domingo, 9 de dezembro de 2012
sábado, 24 de novembro de 2012
Iris Murdoch e Jonh Bailey - Barbet
Iris Filme conta a fascinante vida da escritora inglesa Iris Murdoch, que morreu de mal de Alzheimer | ||
Baseado em dois livros de Bailey (A Memoir e Elegy for Iris), o filme acompanha a agonia de Iris a partir da descoberta acidental da doença, pouco antes de ela concluir o último romance em 1995. Paralelamente, revela o início de sua carreira e do relacionamento com o fiel companheiro, interpretado por Hugh Boneville (quando jovem) e Jim Broadbent (na idade avançada, interpretação que mereceu o Oscar de ator coadjuvante). Mais do que uma cinebiografia reverente, esta é a história de um relacionamento e de como uma pessoa que vivia da memória e das palavras se viu incapacitada de lembrar e escrever. |
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
5 assustadores experimentos científicos
Atenção: esse artigo possui texto e vídeo perturbadores. Não prossiga se for sensível a conteúdo gráfico.
Todos nós sabemos que a natureza humana tem seu lado sombrio. Mas até onde esse lado chega? Estamos dispostos a arriscar o bem-estar de animais, de outras pessoas, do planeta inteiro? O que somos capazes de fazer?
Confira alguns experimentos científicos perturbadores que nos causam medo ou simplesmente nos fazem refletir sobre o nosso comportamento:
Quando os físicos apertaram o botão “ligar” do acelerador de partículas Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), algumas pessoas prenderam a respiração e fecharam os olhos esperando pelo apocalipse.
Durante anos, rumores de que o acelerador poderia criar miniburacos negros que destruiriam a Terra circularam. Em 2008, um grupo até entrou com uma ação judicial para impedir o acelerador de partículas de ligar, argumentando que suas colisões atômicas poderiam causar o fim do mundo.
Ok, a ideia soa um pouco plausível, mas não há virtualmente nenhuma chance do LHC destruir a Terra (pelo menos pelo que sabemos até agora). Um estudo calculou que os raios cósmicos que bombardeiam a Terra rotineiramente criam colisões de energia mais elevadas do que o nosso maior acelerador de partículas. A natureza já realizou sozinha o equivalente a cerca de cem mil testes experimentais do LHC, e, é claro, o planeta ainda existe.
Mas, para o bem das teorias da conspiração, quem sabe o LHC venha a ser nosso destino fatal um dia, principalmente porque já cumpriu seu principal objetivo na Terra: no início deste ano, os físicos do acelerador, que fica na Suíça, anunciaram a descoberta do que pode ser o bóson de Higgs, a partícula tão buscada que dá a todas as outras partículas sua massa.
Não assista ao vídeo se for sensível ao seu conteúdo.
Em 1940, cientistas russos divulgaram um vídeo de cães com cabeças decepadas que foram mantidos vivos por várias horas, balançando as orelhas em resposta a sons e até mesmo lambendo suas bocas. O que não fazemos em nome da ciência…
Os pesquisadores afirmaram que mantiveram os animais vivos através de um sistema de circulação de sangue artificial. Por mais horrível que isso possa soar, fica pior: essa não foi a única vez que cientistas criaram cães zumbis.
Tão recentemente quanto 2005, pesquisadores americanos criaram uma matilha de cães zumbis matando os animais através da rápida drenagem de todo o sangue de seus corpos, e substituindo-o com soro fisiológico cheio de oxigênio e açúcar.
O estudo da Universidade de Pittsburgh (EUA) conseguiu ressuscitar os cachorros três horas depois, dando-lhes uma transfusão de sangue e um choque elétrico. Embora alguns cães tenham tido danos permanentes, a maioria não tinha nem sinal de desgaste.
A pesquisa, publicada no Yearbook of Intensive Care and Emergency Medicine, sugeriu que o tratamento poderia um dia reviver pessoas que sofreram grandes hemorragias muito rapidamente para que os médicos conseguissem reparar seus ferimentos.
Na década de 1950, a CIA (agência de inteligência americana) lançou um programa ultrassecreto chamado MKULTRA, que buscava drogas e outras técnicas para usar no seu objetivo de “controlar mentes”.
Durante as próximas duas décadas, a agência testou alucinógenos, drogas de privação de sono e técnicas de choque elétrico para tentar encontrar a “lavagem cerebral perfeita”. Os cientistas da CIA realizaram mais de 149 projetos de pesquisa como parte do MKULTRA.
Em um deles, pesquisadores testaram os efeitos do LSD em situações sociais oferecendo a droga para clientes não conscientes de bares em Nova York e San Francisco, nos EUA. Em outros projetos, eles incentivaram viciados em heroína a tomar o alucinógeno, oferecendo-lhes a droga.
Assustado com o escândalo de Watergate em 1973, o diretor da CIA Richard Helms ordenou que os documentos relacionados ao projeto MKULTRA fossem destruídos. Se você acha que isso tudo é história para boi dormir e não passa de uma enorme teoria da conspiração sem fundamento, saiba que alguns documentos do terrível experimento não foram destruídos, e em 1977 uma solicitação feita através do Ato de Liberdade de Informação (Freedom of Speech Act, uma lei americana) permitiu que o autor John Marks tivesse acesso a mais de 20 mil páginas de registros do sórdido programa.
