do processo político e das decisões que lhe dizem respeito.
A professora Cremilda é, ela sim, um símbolo, como todos os trabalhadores, que indignar-se é ir à luta e a luta é nas ruas, é o caminho. Fora dos clubes fechados dos amigos e inimigos cordiais que dominam o Estado instituição.
Ou das tais “normas de conduta” do governador cachoeira Sérgio Cabral. Sinônimo de Anastásia, Alckmin, Wagner e toda a corja. É necessário entender também que a corrupção é inerente, parte inseparável do capitalismo, aqui ou em qualquer lugar do mundo.
Jogar por terra o modelo político e econômico, esse é o sentido da luta popular..

quarta-feira, 16 de maio de 2012

SUN TZU - A ARTE DA GUERRA (DOCUMENTÁRIO DUBLADO E COMPLETO) - Vanderley Caixe

Escrito no séc. IV a.C., há cerca de 2.500 anos, por Sun Tzu, um general e estrategista chinês, o livro "Arte da Guerra" continua ainda hoje a ser admirado como fonte de ensinamentos na área da estratégia. De facto, muitos consideram "A Arte da Guerra" como a origem do próprio conceito de estratégia. Apesar de ser um tratado puramente militar, os conselhos e ensinamentos de Sun Tzu são perfeitamente adaptáveis ao mundo das empresas e dos negócios; basta para isso olhar para a concorrência como o inimigo e para o mercado como o campo de batalha.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Para crianças? - Barbet

