segunda-feira, 31 de maio de 2010

A BARBÁRIE DE ISRAEL CONTRA PACIFISTAS - ONDE ENTRA O BRASIL NISSO - Laerte Braga

Watch live streaming video from insaniyardim at livestream.com
Uma das mais covardes ações terroristas do governo sionista de Israel foi o ataque a uma flotilha de nove navios, com 800 passageiros de diversas partes do mundo, todos pacifistas, que levavam alimentos, medicamentos e toda a sorte de auxílio a palestinos da Faixa de Gaza, submetida a um bloqueio que revela o caráter terrorista do governo de Tel Aviv, tanto quanto, as pretensões bélicas ao contrário do discurso de negociações que Israel faz de público ao mundo.
São terroristas covardes, desumanos e repulsivos.
Cerca de quinze pessoas morreram nos ataques, feitos em águas internacionais e o governo turco, um dos aliados de Israel ameaça romper relações com o governo nazista de Tel Aviv. As manifestações de repúdio a esse ato de boçalidade do governo sionista ocorrem em todo o mundo e nem Obama pode dizer neste momento que Israel agiu em legítima defesa, como costumam fazer os presidentes norte-americanos.
O ataque vem em seguida a uma decisão do governo de Israel de não discutir a questão das armas nucleares, já que é um dos países que detém esse tipo de arma.
Em todo o Oriente Médio, mesmo em governos favoráveis a negociações de paz, há temores de um conflito de maior proporção e grandes manifestações, como no Egito e na Jordânia – que têm tratado de paz com Israel – de protesto contra a boçalidade das SS navais de Israel.
O presidente do Irã, freqüentemente acusado de terrorista, na sórdida política de mentiras da organização ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A disse que “essa violência apressará o fim do regime sionista, regime sinistro e de simulacro”. Notem que ao contrário do que costuma dizer a GLOBO por aqui, Ahmadinejad não disse que o ataque terrorista significa o fim de Israel, mas do regime sionista. É completamente diferente.
O secretário geral da Liga Árabe, que busca formas de paz através de negociações, disse que o ato do governo terrorista de Israel mostra que “Israel não está preparada para a paz”. Amr Moussa convocou uma reunião de emergência para discutir o ato de terrorismo sionista em Qatar e a reação dos países árabes deve ser a de exigir que os EUA, parceiro e sócios de Israel em ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A, tomem atitudes que ponham fim a violência deliberada e genocida imposta ao povo palestino pelos sionistas.
A estupidez e a boçalidade do governo de Israel podem ser vistos acima

O número de mortos pode aumentar já existem cinqüenta feridos, das mais diversas nacionalidades e todos integrantes de grupos pacifistas. Pretendiam levar ajuda humanitária aos habitantes da Faixa de Gaza.
Em mensagem no twitter, um dos mais importantes canais de comunicação da rede mundial de computadores, há um alerta – “se Israel faz isso de público diante do mundo, o que não faz por trás do muro que construiu em terras palestinas?”
O cerco a Gaza começou depois que um fanático sionista assassinou o primeiro-ministro israelense Itzak Rabin, logo após a assinatura de um tratado de paz com Yasser Arafat, que previa o fim da guerra e a fundação do Estado Palestino como determinam resoluções da ONU. O grupo nazi de Israel assumiu o poder com a vitória do Hamas nas eleições em Gaza e rompeu todos os acordos.
De Ariel Sharon para o governo atual a escalada do terrorismo sionista aumentou em todos os sentidos e a política de extermínio de palestinos é prática do governo israelense. Homens são assassinados, mulheres são estupradas, crianças são mortas, isso diariamente, tudo com o aval de Washington.
Não há uma única decisão da ONU que censure Israel que tenha sido cumprida, ou que tenha gerado sanções e tampouco os EUA falam nas armas nucleares de Israel (chegou a oferecê-las ao governo branco da África do Sul para eliminar populações negras).
O mundo odeia Israel foi a conclusão a que chegou uma pesquisa sobre a forma como aquele estado terrorista conduz suas ações contra os palestinos.
Não há diferenças entre o holocausto contra o povo judeu nos campos de concentração nazistas, e o que fazem a palestinos, pois Hitler vive em Israel e governa Israel.
O acordo firmado pelo Brasil, Turquia e Irã para controle e inspeção do programa nuclear iraniano frustrou planos de ações militares de Israel e dos EUA contra aquele país, já que não desejam a paz, mas vivem da guerra e das atrocidades que cometem contra palestinos. Sustentam interesses econômicos de empresas petrolíferas na região, governos ditatoriais no Egito, na Arábia Saudita, na Jordânia, com amplo respaldo do governo dos EUA e dos grupos sionistas, principais acionistas de ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A.
Osama Bin Laden é fichinha perto dessa gente.
O anúncio que o Brasil dominou o chamado ciclo do urânio aumentou o apetite bélico da empresa terrorista – ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A –. A perspectiva de novos atores no cenário internacional e em posições contrárias ao terrorismo desses grupos reforça a posição genocida no Oriente Médio e se volta para ofensiva contra o Brasil através da candidatura de José Arruda Serra, funcionário brasileiro da ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A.
É um jogo complexo, brutal, estúpido e é praticado por essa junção de duas nações dominadas por terroristas, sejam eles Bush, Obama, ou qualquer SS de Tel Aviv. Há cerca de um mês agentes da GESTAPO de Israel assassinaram um líder do Hamas em Dubai com passaportes originais ingleses e nomes falsos. É visível a cumplicidade dos britânicos com isso.
O que está em disputa é a hegemonia do terrorismo capitalista no mundo e os grupos sionistas, aliados a grupos norte-americanos formam hoje a mais estúpida e perversa organização terrorista do mundo, ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A, sucessora de SPECTRE.
Não há palavras que possam descrever a covardia nazi-fascista do governo de Israel contra a flotilha de navios que levava ajuda humanitária para palestinos.
O silêncio e a falta de atitudes de outros países significarão cumplicidade, omissão e isso é inaceitável, pois descaracteriza o ser humano como tal.
São monstros, monstros em todos os sentidos. Repugnantes, sórdidos. Abjetos.

domingo, 30 de maio de 2010

[Carta O BERRO] "A saudade do servo na velha diplomacia brasileira",por Leonardo Boff - Vanderley - Revista

filósofo F. Hegel em sua Fenomenologia do Espírito analisou detalhadamente a dialética do senhor e do servo. O senhor se torna tanto mais senhor quanto mais o servo internaliza em si o senhor, o que aprofunda ainda mais seu estado de servo. A mesma dialética identificou Paulo Freire na relação oprimido-opressor em sua clássica obra Pedagogia do oprimido. Com humor comentou Frei Betto: "em cada cabeça de oprimido há uma placa virtual que diz: hospedaria de opressor". Quer dizer, o opressor hospeda em si oprimido e é exatamente isso que o faz oprimido. A libertação se realiza quando o oprimido extrojeta o opressor e ai começa então uma nova história na qual não haverá mais oprimido e opressor mas o cidadão livre.
Escrevo isso a propósito de nossa imprensa comercial, os grandes jornais do Rio, de São Paulo e de Porto Alegre, com referência à política externa do governo Lula no seu afã de mediar junto com o governo turco um acordo pacífico com o Irã a respeito do enriquecimento de urânio para fins não militares. Ler as opiniões emitidas por estes jornais, seja em editoriais seja por seus articulistas, alguns deles, embaixadores da velha guarda, reféns do tempo da guerra-fria, na lógica de amigo-inimigo é simplesmente estarrecedor. O Globo fala em "suicídio diplomático"(24/05) para referir apenas um título até suave. Bem que poderiam colocar como sub-cabeçalho de seus jornais:"Sucursal do Império" pois sua voz é mais eco da voz do senhor imperial do que a voz do jornalismo que objetivamente informa e honestamente opina. Outros, como o Jornal do Brasil, tem seguido uma linha de objetividade, fornecendo os dados principais para os leitores fazerem sua apreciação.
As opiniões revelam pessoas que têm saudades deste senhor imperial internalizado, de quem se comportam como súcubos. Não admitem que o Brasil de Lula ganhe relevância mundial e se transforme num ator político importante como o repetiu, há pouco, no Brasil, o Secretário Geral da ONU, Ban-Ki-moon. Querem vê-lo no lugar que lhe cabe: na periferia colonial, alinhado ao patrão imperial, qual cão amestrado e vira-lata. Posso imaginar o quanto os donos desses jornais sofrem ao ter que aceitar que o Brasil nunca poderá ser o que gostariam que fosse: um Estado-agregado como é Hawai e Porto-Rico. Como não há jeito, a maneira então de atender à voz do senhor internalizado, é difamar, ridicularizar e desqualificar, de forma até antipatriótica, a iniciativa e a pessoa do Presidente. Este notoriamente é reconhecido, mundo afora, como excepcional interlocutor, com grande habilidade nas negociações e dotado de singular força de convencimento.
O povo brasileiro abomina a subserviência aos poderosos e aprecia, às vezes ingenuamente, os estrangeiros e os outros povos. Sente-se orgulhoso de seu Presidente. Ele é um deles, um sobrevivente da grande tribulação, que as elites, tidas por Darcy Ribeiro como das mais reacionárias do mundo, nunca o aceitaram porque pensam que seu lugar não é na Presidência mas na fábrica produzindo para elas. Mas a história quis que fosse Presidente e que comparecesse como um personagem de grande carisma, unindo em sua pessoa ternura para com os humildes e vigor com o qual sustenta suas posições .
O que estamos assistindo é a contraposição de dois paradigmas de fazer diplomacia: uma velha, imperial, intimidatória, do uso da truculência ideológica, econômica e eventualmente militar, diplomacia inimiga da paz e da vida, que nunca trouxe resultados duradouros. E outra, do século XXI, que se dá conta de que vivemos numa fase nova da história, a história coletiva dos povos que se obrigam a conviver harmoniosamente num pequeno planeta, escasso de recursos e semi-devastado. Para esta nova situação impõe-se a diplomacia do diálogo incansável, da negociação do ganha-ganha, dos acertos para além das diferenças. Lula entendeu esta fase planetária. Fez-se protagonista do novo, daquela estratégia que pode efetivamente evitar a maior praga que jamais existiu: a guerra que só destrói e mata. Agora, ou seguiremos esta nova diplomacia, ou nos entredevoraremos. Ou Hillary ou Lula.
A nossa imprensa comercial é obtusa face a essa nova emergência da história. Por isso abomina a diplomacia de Lula.

[Carta O BERRO] Carta do filho de Plinio Marcos - Emocionante, é longa mas vale conferir.- Vanderley - Revista

Carta do filho de Plinio Marcos
Meu pai morreu
Dia 19 de novembro é aniversário da morte do meu pai, escrevi este texto no dia em que ele morreu: 19 de novembro de 99.Meu pai morreu. Todo pai morre. Agora estou aqui pensando: o que foi que meu pai me deixou? Apartamento? Não. Carro?Nem uma bicicleta. Dinheiro? Ele não conseguia pagar nem as próprias contas. Mas pagava a dos filhos. Roupas? Só um chinelo velho, mas meu pé é maior. Sem testamento, sem herança, sem nada? As peças. As peças de teatro? De quem são as peças de teatro? Meu pai era escritor. Escritor de teatro. Teatro? Teatro dá dinheiro. Tem gente que escreve peça pra ganhar dinheiro. Não, meu pai não. Não ganhou muito dinheiro com teatro. O que ganhou, gastou. Deu dinheiro pra muita gente. Meu pai não era um bom administrador. Era um "maldito", diziam, um "marginal", mas não era bandido. Por que ele era maldito, afinal? Será que não pensava nos filhos? Por que não escreveu peça pra ganhar dinheiro? "Ninguém tem direito de pedir a um artista que não seja subversivo.". Meu pai escrevia sobre puta e cigano sem dente. Puta, cigano sem dente e cafetão. Puta, cigano sem dente, cafetão, presidiários, desempregados e fudidos. Puta e cigano sem dente? Puta, cigano sem dente e cafetão é chato, porra! Puta, cigano sem dente e presidiários não dava dinheiro. Puta, cigano sem dente e desempregados não tinha "patrocínio". Mas eu queria tênis americano, eu queria camisa Lacoste, camisa Hang Ten.