Falando em controle de mente, um estudo mostrou que, ao que parece, é muito fácil levar as pessoas a fazerem o que você diz: é só pedir com autoridade, não importa quão absurdo seja o pedido.
Em 1963, o psicólogo social Stanley Milgram provou que professores da Universidade de Yale (EUA) estavam dispostos a administrar um choque mortal em estranhos se uma figura de autoridade solicitasse (claro que os choques não eram verdadeiros, ainda assim, o pior de tudo é que as pessoas fariam isso). Saiba mais sobre o experimento aqui.
Em uma pesquisa similar, o psiquiatra Charles Höfling queria ver como a obediência influenciava decisões quando as pessoas não sabiam que aquilo fazia parte de uma experiência científica.
O estudo de 1966 utilizou o seguinte método: um médico desconhecido ligava para enfermeiros reais em turnos noturnos de um hospital e pedia-lhes para administrar duas vezes a dose máxima de um medicamento não aprovado para um paciente. Sem o conhecimento dos enfermeiros, o “remédio” era na verdade uma pílula de açúcar inofensiva, e o médico era uma farsa.
21 dos 22 enfermeiros cumpriram essa ordem absurda. Os pesquisadores claramente identificaram a droga, ou seja, todos os enfermeiros sabiam que causariam overdose em seus pacientes. Mesmo assim, eles administraram as drogas, violando as regras do hospital – que proibia que profissionais recebessem instruções por telefone ou dessem um medicamento não aprovado aos pacientes.
O estudo demonstrou claramente o quanto a aura de autoridade pode ofuscar os julgamentos éticos das pessoas. Portanto, cuidado, cidadão; sem querer instigar o caos e a rebeldia, mas essa é a prova de que não devemos abaixar a cabeça para qualquer coisa sem o mínimo de desconfiança.
Se quiser visualizar melhor como as pessoas podem ser levadas a fazer coisas que não querem, assista o episódio 17 da 9ª temporada do seriado Law & Order (em português, “Lei e Ordem”), em que um cidadão finge ser um “detetive Milgram”, e leva as pessoas a cometerem atos ilícitos sob o falso pretexto de que uma autoridade pediu que o fizessem.
Na Segunda Guerra Mundial, a marinha dos EUA trabalhou em um projeto para treinar morcegos para servirem como bombardeiros contra os japoneses. Um dentista da Pensilvânia, Lytle Adams, propôs a ideia para a Casa Branca pela primeira vez em 1942, depois de visitar cavernas cheias de morcegos em Carlsbad, no Novo México.
Adams propôs que pequenas cintas com explosivos incendiários fossem amarradas aos animais. Explorando o uso dos morcegos da “ecolocalização”, eles seriam treinados para encontrar abrigos japoneses em celeiros e sótãos. De acordo com o plano de Lytle, os morcegos-bomba voariam para o Japão, encontrariam esses refúgios em cidades japonesas, e colocariam as pessoas em chamas.
O Corpo de Fuzileiros Navais chegou a capturar milhares de morcegos e a desenvolver dispositivos explosivos para amarrar em suas costas. O projeto foi abandonado em 1943, provavelmente porque o governo dos EUA tinha feito progresso na bomba atômica. Uma é melhor que milhares, certamente.
O famoso psicólogo Philip Zimbardo coordenou este experimento para examinar o comportamento de indivíduos comuns que foram colocados na posição de prisioneiros ou guardas em uma prisão fictícia, e as normas que se esperava que eles exibissem.
Os prisioneiros eram colocados em situações para que fosse causada sua desorientação, degradação e despersonalização. Eles não receberam instruções ou treinamento específicos para realizarem seus papéis.
Inicialmente, os estudantes participantes do estudo não estavam certos de como representar seus papéis, mas não causaram nenhum distúrbio. No segundo dia do experimento, os “prisioneiros” foram convidados a fazerem uma rebelião, o que levou a uma severa resposta dos “guardas”. Deste momento em diante, as coisas começaram a desandar.
Os guardas implementaram um sistema de privilégios para acabar com a solidariedade entre os prisioneiros e causar desconfiança entre eles. Os guardas se tornaram paranoicos a respeito dos prisioneiros, acreditando que eles os estavam perseguindo. Isso tornou o sistema de privilégios muito restrito, controlando até as funções fisiológicas dos prisioneiros, que começaram a exibir distúrbios emocionais, depressão e desamparo condicionado.
Neste ponto, os prisioneiros foram apresentados a um capelão. Eles se identificavam por seus números ao invés de seus nomes, e quando eram questionados sobre como planejavam sair da prisão, se mostravam confusos. Eles haviam sido assimilados completamente por seus papéis.
O Dr. Philip encerrou o experimento depois de cinco dias, quando percebeu quão real a prisão havia se tornado para os voluntários.
Apesar da curtíssima duração do experimento, os resultados foram assustadores, e esclarecedores. A pesquisa mostrou quão rapidamente alguém pode abusar do seu controle quando colocado nas circunstâncias corretas. Poderia qualquer pessoa se tornar uma ditadora?[LiveScience]
Todos nós sabemos que a natureza humana tem seu lado sombrio. Mas até onde esse lado chega? Estamos dispostos a arriscar o bem-estar de animais, de outras pessoas, do planeta inteiro? O que somos capazes de fazer?