Programa Sangue Latino, do Canal Brasil, gravado em 2009. - Barbet

O mundo segundo Israel - Barbet

NUESTRA SOLIDARIDAD A LAS MADRES QUE LLORAN... Barbet

ELEIÇÕES MUNICIPAIS - Laerte Braga

Qualquer um de nós acorda na cidade, na sua cidade. E depois então no seu estado e no Brasil. A cidade é a realidade imediata de cada um de nós. Estados e União são ficções jurídicas.
O modelo político brasileiro inverte essa lógica e cidades cada vez mais dependem dos estados e da União. Em todos os sentidos. O resultado disso é perverso com os trabalhadores. E essa perversidade fica mais acentuada no sistema capitalista. União e governos estaduais decidem boa parte das políticas ambientais de cada município brasileiro. A legislação sobre licitações, por exemplo, tem abrangência nacional e afasta as empresas locais de obras públicas, gerando o aparecimento de grandes monstros nos setores de coleta de lixo, transportes coletivos, obras do setor de urbanismo, isso sem que câmaras municipais (adereços desnecessários) possam interferir no processo, mesmo porque lhes cabe a tarefa de propor leis e fiscalizar o Executivo e nem isso fazem. Submetem-se.
Como não temos uma estrutura do Judiciário, como acontece em vários países, com juizados municipais, ficamos à mercê de um processo lento, moroso e em boa parte corrupto que se define fora dos limites da cidade. Limites e interesses.
Todos nós e cada um de nós nascemos nas cidades. Nas nossas cidades. É ali que além de nascer, crescemos, nos formamos, constituímos família e vendemos a nossa força de trabalho no modelo que temos.
As decisões, em nenhum momento, passam pelo cidadão. Pelo conjunto de cidadãos. Falar em representatividade popular de câmaras municipais é acreditar em conto da Carochinha.
A febre de atrair grandes empresas, como se fossem a solução para todos os problemas, na prática gera distorções absurdas em cada cidade, seja pelos incentivos concedidos (custo transferido ao cidadão), seja pelos privilégios que as colocam acima da lei.
Sem entrar no mérito do sistema capitalista, nas cidades as pequenas e médias empresas são os verdadeiros suportes do emprego e da estabilidade.
Há anos ouvi que um determinado prefeito cuidava em demasia das praças. Eram floridas e limpas. Hoje ouço que as praças estão sujas e abandonadas.
Millôr Fernandes afirmou que quando colocaram a tevê na sala, tiraram a cadeira das portas das casas e mataram a vida, a individualidade.
As redes nacionais de tevê fazem com que os cidadão se vistam rigorosamente iguais em qualquer canto do País e que cheirem o mesmo Avon em sua imensa e esmagadora maioria.
A despersonalização do indivíduo transformado em objeto. A alienação como forma deliberada do capitalismo de gerir esse objeto/trabalhador/mercadoria.
A própria mídia, nas cidades, longe de cumprir qualquer papel informativo, educativo, torce e distorce os fatos ao sabor dos interesses dos chefes políticos, das grandes empresas (às quais muitas vezes se associam), ou são extensões dessas empresas lato senso.
Não há como fugir dessa realidade se não for desconstruída outra realidade. O capitalismo. Nas cidades, nas comunas, é essencial a organização popular, a formação e a consciência políticas como instrumentos para reagir a essa transformação das nossas cidades em grandes currais de interesses políticos e econômicos.
Para que eleger um vereador que não representa coisa alguma, até porque, se assim o quiser, será sempre minoria?
Por que não conselhos comunitários, conselhos de categorias, de setores da administração pública municipal e um grande conselho para deliberar sobre prioridades, sobre tarefas, sobre questões que digam respeito ao município?
Um dos argumentos dos que entendem que câmaras representam o interesse popular está no custo dessa estrutura legislativa em termos de relação com o orçamento. É estupidamente mais caro esse custo, que a participação popular.
É a partir das cidades que vão ser feitas as grandes transformações indispensáveis a que um País como o Brasil mude o seu perfil de entreposto do capital estrangeiro, do capital internacional, do modelo cruel de globalização que temos e que nos sujeita a um papel secundário, por mais que falem em crescimento econômico.
Não temos sequer um carro brasileiro. São todos de montadoras estrangeiras. Abrimos mão da busca de tecnologia em setores essenciais para importá-las. Pouco a pouco vamos regredindo ao século XIX e início do século XX, nos submetendo a situação de exportadores de matérias primas.
Perdemos o direito ao nosso subsolo com as privatizações feitas pelo governo FHC. Com as concessões feitas pelo poder da União e dos estados (no caso de Minas Gerais é um escândalo e só não estão presos os responsáveis por absoluta omissão das autoridades, o que é resultado as políticas de alianças).
Riquezas incomensuráveis como a água são instrumentos de pressão de grandes corporações para que sejam privatizadas.
Que tipo de mecanismo de controle do Poder Público existe de fato em se tratando dos municípios? O Ministério Público? É estadual. A instância última a decidir nunca será a dos cidadãos, ou na própria cidade.
A Constituição de 1988 mudou um determinado princípio. Tínhamos na Carta Magna de 1946 e depois na polaca da ditadura militar, uma única Lei Orgânica para todos os municípios. A de 1988 permitiu a cada município ter sua própria Lei Orgânica, mas dentro de parâmetros pré-estabelecidos pela própria Constituição Federal e pelas constituições estaduais. Mudou pouco, nos foi dada a madeira e a corda para fizéssemos o nosso próprio patíbulo e forca.
O processo de descaracterização das cidades brasileiras em função de interesses de grandes empresas acobertadas pelos poderes públicos (federal e estaduais) se acentua com tal velocidade que cidades vão aos pouco perdendo o que há de mais essencial em cada uma, a alma, a história.
Somos parte de um todo padronizado ao sabor do sistema capitalista e dentro da lógica perversa e cruel do capitalismo.
O que é um prefeito? Em minha cidade as obras públicas são feitas por empresas de outra cidade, ligadas ao partido do prefeito. Não há discussão sobre a conveniência ou não dessas obras, só promessas de obras quiméricas e um culto acendrado ao automóvel como deus dos tempos contemporâneos. As ruas cheias de carros/poluição e um trânsito gerador de doenças, mortes, mazelas que muitas vezes não percebemos, até pela ufania estúpida de achar que ruas congestionadas são sinais de progresso, ou de riqueza.
As eleições municipais se prestam a um debate amplo sobre a cidade que queremos, o modelo que desejos e ao processo de organização popular para enfrentar os monstros que transformam cidades/lugares de paz, harmonia e progresso segundo as necessidades de todos os seus cidadãos, em fonte de privilégios para elites que dominam e controlam tanto as cidades, como os estados e o País.
Drumond não quis voltar a Itabirito depois de ter visto – ou não ter visto – as montanhas suprimidas pelas mineradoras. De forma irresponsável e criminosa.
Cidades litorâneas em nosso País estão sendo transformadas em gigantescas plataformas para a exploração de petróleo, sem que seus cidadãos possam fazer nada, apenas acreditar que aquilo é progresso e amargar as doenças – em todos os sentidos – desse progresso/privilégio.
Voltar a Idade da Pedra? Nada disso. A Noruega quando descobriu petróleo no Mar do Norte – é uma grande produtora – decidiu explorar a riqueza de forma correta e de um jeito tal que o ambiente não fosse prejudicado e nem as cidades transformadas em monte de entulhos de ferro e concreto. É assim até hoje.
O lixo virou indústria, um grande negócio que sustenta empresas e figuras dos governos estaduais e municipais.
Começam a surgir em todos os pontos do Brasil as praias particulares em flagrante violação ao princípio que praias são públicas. Já existem praias privadas garantidas por forças policiais que servem às elites dominantes.
É o Brasil rumo a um futuro sombrio e sem perspectiva que o capitalismo propicia.
E é nas cidades que a reação começa. Com organização popular e basta.
Não são reformas que vão mudar esse estado de coisas. Mas mudanças estruturais profundas que não passam por câmaras municipais ou assembléias legislativas, nem por congressos onde deputados e senadores, em sua esmagadora maioria, são eleitos com dinheiro das grandes empresas.
Mas da luta pela organização popular e como conseqüência a reação a esse ufanismo que rua congestionada é sinal de progresso, que a poluição é um preço a ser pago por esse progresso, que novas doenças são conseqüências das quais não se pode fugir, pois são inerentes ao progresso.
Só não se pergunta que mundo legaremos que nos sucederão. E estarão nas nossas cidades.
A especulação imobiliária é uma das grandes responsáveis pelas chamadas tragédias ambientais, pois vai tomando dos trabalhadores espaços que se valorizam na lógica capitalista, afastando-os, empurrando-os para uma periferia onde são tratados ou com a violência policial costumeira, ou sempre com o descaso do poder público.
É hora de um debate sobre as cidades e eleições municipais, que não vão mudar a realidade, mas são um importante instrumento para isso, para começar a mudar, na tarefa de organizar.
No duro mesmo é luta pela sobrevivência.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

