sexta-feira, 4 de maio de 2012

Laerte Braga - On Time

Há uma expectativa já detectada por alguns setores de uma tentativa de golpe de estado na Venezuela. O argumento seria simples e como sempre escorado numa mentira, tipo armas químicas e biológicas de Saddam. A oposição começaria a promover manifestações alegando que Chávez não tem condições de governar o país, tentaria criar um clima de conflito e chegar às raias de uma guerra civil abrindo caminh...o para a "ajuda humanitária" via tropas da ONU, ou da OEA. A política externa do governo Dilma deixou de lado a integração latino-americana e isso é péssimo para o Brasil. Os EUA estão preocupados com atitudes de Cristina Kirchner, de Evvo Morales (estão aborrecendo o rei que gosta de caçar búfalos na Suíça e elefantes na África a peso de ouro com um quarto dos espanhóis desempregados) e temem que a reeleição de Chávez frustre o chamado Plano Grande Colômbia que coloca os países da América do Sul, todos, num mesmo balaio carregado por Washington.

quinta-feira, 3 de maio de 2012


Mundial e Olímpicos expulsam 170 mil brasileiros de casa         
Pelo menos 170 mil pessoas estão a ser desalojadas no Brasil para permitir a construção de estádios, estradas e hotéis para o Mundial-2014 e Jogos Olímpicos-2016. ONU acusa autoridades brasileiras de violarem os Direitos Humanos.
Maria Luiza Rolim (www.expresso.pt)
10:50 Quinta feira, 3 de maio de 2012

Selvita Rufino sobre os escombros da sua casa, demolida para dar lugar à autoestrada Transoeste, no Recreio dos Bandeirantes, a 45km do Rio de Janeiro
Selvita Rufino sobre os escombros da sua casa, demolida para dar lugar à autoestrada Transoeste, no Recreio dos Bandeirantes, a 45km do Rio de Janeiro
Getty Images
O Brasil, país organizador do Mundial-2014 de futebol e dos Jogos Olímpicos-2016, está a apostar forte para brilhar na história dos dois maiores eventos desportivos à escala mundial: ampliação e modernização da rede de transportes públicos, melhoria nas infraestruturas urbanas, novas estradas, novos estádios e renovação de instalações desportivas já existentes.
Mas nem tudo o que reluz é ouro. O lado sombrio é que estas obras, em curso desde 2011 em 12 cidades brasileiras, estão a expulsar milhares de pessoas das suas casas e estabelecimentos comerciais, deitados abaixo de maneira arbitrária.
Os desalojamentos e deslocamentos para permitir o levantamento de estádios, hotéis, condomínios de luxo, estacionamentos e estradas sucedem-se no Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Recife, Natal, Salvador, Manaus, Cuiabá, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília e Porto Alegre, em nome da "revitalização" destas áreas que terão visibilidade durante os eventos.
A par dos protestos da população afetada, maioritariamente pobre, empurrada para casas na periferia, longe das suas redes de inserção económica, social e cultural e, via de regra, em locais carentes de serviços públicos, noutros casos compensada com indemnizações irrisórias (pelo valor construído do imóvel) ou simplesmente expulsa.

Desalojamentos forçados

O Governo não avança com números, mas o dossiê preparado pela Articulação Nacional dos Comités Populares do Mundial-2014 fala em dezenas de milhares de pessoas (170.000 segundo estimativas) cujo direito de moradia está a ser violado ou ameaçado.
Já no ano passado, a relatora especial da ONU para a Moradia Adequada, Raquel Rolnik, acusou as autoridades das cidades brasileiras que vão receber o Mundial em 2014 - em especial o Rio de Janeiro, palco também dos Jogos Olímpicos -, de realizar desalojamentos forçados que poderiam constituir violações dos Direitos Humanos. Opinião partilhada pela Amnistia Internacional.
Outra voz que se levantou em defesa dos desalojados foi a do deputado Romário de Souza Faria. O antigo ídolo da seleção brasileira de futebol, durante uma sessão no Parlamento em agosto de 2011, abordou a questão das desapropriações para a realização das obras, afirmando que "há denúncias e queixas sobre a falta de transparência (nos processos de desalojamentos), falta de diálogo e de negociação com as comunidades afetadas, em diversas capitais. Há denúncias também de truculência por parte dos agentes públicos. Isto é inadmissível!"
"Ora", afirmou Romário, "nós sabemos que o mercado imobiliário está aquecido em todo o Brasil, em especial nas áreas que acolherão essas competições. Assim, o pagamento de indemnizações insuficientes pode resultar em pessoas desabrigadas ou na formação de novas favelas. Com certeza, não é esse o legado que queremos. Não queremos que esses eventos signifiquem precarização das condições de vida da nossa população, mas sim o contrário. Também não podemos admitir, sob qualquer pretexto, que os nossos cidadãos sejam surpreendidos por retroescavadoras que aparecem de repente para desalojá-los, destruir as suas casas, como acontece na Palestina ocupada".