Meu pai tinha que ganhar dinheiro. Por que ele insistia em escrever peças
sobre puta, cigano sem dente, cafetão e presidiários? Ele insistia. Puta,
cigano sem dente, cafetão, presidiários, desempregados e fudidos. E o ator e
Jesus Cristo e nada de "comédia comercial". Mas eu queria o meu "All Star",
eu queria ter todos os discos dos Beatles. "Pai, me dá dinheiro pra comprar
uma guitarra!" E eu tive, eu tive a tal guitarra, eu comprei todos os discos
dos Beatles com o dinheiro dele (depois tive que comprar tudo de novo em CD
com o meu dinheiro e agora dá pra baixar de graça na internet). Calça boca
fina, camisa Hang Ten. Onde ele arrumava dinheiro? Onde ele arrumava
dinheiro pra me comprar tênis "All Star"? Ele achava que isso era "lixo
americano". Ele achava que essa merda importada só servia pra aumentar a
nossa alienação. Meu pai era generoso. Ele não ia deixar de me dar uma
coisa que eu queria, só porque ele achava que o que eu queria era imposto
pela sociedade de consumo. Ele tentava me orientar, mas respeitava minha
opinião de adolescente alienado. Onde ele arrumava dinheiro?
Era época de ditadura. Escrever sobre puta, cigano sem dente, cafetão e
presidiários, incomodava os "poderosos". Porra, ainda mais essa! Já escreve
sobre coisa que não dá dinheiro, mas além de não dar dinheiro, ainda é
proibido? "Pai, me dá dinheiro pra comprar disco do Bob Dylan!".
Meu pai fez novela, fez Beto Rockfeller. Mas Beto Rockfeller não conta, Beto
Rockfeller era A novela, tinha a cara dele, era revolucionária. Ele fazia o
Vitório, o melhor amigo do Beto. Ele ganhou um dinheiro, me comprou um
tênis, uma guitarra, um... Mas A novela era na Tupi. A Tupi faliu. Meu pai
foi fazer novela na Rede Globo: "Bandeira 2". Mas a Globo é no Rio, o Rio
tem praia, ele cabulava as gravações e ia pra praia: "Novela é chato pra
caralho, porra! O direito da gente coçar o saco é sagrado.", ele dizia. Ele
ia pra praia e lá ficava indignado porque naquela época a Globo não punha
negros nas novelas e quando punha era nos papéis de escravo ou mordomo. Meu
pai escreveu no jornal "A Última Hora" do Samuel Wainer, onde ele
trabalhava, que a Globo botou a Sônia Braga dois meses tomando sol pra ficar
escura, em vez de chamar uma mulata pra fazer "Gabriela". A Globo não
gostou. Os "poderosos" da Rede Globo não gostaram. Fizeram ameaças, juraram
de morte. Em fim, a Globo não dava mais. Quando ele tava por lá, ele bem que
quis escrever novela. Afinal, eu queria dinheiro pra comprar tênis, disco,
guitarra. Mas novela de puta, cafetão e cigano sem dente? Não, novela de
puta, cafetão e cigano sem dente não dá. Se fosse cigano com dente,
musculoso e mau ator, aí dava. Agora, cigano sem dente, pobre e fudido, não
dá. Então não dá. "Na televisão brasileira, artista estrangeiro morto
trabalha mais do que artista brasileiro vivo." Tudo bem, não podia fazer
peça de puta porque a ditadura não gostava, não podia novela de cigano
pobre, fudido e sem dente porque a T.V. não queria. Então o que que podia?
Não podia nem chamar a Rede Globo de racista, nem nada. A sinopse que ele
fez pra uma novela quando finalmente a Globo chamou ele, era de uma tribo de
ciganos que estupravam as filhas dos empresários e...bem, não aprovaram. E
as portas iam se fechando. E a ditadura ali, descendo o cassete. E eu queria
o meu tênis "All Star"! "Pai, porra, pai, eu quero dinheiro pra comprar time
de botão!" Mas enquanto os "poderosos" iam dizendo: Não! Não! Não! Ele ia
ganhando o respeito dos humildes de coração, um "povo que berra da geral sem
nunca influir no resultado", um povo fudido, os marginais, as putas, os
ciganos sem dente, os presidiários, um povo que não aparecia na T.V. "Pobre
na Rede Globo almoça e janta todo dia". Pobre na Rede Globo tem dente,
favela na Rede Globo não tem rato. Esse povo não era o povo dele. O povo
dele era entre outros, os sambistas, não esses de agora, de terno Armani,
cercados de loiras recauchutadas, mas, os sambistas das escolas de samba de
São Paulo. Os sambistas marginalizados, os que nunca gravaram CD. O Zeca da
Casa Verde, o Talismã, o Jangada, o Toniquinho Batuqueiro, o Geraldo Filme,
enfim, os que morrem na merda. "Silêncio, o sambista está dormindo, ele foi,
mas foi sorrindo, a notícia chegou quando anoiteceu...".
Então a solução era fazer show com os sambistas. Meu pai contava histórias e
os sambistas cantavam suas músicas. Mas os sambistas eram crioulos. Negros?
Negro não podia. Em plena ditadura, Plino Marcos e "a negrada"? Que papo é
esse? Poder, podia, mas ninguém queria ver. "A burguesia não me quer", ele
dizia. Não podia peça de puta e novela de cigano sem dente pobre e fudido,
não podia dizer que a Globo era racista e ninguém queria ver show com "a
negrada". Então o que que podia? "Pai, me dá dinheiro pra comprar figurinha
do álbum Brasil Novo!"
A ditadura quando eu tinha 7 anos tava em todo lugar, em cada esquina, no
meio de cada casal que fazia "amor com medo", nos porões do Doicodi e nas
torturas atrozes que muitos sofriam e eu lá: "Pai, me leva na Expoex, pai,
me leva na Expoex! A Expoex é a exposição do exército! Eu quero ver os
soldados, pai! Eu quero ver os tanques!" E ele me levava. Senão eu chorava.
Eu chorava se eu fosse censurado e não pudesse ver a Expoex.
Quando eu tinha uns 12, 13 anos, lá estava o ônibus da escola pronto pra
partir pra Porto Seguro com todos os meus amiguinhos dentro e os pais, do
lado de fora, dando tchauzinho. E um amiguinho meu perguntou: "Quem é seu
pai?" Eu não tive dúvida: "Meu pai é aquele!" E o meu amiguinho: "Aquele de
terno e gravata? Aquele que tá conversando com o meu pai?" E eu: "É,
aquele." O meu amiguinho gritou: "Pai, esse aí é o pai do Leo!" E a
professora ouviu. Não, meu pai não era aquele de terno e gravata. Meu pai
era outro. Era o que todo mundo tava chamando de mendigo. Meu pai era aquele
de macacão e chinelo! Gordo de macacão e chinelo! "O pai do Leo é mendigo, o
pai do Leo é mendigo!" Afinal, quem trabalha tem que usar terno e gravata.
Naquela época, um moleque de 12, 13 anos, era um tapado. Ou isso era
característica minha? "Pai, por que você não trabalha? Pai, por que você
dorme até meio dia? Pai, por que o pai do Paulinho tem carro e você não? Por
que você chega de madrugada em casa? Pai, por que você anda de macacão e
chinelo? Pai, me dá dinheiro pra comprar..." E o meu pai me dava dinheiro.
Eu estudava em escola de "burguês". Eu estudei nas "melhores escolas". E
olha que o meu pai odiava escola. "A cultura nas mãos dos poderosos
constrange mais do que as armas; por isso, a arte e o ensino oficiais são
sempre sufocantes", ele dizia. Ele saiu da escola na 4ª série do primário.
Ele era canhoto. Na escola, as professoras o obrigavam a escrever com a mão
direita. Ele fugiu da escola, ele sempre foi da esquerda. Era chamado de
analfabeto. Com 21 anos escreveu "Barrela!". "Me chamavam de analfabeto,
como se isso fosse privilégio meu, neste país." Meu avô queria que ele
trabalhasse no Banco do Brasil, mas ele queria é subir num banco no meio da
praça e fazer números de palhaço. A família chegou até a pensar que ele era
débil mental. Meu pai foi pro circo. Ele amava o circo. Foi ser palhaço de
circo. Era o palhaço Frajola. A escola dele era o circo, a minha era escola
de "burguês". Mas como ele pagava a minha escola?
Foi preso, foi solto, ameaçado, escrevia em jornais e revistas, quase todos
que existiam. Foi despedido de todos. A censura não queria meu pai
escrevendo em lugar nenhum. O que fazer? Sair do país? Ele não falava
direito nem o português. O que fazer? "Pai, me dá dinheiro pra comprar uma
calça Soft Machine!".
Uma vez o meu pai tava com uma dívida muito grande, tava com dificuldade de
pagar as prestações de um apartamento que ele comprou pra gente. Daí um belo
dia a Ford ligou pra ele, convidando pra fazer um comercial. Era uma puta
grana, dava pra pagar as dívidas e ficar bem tranqüilo por uns tempos. Meu
pai não fazia comercial.
Foi vender livro na rua. Nas portas dos teatros, nas portas das faculdades,
nos bares. Foi vender livro na porta de teatros aonde se apresentavam
artistas piores do que ele. Ele mesmo editava os livros, ele mesmo ia
vender. E podia? Não. Não podia. Várias vezes ele foi expulso pelo "rapa"
como um camelô comum. E ele chorava? "Perseguido, o caralho! Eu não sou
nenhum mosca-morta. Eu fiz por merecer. Fui uma pessoa que aproveitou bem a
fama. Eu apedrejei carro de governador, quebrei vidraça de Banco. Foi uma
farra. Não teve mau tempo." Tinha. Tinha mau tempo, mas ele não reclamava,
eu nunca ouvi o meu pai reclamando da vida. Eu nunca ouvi o cara dizer que a
vida tava difícil, ou que era "foda". Não. Ele só reclamava das injustiças.
Ele berrava contra as injustiças, os preconceitos, a apatia. Meu pai é o
Plínio Marcos, porra! Bela merda, tem gente que nunca ouviu falar. Pra
muitos era só um fudido que não deu certo na vida, andando feito mendigo
pelo centro da cidade. Já morreu. Não era melhor do que ninguém. (Não?)
"Tudo se consegue com esforço; não se chega a lugar nenhum sem caminhar."
Com 15 anos eu quis sair da escola. Ele disse: "Sai logo dessa merda, eu te
sustento até você encontrar sua vocação!" Eu saí, eu saí daquela merda na
metade do 1º colegial. Acho que qualquer ser humano com o mínimo de
sensibilidade, sabe: o ensino do jeito que é, faz mal pra saúde.
Eu devia ter uns 17 anos, era de madrugada. Eu morava com ele. Eu tava na
mesa da sala com o violão, triste, querendo encontrar a minha vocação, sem
saber o que dizer, inibido, pensando em todos os artistas que eram muito
melhores do que eu. Meu pai levantou pra tomar água, me viu ali, não disse
nada. Foi até o escritório, voltou com um livro e leu um poema pra mim. "O
corvo" do Edgar Allan Poe. Não disse nada, só leu a poesia. Não foi o
conteúdo, foi o tom da voz dele, aquela voz doce que ele tinha. Ele
declamava e eu ouvia como se ele me pegasse no colo. Foi dormir e me deixou
ali, ouvindo o corvo dizer: "para sempre!". Eu virei escritor, com 21 anos
escrevi "Dores de Amores". Meu pai era um incentivador, idolatrava os
filhos. Queria ser mergulhador só porque o Kiko, meu irmão, é. A Aninha,
minha irmã, era tudo pra ele. Eu fiz vários shows com ele, pelas faculdades,
pelos teatros, pelos bares. Ele contava histórias e eu tocava violão. Meu
pai era generoso, violento, essencial, amava, amava tanto as pessoas que
chegava mesmo a odiá-las. Lutava, berrava e me acordava. Meu pai não me
deixou apartamento, carro, dinheiro, bicicleta. Nem o chinelo dele me serve.
Eu tive e tenho que ganhar o meu próprio dinheiro. Até hoje, muito pouca
gente quer montar as suas peças e muito pouca gente quer assistir. Meu pai
já não precisa mais vender livro na rua, pra quem não quer comprar, ou pra
quem compra só pra "ajudar". O que eu mais queria é que ele me ouvisse
agora: "Pai, você não me deixou nada que se possa enxergar. Nem carro, nem
apartamento, nem bicicleta, nem chinelo. Me deixou a sua indignação, um
pouco do seu temperamento, a lembrança de ver você acordando todo dia com
uma puta força de vontade, com uma puta vontade de viver, sempre alegre,
sempre fazendo piada das próprias desgraças, sempre dando tudo que ganhava
pros filhos, sem nunca acumular porra nenhuma." E se ele me escutasse ele
diria, com um sorriso malandro sem dentes, segurando as lágrimas: "Ê, Leo
Lama!" Meu pai não sabia receber elogios. Mas se ele me ouvisse agora, eu
diria:
Pai, eu preciso te contar, no seu velório foi muita gente, pai. No seu
velório, estiveram os maiores artistas do país. Médicos, políticos,
advogados, empresários, fãs, gente do povo, crianças e os sambistas. Os
sambistas cantaram sambas em sua homenagem, pai. Suas mulheres, seus amigos,
seus inimigos, todos nós, todos nós te aplaudimos quando o seu caixão foi
colocado em cima do carro de bombeiro. Eu tava segurando uma aba, o Kiko
outra. Você foi cremado, pai. Seus amigos fizeram discursos emocionados,
disseram: "Plínio Marcos, um grito de liberdade!" Nós jogamos suas cinzas no
mar de Santos. Na ponta da praia, onde você passou sua infância. O
Jabaquara, seu time, ficou na porta do pequeno estádio, uniformizado, com a
mão no coração, vendo o cortejo passar. O povo na areia batia no surdo e
entoava um canto mudo no crepúsculo santista e nós no barco deixávamos você
escorrer pelos nossos dedos como se você nem tivesse existido. Eu ainda quis
te achar no meio do mar, mas de repente já era só o mar. E você foi, como
todo mundo vai.
É isso aí, pai: tanta gente te amava. Você sabia? Acho que ninguém te amou
tanto como a minha mãe. O amor dela ecoa em mim.
Mas, e eu, pai? E eu? Será que eu vou ter a mesma fibra que você? Eu não
gosto de viver como você gostava. Eu não tenho a sua coragem. "A poesia, a
magia, a arte, as grandes sabedorias não podem habitar corações medrosos."
Eu acho que eu vou me vender, pai, eu acho que eu já sou um vendido. Eu só
queria ser essencial, essencial como você. É difícil. Eu reclamo. A vida tá
uma bosta! Tá difícil de encontrar pessoas essenciais, pai. As pessoas só
falam e pensam no que é supérfluo. Eu não tenho assunto. Eu me sinto
sozinho. Eu não sei sobre o que escrever. O mundo tá se destruindo, tem
muita gente fudida, tem muitas festas e muita fome. Que indecência, pai, que
vergonha que eu sinto desse tempo que eu vivo. Eu sei que você não tem saco
pra choramingo, pai, mas me deixa desabafar, pai, só hoje, me deixa te falar
sobre o sonho dessa gente, você sabe, essa gente, os "homens-pregos", fixos
no mesmo lugar. Essa gente quer ter carro, pai, casa com piscina, essa gente
quer ser rica e famosa, essa gente quer ser musculosa e quer ter bunda, essa
gente diz que acredita em Deus e fode ele, essa gente não quer ser
essencial, pai, essa gente... essa é a minha gente, pai, às vezes eu me olho
no espelho e me acho parecido com essa gente. Me perdoa.
Um beijo do seu filho, Nado, que ainda usa o nome artístico que a gente
inventou juntos: Leo Lama