O MEDO DE JANIS JOPLIN - Laerte Braga

"Esperança esperante" é uma expressão só possível a alguém como Jean Paul Sartre, sabendo que lhe restava pouco tempo de vida. Uma forma sábia e mineira de preparar-se para o outro lado tentando justificar esse lado e dando sentido a tudo que escreveu e falou.
Entender Fellini. Woddy Allen fez isso com precisão matemática. Juntou óleo e água. Como se fosse possível comer uma pizza napolitana em New York sem um saquinho ou muitos de catchup. Crítica feroz de Marlene Dietrich - "os americanos têm essa mania de colocar catchup em tudo. Aí não é comida, é catchup".
A despeito de ter dito isso em pleno período de fúria do senador Joe McCarty não foi expulsa e nem presa. Suas pernas eram consideradas as mais belas do mundo e isso pesou na hora do FBI optar entre o catchup e Dietrich.
À falta de consenso sobre isso, Cyd Charisse disputava o título, ficou o dito pelo não dito.
Pode até não parecer importante esse negócio de perna, mas Marta Rocha deixou de ser miss universo por uma diferença de duas polegadas em suas coxas, em relação à norte-americana, acho que Miriam Stevenson, não tenho mais tanta certeza.
À época além de uma enxurrada de opiniões de especialistas eivados de patriotismo, as revistas e jornais manifestaram veemente protesto pelo que hoje seria chamado de preconceito.
Preconceito de coxa? Sei lá.
Existem coisas ou fatos que não se explicam. Ou que é melhor. Deixar para lá.
Jânio Quadros, por exemplo. Fez lambanças a torto e a direito (à direita então nem se fala) e no meio do caminho disparou - "fi-lo porque qui-lo". E ainda envolveu Afonso Arinos numa parceria. Obra sobre a gramática da língua portuguesa.
É algo inexplicável, a antiga UDN. Sarney é sobrevivente do partido e integrava um grupo chamado "bossa nova" que tinha posições "mais à esquerda". No dia 31 de março de 1964 lançou um manifesto em defesa da legalidade do alto de seu feudo, o Maranhão e à tarde proclamou-se "revolucionário".
Mas nem tudo é imperfeito. Jânio derrotou FHC nas eleições para prefeito da capital paulista em 1985. O esforço do IBOPE e da GLOBO para a eleição de Fernando Henrique não valeram nada. No dia seguinte, pela manhã, sozinho, o ex-presidente e então prefeito eleito, saiu de sua casa e foi a um supermercado comprar uma escova de dentes. Alegou que estava precisando. Nem sei se derrotar FHC foi algo como perfeição. De repente o ex-presidente nem teria sido.
Creio, até hoje, que Jânio tinha como modelo o ator norte-americano Groucho Marx. "Não entro em clube que me aceita como sócio". Existem quilômetros de diferenças entre o brasileiro e o Marx. Jânio era histriônico e Groucho um sujeito notável em todos os sentidos.
O grande medo de Janis Joplin era ser descoberta como "fraude". Tinha pânico que as pessoas descobrissem que não sabia "cantar" e de repente tudo ruísse.
Eram olhos faiscantes.
Faiscavam um brilho único do seu grande medo e isso só fez com que cantasse cada vez mais e melhor até que uma dor incompreensível da diferença entre cinco dólares por um hambúrguer e cinco milhões por um LP fez com que apagasse.
Woody Allen atribuiu o fato a outro fato. Joplin não tocava saxofone.
Mergulhava em piscinas vazias. Mas preenchia almas.
Laerte Braga – Usina de Açúcar         

Josafá Macedo era o presidente da FAEMG – Federação da Agricultura de Minas Gerais – em 1964. No dia que o general Olímpio Mourão Filho – “vaca fardada” segundo se auto intitulou – partiu com sua “tropa”, já havia feito farta distribuição de rifles aos principais latifundiários de Minas e seus pistoleiros, com uma ordem simples e direta – “se houver necessidade não vacilem é atirar para matar”. Referia-se aos integrantes do movimento das Ligas Camponesas.
Magalhães Pinto era o governador e Aureliano Chaves o secretário de Segurança Pública. Naquele momento Magalhães tinha “constituído” um eventual governo de emergência, isso imaginando a hipótese de resistência do presidente João Goulart. Desse governo faziam parte José Maria Alckmin (com trânsito junto a banqueiros internacionais, a latifundiários e empresários) e Afonso Arinos, no pressuposto que esse “governo” necessitaria de um chanceler.
Nem o general Mourão Filho e tampouco o general Carlos Luís Guedes foram os condutores militares desse processo. Sizeno Sarmento, ligado à linha dura, tinha viajado dias antes para Minas Gerais e assumido o comando efetivo a despeito dos comandantes nominais.
É fácil entender isso. Dentro da banda golpista das forças armadas havia grupos com posições diferentes. Uns chegaram a sugerir uma conversa com Goulart e outros tentavam articular o pós golpe sem maiores surpresas ou traumas, garantindo a “posse” do Brasil aos donos do golpe a um preço mais baixo.
Foi essa disputa que, já nos primeiros momentos, resultou num acordo simples e tácito. A linha dura, pode ser entendida como grupo da boçalidade plena, ficaria com a repressão e a linha branda, a boçalidade com presunções racionais, com o poder político. Durou até Costa e Silva, ministro da Guerra (nome do comandante do Exército), peitar o presidente linha branda Castelo Branco que tinha o intuito de se fazer substituir por um presidente civil. Seria o deputado udenista Bilac Pinto, mais tarde ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
Nem Costa e Silva terminou o seu mandato (foi afastado por conta de um acidente vascular cerebral, até hoje sem explicação, não se tem comprovação que o general/marechal tivesse cérebro, mas só patas e garras), uma Junta Militar promoveu uma eleição interna capaz de garantir o poder à linha dura e a violência e a barbárie que careciam de “melhor” organização (nem por isso era menos violenta ou bárbara), deitaram e rolaram com a dupla Garrastazu Medice e Orlando Geisel.
É aí que se estrutura a Operação Condor, tudo desde o pré-golpe ao golpe planejado e definido por Washington. Nasce o DOI/CODI, se integram as ditaduras latino-americanas, tudo regado a farta contribuição do empresariado nacional e internacional, o mesmo que posa hoje, por si ou por seus herdeiros, de democrático e desenvolvimentista.
Figuras como Sérgio Paranhos Fleury apareceram por um motivo simples. Os militares que comandavam a repressão não se sentiam “profissionais” da tortura e tampouco “especialistas em interrogatórios”, daí a necessidade de um organismo espalhado por todo o País que abrigasse esses “profissionais” e esses “especialistas em interrogatórios”. No caso bem mais abrangente que Sérgio Paranhos Fleury. As polícias estaduais. Militar e civil.
Isso de forma organizada, estruturada, gente treinada por Dan Mitrione, por exemplo, agente norte-americano e que teve aqui como tradutor o ex-ministro Hélio Costa ligado a setores da inteligência dos EUA. O eufemismo para essa presença (há vários jornalistas ainda em atividade que à época integravam o esquema, via de regra através do Gabinete Militar da Presidência da República) era a USAID. A agência norte-americana para o desenvolvimento entre nações, a colaboração nesse desenvolvimento).
Por esse motivo não é surpreendente que usineiros de Minas tenham cedido aas instalações de suas usinas para a queima de corpos de presos políticos. Eram parte integrante do processo.
A revolta, os engulhos que esse tipo de ação causam, os mesmos que foram vistos nos campos de extermínio dos nazistas e hoje nos campos de sionistas e norte-americanos, são inevitáveis.
É necessário saber, no entanto, que essa gente não mudou em nada. Permanece boçal e bárbara como sempre foi – é como escorpião que se suicida na travessia do rio. Faz parte da natureza deles, o tal “desvio de caráter”.
A FOLHA DE SÃO PAULO não transformou isso tudo numa ditabranda? Não emprestou caminhões que distribuíam jornais para a desova de corpos de presos políticos assassinados nos campos/quartéis da repressão?
A luta pela Comissão da Verdade transcende à própria Comissão à medida que fatos monstruosos como esses vão aparecendo e a força remanescente desse pessoal permanece apenas pela garantia que lhes dá uma anistia montada exatamente para garantir a figuras como Fleury, Brilhante Ulstra, todos eles. A impunidade.
Quando um Brilhante “Pústula” diz que “não matei ninguém” está debochando dos brasileiros e assassinando mais vezes as mesmas pessoas mortas à época da ditadura militar.
Ele e seus “usineiros”. Que podem ser banqueiros, grandes empresários e latifundiários. Que são banqueiros, grandes empresários e latifundiários.
Há um outro aspecto de relevância nessas histórias todas que vão formando o painel da História do golpe militar de 1964. Torturadores se escoram na resistência das forças armadas ao conhecimento da verdade.
É um fato que torna as forças armadas cúmplices de toda essa barbárie e impede que haja de fato a certeza de um compromisso democrático e popular, que implica em respeito à História, logo a verdade, respeito ao ser humano, ao cidadão brasileiro.
Cada um dos que tombaram na luta contra o regime militar, por si e pelo todo, vale por todos os golpistas e torturadores e vão valer sempre.
São exemplos na luta contra a boçalidade que permanece intocada contra trabalhadores rurais sem terra, contra professores, contra a classe trabalhadora, mas mantém intocado um governador como Sérgio Cabral.
Ou Antônio Anastásia, que viajou para a Itália onde vai comemorar seus 51 anos de idade num grande regabofe.
Isso não é nunca foi democracia. É barbárie sob outro manto. O capitalismo.