Favelas banidas ou camufladas

O caso mais emblemático é o da favela do Metrô, no Rio de Janeiro, nas imediações do estádio do Maracanã, que será palco das cerimónias de abertura dos dois eventos desportivos. Com cerca de 40 anos de existência, a área ocupada pela comunidade faz parte do projeto Complexo Maracanã para o Mundial-2014 e vai dar lugar a um parque de estacionamento, conforme as exigências da FIFA. A Câmara do Rio de Janeiro deu um "prazo máximo de 0 dia(s)", em documento oficial, para a desocupação da comunidade.
No seu mais recente relatório, a Amnistia Internacional dedicou um parágrafo aos desalojamentos na comunidade do Metrô, afirmando que "os residentes receberam várias ameaças de despejo. Em junho, sem que os moradores fossem informados e sem que houvesse qualquer consulta ou negociação, funcionários da Câmara marcaram com spray as casas que seriam demolidas. Eles avisaram que os moradores ou seriam transferidos para conjuntos habitacionais no bairro do Cosmos, a cerca de 60 km de distância, na periferia do Rio de Janeiro, ou seriam levados para abrigos temporários sem receberem nenhuma compensação".
Na maioria dos casos, os desalojamentos são justificados pela necessidade de construção de estradas e acesso aos estádios. Mas algumas remoções são entendidas, sobretudo, como uma questão imobiliária, como foi o caso das comunidades da Restinga, Vila Harmonia e Vila Recreio II, localizadas na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, "última reserva ambiental e imobiliária do município e alvo da cobiça privada", que tiveram "praticamente todas as suas 500 casas removidas através das formas mais variadas de pressão e com problemas no que tange as indenizações irrisórias, parciais (pois não se computaram imóveis de uso comercial ou misto), ou atrasadas, quando houve" , diz o dossiê "Megaeventos e Violações de Direitos Humanos no Brasil".
Na cidade de Curitiba, capital do Esrtado do Paraná, e região metropolitana, onde diversas obras implicarão na remoção de vários imóveis, os órgãos responsáveis admitem que os orçamentos dos projetos não preveem recursos para a reparação de perdas impostas aos moradores, seja mediante reassentamento ou indemnização", refere o Dossiê.
Num artigo de opinião publicado na imprensa brasileira, "A Copa do Mundo (2014) não será nossa!", frei Beto, escritor e religioso dominicano que foi assessor do Presidente Lula da Silva e coordenador de Mobilização Social no programa Fome Zero, afirmou: "Abram alas à FIFA! Cerca de 170 mil pessoas serão removidas das suas moradias para que se construam os estádios. E quem garante que serão devidamente indemnizadas?".
No ano passado, a favela da Maré, localizada entre o Aeroporto Internacional Tom Jobim e a Zona Sul do Rio de Janeiro - foi cercada com um muro acústico. De acordo com o Observatório de Favelas, o ActionAid e o Núcleo de Estudos e Pesquisa sobre Favelas e Espaços Populares, 73% dos moradores acreditam que o muro foi construído apenas para esconder a favela, fazendo parte do processo de maquilhagem do espaço urbano em virtude da realização do Mundial de futebol e dos Jogos Olímpicos.







Ler mais: http://expresso.sapo.pt/mundial-e-olimpicos-expulsam-170-mil-brasileiros-de-casa=f723035#ixzz1tqayq2xU

Barbet

FACEBOOK - Barbet

Não desrespeite as 10 regras de ouro do Facebook

Quais você acha que são as regras para uma boa convivência no Facebook? Que tipo de coisas você pode ou não pode fazer para manter seus amigos virtuais?
Estudantes universitários e grupos de foco responderam essas questões a Universidade Estadual do Arizona, nos EUA. Os pesquisadores, em seguida, criaram uma lista com “10 regras de ouro” para usar a rede social, que podem não se aplicar a usuários mais velhos, dado o grupo etário pesquisado. Confira:
Regra número um
A reciprocidade. A maioria dos usuários do Face concordou fortemente que a questão da “resposta” importa muito. Se alguém postar em seu mural, a expectativa é que você responda.
Regra número dois
Sem desrespeito. A publicação de conteúdo desrespeitoso sobre algum amigo do Facebook é considerada ruim.
Regra número três
Pense antes de postar. Você deve considerar possíveis impactos negativos do sua postagem sobre seus amigos ou sobre a sociedade.
Regra número quatro
Não insista. Se um amigo exclui uma mensagem sua no mural dele, ou uma marcação dele que você fez, é considerado falta de educação repassar esse conteúdo.
Regra número cinco
Amigos, amigos, Facebook a parte. O Facebook não é visto como um substituto para a interação cara-a-cara, sendo assim, amigos de verdade devem entrar em contato através de outros meios sem ser apenas o site.
Regra número seis
Seja honesto. Fale a verdade sobre você, ou seja, se apresente de forma honesta e seja educado. Nada de mentir só porque não é “ao vivo”.
Regra número sete
Não seja viciado. Quem não tem um amigo que sempre está grudado no computador ou celular, navegando pelo Facebook, mesmo quando todos estão reunidos para conversar? Se você usa tanto o Facebook que chega a interferir com sua vida profissional ou pessoal, não é legal.
Regra número oito
Proteja-se. Não poste ou compartilhe informações que outras pessoas ou um amigo possam mais tarde usar contra você.
Regra número nove
Pense mais um pouco. Muitos usuários dizem aplicar uma regra de “senso comum” em suas interações com amigos do Facebook. Ou seja, nada de compartilhar que está com uma dor de barriga e por isso não vai sair, ou de contar publicamente o que um amigo falou do outro, etc.
Regra número dez
Trabalhando no Facebook. Antes de escrever qualquer coisa, pense em como cada postagem sua pareceria ao empregador de um amigo, ou ao seu potencial empregador antes de colocá-la em seu mural.

Facebook brasileiro

Apesar da pesquisa não ter sido feita no Brasil, se aplica de forma geral ao uso do Facebook e é válida no mundo todo.

Ainda assim, muitos sites e brasileiros em geral já dividiram suas próprias opiniões sobre as regras de boa convivência no Facebook.
Tenho a impressão que, aqui, a regra número um seria: “Não compartilhar notícias falsas, gifs animados, fotos sobre animais torturados, correntes e piadas sem graça”. Concorda?
Enfim, a boa etiqueta no Facebook é tão importante que tem gente que até faz lista indicando como os professores deveriam usar a rede social tão famosa, dando dicas como criar uma conta separada para interagir com alunos e conhecer a política de redes sociais da sua escola.
E, além de ser educado no Facebook, também podemos aproveitar algumas dicas para nos livrar de chatices (ou chatos) e aproveitar melhor os recursos da rede social, como se esconder de certas pessoas no chat, compartilhar documentos através do Facebook, entre outras. Você pode conferir algumas dessas dicas aqui e aqui.
Agora você já sabe como se portar no Facebook. Você acha que essas regras são suficientes, ou deveríamos fazer uma lista de “10 regras de ouro do Facebook para brasileiros”? Deixe sua contribuição nos comentários![LiveScience]