Confira alguns experimentos científicos perturbadores que nos causam medo ou simplesmente nos fazem refletir sobre o nosso comportamento:
1 – Buracos negros que podem engolir a Terra
Quando os físicos apertaram o botão “ligar” do acelerador de partículas Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), algumas pessoas prenderam a respiração e fecharam os olhos esperando pelo apocalipse.
Durante anos, rumores de que o acelerador poderia criar miniburacos negros que destruiriam a Terra circularam. Em 2008, um grupo até entrou com uma ação judicial para impedir o acelerador de partículas de ligar, argumentando que suas colisões atômicas poderiam causar o fim do mundo.
Ok, a ideia soa um pouco plausível, mas não há virtualmente nenhuma chance do LHC destruir a Terra (pelo menos pelo que sabemos até agora). Um estudo calculou que os raios cósmicos que bombardeiam a Terra rotineiramente criam colisões de energia mais elevadas do que o nosso maior acelerador de partículas. A natureza já realizou sozinha o equivalente a cerca de cem mil testes experimentais do LHC, e, é claro, o planeta ainda existe.
Mas, para o bem das teorias da conspiração, quem sabe o LHC venha a ser nosso destino fatal um dia, principalmente porque já cumpriu seu principal objetivo na Terra: no início deste ano, os físicos do acelerador, que fica na Suíça, anunciaram a descoberta do que pode ser o bóson de Higgs, a partícula tão buscada que dá a todas as outras partículas sua massa.
2 – Cães zumbis
Não assista ao vídeo se for sensível ao seu conteúdo.
Em 1940, cientistas russos divulgaram um vídeo de cães com cabeças decepadas que foram mantidos vivos por várias horas, balançando as orelhas em resposta a sons e até mesmo lambendo suas bocas. O que não fazemos em nome da ciência…
Os pesquisadores afirmaram que mantiveram os animais vivos através de um sistema de circulação de sangue artificial. Por mais horrível que isso possa soar, fica pior: essa não foi a única vez que cientistas criaram cães zumbis.
Tão recentemente quanto 2005, pesquisadores americanos criaram uma matilha de cães zumbis matando os animais através da rápida drenagem de todo o sangue de seus corpos, e substituindo-o com soro fisiológico cheio de oxigênio e açúcar.
O estudo da Universidade de Pittsburgh (EUA) conseguiu ressuscitar os cachorros três horas depois, dando-lhes uma transfusão de sangue e um choque elétrico. Embora alguns cães tenham tido danos permanentes, a maioria não tinha nem sinal de desgaste.
A pesquisa, publicada no Yearbook of Intensive Care and Emergency Medicine, sugeriu que o tratamento poderia um dia reviver pessoas que sofreram grandes hemorragias muito rapidamente para que os médicos conseguissem reparar seus ferimentos.
3 – Controle da mente
Na década de 1950, a CIA (agência de inteligência americana) lançou um programa ultrassecreto chamado MKULTRA, que buscava drogas e outras técnicas para usar no seu objetivo de “controlar mentes”.
Durante as próximas duas décadas, a agência testou alucinógenos, drogas de privação de sono e técnicas de choque elétrico para tentar encontrar a “lavagem cerebral perfeita”. Os cientistas da CIA realizaram mais de 149 projetos de pesquisa como parte do MKULTRA.
Em um deles, pesquisadores testaram os efeitos do LSD em situações sociais oferecendo a droga para clientes não conscientes de bares em Nova York e San Francisco, nos EUA. Em outros projetos, eles incentivaram viciados em heroína a tomar o alucinógeno, oferecendo-lhes a droga.
Assustado com o escândalo de Watergate em 1973, o diretor da CIA Richard Helms ordenou que os documentos relacionados ao projeto MKULTRA fossem destruídos. Se você acha que isso tudo é história para boi dormir e não passa de uma enorme teoria da conspiração sem fundamento, saiba que alguns documentos do terrível experimento não foram destruídos, e em 1977 uma solicitação feita através do Ato de Liberdade de Informação (Freedom of Speech Act, uma lei americana) permitiu que o autor John Marks tivesse acesso a mais de 20 mil páginas de registros do sórdido programa.
4 – Enfermeiras mortais
Falando em controle de mente, um estudo mostrou que, ao que parece, é muito fácil levar as pessoas a fazerem o que você diz: é só pedir com autoridade, não importa quão absurdo seja o pedido.
Em 1963, o psicólogo social Stanley Milgram provou que professores da Universidade de Yale (EUA) estavam dispostos a administrar um choque mortal em estranhos se uma figura de autoridade solicitasse (claro que os choques não eram verdadeiros, ainda assim, o pior de tudo é que as pessoas fariam isso). Saiba mais sobre o experimento aqui.
Em uma pesquisa similar, o psiquiatra Charles Höfling queria ver como a obediência influenciava decisões quando as pessoas não sabiam que aquilo fazia parte de uma experiência científica.
O estudo de 1966 utilizou o seguinte método: um médico desconhecido ligava para enfermeiros reais em turnos noturnos de um hospital e pedia-lhes para administrar duas vezes a dose máxima de um medicamento não aprovado para um paciente. Sem o conhecimento dos enfermeiros, o “remédio” era na verdade uma pílula de açúcar inofensiva, e o médico era uma farsa.