CONVIDO OS AMIGOS E AMIGAS A PARTICIPAREM DAS ATIVIDADES DE 64 ANOS DA NAKBA- A CATÁSTROFE PALESTINA! - Barbet

D
François Hollande: a vitória de um homem 'normal'
PARIS, 3 Mai 2012 (AFP) -
 
François Hollande, eleito no domingo presidente da França, era considerado "brando" demais, mas se impôs com uma campanha impecável e a força da tenacidade, capitalizando a rejeição ao mandatário, o conservador Nicolas Sarkozy.
Hollande foi primeiro secretário do Partido Socialista (PS) durante onze anos (1997-2008). Deputado do departamento rural de Corrèze, não parecia ter o carisma necessário para vencer a eleição presidencial na França.
No início, ninguém apostava nele. Não era nem o ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, um brilhante economista, nem sua ex-companheira Ségolène Royal, de relação emotiva com os franceses.
Mas pressentiu que os franceses estavam fartos do "hiperpresidente" Nicolas Sarkozy e de seu "exibicionismo permanente", e prometeu uma presidência normal.
Até o dia 14 de maio de 2011, nada permitia prever que chegaria ao segundo turno da eleição presidencial. Strauss-Kahn era o favorito das pesquisas e da imprensa para ser o candidato socialista.
Hollande havia lançado semanas antes sua campanha, mas os observadores estavam convencidos de que sua corrida em direção às eleições seria interrompida no caminho, sem chegar muito longe.
Os problemas judiciais colocaram um ponto final na carreira política de Strauss-Kahn e deixaram a via livre para Hollande. As primeiras pesquisas deram razão a ele, ao situá-lo na liderança dos candidatos de esquerda preferidos dos franceses. Mais ainda, previam que poderia vencer o presidente Sarkozy.
Aos 57 anos, nasceu em uma família de Ruan (noroeste), filho de um médico e de uma assistente social. Estudou na ENA, prestigiada escola de administração e berço da elite política francesa. Lá conheceu aquela que foi sua companheira por 25 anos e mãe de seus quatro filhos, Ségolène Royal.
Terminados os estudos, trabalhou no Tribunal de Contas. Fascinado pela figura política do presidente François Mitterrand, eleito em 1981, começou depois a colaborar com ele escrevendo "notas".
Aos 26 anos, assumiu o desafio de se candidatar às eleições legislativas no reduto eleitoral do então futuro presidente Jacques Chirac, que em um ato público perguntou: "Quem é você?".
"Sou aquele que você compara com o cachorro labrador de Mitterrand", respondeu o socialista.
O ex-presidente Chirac, que pertence ao mesmo partido de Sarkozy, tem, no entanto, afeto pelo opositor, que persistiu e terminou conquistando seu bastião de Corrèze. Chirac chegou inclusive a dizer que "votará em Hollande", antes de ressaltar que sua frase era "humor correziano".
Social-democrata assumido, europeu convencido, Hollande se interessou particularmente pelas questões fiscais.
Sua companheira, Ségolène Royal, avançava na carreira e chegou a formar parte do governo de Mitterrand. Hollande permaneceu na sombra, ganhou espaço no aparelho político do PS e aspirou a um ministério, que nunca obteve.
Os fracassos nas eleições presidenciais de Lionel Jospin em 1995 e em 2002, e de Ségolène Royal em 2007, o levaram a decidir que cabia a ele se candidatar.
Aconselhado por sua nova companheira, a jornalista política Valérie Trierwieler, perdeu mais de dez quilos, mudou de aspecto e abandonou suas piadas inoportunas, que lhe deram a reputação de ter um humor arrasador.
Durante meses percorreu o país e trabalhou duro. O homem afável que evita os conflitos foi impondo uma imagem sólida e tenaz, sua principal qualidade, segundo o ex-ministro Michel Sapin, um velho amigo.
Na quarta-feira, surpreendeu no debate televisionado com Sarkozy, mostrando-se mais ofensivo do que se esperava.
Hollande é "elusivo", resume seu filho mais velho Thomas Hollande, que considera isto a marca do "homem livre" que é seu pai, um "estrategista" que quer compreender as pessoas. Seu apego ao consenso, que seus opositores chamam de indecisão, é uma vantagem para "unir", consideram as pessoas próximas.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Laerte Braga - On Time