Imagens...Haroldo Oliveira

COTAS RACIAIS - Harldo Oliveira

terça-feira, 1 de maio de 2012

DIA DO TRABALHODia do Trabalho
Para garantir sua sobrevivência, o homem sempre precisou trabalhar, seja de forma remunerada ou não. Assim as relações de trabalho foram modificando ao longo da história.
Na Idade Média, época que se caracterizou pela economia ruralizada, enfraquecimento comercial e sistema de produção feudal, as relações de trabalho eram baseadas no trabalho servil, onde o vassalo era obrigado a manter fidelidade ao senhor feudal.
Como essa situação tornou-se insustentável, cada vez mais os servos procuravam, através de lutas, tornarem-se livres para procurar o melhor meio de sustento. A partir daí formam-se em determinados pontos pequenas unidades artesanais, constituindo cidades, valorizando novamente o comércio que agora cresce além dos mares. Neste período predominavam as profissões de sapateiro, artesões, alfaiates e comerciantes em pequenos mercados.
Entre os séculos XVI e XVII começam a ocorrer os grandes descobrimentos científicos e técnicos, facilitando a instalação do capitalista de produção.
Com a Revolução Industrial o sistema capitalista se fortificou e as relações de trabalho modificaram-se por completo, houve o aumento significativo da produção material e do rendimento do trabalho, sendo que este sistema é o que impera na maioria dos países até hoje.
Toda profissão tem seu valor e para que você possa escolher bem qual será a sua, oferecemos a você informação sobre algumas delas. Clique aqui
Profissões do futuro
De acordo com necessidades específicas das sociedades, com a evolução do conhecimento que chega cada vez mais rapidamente e com o avanço da tecnologia, aos poucos vão surgindo novas profissões.
Não há consenso entre os pesquisadores da área a respeito de quais seriam realmente as profissão do futuro: alguns dizem que são profissões que na verdade já existem, mas que vão se modificando ou se modernizando de acordo com as necessidades específicas, outros dizem que são realmente profissões das quais nunca se ouviu falar. Algumas delas você pode nem imaginar que um dia possa existir, veja só:
Ecorrelações: é uma das profissões mais cotadas para 2020 e provém da necessidade de conciliar desenvolvimento com preservação do meio ambiente. Se você tiver em mente ser um “ecorrelacionista” terá que ter afinidade desde já com a sustentabilidade e sua função será intermediar a comunicação e o trabalho com consumidores, grupos ambientais e agências governamentais para ampliar os programas ecológicos.
Quiropraxia: esta profissão relacionada à saúde e tem como objetivo oferecer uma alternativa ao consumo de medicamentos e intervenções cirúrgicas. Este profissional a utiliza técnicas de terapia manual, exercícios e orientação de postura, procurando diminuir a dor e a tensão provocadas por lesões ou pelo desgaste no dia-a-dia. A profissão já está em ascensão nos Estados Unidos e no Canadá. No Brasil ainda é pouco conhecida.
Comunicação Empresarial: como a dinâmica das empresas está em constante transformação, esse profissional terá como objetivo principal manter a comunicação entre os funcionários e com os setores diretamente ligados aos serviços prestados pelo negócio. Na verdade já existe uma formação nessa área, mas como especialização dentro da carreira de Jornalismo e Relações Públicas, mas por sua relevância no desenvolvimento das empresas, tenderá a crescer muito.
Midiologia: com o avanço da tecnologia e dos meios de comunicação que tem como base o espaço virtual, essa profissão, que atualmente é uma especialização do curso de Rádio e TV, tende a crescer muito. O profissional desta área é capaz de interligar os diferentes tipos de mídia (áudio, vídeo, fotografia...) e produzir um material que considere a sociedade em que está inserido, seus códigos, linguagens, histórias, teorias e condições técnicas.
E então? Ficou interessado por alguma?
Uma dica para você!
Se já está terminando o Ensino Médio e ainda não sabe qual profissão seguir, faça sessões e teste de orientação vocacional. São psicólogos especialistas nessa área que aplicam esses testes específicos e ajudam você a definir qual caminho tomar.
Curiosidade
O salário mínimo foi adotado no Brasil em 1940, no governo de Getúlio Vargas. Segundo o economista João Sabóia, na época, havia 14 salários para diferentes regiões do país, sendo que o salário mínimo mais alto era pago no Rio de Janeiro, capital do Brasil na época. Este valor era três vezes superior ao do Nordeste. Assim, o valor do salário mínimo ficou unificado em todo país a partir dessa data.
Por que o Brasil continuará sendo um país corrupto - postado por Haroldo Oliveira