sábado, 29 de maio de 2010

[Carta O BERRO] VÍDEO DITADURA, NUNCA MAIS - Vanderley - Revista

PANFLETÃO ELETRÔNICO
O vídeo DITADURA, NUNCA MAIS é um panfletão eletrônico de 5 minutos. A sua construção observou três eixos:
1- A memória da Ditadura Militar no Brasil
2- A necessidade de se manter uma constante vigilância para se garantir a liberdade e a democracia
3- Mostrar que a luta continua:
PELA CONSOLIDAÇÃO DA DEMOCRACIA:
- Abertura de todos os arquivos da repressão
- Responsabilização dos torturadores e assassinos da ditadura
- Instalação de uma Comissão da Verdade e da Justiça
- Pela descriminalização dos movimentos sociais
CONTRA A EXCLUSÃO SOCIAL:
- Por Justiça e pelo pão
- Pela Reforma Agrária
- Por saúde e educação
Por favor, divulgue o nosso vídeo. Mande-o para a sua lista de e-mail. Tem gente que ainda acha que a ditadura foi uma "ditabranda". Tem gente que nem sabe que vivemos uma dura época de ditadura militar. Para conseguirmos o pouco de democracia que temos hoje foi necessário muito suor, lágrima e sangue de inúmeros brasileiros.
Narciso Pires
Presidente do Grupo Tortura Nunca mais - Paraná

“VOCÊ É UM PÉSSIMO PRESIDENTE, MAS UM NOTÁVEL SER HUMANO” por Laerte Braga

A frase é do jornalista Clóvis Rossi e foi dita ao presidente Luis Inácio Lula da Silva em meio a uma despedida. O jornalista sofreu uma queda num dos atos a que o presidente compareceu em sua última viagem ao exterior e relata num artigo tudo o que se seguiu ao fato.
No artigo de Clóvis Rossi há uma ressalva em torno da frase, lógico. Ao terminar o relato dos acontecimentos, dos socorros que lhe foram prestados pelo médico do presidente, pelo pessoal do Itamaraty, até a visita de Lula a ele e o envio de uma quentinha contendo uma paella, o jornalista afirma “tanto que me despedi brincando”.
Numa outra direção, se tirarmos a frase de um contexto estrito, o acidente que resultou no tombo de Clóvis Rossi, vamos encontrar uma percepção linear sobre a figura do presidente da República. Um ser humano.
Quando Luís Eduardo Magalhães, filho do senador Antônio Carlos Magalhães, faleceu vítima de um mal súbito cardíaco, o presidente da República, à época Fernando Henrique Cardoso estava em visita à Espanha. Recebeu ali a notícia da morte do deputado.
ACM era o principal aliado de FHC no Congresso e naquele momento útil ao processo de privatização do Brasil. Para a noite daquele dia estava previsto um encontro de FHC e o rei Juan Carlo.
A primeira providência de Fernando Henrique ao saber da morte de Luís Eduardo Magalhães foi reunir sua assessoria e avaliar se deveria ou não interromper a viagem, retornar ao Brasil, participar do velório e do enterro do filho de ACM. Medir o impacto de sua ausência, isso em relação a ACM e a necessidade de ter o senador como aliado no Congresso, ou não vir, enviar um representante por estar no exterior.
Quem se reportar ao noticiário do fato à época vai encontrar essa contradição fria de FHC. Devo ou não devo, quanto vale ACM em termos do projeto político tucano? A decisão teria que ser rápida. O noticiário que jornalistas que acompanhavam o presidente no exterior enviavam mantinha o suspense até que ao final FHC comunicou ao governo da Espanha que teria que vir ao Brasil diante da morte do filho de um importante aliado e retornaria em seguida para o encontro com o rei.
O que fez FHC decidir por vir foi a relação custo benefício, só isso. Nenhum sentimento de solidariedade, respeito, coisa assim.
Não é um ser humano. Ao contrário, é alguém desprezível, bem definido por Millôr Fernandes – “Fernando Henrique pensa que FHC é superlativo de PhD”.
Essa mesma característica, que é típica de pessoas perversas, arrogantes, pode ser registrada no dia em que policiais militares do Pará e pistoleiros contratados por latifundiários promoveram o massacre de Eldorado do Carajás. Assim que tomou conhecimento da boçalidade, disse que “quem procura acha e que os camponeses eram os culpados”. À noite, informado da repercussão negativa no exterior, da reação até de governos de países europeus sobre o massacre, mudou os termos de sua declaração. “Foi um ato de violência e vamos investigar até as últimas conseqüências”.
Há cerca de dois dias o candidato tucano e cria de FHC, José Arruda Serra chamou disse que o governo boliviano “fez corpo mole” em relação ao tráfico internacional de drogas. Referia-se a Evo Morales, presidente que não agrada a empresa ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A, da qual Arruda Serra é um dos principais funcionários no Brasil.
No dia seguinte, ao ser questionado sobre a exibição de sua imagem no programa da quadrilha DEM (alguns insistem em chamar de partido), em flagrante desrespeito à legislação eleitoral, disse o seguinte –“não é problema meu, foi o DEM que usou as imagens”.
Não é um ser humano.
Na cidade mineira de Juiz de Fora, uma das maiores do estado de Minas, cerca de 600 mil habitantes, menos de 200 quilômetros do Rio e pouco mais de 200 quilômetros de Belo Horizonte, o prefeito Custódio Matos, ex-deputado, ex-líder da bancada do PSDB na Câmara Federal, há cerca de uns catorze anos atrás, em campanha para tentar eleger seu sucessor, tomou conhecimento que uma pessoa havia morrido sem atendimento médico dentro de um posto de saúde da Prefeitura.
Questionado pelos jornalistas, respondeu irritado que “todo dia morre gente, foi só mais uma morte”.
Esse mesmo Custódio, envolvido no mensalão do senador Eduardo Azeredo, recorreu agora ao Tribunal de Justiça de Minas – e pior conseguiu – contra decisão de primeira instância que determinava o fornecimento de um medicamento específico a uma criança que, sem esse medicamento corre risco de vida.
Não é um ser humano.
Tucanos não são humanos. São aberrações e se manifestam assim na absoluta frieza e falta de princípios, dignidade, o que quer que seja em relação ao que não se lhes interesse, ou se lhes diga respeito.
No caso de FHC ele veio ao Brasil, participou das cerimônias de sepultamento do deputado Luís Eduardo Magalhães e retornou à Espanha. No caso de José Arruda Serra o candidato presidencial teve uma crise histérica ao ouvir de um assessor que o ex-governador de Minas, seu companheiro de partido, não aceitaria ser seu companheiro de chapa por vários motivos, um deles o seguinte – “se eu sou tão bom assim como eles dizem, o candidato a presidente deveria ser eu e não ele”
É que Arruda Serra afastou Aécio da disputa interna dentro do partido valendo-se de chantagens, ameaças, coisas típicas de tucano. E Aécio sabe disso.
No caso do prefeito de Juiz de Fora os cofres da Prefeitura estão lotados de recursos por conta de um aumento imoral do IPTU (há casos de aumento superior a 80%, com argumentos de reavaliação da área, essa conversa de tucano para meter a mão no bolso alheio). Entrou em choque com os servidores públicos que reivindicavam aumento mínimo diante da realidade, um dos seus esbirros, Vítor Valverde, ameaçou colocar a tropa na rua (tem complexo de general, comanda a Guarda Municipal) para reprimir servidores grevistas, a propina geral anda em torno de um milhão, no mínimo, por mês e é repartida com o ex-prefeito Alberto Bejani (aquele que foi preso pela Polícia Federal) e vai gastar os recursos públicos na campanha de seu rebento, um vereador candidato a deputado estadual.
Já a menina que necessita do medicamento, vital à sua sobrevivência, naturalmente vai dizer que “todo dia morre gente é só uma morte a mais”.
São crápulas lato senso.
A constatação do jornalista Clóvis Rossi sobre Lula ser “um notável ser humano”, dá a medida da diferença entre seres humanos, movidos a solidariedade, respeito, princípios, dignidade, e tucanos. E é um viés claro para explicar a popularidade do presidente da República. Ao contrário de FHC, ao lado de Paulo Maluf, os políticos mais rejeitados do Brasil.
Lula e humano, tucano não. DEM é só uma quadrilha, como o PPS de Roberto Freire. De quem dá mais, catando as migalhas, agora com a presença de Roberto Jéferson e seu PTB.
Um dos grandes dilemas do mundo contemporâneo e que tem preocupado pensadores, cientistas, compositores, o próprio ser esmagado na realidade brutal do noeliberalismo isso em todos os cantos é, exatamente, a desumanização do ser, sua transformação em mero objeto. José Ramalho fala isso numa de suas músicas “gado tangido”.
Gonzaguinha fez duas ou três músicas sobre o mesmo tema.
É como se uma invasão de robôs frios, insensíveis, cruéis, perversos, via mídia, no processo permanente de alienação do ser humano, estivesse se materializando. Na verdade e no caso do Brasil, são tucanos.
O jornalista Clóvis Rossi talvez não tenha percebido o alcance e o sentido amplo de sua afirmação. “Um notável ser humano”.
Mas é a diferença que existe entre um ser humano, Lula e seres frios e desumanos, FHC, Arruda Serra, Custódio, tucanos enfim.
A opção que os brasileiros vamos fazer é por aí. Ou somos humanos, ou vamos nos deixar ser conduzidos e transformados em gado de uma das mais repugnantes espécies políticas já produzidas em nossa história. Os tucanos.
O curioso disso é que Clóvis Rossi é jornalista da FOLHA DE SÃO PAULO. Um jornal de uma empresa que participou ativamente da repressão, da tortura e do assassinato de presos políticos à época da ditadura (emprestava seus caminhões para a desova de cadáveres). Uma empresa que detém o controle de um instituto de pesquisas, o DATA FOLHA e que omite dados significativos das pesquisas que faz e monta. Uma empresa que usa como slogan algo que sugira independência, “de rabo preso com o eleitor”, mas esconde que as pesquisas são pagas por tucanos no sentido amplo da palavra. Ou seja o rabo está preso sim e não é com o leitor. Mas com quem paga.
Tudo o que se move ao redor de José Arruda Serra.
Ah! Quando do chamado escândalo do painel do Senado, que envolvia os então senadores José Roberto Arruda e Antônio Carlos Magalhães, figuras proeminentes da base do governo FHC, o presidente de então já não precisava mais de nenhum deles, seu projeto estava praticamente implantado. Ao ser pedida sua opinião foi sucinto – “não é problema meu, é do Senado e o presidente não interfere nas decisões do Legislativo”. Tratou de impedir que a mídia, podre e venal, noticiasse o seu conhecimento do fato, o ter sido informado antes, o conhecer a priori a manobra e largou seus aliados à própria sorte.
Tucanos não são humanos e nem são notáveis.
Ou antes, quando seu amigo Caetano Veloso teve um problema na fronteira dos EUA com o México e ligou pedindo socorro. Mandou dizer que Caetano se virasse. É que, dias antes, o compositor e cantor havia feito algumas críticas ao governo de FHC e ele FHC imagina que é “Deus”.
Por ser humano e não ser tucano, é que Lula não é um péssimo presidente e tem um dos mais altos índices de aprovação dentre os presidentes brasileiros nos últimos tempos.
E por querermos continuar humanos, presumo pelo menos, é que José Arruda Serra não vai vencer as eleições. E nem é notável a despeito do esforço da grande mídia. É só uma figura repulsiva. Um tucano. Ou seja, “todo dia morre gente, é só uma morte a mais”.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A HIPOCRISIA ELEITORAL E OS DESATINOS DE ARRUDA SERRA - Laerte Braga

Justiça eleitoral é uma herança do período ditatorial de Vargas e funciona hoje como uma espécie de departamento de censura. Proibido para menores, para maiores, etc. As chamadas justiças especializadas não têm caráter democrático no seu todo, em sua história – exceto a Justiça do Trabalho até um determinado ponto –.