Há uma expectativa já detectada por alguns setores de uma tentativa de golpe de estado na Venezuela. O argumento seria simples e como sempre escorado numa mentira, tipo armas químicas e biológicas de Saddam. A oposição começaria a promover manifestações alegando que Chávez não tem condições de governar o país, tentaria criar um clima de conflito e chegar às raias de uma guerra civil abrindo caminh...o para a "ajuda humanitária" via tropas da ONU, ou da OEA. A política externa do governo Dilma deixou de lado a integração latino-americana e isso é péssimo para o Brasil. Os EUA estão preocupados com atitudes de Cristina Kirchner, de Evvo Morales (estão aborrecendo o rei que gosta de caçar búfalos na Suíça e elefantes na África a peso de ouro com um quarto dos espanhóis desempregados) e temem que a reeleição de Chávez frustre o chamado Plano Grande Colômbia que coloca os países da América do Sul, todos, num mesmo balaio carregado por Washington.

quinta-feira, 3 de maio de 2012


Mundial e Olímpicos expulsam 170 mil brasileiros de casa         
Pelo menos 170 mil pessoas estão a ser desalojadas no Brasil para permitir a construção de estádios, estradas e hotéis para o Mundial-2014 e Jogos Olímpicos-2016. ONU acusa autoridades brasileiras de violarem os Direitos Humanos.
Maria Luiza Rolim (www.expresso.pt)
10:50 Quinta feira, 3 de maio de 2012

Selvita Rufino sobre os escombros da sua casa, demolida para dar lugar à autoestrada Transoeste, no Recreio dos Bandeirantes, a 45km do Rio de Janeiro
Selvita Rufino sobre os escombros da sua casa, demolida para dar lugar à autoestrada Transoeste, no Recreio dos Bandeirantes, a 45km do Rio de Janeiro
Getty Images
O Brasil, país organizador do Mundial-2014 de futebol e dos Jogos Olímpicos-2016, está a apostar forte para brilhar na história dos dois maiores eventos desportivos à escala mundial: ampliação e modernização da rede de transportes públicos, melhoria nas infraestruturas urbanas, novas estradas, novos estádios e renovação de instalações desportivas já existentes.
Mas nem tudo o que reluz é ouro. O lado sombrio é que estas obras, em curso desde 2011 em 12 cidades brasileiras, estão a expulsar milhares de pessoas das suas casas e estabelecimentos comerciais, deitados abaixo de maneira arbitrária.
Os desalojamentos e deslocamentos para permitir o levantamento de estádios, hotéis, condomínios de luxo, estacionamentos e estradas sucedem-se no Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Recife, Natal, Salvador, Manaus, Cuiabá, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre, em nome da "revitalização" destas áreas que terão visibilidade durante os eventos.
A par dos protestos da população afetada, maioritariamente pobre, empurrada para casas na periferia, longe das suas redes de inserção económica, social e cultural e, via de regra, em locais carentes de serviços públicos, noutros casos compensada com indemnizações irrisórias (pelo valor construído do imóvel) ou simplesmente expulsa.

Desalojamentos forçados

O Governo não avança com números, mas o dossiê preparado pela Articulação Nacional dos Comités Populares do Mundial-2014 fala em dezenas de milhares de pessoas (170.000 segundo estimativas) cujo direito de moradia está a ser violado ou ameaçado.
Já no ano passado, a relatora especial da ONU para a Moradia Adequada, Raquel Rolnik, acusou as autoridades das cidades brasileiras que vão receber o Mundial em 2014 - em especial o Rio de Janeiro, palco também dos Jogos Olímpicos -, de realizar desalojamentos forçados que poderiam constituir violações dos Direitos Humanos. Opinião partilhada pela Amnistia Internacional.
Outra voz que se levantou em defesa dos desalojados foi a do deputado Romário de Souza Faria. O antigo ídolo da seleção brasileira de futebol, durante uma sessão no Parlamento em agosto de 2011, abordou a questão das desapropriações para a realização das obras, afirmando que "há denúncias e queixas sobre a falta de transparência (nos processos de desalojamentos), falta de diálogo e de negociação com as comunidades afetadas, em diversas capitais. Há denúncias também de truculência por parte dos agentes públicos. Isto é inadmissível!"
"Ora", afirmou Romário, "nós sabemos que o mercado imobiliário está aquecido em todo o Brasil, em especial nas áreas que acolherão essas competições. Assim, o pagamento de indemnizações insuficientes pode resultar em pessoas desabrigadas ou na formação de novas favelas. Com certeza, não é esse o legado que queremos. Não queremos que esses eventos signifiquem precarização das condições de vida da nossa população, mas sim o contrário. Também não podemos admitir, sob qualquer pretexto, que os nossos cidadãos sejam surpreendidos por retroescavadoras que aparecem de repente para desalojá-los, destruir as suas casas, como acontece na Palestina ocupada".