21 dos 22 enfermeiros cumpriram essa ordem absurda. Os pesquisadores claramente identificaram a droga, ou seja, todos os enfermeiros sabiam que causariam overdose em seus pacientes. Mesmo assim, eles administraram as drogas, violando as regras do hospital – que proibia que profissionais recebessem instruções por telefone ou dessem um medicamento não aprovado aos pacientes.
O estudo demonstrou claramente o quanto a aura de autoridade pode ofuscar os julgamentos éticos das pessoas. Portanto, cuidado, cidadão; sem querer instigar o caos e a rebeldia, mas essa é a prova de que não devemos abaixar a cabeça para qualquer coisa sem o mínimo de desconfiança.
Se quiser visualizar melhor como as pessoas podem ser levadas a fazer coisas que não querem, assista o episódio 17 da 9ª temporada do seriado Law & Order (em português, “Lei e Ordem”), em que um cidadão finge ser um “detetive Milgram”, e leva as pessoas a cometerem atos ilícitos sob o falso pretexto de que uma autoridade pediu que o fizessem.
5 – Bombas de morcegos
Na Segunda Guerra Mundial, a marinha dos EUA trabalhou em um projeto para treinar morcegos para servirem como bombardeiros contra os japoneses. Um dentista da Pensilvânia, Lytle Adams, propôs a ideia para a Casa Branca pela primeira vez em 1942, depois de visitar cavernas cheias de morcegos em Carlsbad, no Novo México.
Adams propôs que pequenas cintas com explosivos incendiários fossem amarradas aos animais. Explorando o uso dos morcegos da “ecolocalização”, eles seriam treinados para encontrar abrigos japoneses em celeiros e sótãos. De acordo com o plano de Lytle, os morcegos-bomba voariam para o Japão, encontrariam esses refúgios em cidades japonesas, e colocariam as pessoas em chamas.
O Corpo de Fuzileiros Navais chegou a capturar milhares de morcegos e a desenvolver dispositivos explosivos para amarrar em suas costas. O projeto foi abandonado em 1943, provavelmente porque o governo dos EUA tinha feito progresso na bomba atômica. Uma é melhor que milhares, certamente.
Bônus: Experimento da Prisão de Stanford
O famoso psicólogo Philip Zimbardo coordenou este experimento para examinar o comportamento de indivíduos comuns que foram colocados na posição de prisioneiros ou guardas em uma prisão fictícia, e as normas que se esperava que eles exibissem.
Os prisioneiros eram colocados em situações para que fosse causada sua desorientação, degradação e despersonalização. Eles não receberam instruções ou treinamento específicos para realizarem seus papéis.
Inicialmente, os estudantes participantes do estudo não estavam certos de como representar seus papéis, mas não causaram nenhum distúrbio. No segundo dia do experimento, os “prisioneiros” foram convidados a fazerem uma rebelião, o que levou a uma severa resposta dos “guardas”. Deste momento em diante, as coisas começaram a desandar.
Os guardas implementaram um sistema de privilégios para acabar com a solidariedade entre os prisioneiros e causar desconfiança entre eles. Os guardas se tornaram paranoicos a respeito dos prisioneiros, acreditando que eles os estavam perseguindo. Isso tornou o sistema de privilégios muito restrito, controlando até as funções fisiológicas dos prisioneiros, que começaram a exibir distúrbios emocionais, depressão e desamparo condicionado.
Neste ponto, os prisioneiros foram apresentados a um capelão. Eles se identificavam por seus números ao invés de seus nomes, e quando eram questionados sobre como planejavam sair da prisão, se mostravam confusos. Eles haviam sido assimilados completamente por seus papéis.
O Dr. Philip encerrou o experimento depois de cinco dias, quando percebeu quão real a prisão havia se tornado para os voluntários.
Apesar da curtíssima duração do experimento, os resultados foram assustadores, e esclarecedores. A pesquisa mostrou quão rapidamente alguém pode abusar do seu controle quando colocado nas circunstâncias corretas. Poderia qualquer pessoa se tornar uma ditadora?[LiveScience]
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
VANDERLEY CAIXE - PRESENTE!
Aos 68, morre o advogado Vanderley Caixe, em Ribeirão Preto (SP)
O advogado Varderley Caixe, 68, morreu na tarde desta terça-feira em Ribeirão Preto
O advogado Varderley Caixe, 68 anos ,
morreu na tarde desta terça-feira em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). Caixe
era natural de Ribeirão Preto, mas morou por muito tempo em João Pessoa onde
ajudou a fundar o PT e foi candidato a prefeito DA Capital em 1986.
O corpo do advogado, ex-militante das Faln (Forças Armadas de Libertação Nacional) --que atuou no período de repressão do governo militar--, foi velado na Câmara de Ribeirão desde as 3h desta quarta-feira.
O velório aconteceu as 15h. Em seguida, o corpo seguiu para o cemitério DA Saudade, no Campos Elíseos, onde foi enterrado.
Caixe estava internado havia pelo menos 20 dias após ter caído e fraturado a cabeça do fêmur. O seu estado de saúde se agravou desde então.
