domingo, 24 de abril de 2011

Dilma, o embuste: Oito anos de independência jogados fora - Laerte Braga

As declarações da embaixadora brasileira na Comissão de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, justificando o voto vergonhoso do Brasil a propósito do tema em relação ao Irã jogam foram os oito anos de política externa independente que Lula construiu com Celso Amorim e transformam o nosso País na Colômbia preferida dos EUA na América Latina.
Deixamos de ser protagonistas e viramos coadjuvantes, carregadores de pastas dos donos.
Dilma Roussef é um embuste, um caso claro de estelionato eleitoral. Ludibriou a Lula e aos brasileiros que acreditaram em suas palavras durante a campanha eleitoral.
O levante popular no Egito contra a ditadura de Hosni Mubarak, aliado dos EUA e de Israel produziu uma violenta reação dos Estados Unidos, países da Europa e Israel no sentido de evitar que os povos árabes alcancem a democracia, já que os levantes se estendem a outros países onde os ditadores são aliados dos EUA.
O Irã e a Turquia são os únicos países de maioria muçulmana onde existe democracia. O governo turco, na quinta-fera, se viu na contingência de ceder às pressões da OTAN – organização terrorista que alia EUA e Europa Ocidental.
Os bombardeios aéreos contra a Líbia são um crime contra a humanidade, violam todos os preceitos e princípios de direitos humanos, matam civis e na prática nem se preocupam com eles, mas com o petróleo. Sem levar em conta que Gaddafi era aliado dos EUA, dos europeus, financiou as campanhas de Obama e Sarkozy, o que torna visível que a ação é queima de arquivo.
Que tipo de sanção o funcionário destacado para o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Anthony Patriot vai recomendar à embaixadora Maria Nazareth Azevedo contra o campo de concentração de Guantánamo (que o próprio Obama disse que fecharia e não o fez, não governa nada, é apenas garoto propaganda do terrorismo)?
Ou contra o massacre constante de palestinos por Israel, o roubo de terras, de água, as prisões indiscriminadas e torturas, estupros de mulheres palestinas? A violência contra os revoltosos no Bahrein, no Iêmen, cujos ditadores são aliados dos EUA e de Israel?
Que tipo de atitude, por exemplo, contra a prisão injustificada de Cesare Battisti no Brasil, em manobra vergonhosa da Suprema Corte atendendo a um governante acusado de pedofilia, o de Silvio Berlusconi? Será que porque é ungido pelo papa Bento XVI e as suásticas que desfraldam em todos cantos do Vaticano pos João XXIII? Vai vigorar o escandaloso acordo firmado entre o presidente do STJ – sionista ligado a grupos políticos de Israel – e o Banco Mundial, que submete a Justiça brasileira aos princípios dos donos?
Os bombardeios de alvos civis no Afeganistão e os constantes pedidos de desculpas de generais norte-americanos por falha nas tais bombas de alta precisão?
Os milhões de mortos no Iraque?
Marco Aurélio Garcia está fazendo o que no governo de Dilma? Foi assessor de política externa de Lula oito anos e agora vai referendar essa postura submissa do governo brasileiro?
Observadores internacionais, inclusive da própria ONU, foram unânimes em atestar que a reeleição de Ahmed Amadinejad foi limpa, cristalina, vontade do povo iraniano e que os protestos foram conduzidos de fora para dentro a partir de grupos econômicos e de uma seita criada como braço dos serviços de inteligência dos EUA, a Baha’i? A sede, aliás, é no território norte-americano e nunca na história da falácia religiosa usada como instrumento político se produziu algo tão confuso em matéria de crença.
Dilma começa a disputar com a Colômbia o direito de ser a menina dos olhos dos EUA na América Latina. Joga fora oito anos de independência e como disse a embaixadora Maria Nazareth Azevedo em entrevista à mídia brasileira, “a política externa mudou”.
O País voltou a ser uma república de bananas, a mudança é essa.
Vinte e dois membros do Conselho votaram a favor da resolução apresentada pela Suécia (país que fabrica escândalos sexuais para tentar entregar Júlio Assange – fundador do WIKILEAKS – aos EUA). Sete países votaram contra e catorze se abstiveram.
A resolução que pede que os direitos humanos no Irã sejam objeto de investigação se insere na reação norte-americana/israelense – a Europa Ocidental é adereço, até a Alemanha já percebeu isso e está tirando o time de campo – de por um fim às revoltas nos países árabes, criar simulacros de democracia e manter o controle do petróleo e as políticas genocidas de Israel contra o povo palestino.
A chamada nova ordem política e econômica mundial, a globalização, se impõe pela boçalidade e no caso de Dilma nem isso foi necessário, bastou um festival de palhaçadas de Barack Obama num final de semana no Brasil.
Estamos com a cara da Colômbia, principal – até o voto do Brasil – colônia norte-americana na América Latina.
A mídia, como sempre, silente sobre os fatos e pródiga nas mentiras e distorções. Num programa no canal GLOBONEWS na quinta-feira, horário das 12 horas mais ou menos, ao perguntar a dois “especialistas” sobre a “guerra da Líbia”, a apresentadora cometeu um ato falho que dá a exata dimensão dessa farsa midiática – “eu gostaria de ouvir dos senhores se vamos ganhar a guerra?” –. Ato contínuo tentou corrigir-se, mas já havia dito.
Mais de cem civis já morreram nos bombardeios de “alta precisão”, cerca de mil estão feridos e os rebeldes líbios já massacraram centenas de adeptos de Gaddafi.
O que conta é o petróleo, apenas o petróleo, nada além do petróleo.
O voto brasileiro e a declaração da embaixadora sobre a “mudança da política externa brasileira” são suficientes para caracterizar a essência submissa do governo Dilma Roussef e torna possível prever o que vem por aí em outros setores – está vindo aliás.
Nem a ressurreição das patrulhas ideológicas de parte – a que está colada em cargos públicos – do PT, suposto partido da presidente, servirá para impedir que se perceba que Dilma Roussef é um caso típico de estelionato eleitoral.
E vai por aí, desde um milhão e trezentos mil reais para o blog de Maria Betânia, a um voto que não deixa dúvidas sobre que país será a principal base de operações dos EUA na América Latina.
O Brasil.
É como disse Ivan Pinheiro ao definir o voto de seu partido, o PCB, diante do dilema Dilma e Serra. “É com Dilma nas urnas, contra Dilma nas ruas”.
O Brasil começa a andar para trás e o voto em Genebra é a prova cabal dessa marcha determinada por Washington.
A propósito, tão preocupada com os direitos humanos, a presidente poderia mandar saber das condições em que se encontra preso o soldado Bradley Manning, nos EUA, acusado de ter entregue documentos secretos do Pentágono ao WIKILEAKS. Até obrigado a dormir nu o prisioneiro já foi obrigado, fato que motivou protestos no próprio senado daquela organização terrorista. EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.
O voto do Brasil significa que o País está tentando comprar ações da empresa.

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