Favelas banidas ou camufladas

O caso mais emblemático é o da favela do Metrô, no Rio de Janeiro, nas imediações do estádio do Maracanã, que será palco das cerimónias de abertura dos dois eventos desportivos. Com cerca de 40 anos de existência, a área ocupada pela comunidade faz parte do projeto Complexo Maracanã para o Mundial-2014 e vai dar lugar a um parque de estacionamento, conforme as exigências da FIFA. A Câmara do Rio de Janeiro deu um "prazo máximo de 0 dia(s)", em documento oficial, para a desocupação da comunidade.
No seu mais recente relatório, a Amnistia Internacional dedicou um parágrafo aos desalojamentos na comunidade do Metrô, afirmando que "os residentes receberam várias ameaças de despejo. Em junho, sem que os moradores fossem informados e sem que houvesse qualquer consulta ou negociação, funcionários da Câmara marcaram com spray as casas que seriam demolidas. Eles avisaram que os moradores ou seriam transferidos para conjuntos habitacionais no bairro do Cosmos, a cerca de 60 km de distância, na periferia do Rio de Janeiro, ou seriam levados para abrigos temporários sem receberem nenhuma compensação".
Na maioria dos casos, os desalojamentos são justificados pela necessidade de construção de estradas e acesso aos estádios. Mas algumas remoções são entendidas, sobretudo, como uma questão imobiliária, como foi o caso das comunidades da Restinga, Vila Harmonia e Vila Recreio II, localizadas na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, "última reserva ambiental e imobiliária do município e alvo da cobiça privada", que tiveram "praticamente todas as suas 500 casas removidas através das formas mais variadas de pressão e com problemas no que tange as indenizações irrisórias, parciais (pois não se computaram imóveis de uso comercial ou misto), ou atrasadas, quando houve" , diz o dossiê "Megaeventos e Violações de Direitos Humanos no Brasil".
Na cidade de Curitiba, capital do Esrtado do Paraná, e região metropolitana, onde diversas obras implicarão na remoção de vários imóveis, os órgãos responsáveis admitem que os orçamentos dos projetos não preveem recursos para a reparação de perdas impostas aos moradores, seja mediante reassentamento ou indemnização", refere o Dossiê.
Num artigo de opinião publicado na imprensa brasileira, "A Copa do Mundo (2014) não será nossa!", frei Beto, escritor e religioso dominicano que foi assessor do Presidente Lula da Silva e coordenador de Mobilização Social no programa Fome Zero, afirmou: "Abram alas à FIFA! Cerca de 170 mil pessoas serão removidas das suas moradias para que se construam os estádios. E quem garante que serão devidamente indemnizadas?".
No ano passado, a favela da Maré, localizada entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim e a Zona Sul do Rio de Janeiro - foi cercada com um muro acústico. De acordo com o Observatório de Favelas, o ActionAid e o Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Favelas e Espaços Populares, 73% dos moradores acreditam que o muro foi construído apenas para esconder a favela, fazendo parte do processo de maquilhagem do espaço urbano em virtude da realização do Mundial de futebol e dos Jogos Olímpicos.







Ler mais: http://expresso.sapo.pt/mundial-e-olimpicos-expulsam-170-mil-brasileiros-de-casa=f723035#ixzz1tqayq2xU

Barbet

FACEBOOK - Barbet

Não desrespeite as 10 regras de ouro do Facebook

Quais você acha que são as regras para uma boa convivência no Facebook? Que tipo de coisas você pode ou não pode fazer para manter seus amigos virtuais?
Estudantes universitários e grupos de foco responderam essas questões a Universidade Estadual do Arizona, nos EUA. Os pesquisadores, em seguida, criaram uma lista com “10 regras de ouro” para usar a rede social, que podem não se aplicar a usuários mais velhos, dado o grupo etário pesquisado. Confira:
Regra número um
A reciprocidade. A maioria dos usuários do Face concordou fortemente que a questão da “resposta” importa muito. Se alguém postar em seu mural, a expectativa é que você responda.
Regra número dois
Sem desrespeito. A publicação de conteúdo desrespeitoso sobre algum amigo do Facebook é considerada ruim.
Regra número três
Pense antes de postar. Você deve considerar possíveis impactos negativos do sua postagem sobre seus amigos ou sobre a sociedade.
Regra número quatro
Não insista. Se um amigo exclui uma mensagem sua no mural dele, ou uma marcação dele que você fez, é considerado falta de educação repassar esse conteúdo.
Regra número cinco
Amigos, amigos, Facebook a parte. O Facebook não é visto como um substituto para a interação cara-a-cara, sendo assim, amigos de verdade devem entrar em contato através de outros meios sem ser apenas o site.
Regra número seis
Seja honesto. Fale a verdade sobre você, ou seja, se apresente de forma honesta e seja educado. Nada de mentir só porque não é “ao vivo”.
Regra número sete
Não seja viciado. Quem não tem um amigo que sempre está grudado no computador ou celular, navegando pelo Facebook, mesmo quando todos estão reunidos para conversar? Se você usa tanto o Facebook que chega a interferir com sua vida profissional ou pessoal, não é legal.
Regra número oito
Proteja-se. Não poste ou compartilhe informações que outras pessoas ou um amigo possam mais tarde usar contra você.
Regra número nove
Pense mais um pouco. Muitos usuários dizem aplicar uma regra de “senso comum” em suas interações com amigos do Facebook. Ou seja, nada de compartilhar que está com uma dor de barriga e por isso não vai sair, ou de contar publicamente o que um amigo falou do outro, etc.
Regra número dez
Trabalhando no Facebook. Antes de escrever qualquer coisa, pense em como cada postagem sua pareceria ao empregador de um amigo, ou ao seu potencial empregador antes de colocá-la em seu mural.