Haroldo Oliveira
Porque já as eleições dos “nossos” representantes são realizadas de modo a institucionalizar o crime, pois os grupos econômicos, ao patrocinarem a eleição de Presidente, Governadores, Prefeitos etc., assim o fazem, como é natural, sob a condição de obterem financiamentos graciosos, participarem de licitações premiadas, privatizarem o espaço público, multiplicando lucros;
Porque num tal contexto, a política passa a constituir extraordinário atrativo para criminosos profissionais, em geral burocratas medíocres, desqualificados moral e tecnicamente, sem perspectiva fora da política;
Porque certos partidos políticos passam a funcionar, assim, como autênticas quadrilhas, cujos membros seguem a lógica do quem dá mais, por isso que trocam de legenda constantemente, impunemente;
Porque o sistema representativo é um engodo que conta com a participação do próprio eleitor, que não raro exige, em troca do voto, algum proveito, de modo que o voto constitui, por isso, apenas um expediente para legitimar e perpetuar o crime, afinal os eleitos não representam o eleitorado, mas os seus próprios interesses e os interesses dos grupos econômicos que os patrocinam;
Porque, apesar das fraudes, insistimos em perpetuar determinados criminosos no poder, e a tudo assistimos passivamente;
Porque a Polícia, que deveria, junto ao Ministério Público, formar instituição única, está subordinada ao Poder Executivo, de sorte que são prováveis investigados (Governadores, Prefeitos etc.) que em última análise comandam as investigações;
Porque criminosos políticos estão protegidos por um sem número de privilégios (foro privilegiado, imunidades parlamentares etc.) que os tornam grandemente imunes às investigações;
Porque a corrupção política traduz a nossa própria hipocrisia, a nossa indiferença, a nossa tendência ao jeitinho; afinal, corrupção é de algum modo interação/acordo entre corruptor e corrompido, entre eleitor e eleito;
Porque somos obrigados a votar, quando votar é um direito e não um dever, pois o eleitor tem, há de ter, a liberdade de votar em quem quiser, quando e se quiser, consciente e livremente;
Porque a democracia, essa desgastada metáfora, é uma palavra que remete a múltiplas relações de poder que nada têm de democráticas, relações freqüentemente de violência e tirania e permanentemente em mutação (Michel Foucault);
Porque punir criminosos, embora necessário, não é o mais importante; o mais importante consiste em identificar as estruturas de poder que possibilitam o crime e mudá-las radicalmente, pois problemas estruturais demandam intervenções também estruturais e não apenas intervenções sobre indivíduos;
Porque insistimos em preservar instituições absolutamente desnecessárias: Senado Federal, Câmara Distrital etc;
Porque, em vez de enfrentar os problemas em suas causas, em suas raízes, tentamos combatê-las em suas conseqüências, tardia, burocrática e simbolicamente; e isso equivale a não combatê-las;
Porque temos um Estado excessivamente burocrático, que tudo pretende resolver por meio de leis, demagogicamente;
Porque multiplicar leis não significa evitar novos crimes, mas multiplicar novas violações à lei (Beccaria); e as leis desnecessárias enfraquecem as leis necessárias (Montesquieu);
Porque mais leis, mais juizes/tribunais, mais conselhos, mais prisões etc, pode significar mais presos, mas não necessariamente menos delitos (Jeffery);
Porque o povo brasileiro acredita ser livre, mas está enganado: é livre apenas durante as eleições dos membros do Executivo e do Parlamento, pois, eleitos os seus membros, ele volta à escravidão, é um nada (Rousseau); é que a participação popular se limita ao sufrágio a cada quatro anos; mas eleitos “seus” representantes, não se tem qualquer controle sobre seus atos, e o cidadão, convertido em objeto e não sujeito da política, só poderá expressar sua indignação nas eleições seguintes;
O Brasil é e continuará sendo um país corrupto simplesmente porque está estruturado para sê-lo!
Paulo Queiroz é Professor Universitário (UniCEUB) e Procurador Regional da República em Brasília

[Carta O BERRO] O CLUBE DE ENGENHARIA convida V.Sa. para a palestra do professor JOSÉ LUÍS FIORI, que ocorrerá no dia 9 de maio de 2012, começando às 18 horas - Vanderley Caixe

O CLUBE DE ENGENHARIA convida V.Sa. para a palestra do professor JOSÉ LUÍS FIORI, intitulada “AS TRANSFORMAÇÕES E TENDÊNCIAS DO SISTEMA MUNDIAL, E A PERSPECTIVA ESTRATÉGICA BRASILEIRA”, que ocorrerá no dia 9 de maio de 2012, começando às 18 horas. A palestra será realizada no auditório do 20o andar do Clube de Engenharia, na Av. Rio Branco, 124, Rio de Janeiro, RJ. Esta palestra é gratuita e aberta ao público em geral.

Resumidamente, José Luís Fiori é Professor Titular de Economia Política Internacional do Instituto de Economia da UFRJ. Graduou-se em Sociologia e fez mestrado em Economia, ambos na Universidade do Chile, entre 1965 e 1973. Doutorou-se em Ciência Política pela USP. Suas teses de doutoramento e de livre-docência, em 1984 e 1989, foram sobre a formação histórica e a crise do "Estado Desenvolvimentista", no Brasil, na década de 80. Em 1993, atuou como consultor do BID. Foi professor convidado na Faculdade de Economia Política da Universidade de Cambridge. Tem várias atividades acadêmicas realizadas e artigos publicados. É autor de diversos livros, dentre eles “O poder global” (Boitempo Editorial) e “O poder americano” (Editora Vozes).

O(A) Senhor(a) é muito bem-vindo(a).

Francis Bogossian

Presidente

domingo, 29 de abril de 2012

Grande Verdade! - Barbet



A ONU classifica as FARCs-EP como "força insurgente". A Al Qaeda como "organização terrorista". George Bush é que "uniu" as formas de classificar, mas sua proposta não foi aceita pela Organização. o governo brasileiro à época, Lula, aceitou a classificação da ONU - forças insurgentes -. Isso não impede a ação de militares brasileiros na fronteira com a Colômbia contra as FARCs-EP e nem impede que ...aviões fabricados pela EMBRAER bombardeiem regiões controladas pela guerrilha, atingindo inclusive áreas civis. É bom lembrar que as forças armadas não são propriamente uma instituição governamental, um segmento , mas um estamento, parte separada do Estado e em muitos casos agem por conta própria à revelia do governo. Há uma estreita colaboração entre militares brasileiros e militares colombianos, o que é péssimo, pois as forças armadas da Colômbia comandam o tráfico de drogas através dos seus mais importantes generais. A mídia noticia que as FARCs-EP promoveram "atentados". O que há na Colômbia é uma guerra civil, logo não há atentados. Como a mídia é venal, podre, acatou a decisão de Bush, em última instância a organização terrorista Casa Branca centraliza os pagamentos por exemplo à turma do Manhanttan Collection - como Hélio Costa foi o tradutor de Dan Mitrione na Operação Condor, a mídia acata as ordens, rotula a guerrilha de terrorista e fala em atentados. Atentados são praticados pelos narcotraficantes que controlam a Colômbia e assassinam opositores, como ontem, sábado, dois e um desaparecido, tudo por lutar pela paz. A paz não interessa e nem é bom negócio para a turma da guerra/tráfico. Para a mídia, mentir, é um a mais, além do que já entra normalmente todo mês.