Eu me lembro de um juiz eleitoral com vocação para manchetes que no último dia da propaganda gratuita, numa eleição municipal, exigiu assistir previamente os programas a serem apresentados pelos partidos ou coligações. Cortou aqui, cortou ali, descaracterizou os programas, o princípio da propaganda eleitoral gratuita, para depois, na divulgação dos eleitos arrumar uma confusão sem tamanho, definindo como eleitos vereadores os mais votados esquecendo-se do caráter proporcional do modelo brasileiro.



Deu entrevista coletiva e tudo. Aí teve que desfazer.



Joga um fato como esse para um plano maior e temos a censura em forma de moralismo eleitoral, logo hipocrisia. Um entende dum jeito, outro compreende de outro e no fim uma guerra que ao invés de ter o caráter a que se propõe, permitir eleições livres democráticas, vale dizer troca de idéias, acaba por legitimar todos os golpes e fraudes de maior ou menor monta no processo eleitoral.



Sem falar que há inúmeros processos de eleições anteriores pendentes de julgamentos que nunca saem e não é por outra razão que não sejam os interesses de grupos, partidos, etc.



No último debate entre George Bush, o pai e Bil Clinton, Bush era o presidente, Clinton referiu-se ao adversário como “estúpido” – “é economia estúpido – e Bush apenas sorriu, pois de fato era e é um estúpido, aliás, são, pois é uma dupla, pai e filho.



Cínico por natureza, amoral, sem qualquer escrúpulo, sem respeito por nada que não seja em relação àqueles aos quais representa, o candidato José Arruda Serra apareceu, aos olhos da lei, de forma irregular no programa da quadrilha DEM (não é partido, partido político é outra coisa, o DEM é quadrilha).



Perguntado sobre o fato respondeu que não era problema dele, mas de quem fez o programa. Imagine um sujeito desses, desprovido de qualquer vestígio de dignidade, eleito presidente da República?



No dia anterior, em declarações a jornalistas, acusou o governo da Bolívia de “fazer corpo mole em relação ao tráfico de drogas para o Brasil”. Por que não o da Colômbia, identificado pelo Departamento de Combate às Drogas da empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A como responsável pelo maior volume de drogas que entra no Brasil? Ou que é exportado para o mundo inteiro?



Será que Arruda Serra não lê, ou não sabe (claro que sabe, mas a mentira é parte viva, genética de qualquer tucano) que o tráfico da Bolívia para outros países foi reduzido de forma intensa após a eleição de Evo Morales e a Colômbia, do traficante Álvaro Uribe é a senhora absoluta dos “negócios”?



Sabe e sabe muito bem. A preocupação dele com o tráfico de drogas é detalhe de campanha. Em seu desgoverno em São Paulo o índice de criminalidade aumentou de forma desmesurada. Mas o governo da Bolívia é soberano em relação a ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A e o da Colômbia não, é filial, ou base. E quem paga e financia o tucanato e o DEM no Brasil são eles, os acionistas da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.



Só isso. Falou uma besteira deliberadamente. Quem sabe a leitura correta dessas declarações seja a de que a campanha dele precisa de mais investimento dos patrões, falou para dentro, como se costuma dizer e ao mesmo tempo mostrou a subserviência?



Por que não? FHC vendeu o patrimônio público a preço de banana e o processo de reconstrução está custando os olhos da cara ao trabalhador brasileiro e nem chegou ainda a completar as estruturas, as bases. Setores essenciais da economia como os representados pela VALE, pela EMBRAER, pela telefonia, os serviços de produção e distribuição de energia continuam em mãos privadas. E lá se vai o que resta do petróleo privatizado pela metade (FHC não teve peito na hora agá de privatizar a PETROBRAS, essa é uma das missões de Arruda Serra), se o ex-governador de São Paulo for eleito (as chances são cada vez mais reduzidas, o Brasil está acordado).



É visível o descontrole de Arruda Serra e é clara tentativa de setores da Justiça Eleitoral de inibir os adversários de Arruda Serra, a presença do presidente Lula na campanha de sua candidata, a candidata do seu partido, Dilma Roussef, numa jogadinha suja, que produza manchetes para o JORNAL NACIONAL esbaldar-se nas “denúncias” de quebra das regras.



É como tentar colocar o processo eleitoral dentro de uma caixa e ali misturar as cartas de um jeito que os ases saiam todos com os donos e nesse caso Arruda Serra tem contado com forte apoio de boa parte da Justiça Eleitoral.



E não falo de servidores, esses são vítimas, é outra história.



É como a Justiça Militar. A esmagadora maioria dos processos que ali tramita se resolve sem problema algum dentro dos regulamentos disciplinares das respectivas forças, Aeronáutica, Exército e Marinha. Mas não, tem uma estrutura cara, porque desnecessária, vira festa.



Funcionou a todo vapor como tribunal de exceção à época da ditadura, isso sim.



Nessa guerra sórdida montada por setores da direita brasileira (eles não falam que são direita, no máximo de centro), por empregados e agentes da ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A é grande a parcela de responsabilidade do Congresso Nacional.



Não temos uma legislação eleitoral completa, a cada pleito surge uma regulamentação desse vazio jurídico. E não temos por que? Porque boa parte dos deputados e senadores não quer mudar coisa alguma, não quer organizar nada, quer tão somente manter intactos currais eleitorais e privilégios. Só, mais nada.



Aí deita rama e ganha espaço esse debate hipócrita sobre se isso é ilegal ou não, tudo convergindo para afastar Lula do processo e evitar que a popularidade do presidente, conseqüência principalmente da comparação de seus dois mandatos com os dois de FHC, se transfira a Dilma, na perspectiva, que sonham e desejam de interromper o processo de crescimento do Brasil, acima de tudo, de preservação da soberania nacional, da integridade de nosso território.



Vamos supor uma pane no sistema de urnas eletrônicas. Pronto, não tem eleição. Não há como salvar ou recontar votos. Os ministros do TSE e do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL entenderam que o sistema é perfeito e não há necessidade do voto impresso.



Se fraude houver a fraude fica.



Perduram, sem julgamento, as suspeitas, recheadas de indícios, num processo em que o tucano Teotônio Vilela Filho foi acusado de fraudar as referidas urnas e derrotar o adversário João Lira. Isso em 2006. Levou o governo de Alagoas.



É simples de entender. Se as excelências julgarem que o sistema foi fraudado, confessam que a tal perfeição não existe.



Como se vê a Justiça Eleitoral acaba se transformando num partido político, num departamento de censura, inibe o debate, tanto quanto permite que na legislação vigente, a fraude corra solta, caso de José Arruda Serra no programa do DEM.



O JORNAL NACIONAL, principal porta-voz da ESTADOS UNIDOS/ISRAEL TERRORISMO S/A deitou e rolou em cima da multa aplicada ao presidente da República por “propaganda fora da lei”.



Será que vai mostrar o cinismo revoltante do repulsivo José Arruda Serra ao dizer que não tem nada a ver com o DEM exibir sua imagem em um programa do partido, que a decisão foi do DEM?



Nem todo bandido é cínico, no máximo cara de pau, há uma tênue diferença entre um e outro, não tenham dúvidas. Mas todo tucano e todo DEM é bandido e cínico.



A luta entre o BRASIL e o BRAZIL tem essa pedra no meio do caminho. Essa hipocrisia, o falso moralismo da lei que não é lei, acaba sendo um vale tudo repugnante já que na cabeça de José Arruda Serra feio é perder (feio e causa um prejuízo danado ao esquema corrupto que o apóia), não importam os métodos para ganhar.



Atrás dele as elites quatrocentonas de São Paulo agora embebidas na contemplação da pirâmide do faraó Fernando Henrique Cardoso. E de joelhos diante das elites internacionais, ávidas de comprar o resto do Brasil, o que eles não tiveram tempo de vender.








COMO PENSAM AS ELITES ECONÔMICAS – A INTEGRAÇÃO LATINO AMERICANA - Laerte Braga

Na cabeça de um empresário como Antônio Ermírio de Moraes ser brasileiro é algo natural, como ser francês, inglês, alemão, desde que prevaleça um modelo político, econômico e social que não afete os seus negócios.
Ele e qualquer grande empresário ou qualquer corporação. Tanto faz que o presidente seja Barack Obama, ou tenhamos uma chanceler Angela Merkel, isso é o de menos. Elites econômicas são apátridas e não enxergam um milímetro sequer além dos seus interesses que, em última instância, são os interesses do império neoliberal que subjuga e se sustenta na exploração da maior parte das nações do mundo.
O jornal inglês THE GUARDIAN afirma em matéria dessa semana que o governo de Israel ofereceu armas atômicas ao regime branco para exatamente reprimir e impedir a perspectiva de democracia na África do Sul.