Atualmente, Caixe era advogado assistente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
HISTÓRICO
De acordo com o advogado Daniel Rondi, DA OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Ribeirão Preto, Caixe foi muito importante para a advocacia local pelos trabalhos desenvolvidos em relação aos direitos humanos, com a publicação de centenas de artigos sobre o tema.
Perdemos, neste 13 de novembro de 2012, o comandante VANDERLEY CAIXE
CIDADÃO PARAIBANO, DO BRASIL E DO MUNDO.
Outorgado cidadão paraibano, graças aos trabalhos prestados em prol dos Direitos Humanos na Paraíba, o reconhecimento público também se estendia à conduta com a qual o Companheiro Vanderley Caixe havia se movido, sofrido e vivido OS tempos difíceis dessa última metade do século XX, alimentado pelo calor dos que lutam em busca DA dignidade humana.
Nascera Vanderley Caixe num momento de Grande catástrofe moral e política de nosso planeta. O nazismo e o fascismo se digladiavam com OS ideais de liberdade, solidariedade e autonomia dos povos. Era a Segunda Guerra. O segundo flagelo mundial de nosso século. Um ano mais tarde, em 1945, ao horror perpetrado por Hitler e Mussolini se somaria o inaugurado pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki: a bomba atômica. As armas, a partir de então, seriam nucleares, mais potentes, enfim, para o sucesso das guerras promovidas pelos países hegemônicos.
Aos dezesseis anos, em 1960, Vanderley Caixe ingressa na Juventude Comunista. Preparava-se, assim, para atuar, de forma organizada, na luta pela emancipação dos trabalhadores. É um tempo de desejo de mudanças... Tempos de trabalhadores na rua... Tempos das Ligas Camponesas... Tempos de João Pedro e de Elizabeth Teixeira levantarem o campo DA Paraíba. Tempos de resistência, de rebeldia.
Em 1966, Vanderley Caixe funda – juntamente com outros Companheiros e Companheiras – a Frente Armada de Libertação Nacional. Durante três anos, Vanderley dirigira essa organização política se opondo, radical e simultaneamente, à ditadura civil-militar e ao regime capitalista. Mas ainda não seria dessa vez. As armas DA libertação foram vencidas pelo poder bélico, institucional e financeiro DA opressão. Em 1969, direção e membros DA Frente Armada de Libertação Nacional são presos. Desceria Vanderley Caixe aos porões DA ditadura.
Enquadrado na Lei de Segurança Nacional, Vanderley Caixe percorreria vários cárceres do Brasil: Presídio Tiradentes, Presídio Wenceslau – onde, em 1972, lidera uma Greve de Fome dos presos políticos – Presídio Hipódromo, de onde sai para a liberdade em 1974. Saíra com cicatrizes no corpo, mas a alma intacta. Conhecera, é verdade, a brutalidade, a infâmia e a torpeza. Mas conhecera, também, a enorme beleza humana expressa pelo calor DA solidariedade daqueles que, como ele, enfrentaram o horror de nossas prisões e, for a dos cárceres, persistiam na denúncia contra o arbítrio.
Neste mesmo ano, Vanderley Caixe conclui o curso de Direito e transfere-se para o Rio de Janeiro onde exerce advocacia no escritório do Professor Sobral Pinto. Torna-se assessor e coordenador DA Pastoral Penal do Rio de Janeiro. Volta a escrever em jornais de oposição ao governo ditatorial. Em 1975, conhece a Paraíba. Em 1976, fixa residência em João Pessoa. Aceitara o convite do Arcebispo D. José Maria Pires de criar e dirigir o Centro de Defesa dos Direitos Humanos DA Arquidiocese DA Paraíba. Vanderley Caixe fundaria, então, o Primeiro Centro de Defesa dos Direitos Humanos do Brasil, voltado para a defesa dos trabalhadores rurais e urbanos. É o primeiro advogado DA Aduf.
Em 1980, funda o Centro de Defesa dos Direitos Humanos, Assessoria e Educação Popular. Esse novo Centro seria acrescido de um trabalho especificamente voltado para as mulheres camponesas. O seu resultado é o lançamento DA REVISTA VAMOS. Era tempo de reorganização. Da Volta do sindicalismo combativo, das oposições sindicais que iam varrendo as direções pelegas e submissas aos patrões.
Quando de seu retorno a Ribeirão Preto em 1994 – cidade de origem - Vanderley Caixe já havia atuado em quase duzentas áreas rurais em conflito em nosso Estado. Na cidade paulista, instala o Centro de Defesa dos Direitos Humanos, Assessoria e Educação Popular, permanecendo na luta junto aos camponeses. Torna-se assessor jurídico do Sem Terra através da Rede Nacional dos Advogados Populares, advogado dos presos políticos da América Latina, através da Corte Internacional de Direitos Humanos e da Comissão de Direitos Humanos da ONU. Sua solidariedade atuante alcançaria nossos companheiros da América Latina, entre eles, os integrantes da Frente Manoel Rodrigues, no Chile; do Tupac Amaru, do Sendero Luminoso e as presas políticas da Argentina. Com as ferramentas das novas tecnologias, Vanderley Caixe cria a Revista O Berro, de onde intervia, com acuidade, acerca dos problemas do Brasil e da humanidade, em geral.