Laerte Braga - On Time

As lutas populares devem ser unificadas, pois são entrelaçadas, desculpem a rima, resultam do sistema capitalista. Bancos, grandes corporações, latifúndio, centenas de Edir Macedo, Marcelo Rossi, mídia, todas estão no mesmo balaio e todas têm o mesmo objetivo. Não há como separar uma da outra. Cachoeira é só uma das pontas. Basta olhar que na corrupção generalizada de Sérgio Cabral, o que legalizo...u a casa ilegal de Luciano Huck, a perspectiva é Pezão, o vice, disputando as próximas eleições com Garotinho. Putz! Querem acabar com o Rio e isso se estende a quase todo o Brasil. Ou a todo. O risco, no silêncio, no consentimento, é acordar e não achar nem casa, nem rua, nem nada, pior, nem uma flor. Só bancos, empreiteiras, latifúndios e um monte de PMs mantendo a ordem, a lei, etc. No terceiro milênio ao invés de encontrar esculturas ou obras de Fídias os arqueólogos vão estudar edifícios sedes de bancos, de corporações, grandes propriedades rurais - vai aparecer alguém alguém para dizer que foram extraterrestres - e a mulher melancia vai ser o objeto de determinação da mediocridade, junto com uma edição resgatada do BBB e do JORNAL NACIONAL. E olha, o rei da Espanha deu uma cantada na princesa Diana. Está na mídia hoje, aliás adoram esse tipo de coisa. Filhote de Franco. Ou vamos acordar e perceber o todo, ou vamos aceitar e colocar a coleira coma plaquinha de identidade. Como nos campos de concentração nazistas e hoje, nos nazi/sionistas.

Laerte Braga - On Time

A QUEM INTERESSAM OS CONFLITOS NA AMÉRICA DO SUL?



28/04/2012 - Laerte Braga (*)
Original no blog Juntos Somos Fortes



A história real dos países latino-americanos, especialmente os sul-americanos é contada em regime de conta gotas, uma forma de fugir do oficialismo e do ufanismo que historicamente as elites buscam vender desde os bancos escolares.

E há uma explicação simples para isso. As elites econômicas (cidade e campo) da América do Sul não têm uma identidade nacional, mas reportam-se aos modelos europeu e norte-americano, vale dizer, cingem-se às normas do capitalismo internacional.


É comum, por exemplo, contar os feitos heróicos de brasileiros na guerra contra o Paraguai a pintar Solano Lopez como um ditador sem entranhas.

A realidade só é encontrada em publicações independentes que mostram que o País entrou em guerra com o Paraguai a soldo da Inglaterra – da qual estava afastada, mas o dinheiro fala mais alto – e porque o Paraguai de Solano Lopez afetava os negócios dos britânicos. O governante paraguaio implementava um programa de reforma agrária, concorria com as indústrias têxteis dos britânicos e afetava os negócios” do mate. Fomos apenas o instrumento do poder imperial da Grã Bretanha. Não houve patriotismo algum no confronto.

Para registro, os Estados Unidos, à época, já buscando hegemonia junto ao império britânico se opôs ao Brasil e a seus aliados.

Os governos e forças armadas comprados pelos ingleses.


As Ilhas Malvinas, território argentino, até hoje são mantidas sob controle militar do falido império de sua majestade Elizabeth II e num flagrante desrespeito às leis internacionais, mantêm na região submarinos com armas nucleares, aí já noutra conjuntura, a que envolve os Estados Unidos, antiga colônia britânica e hoje proprietário do outrora império “onde o sol não se põe”.

Quando Nixon disse que o Brasil arrastaria a América Latina para onde se inclinasse, estava levando em conta o nível de desenvolvimento de nosso País, seu tamanho continental e justificando o apoio de seu governo à ditadura militar que encharcou de sangue o território nacional e preserva até hoje intocada em boa parte a barbárie militar.

A exceção do movimento tenentista, que mesmo assim se dissolveu em boa parte absorvido pela ditadura Vargas, nossas forças armadas são forças auxiliares do poder maior, sem identidade, e de uma polícia maior e melhor qualificada da grande potência de hoje. Estamos no Haiti sem saber por quê, em vias de irmos à Síria para fazer não sei o quê e mantendo um fragata na frota de “paz” nas proximidades do estreito de Ormuz para garantir os interesses das companhias que transformaram os EUA em conglomerado terrorista ao lado de Israel.

Máquina de guerra
O governo de Lula não privatizou setores essenciais, mas abriu as portas do País ao nazi/sionismo no tal tratado bi-lateral de livre comércio com Israel. São os donos dos setores estratégicos dos Brasil. Governos como o do presidente Chávez, ou do presidente Evo Morales, do presidente Rafael Corrêa, de Cristina Kirchner, de Daniel Ortega não interessam ao grande irmão. Promovem a reforma agrária, o fim do analfabetismo, estabelecem políticas públicas de participação popular, constroem habitações de qualidade para as pessoas, democratizam as relações do Estado com o cidadão, a despeito de uma ou outra limitação. Abrem caminhos para uma revolução popular a partir da consciência política.

Cuba desafia os EUA desde 1959 e se mantém heroicamente a despeito de todas as tentativas golpistas e do bloqueio imposto pelo conglomerado ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A.

A Colômbia no entanto é o caso mais grave.

Em guerra civil há anos o país está mergulhado num regime de terror e barbárie e é hoje o maior produtor de cocaína do mundo – o governo não tem interesse na paz, a guerra favorece os grupos produtores da droga e o presidente, todos são meros quadrilheiros ao lado de militares e latifundiários, os chefes dos grandes cartéis. No país são frequentes os assassinatos de lideranças de oposição, sindicalistas, camponeses, há mais de 10 mil presos políticos e milhares de assessores militares norte-americanos, que controlam polícias, forças armadas e governo, além dos grupos paramilitares formados por latifundiários e pistoleiros de grandes conglomerados, os principais controladores da produção e distribuição de droga.

