terça-feira, 31 de março de 2009

O CONTROLE DA INFORMAÇÃO – DIPLOMA É RESQUÍCIO DA DITADURA- Laerte Braga


A decisão de regulamentar o exercício da profissão de jornalista através da obrigatoriedade do diploma foi tomada na ditadura militar. Ato Institucional nº 5, como forma de controlar a informação e impedir o acesso de críticos do período da boçalidade militar aos veículos de comunicação.

Uma das grandes preocupações dos ditadores e seus sicários era a presença de escritores, pensadores, lideranças políticas, trabalhadores, enfim, daqueles que não pudessem ser controlados ou regidos pelos patrões, então donos da ditadura. Patrocinadores da ditadura.



Transformou-se o ato de pensar, em termos jornalísticos, seja no buscar a notícia, no avaliar o fato, no interpretar, em uma questão técnica. Fale sobre isso em tantas palavras, o espaço é tal, ou você dispõe de dois minutos para expor esse assunto e, o principal, a ótica é essa, a do dono, do modelo.

Os cursos de comunicação foram sucateados na maioria das universidades públicas e na invasão de faculdades privadas. Hoje o jornalista é técnico, até na formação. Especialista. Aquele que tem o dever de saber um pouco de tudo, de indignar-se, de refletir a liberdade, é factótum do dono.

É a característica do jornalismo brasileiro, com exceções evidente. Mas é o padrão imposto pela mídia como fator de dominação e alienação. Tem jornalista especializado em analisar bundas, outros em falar dos castelos de CARAS, outros em transformar porcaria em produtos largamente consumidos e vai por aí afora.

Era o objetivo dos militares, é o objetivo dos que controlam a informação e é a associação com o peleguismo sindical da FENAJ.

Há cerca de uns três anos um diretor de cinema premiado no exterior foi impedido de dar aulas de cinema numa universidade por não ter diploma. Contrataram um técnico que nunca segurou uma câmera.

A campanha da FENAJ – FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS – para a manutenção desse instrumento draconiano originado da ditadura é a típica reserva de mercado de pelegos (os que controlam a Federação), a ditadura da mediocridade, o que não significa que todos os jornalistas diplomados assim o sejam.

O instrumento em si, a obrigatoriedade do diploma, é ditatorial. O jornalismo não é como a atividade médica e mesmo assim em muitos países do mundo é possível exercer a medicina sem diploma bastando o notório saber comprovado. Linus Pauling, por exemplo, que estudou e descobriu os efeitos da vitamina C, o que lhe valeu um prêmio Nobel de Medicina, nunca estudou medicina.

Esse argumento de regulamentação não é cabível no ato de pensar e manifestar-se através do que hoje chamam mídia. E ainda há muito o que romper além da barreira do diploma. Há o caso das rádios comunitárias perseguidas como se seus integrantes fossem bandidos – a GLOBO os chama literalmente de bandidos –. E nem falo da televisão.

Na prática a FENAJ associou-se aos donos e lixe-se o direito e o dever, repito, direito e dever de opinar. A capacidade da organização e da formação longe dos bordéis globais, ou dos pastores salvadores de almas e donos de vastas contas bancárias.

No Brasil, independente de pontos de vista – e a diversidade é a essência da democracia, nunca a ditadura do pensamento padrão GLOBO, ou o que seja, RECORD, PSDB, PT, DEM, etc – os grandes nomes do jornalismo não tinham diploma. Millôr Fernandes, por exemplo, sem favor algum, um dos gênios do jornalismo em qualquer lugar do mundo não o tem e sequer tem formação de terceiro grau.

O jornal e logo o jornalista nasceram com a idéia da indignação, ou como diz Millôr, “a corrupção começa no cafezinho”. O que se pretende com o diploma ou é o jornalista dócil, submisso – William Bonner e aquele monte de gente da FOLHA, DO GLOBO, DO ESTADÃO, de VEJA, de todos – ou é o relações públicas, o que abre a porta e manda o visitante assentar enquanto vai anotando o que o dono manda que se anote.

Há uma passagem que não se sabe se lenda ou realidade, mas expressa bem isso, sobre a carreira de Chateaubriand. Dizem que numa sexta-feira santa, no início de sua carreira, ávido de agradar ao patrão, recebeu a incumbência de escrever um artigo sobre Cristo e disparou a pergunta: “contra ou a favor?”

Não é o diploma que faz o jornalista, como aliás, não é o diploma que faz o médico, o advogado, o engenheiro, quem quer que seja.

É o talento e a capacidade de percepção da vida em seu sentido, sua essência, sua razão de ser e a necessidade da postura crítica e independente.