Como dizia Bertold Brecht, há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há aqueles que lutam a vida inteira. Estes são imprescindíveis. Com toda certeza, Vanderley Caixe faz parte da galeria dos imprescindíveis.
Wilma Mendonça
Integrante da Revista O Berro
O corpo do advogado, ex-militante das Faln (Forças Armadas de Libertação Nacional) --que atuou no período de repressão do governo militar--, foi velado na Câmara de Ribeirão desde as 3h desta quarta-feira.
O velório aconteceu as 15h. Em seguida, o corpo seguiu para o cemitério DA Saudade, no Campos Elíseos, onde foi enterrado.
Caixe estava internado havia pelo menos 20 dias após ter caído e fraturado a cabeça do fêmur. O seu estado de saúde se agravou desde então.
Atualmente, Caixe era advogado assistente do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
HISTÓRICO
De acordo com o advogado Daniel Rondi, DA OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Ribeirão Preto, Caixe foi muito importante para a advocacia local pelos trabalhos desenvolvidos em relação aos direitos humanos, com a publicação de centenas de artigos sobre o tema.
Perdemos, neste 13 de novembro de 2012, o comandante VANDERLEY CAIXE
CIDADÃO PARAIBANO, DO BRASIL E DO MUNDO.
Outorgado cidadão paraibano, graças aos trabalhos prestados em prol dos Direitos Humanos na Paraíba, o reconhecimento público também se estendia à conduta com a qual o Companheiro Vanderley Caixe havia se movido, sofrido e vivido OS tempos difíceis dessa última metade do século XX, alimentado pelo calor dos que lutam em busca DA dignidade humana.
Nascera Vanderley Caixe num momento de Grande catástrofe moral e política de nosso planeta. O nazismo e o fascismo se digladiavam com OS ideais de liberdade, solidariedade e autonomia dos povos. Era a Segunda Guerra. O segundo flagelo mundial de nosso século. Um ano mais tarde, em 1945, ao horror perpetrado por Hitler e Mussolini se somaria o inaugurado pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki: a bomba atômica. As armas, a partir de então, seriam nucleares, mais potentes, enfim, para o sucesso das guerras promovidas pelos países hegemônicos.
Aos dezesseis anos, em 1960, Vanderley Caixe ingressa na Juventude Comunista. Preparava-se, assim, para atuar, de forma organizada, na luta pela emancipação dos trabalhadores. É um tempo de desejo de mudanças... Tempos de trabalhadores na rua... Tempos das Ligas Camponesas... Tempos de João Pedro e de Elizabeth Teixeira levantarem o campo DA Paraíba. Tempos de resistência, de rebeldia.
Em 1966, Vanderley Caixe funda – juntamente com outros Companheiros e Companheiras – a Frente Armada de Libertação Nacional. Durante três anos, Vanderley dirigira essa organização política se opondo, radical e simultaneamente, à ditadura civil-militar e ao regime capitalista. Mas ainda não seria dessa vez. As armas DA libertação foram vencidas pelo poder bélico, institucional e financeiro DA opressão. Em 1969, direção e membros DA Frente Armada de Libertação Nacional são presos. Desceria Vanderley Caixe aos porões DA ditadura.
Enquadrado na Lei de Segurança Nacional, Vanderley Caixe percorreria vários cárceres do Brasil: Presídio Tiradentes, Presídio Wenceslau – onde, em 1972, lidera uma Greve de Fome dos presos políticos – Presídio Hipódromo, de onde sai para a liberdade em 1974. Saíra com cicatrizes no corpo, mas a alma intacta. Conhecera, é verdade, a brutalidade, a infâmia e a torpeza. Mas conhecera, também, a enorme beleza humana expressa pelo calor DA solidariedade daqueles que, como ele, enfrentaram o horror de nossas prisões e, for a dos cárceres, persistiam na denúncia contra o arbítrio.
Neste mesmo ano, Vanderley Caixe conclui o curso de Direito e transfere-se para o Rio de Janeiro onde exerce advocacia no escritório do Professor Sobral Pinto. Torna-se assessor e coordenador DA Pastoral Penal do Rio de Janeiro. Volta a escrever em jornais de oposição ao governo ditatorial. Em 1975, conhece a Paraíba. Em 1976, fixa residência em João Pessoa. Aceitara o convite do Arcebispo D. José Maria Pires de criar e dirigir o Centro de Defesa dos Direitos Humanos DA Arquidiocese DA Paraíba. Vanderley Caixe fundaria, então, o Primeiro Centro de Defesa dos Direitos Humanos do Brasil, voltado para a defesa dos trabalhadores rurais e urbanos. É o primeiro advogado DA Aduf.
Em 1980, funda o Centro de Defesa dos Direitos Humanos, Assessoria e Educação Popular. Esse novo Centro seria acrescido de um trabalho especificamente voltado para as mulheres camponesas. O seu resultado é o lançamento DA REVISTA VAMOS. Era tempo de reorganização. Da Volta do sindicalismo combativo, das oposições sindicais que iam varrendo as direções pelegas e submissas aos patrões.