Está em
http://www.guardian.co.uk/world/2010/may/23/israel-south-africa-nuclear-weapons
ou
http://www.guardian.co.uk/world/2010/may/23/israel-south-africa-nuclear-weapons
Não se pode dizer que THE GUARDIAN seja “agente” do “terrorismo internacional”. A publicação está dentro dos padrões conservadores da Grã Bretanha e tem credibilidade junto às forças dominantes.
Alejandro Peña Escusa, um dos líderes da oposição a Chávez na Venezuela, usou a mídia privada – podre e venal como a do Brasil – para conclamar as forças de seu país a irem às ruas pedir a renúncia do presidente da República, eleito pelo voto direito, confirmado pelo voto direto, chamando atenção para o fato que o processo eleitoral não é o único instrumento para a luta das elites. E já antecipa a derrota eleitoral de seu grupo em setembro – eleições parlamentares –, quando denuncia o sistema eleitoral como “viciado”.
Consciente da força popular de Hugo Chávez os movimentos de oposição (banqueiros, especuladores, grandes corporações, mídia sob controle internacional) recomeçam com força total a pregação golpista. Sabem que a vitória parlamentar de Chávez – seu mandato termina em 2012 – ampliará as conquistas do regime bolivariano e estreitará a barbárie gerada pelo capitalismo neoliberal das elites venezuelanas.
Se essas elites vão ser governadas a partir de Miami, ou de Washington, pouco importa, importa que permaneçam intactos os seus privilégios, como importou a Israel oferecer ajuda aos brancos da África do Sul, regime nitidamente fascista.
Quando o presidente do Irã Ahmad Ahmadinejad afirma que o Holocausto não passa de uma farsa, não está dizendo que não existiu. Está afirmando que não é privilégio do povo judeu. Morreram nos campos de concentração de Hitler milhões de judeus, ciganos, negros, homossexuais, minorias étnicas e presos comuns, simples adversários do nazismo. Morreram nos campos de batalhas milhões de soldados para impedir o domínio nazista. Em vão. Vinte milhões de cidadãos da antiga União Soviética morreram para garantir a vitória contra o nazismo.
Os EUA e Israel formaram e formam atuando com força total o conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, sucessora da SPECTRE (James Bond acabou com a organização e a nova preenche esse espaço de terrorismo, extorsão, chantagem e vingança, princípios fundamentais do novo/velho conglomerado).
Qual a diferença entre o regime branco da África do Sul, que manteve Nelson Mandela preso por três décadas e o de Hitler? Ou do massacre imposto ao povo palestino pelo governo sionista de Israel?
Ou o campo de concentração de Guantánamo.
São reedições dos campos de Hitler.
O presidente Chávez da Venezuela baixou decretos para conter a especulação com dólares no mercado paralelo, com ações, toda aquela fantasia de bolsa de valores, onde o sujeito enrique num dia em meio a trampolinagens e doleiros.
Foi o suficiente para as elites se revoltarem e pedirem a renúncia de Chávez e a exigir “democracia”. Mas longe das urnas.
O acordo firmado pelo presidente Lula, o primeiro-ministro turco e o Irã refletiu a vontade do mundo, inclusive da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A nos comerciais entre as notícias mentirosas de cada JORNAL NACIONAL em cada William Bonner (são produzidos em série).
Só não interessava ao conglomerado terrorista (EUA/ISRAEL S/A). Uma coisa é defender a paz, outra coisa é viver da guerra, da barbárie imposta a outros povos. O imperialismo sustenta-se aí. Ou alguém acredita que a fome e toda a sorte de problemas que dizima o continente africano é produto da vontade dos africanos?
São políticas deliberadas. Postas em prática segundo as conveniências dos “negócios”.
A simples hipótese de um bloco político e econômico latino-americano, o que o general Colin Powell chamou de “mercado de um trilhão de dólares”, assusta o terrorismo econômico e militar de EUA e Israel.
Tanto quanto derrubar o governo do presidente Hugo Chávez e assim, no velho efeito dominó, o da Bolívia, do Equador, neutralizar a Argentina, o Uruguai, o Paraguai, recuperar o controle sobre a Nicarágua, El Salvador, destroçar Cuba e acima de tudo, impedir que o Brasil continue de pé, livre, soberano e senhor de seu destino de grande potência, elegendo aqui, em outubro, José Arruda Serra, velho funcionário da empresa com sede em Washington.
Quando Alejandro Peña Esclusa vai à mídia podre e venal controlada do exterior, da matriz e pede a derrubada do presidente Chávez, está apenas fazendo o que elites econômicas brasileiras, colombianas, argentinas, etc, fazem.
Não têm pátria. Não importa a Ermírio de Moraes que o governo tenha sede em Brasília ou em Washington, importa que “os negócios” fluam. Ou por outra, se as ordens vierem de Washington tanto melhor, elimina-se o risco Lula, o risco Dilma, o risco Chávez.
A grande maioria da opinião pública quando escuta falar em Somália, imagina piratas saqueando navios com bandeiras de nações democráticas. Por acaso alguém se pergunta sobre o lixo hospitalar despejado por países europeus em águas somalis? Lixo nuclear? Não fosse um tsunami a revirar o fundo do mar e trazer a tona esse lixo ninguém saberia. Mas os efeitos predadores sobre os somalis e o mundo se faziam e se fazem sentir.
O caminho para isso? Transformar os somalis em “piratas”.
Obama quer mandar mais cem mil homens ao Afeganistão. Está perdendo a guerra. Um atoleiro semelhante ao Vietnã. Neste mês de maio foram duas derrotas militares de vulto uma delas cedendo uma das maiores bases do terrorismo de EUA/ISRAEL S/A aos que lutam pela independência real do Afeganistão.
Os jornais norte-americanos dão conta que o número de mortes por conta do uso de heroína aumentou de forma assustadora nos EUA. A droga chega aos EUA através do Afeganistão. Não são poucos os soldados, oficiais e comandantes destituídos de seus postos por envolvimento com o tráfico, tal e qual na Colômbia, onde o presidente é um dos “filhos” de Pablo Escobar.
Paul Craig Roberts, ex-secretário assistente do Tesouro no governo Ronald Reagan (extrema-direita), em artigo publicado no jornal WASHINGTON TIMES, levanta sérias dúvidas sobre o 11 de setembro, as conclusões a que chegou o governo Bush. Deixa claro que tudo sugere que o atentado não passou de uma farsa e que cada vez aumenta o número dos que assim enxergam, pois pouco a pouco as mentiras do governo vão sendo descobertas.
O artigo pode ser lido em
http://globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=17821
Setores da chamada sociedade civil organizada nos EUA resistem às “verdades” do governo e vão desde engenheiros e arquitetos peritos (a queda das torres gêmeas) a bombeiros que se autodenominam “bombeiros da verdade”, pela simples constatação que vivem uma grande mentira. Não querem ser partícipes desse terrorismo com sede em Washington.
Craig, um homem do sistema, cita e mostra que os acionistas de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A necessitavam de um novo Pearl Harbour (ataque japonês de surpresa a essa base militar na IIª Grande Guerra) para justificar a guerra do Iraque, a guerra do Afeganistão, a nova onda de golpes na América Latina, a ofensiva contra o Irã e Israel, em si uma aberração se levarmos em conta que o estado judeu virou um estado nazi/fascista que não permite que judeus do porte de Noam Chomsky entrem em seu território por não aceitar as idéias arianas dos genocidas do povo palestino.
Em tempo algum desejaram a paz. Vivem da guerra. Como disse Lula, “tem gente que não vive sem inimigos, eu prefiro fazer amigos”.
Para as elites econômicas, em qualquer lugar do mundo, o que importa são os “negócios”.
No caso específico da América Latina, a integração dos países da região contraria interesses podres dessa gente que em si e por si é podre. Daí que figuras como Chávez vão ser sempre demonizados. Faz parte do processo de transformação do ser humano em objeto na escravidão que o capitalismo impõe.


sábado, 22 de maio de 2010

Atingidos pela Vale

Os mais de 160 participantes de diversos países reunidos entre os dias 12 e 15/04 no Rio de Janeiro para o I Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale elaboraram uma Carta Internacional na qual denunciam as ações da mineradora no mundo inteiro. Dentre as denúncias estão as violações aos direitos humanos, exploração de trabalhadores e trabalhadoras, precarização das condições de trabalho, destruição da natureza e o desrespeitto às comunidades tradicionais e periferias urbanas. A vida das comunidades, dos trabalhadores e trabalhadoras e de todo o planeta deve estar acima do lucro desenfreado das grandes empresas transnacionais. Atrás de uma falsa imagem verde e amarela, a Vale destrói e mata ecossistemas e comunidades inteiras, diz um trecho do documento.

Digite aqui o resto do post

sexta-feira, 21 de maio de 2010

UM SER HUMANO REVELA SUA DIGNIDADE NÃO QUANDO ESTÁ NO OÁSIS DOS APLAUSOS, MAS NO DESERTO DAS VAIAS - AUGUSTO CURY

ACORDO COM IRÂ FAZ EUA INTENSIFICAR CAMPANHA DE SERRA – OBAMA QUER BRASIL DE QUATRO - Laerte Braga

Uma das decisões dos executivos da empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, sucessora da SPECTRE, pegos de surpresa com o acordo firmado entre o Brasil, o Irã e a Turquia, é a de intensificar a campanha eleitoral do candidato José Arruda Serra, um dos mais qualificados funcionários da empresa em nosso País.
Nesse sentido, já como pontapé inicial, no próximo final de semana o INSTITUTO DATA FOLHA deve divulgar pesquisa montada para contrapor-se a de outro Instituto o VOX POPULI, que coloca a candidata do presidente Lula, Dilma Roussef à frente do agente José Arruda Serra. Em seguida, o mesmo deve ser feito pelo antigo IBOPE, hoje GLOBOPE.
A pesquisa em si é só uma reação ao impacto da virada de Dilma e dos riscos que isso representa para os “negócios” da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. Chantagem, terrorismo, extorsão e vingança.
A importância do Brasil que se limitava à América Latina, desde a posse do atual presidente Luís Inácio Lula da Silva expandiu-se e hoje o País exerce destacada liderança junto a nações independentes do bloco comandado por Washington. O acordo firmado pelo Brasil e a Turquia com o Irã foi a gota d’água para os executivos da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.

Por esse motivo empresas associadas e parte do grupo começaram a agir no Brasil onde detêm o controle da chamada grande mídia (GLOBO, VEJA, ÉPOCA, FOLHA DE SÃO PAULO, RBS e veículos regionais) e essa ação será ampliada em várias frentes. Desmoralizar e desqualificar a candidata Dilma Roussef. Aumentar os níveis de tensão artificialmente no campo, visando assustar a população das chamadas cidades grandes e de porte médio, notadamente a classe média. Cobrar via chantagens a posição de políticos e empresários brasileiros subordinados aos interesses da grande empresa – grande irmão se preferirem –.
Provocar pronunciamentos de chefes militares comandados a partir de Washington com os velhos receituários de perigo comunista, terrorismo, etc, a mentira repetida a exaustão até parecer verdade (como no caso das armas químicas e biológicas para justificar o assalto ao Iraque), todo o arsenal, que, costumeira e historicamente tem sido usado pela EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A para alcançar seus objetivos básicos.
No caso específico, o Brasil de quatro e o ministro das Relações Exteriores sem sapatos – como aconteceu no governo de FHC –, os memorandos emitidos em Washington rigorosamente cumpridos e dane-se o resto, vale dizer, o povo brasileiro.
A idéia de paz transformada em realidade possível no acordo Brasil, Irã e Turquia, era só uma jogada de Washington, para chegar às sanções contra o Irã e ao final à guerra, um dos principais “negócios” do complexo de organizações criminosas que detêm o controle acionário da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.
O presidente Lula disse hoje a jornalistas que não fez outra coisa a não ser o que o Conselho de Segurança da ONU desejava e outros não conseguiram – “levar o Irã à mesa de negociações” –. E foi mais além
“TEM GENTE QUE NÃO SABE FAZER POLÍTICA SE NÃO TIVER INIMIGO E EU FAÇO POLÍTICA FAZENDO AMIGOS”
Temerosos que o Brasil persista em sua postura independente, não se submetendo ao controle de Washington, a empresa Chlopak, Leonard, Schecther y Associados (CLSA), com sede na capital norte-americana, foi acionada pelo principais executivos da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A para assumir a campanha de José Arruda Serra. Obama supunha que Lula seria vítima da armadilha que o Departamento de Estado colocou diante do brasileiro. Obter um acordo com o Irã.
Como Lula conseguiu e esse acordo era a última coisa que os EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A queriam, a saída é desqualificar o acordo, arrostar falta de confiança no Irã e em todo esse processo acionar os veículos de comunicação no Brasil sob controle da empresa para buscar eleger José Arruda Serra de qualquer forma.
A empresa é braço da CIA – AGÊNCIA CENTRAL DE INTELIGÊNCIA DOS EUA – e teve atuação recente no golpe de Honduras.Todo o noticiário dirigido a jornais, rádios, tevês e revistas favoráveis ao golpe que derrubou o presidente constitucional do país Manuel Zelaya era produzido pela CLSA e distribuído entre outros, a GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, etc.
Seu papel é exatamente esse. Passando-se por uma agência de relações públicas atua em países latino-americanos criando fatos, distorcendo realidades, gerando versões, assessorando políticos cooptados (caso de José Arruda Serra, dos braços PSDB, PPS, DEM e outros) e o principal fator, ou um dos principais, criar o temor de ditadura militar através de generais e oficiais superiores das três forças subordinados a EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, no caso do Brasil, a maioria da oficialidade, tal e qual em 1964.
Por trás da rejeição de Obama ao acordo e da proposta de sanções contra o Irã, dois aspectos saltam aos olhos de imediato. O primeiro deles o fato da empresa sucessora do SPECTRE (terrorismo, chantagem, vingança e extorsão), ter deixado de ser o eixo uma negociação de suma importância, levando-se e conta que o plano básico implica nas sanções e em uma seguida ação militar contra o Irã. O acordo frustra esse objetivo e pela primeira vez nos últimos anos tira um dos mais importantes acionistas da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A do centro dos acontecimentos.
Segundo, coloca o Brasil em posição de negociador privilegiado no mundo de hoje e abre perspectivas para que a liderança regional do País (América Latina) venha a se transformar, com a eventual eleição de Dilma, num bloco econômico capaz de contrapor-se às duas maiores forças atuais. A EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A e a COMUNIDADE EUROPÉIA, ampliando essa força regional dando-lhe, como agora na obtenção do acordo com o Irã, peso mundial.
É literalmente jogar o Brasil para escanteio. E não foram outras as razões que fizeram o funcionário da empresa e candidato presidencial José Arruda Serra a fazer pesadas declarações contra o MERCOSUL em visita a Porto Alegre. Países que têm estreitas relações com os integrantes do MERCOSUL, caso de Espanha e Portugal, já manifestaram seu repúdio às posições de Arruda Serra.
O embate que se trava na ONU em torno de sanções contra o Irã em seguida ao acordo firmado pelo Brasil, Turquia e o próprio Irã, se estende ao Brasil e, nesse contexto, domar um País que ganha força de potência mundial é fundamental para a EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. José Arruda Serra, como foi FHC, é o homem deles.
Aos brasileiros vai caber decidir se preferem continuar como tal, ou se caem de quatro e passam a grafar o nome do país com Z – BRAZIL –. Da mesma forma que o Irã, o Iraque, somos detentores de grandes reservas de petróleo. A fome do império terrorista de EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A não tem limites. E nem escrúpulos.
E muito menos os que servem a ele.
Uma das operações costumeiras da empresa destacada para viabilizar a campanha eleitoral de José Arruda Serra é o tráfico de urânio através dos barões da droga. O fato foi denunciado pelo jornal norte-americano THE WASHINGTON POST, isso em 2006.
O slogan “nós podemos mais” repete o de Obama, “Yes, we cant” – sim, nós podemos” – e foi montado pelos vários departamentos da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A, dentre eles a empresa CLSA.
O que está em jogo é muito mais que o tratado obtido pelo presidente Lula e pelo primeiro-ministro turco. O que está em jogo é o Brasil.
Somos uma nação soberana e independente, ou somos um apêndice da EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.


quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ajude a acabar com a prática de testar produtos em animais. Como? Essa lista já ajuda: http://www.pea.org.br/crueldade/testes/naotestam.htm
Contamos com a vossa ajuda. Barbet

Carta O BERRO] Apesar de Você - os caminhos da justiça - Lançamento Documentário - Vanderley - Revista

Este documentário, realizado pelo Marcelo Zelic, do GTNM/SP, é fundamental para compreensão da luta que travamos contra a impunidade dos torturadores do regime militar desde 1964. Queremos justiça. Queremos a verdade!
A luta continua.
Eli.
Venho através desta informar aos parceiros que assinaram o documentário Apesar de Você - os caminhos da justiça, que será lançado no sitio do Paulo Henrique Amorim. Assinaram o documentário a Ordem dos Advogados do Brasil, Associação Juízes para a Democracia, Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, Grupo Tortura Nunca Mais -SP, Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, Associação dos Magistrados do Brasil, União Nacional dos Estudantes e o Projeto Memórias Reveladas do Arquivo Nacional.
Para acessar o filme: http://videotecavirtualbnm.blip.tv/
Digite aqui o resto do post

O IMPÉRIO MANDA, AS COLÔNIAS OBEDECEM - [Carta O BERRO] - artigo de Frei betto e joao pedro stedile,sobre acordos com iran. Jornal do brasil, 19 de maio 2010

Após a Segunda Guerra Mundial, quando as forças aliadas saíram vitoriosas, o governo dos EUA tentou tirar o máximo proveito de sua vitória militar. Articulou a Assembléia das Nações Unidas dirigida por um Conselho de Segurança integrado pelos sete países mais poderosos, com poder de veto sobre as decisões dos demais.
Impôs o dólar como moeda internacional, submeteu a Europa ao Marshall, de subordinação econômica, e instalou mais de 300 bases militares na Europa e na Ásia, cujos governos e mídia jamais levantam a voz contra essa intervenção branca.
O mundo inteiro só não se curvou à Casa Branca porque existia a União Soviética para equilibrar a correlação de forças. Contra ela, os EUA travaram uma guerra sem limites, até derrotá-la política, militar e ideologicamente.
A partir da década de 90, o mundo ficou sob hegemonia total do governo e do capital estadunidenses, que passaram a impor suas decisões a todos os governos e povos, tratados como vassalos coloniais.

Quando tudo parecia calmo no império global, dominado pelo Tio Sam, eis que surgem resistências. Na América Latina, além de Cuba, outros povos elegem governos antiimperialistas. No Oriente Médio, os EUA tiveram que apelar para invasões militares a fim de manter o controle sobre o petróleo, sacrificando milhares de vidas de afegãos, iraquianos, palestinos e paquistaneses.

Nesse contexto surge no Irã um governo decidido a não se submeter aos interesses dos EUA. Dentro de sua política de desenvolvimento nacional, instala usinas nucleares e isso é intolerável para o Império.

A Casa Branca não aceita democracia entre os povos. Que significa todos os países terem direitos iguais. Não aceita a soberania nacional de outros povos. Não admite que cada povo e respectivo governo controlem seus recursos naturais.

Os EUA transferiram tecnologia nuclear para o Paquistão e Israel, que hoje possuem bomba atômica. Mas não toleram o acesso do Irã à tecnologia nuclear, mesmo para fins pacíficos. Por quê? De onde derivam tais poderes imperiais? De alguma convenção internacional? Não, apenas de sua prepotência militar.

Em Israel, há mais de vinte anos, Moshai Vanunu, que trabalhava na usina atômica, preocupado com a insegurança que isso representa para toda a região, denunciou que o governo já tinha a bomba. Resultado: foi sequestrado e condenado à prisão perpetua, comutada para 20 anos, depois de grande pressão internacional. Até hoje vive em prisão domiciliar, proibido de contato com qualquer estrangeiro.

Todos somos contra o armamento militar e bases militares estrangeiras em nossos países. Somos contrários ao uso da energia nuclear, devido aos altos riscos, e ao uso abusivo de tantos recursos econômicos em gastos militares.

O governo do Irã ousa defender sua soberania. O governo usamericano só não invadiu militarmente o Irã porque este tem 60 milhões de habitantes, é uma potência petrolífera e possui um governo nacionalista. As condições são muito diferentes do atoleiro chamado Iraque.

Felizmente, a diplomacia brasileira e de outros governos se envolveu na contenda. Esperamos que sejam respeitados os direitos do Irã, como de qualquer outro país, sem ameaças militares.

Resta-nos torcer para que aumentem as campanhas, em todo mundo, pelo desarmamento militar e nuclear. Oxalá o quanto antes se destinem os recursos de gastos militares para solucionar problemas como a fome, que atinge mais de um bilhão de pessoas.

Os movimentos sociais, ambientalistas, igrejas e entidades internacionais se reuniram recentemente em Cochabamba, numa conferência ecológica mundial, convocada pelo presidente Evo Morales. Decidiu-se preparar um plebiscito mundial, em abril de 2011. As pessoas serão convocadas a refletir e votar se concordam com a existência de bases militares estrangeiras em seus países; com os excessivos gastos militares e que os países do Hemisfério Sul continuem pagando a conta das agressões ao meio ambiente praticadas pelas indústrias poluidoras do Norte.

A luta será longa, mas nessa semana podemos comemorar uma pequena vitória antiimperialista.

Frei Betto é escritor

João Pedro Stédile integra a direção da Via Campesina


A VITÓRIA DA DIPLOMACIA BRASILEIRA SOBRE A BOÇALIDADE DA EMPRESA EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A - Laerte Braga

O acordo firmado entre os governos do Brasil, do Irã e da Turquia sobre o uso de energia nuclear pelos iranianos joga por terra toda a esperança do conglomerado empresarial EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A de mais uma guerra, onde possam usar armas químicas, biológicas, matar crianças, idosos, mulheres, tudo em nome da democracia, da paz, da liberdade, etc e principalmente, mostra ao mundo que a paz em seu sentido não pleno passa, necessariamente, por aquele conglomerado de empresas, bancos e boçais fardados.
As declarações da secretária de Estado da empresa (EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A) que tem dúvidas sobre se o Irã pretende cumprir o acordo ou se o acordo atende à “comunidade internacional”, tem o tamanho da frustração. O mesmo quando o ministro do exterior da mesma empresa na filial de Israel diz que o Irã “manipula o Brasil”.
Eu não sei a essa altura do campeonato se o prêmio Nobel da Paz tem o significado que chegou a ter em determinados momentos de sua história. O laurel, como dizem, encerra algumas contradições e uma delas foi a concessão a Barack Obama, ano passado de tal honraria. Não sei até hoje o que Obama fez pela paz.

Em 2003 inspetores da Agência Internacional de Energia Nuclear das Nações Unidas declararam em documento oficial que não havia provas da existência de armas químicas e biológicas no Iraque e tampouco de atividades voltadas para o desenvolvimento de armas nucleares.
Em 2002, um ano antes da invasão norte-americana àquele país, o presidente da AIEN das Nações Unidas era o embaixador brasileiro José Maurício Bustani, hoje embaixador do Brasil em Londres. Bustani reforçou já àquela época, os primeiros relatórios sobre as tais armas químicas e biológicas (foram fornecidas pelos EUA para a guerra contra o Irã) e isso desagradou a empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.
Uma farsa com a concordância do governo do Brasil, FHC, resultou numa convocação geral da Assembléia dos países membros da Agência. Muitos deles sem direito a voto, pois em atraso com suas contribuições. Bustani era o primeiro adversário a ser afastado diante de uma decisão já tomada. Invadir o Iraque. O brasileiro foi afastado e, milagrosamente os países devedores pagaram suas dívidas momentos antes do início da Assembléia Geral. A subordinação de FHC foi vergonhosa, covarde.
E essa é uma diferença fundamental entre o Brasil de ontem e o de hoje.
Mas, ainda assim, os inspetores mantiveram seus relatórios afirmando não existirem provas de armas químicas e biológicas no Iraque, muito menos programa nuclear para produção desse tipo de armas.
Em 20 de março de 2003, à revelia de uma decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas, a empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A convocou suas filiais européias, asiáticas e a Austrália, para invadir o Iraque, Invadiu, ocupou e tomou conta do alvo principal, o petróleo iraquiano.
“O Iraque continua a ostentar a sua hostilidade em direção a América e seu apoio ao terror. O regime iraquiano tem desenvolvido antrax, gazes que afetam o sistema nervoso e armas nucleares por mais de uma década... Este é o regime que concordou com inspeções internacionais, depois expulsou os inspetores. Este é um regime que tem algo a esconder do mundo civilizado... Procurando armas de destruição em massa, estes regimes – Irã, Iraque e Coréia do Norte – representam um crescente perigo. Eles poderiam fornecer estas armas aos terroristas, prestando-lhes os meios para corresponder ao seu ódio”.
Discurso feito por Bush para justificar a invasão do Iraque e que cabe em Obama ou sua secretária Hilary Clinton, para criar as mentiras que justifiquem uma ação militar contra o Irã.
Não mudaram nada. São os mesmos.
O acordo Brasil, Irã e Turquia frustra essa escalada de violência e barbárie do terrorismo internacional, na verdade sediado m Washington. Tira da empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A o monopólio de ditar as regras da política internacional para todo o mundo, mesmo porque vários governos europeus inclusive o da Espanha, atolados em crises imensas por conta entre outras coisas dos desvarios terroristas e belicosos de norte-americanos – gostam de repartir os custos chamando as operações terroristas de “ações de aliados” – colônias –.
O exército terrorista da empresa retirou-se de uma base no Vale Korengal, no Afeganistão, depois de quatro anos tentando conquistar o controle interno da região. Para sair, derrotados, os norte-americanos pagaram pela fuga (indenização pelos danos causados, mortes), deixaram sua base intacta, inclusive edifícios, geradores de energia, combustível e equipamento militar, tudo para fugir tranquilamente.
Ao longo desses quatro anos mataram civis, estupraram mulheres afegãs, cultivaram papoula para a fabricação de ópio e na retirada, com a mídia dócil comprada, o Pentágono através de seus generais afirmou que o que estava acontecendo era uma simples mudança de estratégia.
Repete o general Westmoreland quando esse disse que a guerra no Vietnã estava ganha e os vietcongs, no dia seguinte, ocuparam a embaixada dos EUA na antiga Saigon. Westmoreland saiu de lá na hora, com o rabo entre as pernas e calado para não complicar mais ainda a vexaminosa situação de derrota militar.
Um dos últimos soldados da empresa morto no Vale Korengal suicidou-se incapaz de suportar a situação a que estava sendo submetido. Vários soldados foram usados como isca para atrair forças rebeldes de um país ocupado violentamente pelos EUA. Ou seja, foram escalados para morrer atraindo os afegãos a uma armadilha.
O NEW YORK TIMES, com o restinho de independência que lhe resta, lhe sobra, reproduziu palavras de Robert Soto, da Companhia B, 1º Batalhão, 26ª Infantaria e que lá estava – “dói a um ponto que três unidades do exército, todos nós fizemos o que fizemos lá. E todos nós perdemos homens. Todos fizemos sacrifícios. Eu tinha dezoito anos quando fui parar lá. E eu nunca poderia imaginar que iria passar por aquilo que passamos naquela idade”.
O major Ukiah Senti, oficial executivo do 2º Batalhão, 12º Regimento de Infantaria, da Task Force Lethal, disse “na realidade ninguém precisava de estar ali, nós, na verdade, não estávamos com atenção a outra coisa que não à nossa própria proteção”. O mesmo que aconteceu com o posto militar em Wanat, devastado em 2008, com 75% da tropa morta “não havia nenhum objetivo a não ser esperar ser atacado, servir de isca humana”.
Se tratam aos seus “rapazes” assim, que dirá ao resto do mundo? Os generais norte-americanos sabem que estão perdendo a guerra, como perderam o Vietnã, a Coréia, mas insistem nos “negócios”, a guerra é só um “negócio” da máfia empresarial EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A. A denúncia é de um veterano da guerra do Iraque e co-fundador da MARCH FORWARD, que desertou no Afeganistão, recusando-se a cumprir ordens de assassinato em massa de afegãos, de tortura, de barbárie e de servir de isca.
James Circello, o autor das denúncias, que começam a encontrar eco entre os norte-americanos, percebendo que assim como a GENERAL MOTORS, ou muitos bancos, a empresa maior, EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A está indo a falência.
A reação dos executivos da empresa ao acordo firmado entre o Brasil, o Irã e a Turquia, passa por isso, pelos “negócios”. As dúvidas que lançam sobre a “validade” e a “exeqüibilidade” do acordo são apenas vagidos de quem tinha decidido pelas sanções como passo que antecede a ação militar. As forças terroristas em Israel já estavam prontas um ataque inicial.
Perceberam agora que, para além dos seus umbigos, existem países e governantes como o presidente Lula, que não aceitam a barbárie e o terrorismo real como práticas e são capazes de fora desse eixo boçal (EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A) encontrar caminhos de paz.
E principalmente que Lula não é FHC. O ministro das relações exteriores de Lula é Celso Amorim. Não tira os sapatos quando chega a New York para ser submetido a uma revista, como o fez o chanceler Celso Láfer, um trêfego sem caráter ou dignidade, que tirou os sapatos e tudo, para mostrar que era subserviente em caráter total.
A ação da diplomacia brasileira transcende ao acordo em si. Mostra uma nova realidade que se constrói no mundo.
É necessário estar atento, pois o terrorismo norte-americano e sionista não encontra limites, não se impõe limites, não respeita limites, além do que, estão armados até os dentes de armas nucleares, químicas e biológicas.
Isso significa também, em termos de Brasil, que vão intensificar todos os meios para eleger o agente José Arruda Serra, tanto quanto mobilizar o exército de agentes abrigados num trem chamado PSDB, noutro DEM, noutro PPS e vai por aí afora, além da mídia venal, que começa na GLOBO, passa por VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO e deita ramas por vários setores do País.
Eu se fosse Lula, no duro mesmo, se aquinhoado com o Nobel da Paz faria como Marlon Brando à época que ganhou o Oscar. O ator mandou uma índia sua companheira receber o prêmio e ler um manifesto contra a violência e barbárie da sociedade norte-americana.
O que o presidente brasileiro fez foi colocar o Brasil num eixo de gigante desperto e capaz. Ao contrário de FHC e seu amontoado de diplomas, saberes e títulos.
Neste momento a boçalidade terrorista da empresa EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A tem um problema sério.
Não sei se o maquiador (Bush antes de anunciar a invasão do Iraque apareceu na tevê sendo maquiado para parecer humano) da Casa Branca vai conseguir maquiar Obama e seu jeito de parecer negro e representar a ideologia ariana do nazi/fascismo de garfo e faca com guardanapo ao colo.
E agora, no Brasil, com as bênçãos da CNBB (CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL), sob a batuta de Bento XVI o “papa papão”. Vai render CD de Marcelo Rossi, vai aumentar os dízimos de Edir Macedo.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Aldo Rebelo, deixe as florestas em paz! - Barbet