Facebook brasileiro

Apesar da pesquisa não ter sido feita no Brasil, se aplica de forma geral ao uso do Facebook e é válida no mundo todo.

Ainda assim, muitos sites e brasileiros em geral já dividiram suas próprias opiniões sobre as regras de boa convivência no Facebook.
Tenho a impressão que, aqui, a regra número um seria: “Não compartilhar notícias falsas, gifs animados, fotos sobre animais torturados, correntes e piadas sem graça”. Concorda?
Enfim, a boa etiqueta no Facebook é tão importante que tem gente que até faz lista indicando como os professores deveriam usar a rede social tão famosa, dando dicas como criar uma conta separada para interagir com alunos e conhecer a política de redes sociais da sua escola.
E, além de ser educado no Facebook, também podemos aproveitar algumas dicas para nos livrar de chatices (ou chatos) e aproveitar melhor os recursos da rede social, como se esconder de certas pessoas no chat, compartilhar documentos através do Facebook, entre outras. Você pode conferir algumas dessas dicas aqui e aqui.
Agora você já sabe como se portar no Facebook. Você acha que essas regras são suficientes, ou deveríamos fazer uma lista de “10 regras de ouro do Facebook para brasileiros”? Deixe sua contribuição nos comentários![LiveScience]

Imagens...Haroldo Oliveira

COTAS RACIAIS - Harldo Oliveira

terça-feira, 1 de maio de 2012

DIA DO TRABALHODia do Trabalho
Para garantir sua sobrevivência, o homem sempre precisou trabalhar, seja de forma remunerada ou não. Assim as relações de trabalho foram modificando ao longo da história.
Na Idade Média, época que se caracterizou pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial e sistema de produção feudal, as relações de trabalho eram baseadas no trabalho servil, onde o vassalo era obrigado a manter fidelidade ao senhor feudal.
Como essa situação tornou-se insustentável, cada vez mais os servos procuravam, através de lutas, tornarem-se livres para procurar o melhor meio de sustento. A partir daí formam-se em determinados pontos pequenas unidades artesanais, constituindo cidades, valorizando novamente o comércio que agora cresce além dos mares. Neste período predominavam as profissões de sapateiro, artesões, alfaiates e comerciantes em pequenos mercados.
Entre os séculos XVI e XVII começam a ocorrer os grandes descobrimentos científicos e técnicos, facilitando a instalação do capitalista de produção.
Com a Revolução Industrial o sistema capitalista se fortificou e as relações de trabalho modificaram-se por completo, houve o aumento significativo da produção material e do rendimento do trabalho, sendo que este sistema é o que impera na maioria dos países até hoje.
Toda profissão tem seu valor e para que você possa escolher bem qual será a sua, oferecemos a você informação sobre algumas delas. Clique aqui
Profissões do futuro
De acordo com necessidades específicas das sociedades, com a evolução do conhecimento que chega cada vez mais rapidamente e com o avanço da tecnologia, aos poucos vão surgindo novas profissões.
Não há consenso entre os pesquisadores da área a respeito de quais seriam realmente as profissão do futuro: alguns dizem que são profissões que na verdade já existem, mas que vão se modificando ou se modernizando de acordo com as necessidades específicas, outros dizem que são realmente profissões das quais nunca se ouviu falar. Algumas delas você pode nem imaginar que um dia possa existir, veja só:
Ecorrelações: é uma das profissões mais cotadas para 2020 e provém da necessidade de conciliar desenvolvimento com preservação do meio ambiente. Se você tiver em mente ser um “ecorrelacionista” terá que ter afinidade desde já com a sustentabilidade e sua função será intermediar a comunicação e o trabalho com consumidores, grupos ambientais e agências governamentais para ampliar os programas ecológicos.
Quiropraxia: esta profissão relacionada à saúde e tem como objetivo oferecer uma alternativa ao consumo de medicamentos e intervenções cirúrgicas. Este profissional a utiliza técnicas de terapia manual, exercícios e orientação de postura, procurando diminuir a dor e a tensão provocadas por lesões ou pelo desgaste no dia-a-dia. A profissão já está em ascensão nos Estados Unidos e no Canadá. No Brasil ainda é pouco conhecida.
Comunicação Empresarial: como a dinâmica das empresas está em constante transformação, esse profissional terá como objetivo principal manter a comunicação entre os funcionários e com os setores diretamente ligados aos serviços prestados pelo negócio. Na verdade já existe uma formação nessa área, mas como especialização dentro da carreira de Jornalismo e Relações Públicas, mas por sua relevância no desenvolvimento das empresas, tenderá a crescer muito.
Midiologia: com o avanço da tecnologia e dos meios de comunicação que tem como base o espaço virtual, essa profissão, que atualmente é uma especialização do curso de Rádio e TV, tende a crescer muito. O profissional desta área é capaz de interligar os diferentes tipos de mídia (áudio, vídeo, fotografia...) e produzir um material que considere a sociedade em que está inserido, seus códigos, linguagens, histórias, teorias e condições técnicas.
E então? Ficou interessado por alguma?
Uma dica para você!
Se já está terminando o Ensino Médio e ainda não sabe qual profissão seguir, faça sessões e teste de orientação vocacional. São psicólogos especialistas nessa área que aplicam esses testes específicos e ajudam você a definir qual caminho tomar.
Curiosidade
O salário mínimo foi adotado no Brasil em 1940, no governo de Getúlio Vargas. Segundo o economista João Sabóia, na época, havia 14 salários para diferentes regiões do país, sendo que o salário mínimo mais alto era pago no Rio de Janeiro, capital do Brasil na época. Este valor era três vezes superior ao do Nordeste. Assim, o valor do salário mínimo ficou unificado em todo país a partir dessa data.
Por que o Brasil continuará sendo um país corrupto - postado por Haroldo Oliveira