Quando de seu retorno a Ribeirão Preto em 1994 – cidade de origem - Vanderley Caixe já havia atuado em quase duzentas áreas rurais em conflito em nosso Estado. Na cidade paulista, instala o Centro de Defesa dos Direitos Humanos, Assessoria e Educação Popular, permanecendo na luta junto aos camponeses. Torna-se assessor jurídico do Sem Terra através da Rede Nacional dos Advogados Populares, advogado dos presos políticos da América Latina, através da Corte Internacional de Direitos Humanos e da Comissão de Direitos Humanos da ONU. Sua solidariedade atuante alcançaria nossos companheiros da América Latina, entre eles, os integrantes da Frente Manoel Rodrigues, no Chile; do Tupac Amaru, do Sendero Luminoso e as presas políticas da Argentina. Com as ferramentas das novas tecnologias, Vanderley Caixe cria a Revista O Berro, de onde intervia, com acuidade, acerca dos problemas do Brasil e da humanidade, em geral.
Como dizia Bertold Brecht, há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há aqueles que lutam a vida inteira. Estes são imprescindíveis. Com toda certeza, Vanderley Caixe faz parte da galeria dos imprescindíveis.
Wilma Mendonça
Integrante da Revista O Berro
Brasil governado pelo fundamentalismo? - Frei Beto
Algo me preocupa: a confessionalização da política. Na eleição de Dilma, o tema religioso ganhou mais relevância que programas de governo. Na de prefeito à capital paulista, pastores e bispos se conflitaram, e padre Marcelo Rossi virou ícone político.
A modernidade separou Estado e Igreja. Agora o estado élaico. Portanto, não pode ser pautado por uma determinada crença religiosa. E todas elas têm direito a difundir sua mensagem e promover manifestações públicas, desde que respeitado quem não crê ou pensa de modo diferente.
O Estado deve estar a serviço de todos os cidadãos, crente e não crentes, sem se deixar manipular por esta Igreja ou aquela denominação religiosa.
O passado do Ocidente comprova que mesclar poder religioso e poder político é reforçar o fundamentalismo e, em suas águas turvas, o preconceito, a discriminação e, inclusive, a exclusão (Inquisição, "heresias”etc.). Ainda hoje, no Oriente Médio, a sobreposição de doutrina religiosa em certos países produz políticas obscurantistas.
Temo que também no Brasil esteja sendo chocado o ovo da serpente. Denominações religiosas apontam seus pastores a cargos eletivos; bancadas religiosas se constituem em casas legislativas; fiéis são mobilizados segundo o diapasão da luta do bem contra o mal; Igrejas se identificam com partidos; amplos espaços da mídia são ocupados pelo proselitismo religioso.
Algo de perigoso não estaria sendo gestado? Já não importa a luta de classes nem seus contornos ideológicos. Já não importa a fidelidade ao programa do partido. Importa a crença, a fidelidade a uma determinada doutrina ou líderes religiosos, a "servidão voluntária” à fé que mobiliza corações e mentes.
O que seria de um Brasil cujo Congresso Nacional fosse dominado por legisladores que aprovariam leis, não em benefício do conjunto da população, e sim, para enquadrar todos sob a égide de uma doutrina confessional, tenham ou não fé nessa doutrina?
Sabemos que nenhuma lei pode forçar um cidadão a abraçar tal princípio religioso. Mas a lei pode obrigá-lo a se submeter a um procedimento que contraria a razão e a ciência, e só faz sentido à luz de um princípio religioso, como proibir transfusão de sangue ou o uso de preservativo.
Não nos iludamos: a história não segue em movimento linear. Por vezes, retrocede. E aquilo que foi ainda será se não lograrmos predominar a concepção de que o amor –que não conhece barreiras e "tudo tolera”, como diz o apostolo Paulo– deve sempre prevalecer sobre a fé.
Frei Beto |
O Estado deve estar a serviço de todos os cidadãos, crente e não crentes, sem se deixar manipular por esta Igreja ou aquela denominação religiosa.
O passado do Ocidente comprova que mesclar poder religioso e poder político é reforçar o fundamentalismo e, em suas águas turvas, o preconceito, a discriminação e, inclusive, a exclusão (Inquisição, "heresias”etc.). Ainda hoje, no Oriente Médio, a sobreposição de doutrina religiosa em certos países produz políticas obscurantistas.
Temo que também no Brasil esteja sendo chocado o ovo da serpente. Denominações religiosas apontam seus pastores a cargos eletivos; bancadas religiosas se constituem em casas legislativas; fiéis são mobilizados segundo o diapasão da luta do bem contra o mal; Igrejas se identificam com partidos; amplos espaços da mídia são ocupados pelo proselitismo religioso.
Algo de perigoso não estaria sendo gestado? Já não importa a luta de classes nem seus contornos ideológicos. Já não importa a fidelidade ao programa do partido. Importa a crença, a fidelidade a uma determinada doutrina ou líderes religiosos, a "servidão voluntária” à fé que mobiliza corações e mentes.
O que seria de um Brasil cujo Congresso Nacional fosse dominado por legisladores que aprovariam leis, não em benefício do conjunto da população, e sim, para enquadrar todos sob a égide de uma doutrina confessional, tenham ou não fé nessa doutrina?
Sabemos que nenhuma lei pode forçar um cidadão a abraçar tal princípio religioso. Mas a lei pode obrigá-lo a se submeter a um procedimento que contraria a razão e a ciência, e só faz sentido à luz de um princípio religioso, como proibir transfusão de sangue ou o uso de preservativo.