O próprio jornal brasileiro (brasileiro?) O GLOBO, noticiou que o traficante Fernandinho Beira-Mar havia sido preso com as FARC-EP, para anos depois num canto de página admitir que Beira-Mar foi entregue pelos paramilitares numa tentativa de minimizar os conflitos com o Brasil em torno do bandido.

A ex-senadora Ingrid Betancourt, prisioneira de guerra durante anos das FARC-EP, quando liberada estava em perfeita integração com a guerrilha, tinha um filho com um líder guerrilheiro, filho que abandonou – fato denunciado por sua secretária – e foi tentar o prêmio Nobel da Paz patrocinada por uma indústria de cosméticos para mostrar que os anos na selva não a envelheceram.

É a história vendida pela mídia de mercado, fabricada na sociedade do espetáculo, com o objetivo de transformar o ser humano em zumbi diante de um projeto de poder que é mundial. Ao perceber que um controle como o que exercem na Colômbia – até porque o tráfico de drogas paga os custos da guerra e com sobras, já que a guerra hoje é privatizada, empresas cuidam do “negócio”, não seria possível no Brasil, os norte-americanos criaram o chamado PLANO GRANDE COLÔMBIA, que inclui parte do Brasil, a Amazônia, enquanto tentam, através de um governador provincial na Argentina, a instalação de uma base militar para controle total da América do Sul.


Na piedosa prece que Obama faz todos os dias a morte de Chávez é um pedido que a mídia dos EUA não esconde.

A Colômbia hoje é sócia do Brasil no antigo projeto SIVAM – monitoramento aéreo da Amazônia –, ao lado dos EUA e aviões de fabricação brasileira, mas capital e tecnologia norte-americanos (ao privatizar a EMBRAER FHC abriu mão de dispormos de tecnologia nossa no campo). Detêm informações estratégicas sobre nosso País, inclusive e principalmente sobre nossas reservas minerais estratégicas, caso do nióbio.

Marchamos para deixarmos de ser uma nação e caminhamos celeremente para o formato conglomerado da chamada nova ordem econômica, criada com o fim da União Soviética. Lula inventou - frase do secretário geral do PCB Ivan Pinheiro, “o capitalismo a brasileira".

Só que os donos são os norte-americanos e grupos sionistas (controlam a indústria bélica brasileira). Como leite em pó instantâneo estamos nos dissolvendo na obsessão da guerra cambial que custou o poder a Kadafi.

Um estudo das Nações Unidas feito na década de 70 mostra que a América do Sul é uma futura área de conflitos. Não são conflitos provocados pelos povos sul americanos, mas pelos interesses de elites políticas, econômicas do campo e da cidade que controlam o País sem que o governo reaja, pelo contrário, se deixa levar pela crença de potência de ilusão. Estamos sendo engolidos, tragados nessa voracidade falida do capitalismo, mas montado em milhares de ogivas nucleares.


Um Eike Batista, um Daniel Dantas, um FHC, um Serra, um Alckmin, um Aécio (já apareceu uma prima de Cachoeira nomeada pelo ex-governador do bafômetro ou corruptômetro) e os políticos que controlam, parte expressiva do Poder Judiciário, tudo isso nos transforma definitivamente numa república de bananas, onde um Brilhante Ulstra tortura, assassina e permanece impune e a mídia faz e fala o que bem entende. Um banqueiro de jogo de bicho faz tremer a república. Coloca na berlinda um governador corrupto como Sérgio Cabral e abre perspectiva para outro criminoso Anthony Garotinho, que chega em nome do “senhor.”

Que república?


Somos uma democracia consentida. O Código Florestal nos condena a sermos um futuro deserto e a reforma agrária vai para o brejo. Mas somos uma potência, só que de ilusão. Não há saída dentro do processo político vigente, dentro do jogo sujo das eleições financiadas por empresas privadas, por bancos e latifundiários. Ou vamos às ruas e viramos essa mesa para rearrumá-la segundo a vontade popular, que tem que ser despertada, está anestesiada pela mídia, ou vamos de fato virar apenas um departamento do PLANO GRANDE COLÔMBIA.


Esse é o desafio que as forças populares enfrentam. Os conflitos aqui interessam aos donos para que sejamos sempre o gado marcado que fala José Ramalho. Só isso, mais nada.

(*) Laerte Braga é jornalista e reside em Juiz de Fora. Colabora no blog Juntos Somos Fortes

sábado, 28 de abril de 2012

Barbet

Haroldo Oliveira


Quem nos protegerá da democracia?

por Diogo Costa

Haroldo Oliveira
Eis um dito bastante conhecido: “mostra-me um homem que apela para a violência e te mostrarei um homem sem argumentos”. Dificilmente você encontrará alguém que se levante contra essa afirmativa. Mas, em proporção semelhante, apenas uma reduzida minoria percebe sua total implicação. Se assim não agissem, as eleições para cargos políticos do executivo e legislativo não importariam mais à população do que a nomeação de um juiz de direito ou de um delegado de polícia.

Apenas deposita sua esperança na política, aquela sociedade onde a persuasão racional não funciona. Todo apelo à política é um apelo à violência. O Estado configura-se pelo monopólio da violência suportado pelos habitantes de um determinado limite geográfico. O que diferencia uma lei de qualquer outra norma é que o seu descumprimento implica o uso da força. Quem desgosta de uma norma religiosa pode abandonar a igreja, não há essa alternativa na política. Para que a lei seja cumprida, necessariamente existe a ameaça da força sobre os indivíduos. Estado violento é um pleonasmo. Apenas o Estado pode legalmente retirar de alguém a propriedade, a liberdade ou, em última instância, a vida.

A democracia representativa, como muitos pensam, não modifica a essência violenta do governo, apenas coloca o mecanismo da força na mão da maioria. O termo democracia não nos garante nada mais. A eleição majoritária pode levar 51% da população a ditar como os outros 49% devem viver. Nada impossibilita que a existência de uma organização política dessa espécie seja injusta e tirânica.