A luta pela preservação dessa vergonhosa e anti democrática reserva de mercado para o direito de pensar, de escrever, de se expressar em veículos de comunicação tem esse viés autoritário, é típico de uma sociedade cada vez mais desumanizada e que corre às bancas para comprar CARAS e se deliciar com o inatingível, a fantasia, assim submeter-se ao modelo sem contestar, ou que fica plantada diante do diplomado Pedro Bial chamando um grupo de objetos de carne e osso dentro de uma casa de “heróis” e “mártires”.

É impressionante como essa gente consegue embalar a mentira e vendê-la em caixas belíssimas desenhadas por desenhistas diplomados, vendidas por pelegos sustentados pela categoria sem perceber o engodo, transformando-a em produto democrático, como se democracia fosse produto desse tipo de procedimento.

Cada vez mais voltamos à condição de sociedade tribal e com características diversas daquelas do canibalismo explícito. Hoje ele é implícito e as tribos dispõem do poder, do controle, se ajustaram e se acomodaram nos castelos dessa ordem autoritária em divisões tipo aqui o dono, aqui nesse catre o objeto diplomado – o que se submete – enquanto do lado de fora os que acreditam e agradecem, os objetos moldados segundo a técnica da alienação, do public relations, ou do especialista em relações humanas.

Tem diplomado hoje especializado em ensinar a montar o currículo certo para arranjar o emprego dos sonhos.

Quem resiste, por indignar-se e ser critico da exigência de diploma, está fora. O problema é que o diploma é um modo de controle e o caminho para submeter. Para melhor guiar a “manada”.

A chave para rompermos as barreiras impostas pelo modelo atual, perverso, estamos vendo onde reflete a “crise”, onde estão os sonegadores – FIESP/DASLU – está no romper essa cadeia de transmissão do mundo pela ótica Bonner, diplomado evidente, que considera o resto como Homer Simpson.

Aceitar esse resquício da ditadura, do mais cruel e sórdido instrumento de barbárie política da História, o AI-5, é como cair de quatro e descobrir que não somos bípedes.

E um aspecto final. Procurem no resto do mundo, mesmo nas nações mais desenvolvidas e capitalistas, onde existe esse tipo de regulamentação. Este tipo, ou seja, aquele que engessa a liberdade de expressão, o modelo FENAJF/GLOBO (e o resto, lógico).

O sindicalismo brasileiro corre o sério risco de inaugurar salão de barbeiro com direito a coquetel em sua sede e divulgar tudo num release feito por um diplomado. Já indignar-se, criar, ser livre.

Isso precisa de “diploma”. O do fica quieto e faça o que eu mando. É como querem o jornalista, guiando a “manada”.


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É só clicar no título para ler ou imprimir - Haroldo Oliveira