Haroldo Oliveira
Porque já as eleições dos “nossos” representantes são realizadas de modo a institucionalizar o crime, pois os grupos econômicos, ao patrocinarem a eleição de Presidente, Governadores, Prefeitos etc., assim o fazem, como é natural, sob a condição de obterem financiamentos graciosos, participarem de licitações premiadas, privatizarem o espaço público, multiplicando lucros;
Porque num tal contexto, a política passa a constituir extraordinário atrativo para criminosos profissionais, em geral burocratas medíocres, desqualificados moral e tecnicamente, sem perspectiva fora da política;
Porque certos partidos políticos passam a funcionar, assim, como autênticas quadrilhas, cujos membros seguem a lógica do quem dá mais, por isso que trocam de legenda constantemente, impunemente;
Porque o sistema representativo é um engodo que conta com a participação do próprio eleitor, que não raro exige, em troca do voto, algum proveito, de modo que o voto constitui, por isso, apenas um expediente para legitimar e perpetuar o crime, afinal os eleitos não representam o eleitorado, mas os seus próprios interesses e os interesses dos grupos econômicos que os patrocinam;
Porque, apesar das fraudes, insistimos em perpetuar determinados criminosos no poder, e a tudo assistimos passivamente;
Porque a Polícia, que deveria, junto ao Ministério Público, formar instituição única, está subordinada ao Poder Executivo, de sorte que são prováveis investigados (Governadores, Prefeitos etc.) que em última análise comandam as investigações;
Porque criminosos políticos estão protegidos por um sem número de privilégios (foro privilegiado, imunidades parlamentares etc.) que os tornam grandemente imunes às investigações;
Porque a corrupção política traduz a nossa própria hipocrisia, a nossa indiferença, a nossa tendência ao jeitinho; afinal, corrupção é de algum modo interação/acordo entre corruptor e corrompido, entre eleitor e eleito;
Porque somos obrigados a votar, quando votar é um direito e não um dever, pois o eleitor tem, há de ter, a liberdade de votar em quem quiser, quando e se quiser, consciente e livremente;
Porque a democracia, essa desgastada metáfora, é uma palavra que remete a múltiplas relações de poder que nada têm de democráticas, relações freqüentemente de violência e tirania e permanentemente em mutação (Michel Foucault);
Porque punir criminosos, embora necessário, não é o mais importante; o mais importante consiste em identificar as estruturas de poder que possibilitam o crime e mudá-las radicalmente, pois problemas estruturais demandam intervenções também estruturais e não apenas intervenções sobre indivíduos;
Porque insistimos em preservar instituições absolutamente desnecessárias: Senado Federal, Câmara Distrital etc;
Porque, em vez de enfrentar os problemas em suas causas, em suas raízes, tentamos combatê-las em suas conseqüências, tardia, burocrática e simbolicamente; e isso equivale a não combatê-las;
Porque temos um Estado excessivamente burocrático, que tudo pretende resolver por meio de leis, demagogicamente;
Porque multiplicar leis não significa evitar novos crimes, mas multiplicar novas violações à lei (Beccaria); e as leis desnecessárias enfraquecem as leis necessárias (Montesquieu);
Porque mais leis, mais juizes/tribunais, mais conselhos, mais prisões etc, pode significar mais presos, mas não necessariamente menos delitos (Jeffery);
Porque o povo brasileiro acredita ser livre, mas está enganado: é livre apenas durante as eleições dos membros do Executivo e do Parlamento, pois, eleitos os seus membros, ele volta à escravidão, é um nada (Rousseau); é que a participação popular se limita ao sufrágio a cada quatro anos; mas eleitos “seus” representantes, não se tem qualquer controle sobre seus atos, e o cidadão, convertido em objeto e não sujeito da política, só poderá expressar sua indignação nas eleições seguintes;
O Brasil é e continuará sendo um país corrupto simplesmente porque está estruturado para sê-lo!
Paulo Queiroz é Professor Universitário (UniCEUB) e Procurador Regional da República em Brasília

[Carta O BERRO] O CLUBE DE ENGENHARIA convida V.Sa. para a palestra do professor JOSÉ LUÍS FIORI, que ocorrerá no dia 9 de maio de 2012, começando às 18 horas - Vanderley Caixe

O CLUBE DE ENGENHARIA convida V.Sa. para a palestra do professor JOSÉ LUÍS FIORI, intitulada “AS TRANSFORMAÇÕES E TENDÊNCIAS DO SISTEMA MUNDIAL, E A PERSPECTIVA ESTRATÉGICA BRASILEIRA”, que ocorrerá no dia 9 de maio de 2012, começando às 18 horas. A palestra será realizada no auditório do 20o andar do Clube de Engenharia, na Av. Rio Branco, 124, Rio de Janeiro, RJ. Esta palestra é gratuita e aberta ao público em geral.

Resumidamente, José Luís Fiori é Professor Titular de Economia Política Internacional do Instituto de Economia da UFRJ. Graduou-se em Sociologia e fez mestrado em Economia, ambos na Universidade do Chile, entre 1965 e 1973. Doutorou-se em Ciência Política pela USP. Suas teses de doutoramento e de livre-docência, em 1984 e 1989, foram sobre a formação histórica e a crise do "Estado Desenvolvimentista", no Brasil, na década de 80. Em 1993, atuou como consultor do BID. Foi professor convidado na Faculdade de Economia Política da Universidade de Cambridge. Tem várias atividades acadêmicas realizadas e artigos publicados. É autor de diversos livros, dentre eles “O poder global” (Boitempo Editorial) e “O poder americano” (Editora Vozes).

O(A) Senhor(a) é muito bem-vindo(a).

Francis Bogossian

Presidente