Faz-se mister, portanto, um controle sobre a atuação democrática. Até onde a maioria poderá decidir sobre o comportamento das vidas alheias? Para impor esse limite, surge a Constituição. O papel da Lei Maior seria limitar a pertinência da violência estatal à área onde o emprego da força é indispensável. Como bem disse George Washington: “O governo não é razão, não é eloqüência, é força; e, assim como o fogo, é um perigoso servidor e um temido patrão; por nenhum momento, deve ser deixado à ação irresponsável”. Infelizmente, em nossos tempos, os incêndios provocados por esse fogo podem ser justificados pelo seu caráter democrático. Mesmo que não se tenha mais idéia de qual o sentido original do termo, que por vezes representa interesse coletivo, por vezes igualdade A democracia é a nova panacéia do ocidente.


O termo democracia está tão carregado de virtudes que, no Brasil, as pessoas assumem ser a decisão político-democrática muito mais vantajosa à população do que a escolha individual proporcionada pelo mercado. Basta uma pequena comparação para vermos aparecerem os equívocos desse pensamento

Primeiro, a escolha política é temporalmente restrita. Participamos diretamente da eleição, mas durante quatro anos, não há possibilidade de interferência imediata do indivíduo sobre as decisões políticas. Enquanto que no mercado, a decisão é constante. A todo o momento você está optando: se investe, se compra, se vende, se permanece no status quo. São todas escolhas que não dependem de brechas temporais, mas que são efetuadas constantemente. Se os políticos passam apenas algumas semanas de intensa propaganda é porque somente durante este momento a opinião do eleitor realmente importa. As empresas precisam estar em campanha ininterrupta porque a escolha do consumidor é efetuada a todo instante.

Ainda, decorrente de uma minúscula representatividade, para fazer efetivar sua opção, cada pessoa necessita convencer toda uma multidão de seu ponto de vista. Até que sua opinião seja comungada pela maioria. No mercado, uma multiplicidade de minorias pode ser satisfeita ao mesmo tempo. A representatividade do mercado é pluralística, enquanto a democracia é majoritária. Na verdade, a soberania do mercado pertence à menor das minorias: o indivíduo. Soberania essa que, mais do que opinar, permite-o mudar de opinião quando tiver vontade.

Há também a falta de racionalidade na eleição política. As escolhas só são racionais quando o homem mede, anteriormente, os custos e benefícios de suas opções. Só então, ele poderá fazer julgamentos de valor que determinarão sua ação futura. É assim que o dono de uma casa decide se vale ou não a pena reformar a cozinha. Mas ele não consegue ponderar igualmente os custos e benefícios quando vota no prefeito que promete pavimentar uma avenida da cidade. Quando a escolha individual é distorcida por mecanismos complexos e burocráticos, a razão perde suas referências, e a responsabilidade pelas conseqüências não pode ser diretamente sentida nem medida.

Esses argumentos defendidos pela “Public Choice”* não necessitariam menção neste texto se a mediação violenta e seus efeitos desastrosos fosse suprimida sempre que a persuasão racional se mostrasse possível. Esteja nas mãos de um, de poucos ou de muitos, o Estado será fundamentalmente violento. A democracia pode ser o melhor modo de decisão política, mas sozinha não assegura liberdade e justiça. Concordo com a famosa frase de Churchill: “a democracia é a pior forma de governo, exceto por todas as outras que já foram tentadas”. A confiança exagerada na opinião da maioria pode trazer efeitos tão nefastos quanto a fé cega na divindade do monarca. Afinal, a democracia nada mais é do que um processo para administrar o governo, o mesmo processo que matou Sócrates e Jesus Cristo.