212 LIVROS COMPLETOS
Esta vale guardar, uma verdadeira biblioteca eletrônica, sem ocupar lugar em estantes...!!!






1. A Divina Comédia -Dante Alighieri



2. A Comédia dos Erros -William Shakespeare


3. Poemas de Fernando Pessoa -Fernando Pessoa


4. Dom Casmurro -Machado de Assis


5. Cancioneiro -Fernando Pessoa


6. Romeu e Julieta -William Shakespeare


7. A Cartomante -Machado de Assis


8. Mensagem -Fernando Pessoa


9. A Carteira -Machado de Assis


10. A Megera Domada -William Shakespeare


11. A Tragédia de Hamlet, Príncipe da Dinamarca -William Shakespeare


12. Sonho de Uma Noite de Verao -William Shakespeare


13. O Eu profundo e os outros Eus. -Fernando Pessoa


14. Dom Casmurro -Machado de Assis


15. Do Livro do Desassossego -Fernando Pessoa


16. Poesias Inéditas -Fernando Pessoa


17. Tudo Bem Quando Termina Bem -William Shakespeare


18. A Carta -Pero Vaz de Caminha


19. A Igreja do Diabo -Machado de Assis


20. Macbeth -William Shakespeare


21. Este mundo da injustiça globalizada -José Saramago


22. A Tempestade -William Shakespeare


23. O pastor amoroso -Fernando Pessoa


24. A Cidade e as Serras -José Maria Eça de Queirós


25. Livro do Desassossego -Fernando Pessoa


26. A Carta de Pero Vaz de Caminha -Pero Vaz de Caminha


27. O Guardador de Rebanhos -Fernando Pessoa


28. O Mercador de Veneza -William Shakespeare


29. A Esfinge sem Segredo -Oscar Wilde


30. Trabalhos de Amor Perdidos -William Shakespeare


31. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis


32. A Mao e a Luva -Machado de Assis


33. Arte Poética -Aristóteles


34. Conto de Inverno -William Shakespeare


35. Otelo, O Mouro de Veneza -William Shakespeare


36. Antônio e Cleópatra -William Shakespeare


37. Os Lusíadas -Luís Vaz de Camoes


38. A Metamorfose -Franz Kafka


39. A Cartomante -Machado de Assis


40. Rei Lear -William Shakespeare


41. A Causa Secreta -Machado de Assis


42. Poemas Traduzidos -Fernando Pessoa


43. Muito Barulho Por Nada -William Shakespeare


44. Júlio César -William Shakespeare


45. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente


46. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa


47. Cancioneiro -Fernando Pessoa


48. Catálogo de Autores Brasileiros com a Obra em Domínio Público -Fundaçao Biblioteca Nacional


49. A Ela -Machado de Assis


50. O Banqueiro Anarquista -Fernando Pessoa


51. Dom Casmurro -Machado de Assis


52. A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho


53. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa


54. Adao e Eva -Machado de Assis


55. A Moreninha -Joaquim Manuel de Macedo


56. A Chinela Turca -Machado de Assis


57. As Alegres Senhoras de Windsor -William Shakespeare


58. Poemas Selecionados -Florbela Espanca


59. As Vítimas-Algozes -Joaquim Manuel de Macedo


60. Iracema -José de Alencar


61. A Mao e a Luva -Machado de Assis


62. Ricardo III -William Shakespeare


63. O Alienista -Machado de Assis


64. Poemas Inconjuntos -Fernando Pessoa


65. A Volta ao Mundo em 80 Dias -Júlio Verne


66. A Carteira -Machado de Assis


67. Primeiro Fausto -Fernando Pessoa


68. Senhora -José de Alencar


69. A Escrava Isaura -Bernardo Guimaraes


70. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis


71. A Mensageira das Violetas -Florbela Espanca


72. Sonetos -Luís Vaz de Camoes


73. Eu e Outras Poesias -Augusto dos Anjos


74. Fausto -Johann Wolfgang von Goethe


75. Iracema -José de Alencar


76. Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa


77. Os Maias -José Maria Eça de Queirós


78. O Guarani -José de Alencar


79. A Mulher de Preto -Machado de Assis


80. A Desobediencia Civil -Henry David Thoreau


81. A Alma Encantadora das Ruas -Joao do Rio


82. A Pianista -Machado de Assis


83. Poemas em Ingles -Fernando Pessoa


84. A Igreja do Diabo -Machado de Assis


85. A Herança -Machado de Assis


86. A chave -Machado de Assis


87. Eu -Augusto dos Anjos


88. As Primaveras -Casimiro de Abreu


89. A Desejada das Gentes -Machado de Assis


90. Poemas de Ricardo Reis -Fernando Pessoa


91. Quincas Borba -Machado de Assis


92. A Segunda Vida -Machado de Assis


93. Os Sertoes -Euclides da Cunha


94. Poemas de Álvaro de Campos -Fernando Pessoa


95. O Alienista -Machado de Assis


96. Don Quixote. Vol. 1 -Miguel de Cervantes Saavedra


97. Medida Por Medida -William Shakespeare


98. Os Dois Cavalheiros de Verona -William Shakespeare


99. A Alma do Lázaro -José de Alencar


100. A Vida Eterna -Machado de Assis


101. A Causa Secreta -Machado de Assis


102. 14 de Julho na Roça -Raul Pompéia


103. Divina Comedia -Dante Alighieri


104. O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós


105. Coriolano -William Shakespeare