Mais uma vez, o Código Florestal, corpo de leis que protege as florestas brasileiras desde 1934, está ameaçado. O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) apresentará em breve documento propondo reduzir a proteção de nossas florestas. Mande um e-mail para que ele não altere o Código Florestal.

A ÚLTIMA CHANCE – A INTEGRAÇÃO LATINO AMERICANA - Por Laerte Braga

O Departamento de Estado do governo dos EUA – Ministério das Relações Exteriores – através de um dos seus porta-vozes, disse a jornalistas na quinta-feira que a visita do presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, ao Irã será a última chance do governo daquele país aceitar as regras impostas pelas grandes potências, Estados Unidos à frente, contra o seu programa nuclear.
É simples entender isso. O presidente Barack Obama não preside uma nação, ou uma federação de estados associados como pressupõe a constituição dos EUA. É uma espécie de gerente de um conglomerado que envolve grupos sionistas (judeus radicais, não haveria exagero algum dizer judeus/nazistas), empresários de setores estratégicos (armas e petróleo principalmente) e banqueiros.
O bi-partidarismo vigente nos EUA (existem mais de mil partidos regionais, de bairros, etc, mas dois com presença nacional, Democratas e Republicanos) não traz em si nenhuma contradição no que diz respeito à postura imperialista e terrorista desse conglomerado.
É só olhar, com o mínimo de atenção, o que aconteceu e acontece no Iraque, no Afeganistão, na Colômbia, como antes na Coréia, no Vietnã, na antiga Iugoslávia, ou antes ainda, na América Latina.
Nos Estados Unidos vivem 320 milhões de seres humanos. Tomando como referência uma família considerada padrão, quatro pessoas, temos 80 milhões de famílias na maior potência do mundo.
Um relatório do Departamento de Agricultura – Ministério da Agricultura – afirma que os números da fome nos EUA são maiores em 2009 que em 1985. Perto de 15% das famílias de cidadãos daquele país não têm acesso “a um abastecimento de comida adequado”. Isso significa que perto de 12 milhões de norte-americanos vivem em estado crônico de fome.
A população de Cuba é de 11 milhões de habitantes. Ninguém passa fome. Um documentário do cineasta Michael Moore mostra que, além disso, idosos e veteranos de guerra nos EUA, além de negros, latinos, asiáticos, não têm a menor assistência de saúde pública. Um dos planos do presidente Obama é diminuir esse número com um novo modelo de saúde pública. Mas, ainda assim, exclui imigrantes, mão de obra literalmente escrava.
Quando o furacão Katrina destruiu a cidade de New Orleans, importante centro cultural no país, o presidente George Bush – texano – levou 72 horas para tomar medidas de socorro e assistência às vítimas da tragédia. Em Cuba, a cidade de Holguin foi totalmente destruída pelo furacão, nenhuma casa ficou de pé e uma única morte foi registrada.
A mãe de Bush, Barbra Bush, esposa de um também ex-presidente, George Bush, chegou a declarar de forma debochada que as vítimas do Katrina em New Orleans estavam melhores nos acampamentos de emergência “pois aqui comem pelo menos três vezes por dia”.
É a síntese das elites que dirigem esse conglomerado e nem as mudanças no plano de saúde pública que Obama conseguiu aprovar no Congresso, atenuam ou mudam essa situação.
A rede de supermercados WAL-MART anunciou que vai doar dois bilhões de dólares contra a fome nos EUA. Um comunicado da empresa afirma que durante cinco anos a venda de quase 500 milhões de quilos de alimentos em suas lojas vai financiar um programa de distribuição de alimentos através da Sam’s Club, divisão de lojas especializadas em negócios atacadistas.
O anúncio foi feito por Eduardo Castro-Wright, vice-presidente da rede WAL-MART.
Uma única dessas guerras estúpidas e bárbaras calçadas em mentiras (como a das armas químicas e biológicas de Saddam Hussein), mas voltadas para o controle de petróleo, minerais estratégicos e interesses geopolíticos do império, seria o suficiente para que os doze milhões de norte-americanos saíssem da zona da miséria, da fome, por muito mais que os cinco anos do projeto da rede WAL-MART.
E é bem mais simples ainda entender isso. Nem Bush, nem Obama, nenhum deles, antes, o que está, ou os que virão, têm a menor preocupação com o problema. Não afeta aos “negócios”, pelo menos por enquanto.
A decisão do governo do Irã de ter acesso a tecnologia nuclear para fins pacíficos – nem importa que sejam para fins militares, Israel é o agressor na região e dispõe de armas nucleares fornecidas pelos EUA – transforma-se num risco não para norte-americanos, mas para o conglomerado que transformou a nação naquilo que o general – um general – Dwight Eisenhower chamou de “complexo industrial e militar”. Constatação que o escritor John dos Passos havia feito anos antes.
Ao colocar nas mãos do presidente do Brasil e sua viagem ao Irã uma pretensa negociação para que o governo de Ahmadinejad aceite as regras impostas pelos senhores do mundo, o governo de Obama, mais que isso, constrange o presidente Lula, pois não é esse o objetivo da visita de Lula.
Uma declaração feita pelo brasileiro frente à primeira-ministra da Alemanha, quando em visita àquele país e em resposta a uma declaração da senhora Merkel sobre o Irã (também tentando pressionar o Brasil) foi fulminante sobre o assunto – “para que se possa exigir que um país não tenha armas nucleares é preciso não ter armas nucleares, ter moral para isso” – .
Os Estados Unidos por sua história de potência intervencionista, imperialista, por sua postura diante do genocídio perpetrado pelo governo sionista de Israel contra o povo palestino, suas políticas golpistas e terroristas contra governos independentes, por tudo o que representa como império de um dos mais estúpidos modelos políticos e econômicos da história da humanidade, não tem moral, vale dizer fundamentos na verdade, para tentar sanções contra o Irã ou qualquer país livre do mundo (livre do jugo de Washington).
O campo de concentração de Guantánamo, as prisões secretas agora reveladas pela imprensa norte-americana (inclusive porta-aviões usados como tal), os assassinatos de líderes oposicionistas em outros países (um líder do Hamas em Dubai por agentes israelenses com passaportes falsos e confeccionados na Grã Bretanha), os seqüestros, as mortes de contingentes e contingentes de civis nas guerras que travam, toda a sorte de terrorismo travestido de defesa da liberdade e da democracia, é farsa, encobre o mais violento e brutal império – pelo poder brutal de destruição que querem manter exclusivo – de toda a trajetória da humanidade.
Nós, os povos latino-americanos, somos um alvo preferencial dos EUA. Países da América Central e da América do Sul têm importância capital para os negócios do conglomerado. O general Colin Powell, quando das articulações com o ex-presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso para a ALCA –ASSOCIAÇÃO DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS – chamou essa parte do mundo de “mercado de um trilhão de dólares”.
Negócios, só negócios. Seres humanos nesse jogo são meros adereços.
As grandes potências da Europa hesitam no ventre da Comunidade Européia em assumir as responsabilidades por países que vivem crises econômicas decorrentes do modelo neoliberal. A perspectiva é que além da Grécia, Portugal, Espanha e Itália venham a necessitar de socorro para evitar a débacle, ao mesmo tempo em que a Bélgica, dissolvida entre duas forças populacionais – flamencos (língua holandesa) e valões (língua francesa), se desintegra como nação (é a sede da Comunidade Européia).
EUA (que inclui México e Canadá como sub-nações) e Comunidade Européia (sustentando Alemanha, Grã Bretanha e França) sobrevivem falidos na exploração de países asiáticos, latino-americanos, africanos, em políticas e guerras de terra arrasada.
São potências, maiores ou menores, que buscam pela força, pela aliança econômica e principalmente militar, manter o mundo de joelhos, submisso aos seus interesses.
O Brasil tem um papel muito maior do que se possa imaginar nesse contexto. E a sobrevivência do nosso Pais como nação soberana, independente, não depende de um porta-voz determinar (a mando de superiores evidente) que Lula seria como que um preposto a dar um ultimato ao Irã.
Não importa nem que nossos militares pensem como norte-americanos, sujeitem-se a norte-americanos (num acordo militar ultrajante para o Brasil e os brasileiros).
Ou que José Collor Arruda Serra tenha tentado privatizar a PETROBRAS em manobra de anos atrás. E o que pretende fazer agora se eleito.
Importa que a integração latino-americana, por conta de nossas histórias, nossos caminhos, nossos ideais, nossos sentimentos de liberdade, seja um fato concreto e efetivo nos próximos anos, sob pena de como o México e o Canadá, ou o Paquistão, ou a Colômbia, virarmos sub-nações, protetorados das grandes potências.
A história conta que a Inconfidência Mineira se deu como conseqüência dos altos impostos, o quinto, cobrado pela coroa portuguesa. Foi uma reação de elites, mas um movimento de independência.
Não é diferente hoje. É o quinto é do passado. EUA querem o Brasil inteiro e o Brasil é chave na América Latina.
Como? Apostam tudo em militares comandados por controle remoto a partir de Washington, elites econômicas podres e apátridas (FIESP/DASLU/CNA, etc), no latifúndio do transgênico nosso de cada dia e materializam essa aposta em José Collor Arruda Serra, funcionário da Fundação Ford, braço do império.
Eleições não vão nos levar ao paraíso. Eleições são instrumentos para conquistas efetivas de um povo, dentre elas maior participação popular no processo de decisões e isso implica em consciência da realidade.
Vivemos a escravidão da mídia controlada pelos EUA. O espetáculo da desintegração do ser humano.
A questão é de sobrevivência e um retrocesso com Arruda Serra vai nos colocar no tempo das diligências.
A própria questão nuclear. Se não houver um desarmamento de países imperialistas e detentores do poder de destruição total, não há porque, a despeito dos nossos militares em sua maioria prestarem continência à bandeira dos EUA, não buscarmos a nossa bomba atômica.
Ou somos uma nação e continuamos a ser, ou seremos de novo colônia.
Se isso acontecer, a eleição de José Collor Arruda Serra, breve nova corte com nova d. Maria a Louca, ou outra Carlota Joaquina passeando por jardins e terras nacionais enquanto carregamos liteiras para sustentar impérios.
Yes, we cant foi o slogan de Obama. “Sim nós podemos mais” é a adaptação de Arruda Serra.
Lula não vai dar a última chance ao Irã e nem pode sob pena de trair seus próprios princípios, ao que tem dito sobre o assunto. E a integração latino-americana tem que ser a nossa resposta a um império onde 12 milhões de pessoas não têm o que comer. Mas é capaz de destruir o mundo duzentas vezes se preciso for.
Ou comprar a mídia podre (GLOBO, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, etc), partidos inteiros (PSDB, DEM, PPS, etc) e se fartar em elites corruptas, venais, sintetizadas na ostentação FIESP/DASLU.
É uma questão de sobrevivência.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