A SEMANA - A QUEM INTERESSAM OS CONFLITOS NA AMÉRICA DOS SUL - Laerte Braga

A história real dos países latino-americanos, especialmente os sul-americanos é contada em regime de conta gotas, uma forma de fugir do oficialismo e do ufanismo que historicamente as elites buscam vender desde os bancos escolares.
E há uma explicação simples para isso. As elites econômicas (cidade e campo) da América do Sul não têm uma identidade nacional, mas reportam-se aos modelos europeu e norte-americano, vale dizer, cingem-se às normas do capitalismo internacional.
É comum, por exemplo, contar os feitos heróicos de brasileiros na guerra contra o Paraguai a pintar Solano Lopez como um ditador sem entranhas. A realidade só é encontrada em publicações independentes que mostram que o País entrou em guerra com o Paraguai a soldo da Inglaterra – da qual estava afastada, mas o dinheiro fala mais alto – e porque o Paraguai de Solano Lopez afetava os negócios dos britânicos.
O governante paraguaio implementava um programa de reforma agrária, concorria com as indústrias têxteis dos britânicos e afetava os “negócios” do mate. Fomos apenas o instrumento do poder imperial da Grã Bretanha. Não houve patriotismo algum no confronto.
Para registro, os Estados Unidos, à época, já buscando hegemonia junto ao império britânico se opôs ao Brasil e a seus aliados. Os governos e forças armadas comprados pelos ingleses.
As Ilhas Malvinas, território argentino, até hoje são mantidas sob controle militar do falido império de sua majestade Elizabeth II e num flagrante desrespeito às eleis internacionais, mantêm na região submarinos com armas nucleares, aí já noutra conjuntura, a que envolve os Estados Unidos, antiga colônia britânica e hoje proprietário do outrora império “onde o sol não se põe”,
Quando Nixon disse que o Brasil arrastaria a América Latina para onde se inclinasse, estava levando em conta o nível de desenvolvimento de nosso País, seu tamanho continental e justificando o apoio de seu governo à ditadura militar que encharcou de sangue o território nacional e preserva até hoje intocada em boa parte a barbárie militar.
A exceção do movimento tenentista, que mesmo assim se dissolveu em boa parte absorvido pela ditadura Vargas, nossas forças armadas são forças auxiliares do poder maior, sem identidade e uma polícia maior e melhor qualificada da grande potência de hoje. Estamos no Haiti sem saber por que, em vias de irmos à Síria para fazer não sei o que e mantendo um fragata na frota de “paz” nas proximidades do estreito de Ormuz para garantir os interesses das companhias que transformaram os EUA em conglomerado terrorista ao lado de Israel. Máquina de guerra.
O governo de Lula não privatizou setores essenciais, mas abriu as portas do País ao nazi/sionismo no tal tratado bi-lateral de livre comércio com Israel. São os donos dos setores estratégicos dos Brasil.
Governos como o do presidente Chávez, ou do presidente Evo Morales, do presidente Rafael Corrêa, de Cristina Kirchener, de Daniel Ortega não interessam ao grande irmão. Promovem a reforma agrária, o fim do analfabetismo, estabelecem políticas públicas de participação popular, constroem habitações de qualidade para as pessoas, democratizam as relações do Estado com o cidadão, a despeito de uma ou outra limitação. Abrem caminhos para uma revolução popular a partir da consciência política.
Cuba desafia os EUA desde 1959 e se mantém heroicamente a despeito de todas as tentativas golpistas e do bloqueio imposto pelos pelo conglomerado ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A.
A Colômbia no entanto é o caso mais grave.
Em guerra civil há anos o país está mergulhado num regime de terror e barbárie e é hoje o maior produtor de cocaína do mundo – o governo não tem interesse na paz, a guerra favorece os grupos produtores da droga e o presidente, todos são meros quadrilheiros ao lado de militares e latifundiários, os chefes dos grandes cartéis.
No país são freqüentes os assassinatos de lideranças de oposição, sindicalistas, camponeses, há mais de 10 mil presos políticos e milhares de assessores militares norte-americanos, que controlam polícias, forças armadas e governo, além dos grupos paramilitares formados por latifundiários e pistoleiros de grandes conglomerados, os principais controladores da produção e distribuição de droga.
O próprio jornal brasileiro (brasileiro?) O GLOBO, noticiou que o traficante Fernandinho Beira-mar havia sido preso com as FARCs-EP , para anos depois num canto de página admitir que Beira-mar foi entregue pelos paramilitares numa tentativa de minimizar os conflitos com o Brasil em torno do bandido.
A ex-senadora Ingrid Betancourt, prisioneira de guerra durante anos das FARCs-EP, quando liberada estava em perfeita integração com a guerrilha, tinha um filho com um líder guerrilheiro. filho que abandonou – fato denunciado por sua secretária – e foi tentar o prêmio Nobel da paz patrocinada por uma indústria de cosméticos para mostrar que os anos na selva não a envelheceram.
É a história vendida pela mídia de mercado, fabricada na sociedade do espetáculo, o objetivo de transformar o ser humano em zumbi diante de um projeto de poder que é mundial.
Ao perceber que um controle como o que exercem na Colômbia – até porque o tráfico de drogas paga os custos da guerra e com sobras, já que a guerra hoje é privatizada, empresas cuidam do “negócio”, não seria possível no Brasil, os norte-americanos criaram o chamado PLANO GRANDE COLÔMBIA, que inclui parte do Brasil, a Amazônia, enquanto tentam, através de um governador provincial na Argentina, a instalação de uma base militar para controle total da América do Sul.
Na piedosa prece que Obama faz todos os dias a morte de Chávez é um pedido que a mídia dos EUA não esconde.
A Colômbia hoje é sócia do Brasil no antigo projeto SIVAM – monitoramento aéreo da Amazônia –, ao lado dos EUA e aviões de fabricação brasileira, mas capital e tecnologia norte-americana (ao privatizar a EMBRAER FHC abriu mão de dispormos de tecnologia nossa no campo). Detêm informações estratégicas sobre nosso País, inclusive e principalmente sobre nossas reservas minerais estratégicas, caso do nióbio.
Marchamos para deixarmos de ser uma nação e caminhamos celeremente para o formato conglomerado da chamada nova ordem econômica, criada com o fim da União Soviética.
Lula inventou, frase do secretario geral do PCB Ivan Pinheiro, “o capitalismo a brasileira. Só que os donos são os norte-americanos e grupos sionistas (controlam a indústria bélica brasileira). Como leite em pó instantâneo estamos nos dissolvendo na obsessão da guerra cambial que custou o poder a Kadafi.
Um estudo das Nações Unidas feito na década de 70 mostra que a América do Sul é uma futura área de conflitos, Não são conflitos provocados pelos povos sul americanos, mas pelos interesses de elites políticas, econômicas do campo e da cidade que controlam o País sem que o governo reaja, pelo contrário, se deixa levar pela crença de potência de ilusão.
Estamos sendo engolidos, tragados nessa voracidade falida do capitalismo, mas montado em milhares de ogivas nucleares.
Um Eike Batista, um Daniel Dantas, um FHC, um Serra, um Alckimin, um Aécio (já apareceu uma prima de Cachoeira nomeada pelo ex-governador do bafômetro ou corruptômetro) e os políticos que controlam, parte expressiva do Poder Judiciário, tudo isso nos transforma definitivamente numa república de bananas, onde um Brilhante Ulstra tortura, assassina e permanece impune e a mídia faz e fala o que bem entende.
Um banqueiro de jogo de bicho faz tremer a república. Coloca na berlinda um governador corrupto como Sérgio Cabral e abre perspectiva para outro criminoso Anthony Garotinho, que chega em nome do “senhor.”
Que república?
Somos uma democracia consentida. O Código Florestal nos condena a sermos um futuro deserto e a reforma agrária vai para o brejo.
Mas somos uma potência, só que de ilusão.
Não há saída dentro do processo político vigente, dentro do jogo sujo das eleições financiadas por empresas privadas, por bancos e latifundiários.
Ou vamos às ruas e viramos essa mesa para rearrumá-la segundo a vontade popular, que tem que ser despertada, está anestesiada pela mídia, ou vamos de fato virar apenas um departamento do PLANO GRANDE COLÔMBIA.
Esse é o desafio que as forças populares enfrentam
Os conflitos aqui interessam aos donos para que sejamos sempre o gado marcado que fala José Ramalho. Só isso, mais nada..