106. Astúcias de Marido -Machado de Assis


107. Senhora -José de Alencar


108. Auto da Barca do Inferno -Gil Vicente


109. Noite na Taverna -Manuel Antônio Álvares de Azevedo


110. Memórias Póstumas de Brás Cubas -Machado de Assis


111. A 'Nao-me-toques'! -Artur Azevedo


112. Os Maias -José Maria Eça de Queirós


113. Obras Seletas -Rui Barbosa


114. A Mao e a Luva -Machado de Assis


115. Amor de Perdiçao -Camilo Castelo Branco


116. Aurora sem Dia -Machado de Assis


117. Édipo-Rei -Sófocles


118. O Abolicionismo -Joaquim Nabuco


119. Pai Contra Mae -Machado de Assis


120. O Cortiço -Aluísio de Azevedo


121. Tito Andrônico -William Shakespeare


122. Adao e Eva -Machado de Assis


123. Os Sertoes -Euclides da Cunha


124. Esaú e Jacó -Machado de Assis


125. Don Quixote -Miguel de Cervantes


126. Camoes -Joaquim Nabuco


127. Antes que Cases -Machado de Assis


128. A melhor das noivas -Machado de Assis


129. Livro de Mágoas -Florbela Espanca


130. O Cortiço -Aluísio de Azevedo


131. A Relíquia -José Maria Eça de Queirós


132. Helena -Machado de Assis


133. Contos -José Maria Eça de Queirós


134. A Sereníssima República -Machado de Assis


135. Iliada -Homero


136. Amor de Perdiçao -Camilo Castelo Branco


137. A Brasileira de Prazins -Camilo Castelo Branco


138. Os Lusíadas -Luís Vaz de Camoes


139. Sonetos e Outros Poemas -Manuel Maria de Barbosa du Bocage


140. Ficçoes do interlúdio: para além do outro oceano de Coelho Pacheco. -Fernando Pessoa


141. Anedota Pecuniária -Machado de Assis


142. A Carne -Júlio Ribeiro


143. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós


144. Don Quijote -Miguel de Cervantes


145. A Volta ao Mundo em Oitenta Dias -Júlio Verne


146. A Semana -Machado de Assis


147. A viúva Sobral -Machado de Assis


148. A Princesa de Babilônia -Voltaire


149. O Navio Negreiro -Antônio Frederico de Castro Alves


150. Catálogo de Publicaçoes da Biblioteca Nacional -Fundaçao Biblioteca Nacional


151. Papéis Avulsos -Machado de Assis


152. Eterna Mágoa -Augusto dos Anjos


153. Cartas D'Amor -José Maria Eça de Queirós


154. O Crime do Padre Amaro -José Maria Eça de Queirós


155. Anedota do Cabriolet -Machado de Assis


156. Cançao do Exílio < /a>-Antônio Gonçalves Dias


157. A Desejada das Gentes -Machado de Assis


158. A Dama das Camélias -Alexandre Dumas Filho


159. Don Quixote. Vol. 2 -Miguel de Cervantes Saavedra


160. Almas Agradecidas -Machado de Assis


161. Cartas D'Amor - O Efemero Feminino -José Maria Eça de Queirós


162. Contos Fluminenses -Machado de Assis


163. Odisséia -Homero


164. Quincas Borba -Machado de Assis


165. A Mulher de Preto -Machado de Assis


166. Balas de Estalo -Machado de Assis


167. A Senhora do Galvao -Machado de Assis


168. O Primo Basílio -José Maria Eça de Queirós


169. A Inglezinha Barcelos -Machado de Assis


170. Capítulos de História Colonial (1500-1800) -Joao Capistrano de Abreu


171. CHARNECA EM FLOR -Florbela Espanca


172. Cinco Minutos -José de Alencar


173. Memórias de um Sargento de Milícias -Manuel Antônio de Almeida


174. Lucíola -José de Alencar


175. A Parasita Azul -Machado de Assis


176. A Viuvinha -José de Alencar


177. Utopia -Thomas Morus


178. Missa do Galo -Machado de Assis


179. Espumas Flutuantes -Antônio Frederico de Castro Alves


180. História da Literatura Brasileira: Fatores da Literatura Brasileira -Sílvio Romero


181. Hamlet -William Shakespeare


182. A Ama-Seca -Artur Azevedo


183. O Espelho -Machado de Assis


184. Helena -Machado de Assis


185. As Academias de Siao -Machado de Assis


186. A Carne -Júlio Ribeiro


187. A Ilustre Casa de Ramires -José Maria Eça de Queirós


188. Como e Por Que Sou Romancista -José de Alencar


189. Antes da Missa -Machado de Assis


190. A Alma Encantadora das Ruas -Joao do Rio


191. A Carta -Pero Vaz de Caminha


192. LIVRO DE SÓROR SAUDADE -Florbela Espanca


193. A mulher Pálida -Machado de Assis


194. Americanas -Machado de Assis


195. Cândido -Voltaire


196. Viagens de Gulliver -Jonathan Swift


197. El Arte de la Guerra -Sun Tzu


198. Conto de Escola -Machado de Assis


199. Redondilhas -Luís Vaz de Camoes


200. Iluminuras -Arthur Rimbaud


201. Schopenhauer -Thomas Mann


202. Carolina -Casimiro de Abreu


203. A esfinge sem segredo -Oscar Wilde


204. Carta de Pero Vaz de Caminha. -Pero Vaz de Caminha


205. Memorial de Aires -Machado de Assis


206. Triste Fim de Policarpo Quaresma -Afonso Henriques de Lima Barreto


207. A última receita -Machado de Assis


208. 7 Cançoes -Salomao Rovedo


209. Antologia -Antero de Quental


210. O Alienista -Machado de Assis


211. Outras Poesias -Augusto dos Anjos


212. Alma Inquieta -Olavo Bilac