AS LETRINHAS MIÚDAS DO CONTRATO - por Laerte Braga

Você pode entrar numa revendedora de automóveis, por exemplo, ou numa loja de eletrodomésticos e levar o quiser em não sei quantas prestações, crédito pré-aprovado, juros mais baixos, entrega em 24 horas (que na verdade são de três a cinco dias), tudo sem entrada e pronto. A felicidade bateu à sua porta, um carro do ano ou uma tevê daquelas que parece que você está no cinema.No primeiro problema, digamos que algo não funcione, ou no carro, ou na tevê, você entra em contato com a revendedora, a loja, eles anotam, encaminham para o serviço competente, lhe dão um número de protocolo, atribuem o defeito ao fabricante, prometem solução rápida e ainda de quebra, se você quiser apressar o atendimento recebe um telefone mágico, 0800, que nunca atende, deixa você esperando com aquela música chata e de tempos em tempos uma voz anuncian as excelências do carro ou da tevê que não funcionam.
De repente... De repente você percebe que não leu as tais letras miúdas do contrato e se lasca. Um processo judicial, mesmo no que chamam juizado de pequenas causas, vai demorar, vai se arrastar e muitas vezes o objetivo da revendedora ou da loja é alcançado. Você desiste, larga para lá.
A ação tem que ser proposta no foro deles, eles têm duzentos advogados, você ainda vai gastar para pagar o seu, os resultados são incertos, você literalmente se lasca.
Em se tratando de bancos e companhias telefônicas então, mais que se lasca. Se arrebenta. No fim ainda são capazes de provar que errado é você, que os serviços foram prestados dentro da lei, você é que não prestou atenção aos termos do contrato, acaba pagando por ter razão.
Transfira tudo isso para a política, a democracia, ou o simulacro de democracia que temos.
Você elege um deputado, um senador, um vereador, um prefeito e tem que agüentar o mandato inteiro. Tirar qualquer um desses seja por corrupção, quebra de compromisso assumido em praça pública é quase impossível. Collor saiu porque não foi capaz de garantir aos donos da “loja Brasil” que poderia continuar a vender o produto Brasil e de quebra os brasileiros, com segurança para os tais donos. Do contrário teria ficado.
FHC não fez a mesma coisa e ficou oito anos? Foi eleito para quatro, comprou deputados e senadores, mídia e arrumou uma reeleição sem qualquer consulta popular?
Vendeu o filé do Brasil para os donos e repartiu os prejuízos com os eleitores. Altos índices de desemprego, preços bem mais altos que os que se praticam hoje, como gostam de dizer os economistas, se não tivesse acontecido reação de determinados setores, teria passado a escritura.
Para privatizar, por exemplo, as empresas de telefonia pública, saneou todas elas e entregou-as em suaves prestações aos grupos estrangeiros e nacionais que se associaram para o saque, com financiamento do BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social –.
Para entregar o sistema financeiro aos grandes grupos estrangeiros criou um negócio chamado PROER, pagou as dívidas e as trapalhadas dos banqueiros e promoveu uma festa para bancos estrangeiros e grupos nacionais a eles atrelados.
Bilhões de reais que, cinicamente, dizia que seriam transformados em bem estar para a população.
Eleições viraram, antes de mais nada, um grande negócio para empresas de comunicação, marqueteiros, alguns institutos de pesquisa (DATA FOLHA E GLOBOPE – antigo IBOPE).
Você pode transformar e fizeram isso um marajá em caçador de marajás, em presidente da República, colocando-lhe uma coroa de modernizador, fonte de progresso, até que se perceba que o cara não é nada disso, que no duro mesmo é um baita risco e em seguida colocar alguém mais confiável, como fizeram com FHC.
Eleger um presidente da República não significa necessariamente que todos os problemas serão resolvidos num passe de mágica, ou que o País vá se transformar num Éden. Mas não pode significar um retrocesso, uma volta a um passado tenebroso, tenha sido o gerado pela ditadura militar, ou o construído por FHC.
Da mesma maneira que vendem um carro ou uma tevê, que seja uma dessas máquinas de lavar com o tal sabão que tira todas as manchas, mas não tira nenhuma, vendem um candidato.
Tornam o processo eleitoral num espetáculo. Seja através de mentiras grosseiras, no pressuposto que enganam você com qualquer bobagem (caso dos 45 anos da GLOBO, associado num comercial da rede à candidatura José Collor Arruda Serra, ao seu partido cujo número é 45 e ao seu slogan, “O Brasil pode mais”), ou de pesquisas montadas e carimbas para favorecer o dito produto, quer dizer candidato Arruda Serra, enfim, tudo o que for possível dentro ou fora da lei, mentira ou verdade, para alcançar o objetivo.
E se num determinado momento falam alguma verdade, tenha a certeza que o fazem por desonestidade, por conveniência. Só por isso.
A tal moça seqüestrada na Colômbia que estava morrendo de fome, envelhecida dez anos, com hepatite, o diabo a quatro, Ingrid Bettancourt, quando foi solta vendia beleza, logo de saída uma empresa de cosméticos tratou de patrociná-la e lançou-a candidata ao prêmio Nobel da Paz. Por pouco não leva. “Ingrid Bettancourt cuidou-se no cativeiro usando o produto tal”. Seria a faixa principal da grande festa.
Não deu. Tem horas que falha.
Um dos expedientes usados pelos profissionais desse tipo de negócio, eleições, é desqualificar o adversário mais perigoso do ponto de vista eleitoral. À falta de argumento inventam toda a sorte de mentiras, de situações desfavoráveis, criam irrealidades e plantam-nas com a maior cara de pau do mundo, até porque a coligação que apóia José Collor Arruda Serra não é só de partidos políticos oficialmente aceitos assim.
Tem o partido REDE GLOBO, o partido FOLHA DE SÃO PAULO, o partido TEVÊ BANDEIRANTES, o partido VEJA, o partido RBS, um monte de pequenos partidos estaduais e regionais a mostrar no sul as obras que não foram feitas no norte e a mostrar no norte as obras que não foram feitas no sul.
Engodo puro.
É como vender remédio para prisão de ventre como se fosse remédio para diarréia.
Arruda Serra numa viagem a Porto Alegre criticou o bloco do MERCOSUL. Países sul americanos que têm tratado de livre comércio, formam um bloco como o é a Comunidade Européia, o NAFTA (México, Canadá e EUA).
Os países da Europa e os EUA em parceria com o Canadá (extensão do território norte-americano) perceberam que a realidade da chamada nova ordem política e econômica implica em acordos de livre comércio para garantir-lhes a economia. A pujança, digamos assim.
No caso da América Latina inventaram uma tal de ALCA. ASSOCIAÇÃO DE LIVRE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS. Funciona mais ou menos assim. O México, que tem um tratado semelhante com os EUA e o Canadá, recebe o lixo hospitalar de empresas norte-americanas. Aí o prefeito da cidade onde o lixo é depositado resolver proibir que assim seja feito. O tratado garante à empresa o direito de fazê-lo e mais que isso, o de ingressar em juízo em qualquer parte do território abrangido pelo NAFTA.
Vai daí que a empresa entra em juízo em uma corte dos EUA, o México tem que aceitar, a cidade onde o lixo é depositado, perde a ação e ainda tem que pagar multa por não ter cumprido um dos itens do tratado. O lixo continua a ser despejado lá. Mexicanos que se danem.
Se reações existirem, os mariners estão prontos para entrar em ação, garantir a democracia no México, as liberdades e os direitos humanos, deles, norte-americanos e canadenses, naquilo que o general Colin Powell, referindo-se à ALCA, chamou de “mercado de um trilhão de dólares”.
Nessa prática assinam os contratos. Em letras garrafais o progresso, o bem estar, que nunca acontece, em letras miúdas, todo o ônus de qualquer defeito no processo. Para você.
Compram governos, deputados, senadores (no Brasil alguns colocam placa de vende-se tudo à porta de seus gabinetes, Kátia Abreu por exemplo), governadores, prefeitos, associam-se a elites econômicas como o esquema FIESP/DASLU e contratam políticos confiáveis, investindo nos caras, já que a mídia é deles, é venal, é comprada, para que possam realizar as grandes negociações.
Só para efeito de raciocínio, se a EMBRAER – EMPRESA BRASILEIRA DE AERONÁUTICA – não tivesse sido privatizada por FHC, estaríamos hoje com tecnologia nacional em condições de competir no tal mercado internacional no negócio dos grandes aviões de transportes de passageiros. Privatizada, a empresa é também emasculada em função dos interesses dessas grandes empresas, as dos donos.
Abrimos mão de construir nosso futuro. Transferimos o poder de decisão para Washington. É só um exemplo. IMBEL e ENGESA foram liquidadas pelos grandes fabricantes de armas do mundo quando perceberam que essas duas empresas estavam começando a produzir com tecnologia superior à de norte-americanos, franceses, belgas, ingleses, etc.
Restam PETROBRAS, BANCO DO BRASIL e uma ou outra. Já se ouriçam com a idéia do presidente Lula de desenvolver um programa de banda larga que torna o acesso a internet barato e pleno, possível a todos, através da TELEBRAS.
A PETROBRAS exporta tecnologia de ponta em diversos setores de suas atividades.
O processo de enriquecimento de urânio no Brasil, para fins pacíficos, é superior ao dos EUA e as pressões para que seja mostrado, a pretexto de inspeção são anormais.
Contam com apoio de parte das forças armadas seduzidas pelo “patriotismo” daqueles que se submeteram em 1964 ao comando de um general dos EUA.
José Collor Arruda Serra é um produto que já vem com todos os defeitos desse modelo sórdido, colonizador, cruel e perverso. É só aparência, produto de marketing, tente buscar alguma coisa efetiva ou concreta que tenha feito que não apropriar-se de feitos de outros, como no caso dos genéricos (o ministro da Saúde responsável pela criação e implementação do projeto foi Jamil Haddad, no governo Itamar Franco) e FHC foi contra, era ministro da Fazenda.
Faça uma comparação entre os governos de Lula e FHC. Há “defeitos” em Lula, claro que os há, mas veja o significado de uma eventual eleição de Arruda Serra.
Leia as letrinhas miúdas do contrato.
Se isso acontecer vamos voltar à idade da pedra lascada. Mas os patrões dele, os que movimentam as cordinhas não. Vão levar o Brasil inteiro e não vai ter jeito de você trocar o produto, os caras são espertos demais, amarram tudo nas tais letrinhas miúdas, inclusive as mentiras que vendem diariamente através da grande mídia, ou do próprio candidato.
É só comparar o discurso com a prática. Não precisa mais nada.
Quando Arruda Serra investe contra o MERCOSUL, a integração latino-americana, está também investindo, por tabela, na ALCA, aquele negócio de virarmos depósito de lixo dos EUA e das grandes potências.
E nos grandes negócios que sustentam tucanos e seus aliados. As letrinhas miúdas, as letras imensas prometem Disneylândia, quando no duro oferecem um parque de diversões onde a roda gigante não funciona e a montanha russa deixa você de cabeça para baixo o tempo todo.
É por aí que vamos nos estrepar. Se não atentarmos para as letras miúdas do tal contrato.