Não nos iludamos: a história não segue em movimento linear. Por vezes, retrocede. E aquilo que foi ainda será se não lograrmos predominar a concepção de que o amor –que não conhece barreiras e "tudo tolera”, como diz o apostolo Paulo– deve sempre prevalecer sobre a fé.
ÓDIO E NEGÓCIOS - Laerte Braga
Laerte Braga |
Estão juntos na barbárie
nazi/sionista contra palestinos. O ódio bíblico da presunção de superioridade
racial, de missão divina, os “negócios”, nos saques e na pirataria contra vidas
e riquezas palestinas. Pior. Esse ódio e esses “negócios” se espalham pelo mundo
no cinismo que caracteriza os sucessores de Hitler.
“Vamos levar Gaza de volta à Idade
Média”. Foi a declaração de um dos ministros do gabinete terrorista de Tel Aviv.
Ficou estampada em todos os jornais do mundo. Não havia como esconder. Os vídeos
e fotos de corpos de crianças, mulheres, idosos mortos na insanidade fingida, na
falsa indignação de quem ocupa terras alheias são universais e se incorporam à
História da crueldade em todos os tempos.
Os ataques de Israel contra Gaza são
crime de genocídio e têm o apoio de nações como os Estados Unidos e sua
principal colônia na União Européia, a Grã Bretanha. O sangue de palestinos
corre por todo o mundo despertando a revolta de seres humanos que ainda se
mantêm como tal.
Os corpos estendidos, os olhares
aflitos, a dor, a revolta, são da incompreensão de tanto ódio, de tantos
“negócios”.
O governo terrorista de Israel se
apropriou de terras e águas palestinas. No caso da água uma empresa sionista
explora o bem em terras palestinas e cobra o dobro de palestinos. São ladrões
contumazes ao longo da história. E curiosamente o Alcorão proíba e cobrança de
juros. É uma diferença abissal entre o ódio e os “negócios” e simplicidade de
pastores de ovelhas, agricultores expulsos de suas terras, cercados por um muro
e atemorizados por batalhões de homens bestas, ou bestas feras armados até os
dentes e sem o menor brilho humano nos olhos.
Em Gaza os palestinos vivem da
produção de flores e frutas, entre outras atividades primárias, mas ricos em sua
essência. As flores estão sendo mortas e não estão “vencendo
canhões”.
Parar com esse horror? Basta que os
chamados grandes queiram fazê-lo. Israel deixou de ser um direito de um povo – a
despeito dos protestos de judeus em todo o mundo contra o seu governo – para se
transformar naquilo que Einstein, ainda no final da década de 40 e início da
década de 50, previa. Criminosos no governo.
É uma falácia a afirmação que
foguetes do Hamas atingem Jerusalém. São rojões perto do arsenal químico
(fósforo branco) e nuclear dos terroristas de Tel Aviv. Ou de Treblinka, difícil
dizer a diferença.
É inexplicável o silêncio de
governos do Egito, da Jordânia, dos países muçulmanos diante do massacre
inaceitável. É um silêncio que soa como punhalada.
Nicolas Sarkozi quando presidente da
França propôs ao Parlamento de seu país que em nome da liberdade proibisse o uso
da burca em público. São perto de duas mil mulheres que usavam a burca em
público em toda a França. Duas mil mulheres condenadas a permanecer em suas
residências, trancafiadas. Há milhões de religiosos que usam hábitos de suas
religiões em público, se escondem em fantasias mil e nenhuma lei para garantir a
liberdade, ou “tradições libertárias”, como chegou a falar o ex-presidente.
Uma perfeita análise do preconceito
está no livro VIVENDO O FIM DOS TEMPOS do marxista Slavoj Zizek, um dos mais
conceituados pensadores da atualidade.
A luta palestina é a de todos os
oprimidos do mundo.
Desligue a GLOBO e toda a mídia
podre de mercado que domina a informação no Brasil. Para servir aos seus patrões
não se importam de sujar as mãos de sangue em nome do lucro e mostrar uma face,
só uma face, daquilo que chamam “terrorismo”. Escondem o verdadeiro
terror.
O das elites políticas e econômicas
que recheadas de dinheiro sionista se alastram pelo Brasil.
É de Washington Luís a frase “ou o
Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”. Ou acabamos com o
tratado de livre comércio firmado pelo equilibrista Luís Inácio Lula da Silva e
o governo de Israel, ou o sionismo que chega com o código de barra 7 29 (os três
primeiros números) e toma conta, como está tomando, do Brasil.
Não há limites para a crueldade
sionista e o expansionismo é uma realidade.
Está longe, muito longe, da moça
Rebeca salva por Ivanhoé dos templários de sir Bois de Guilbert, no romance de
Walter Scott. Não existe isso mais. O ódio ficou congelado e é despejado em cima
de inocentes na Palestina.
É ódio e são “negócios”
A judiação imposta ao povo palestino
só encontra paralelo nos campos de concentração do III Reich.
Vivemos o apogeu insano do IV
Reich.
Começam a soprar ventos de
insatisfação nos EUA. Nem os norte-americanos agüentam mais tanta violência e
tanta crueldade.
Bem fez Chávez que, em 2006,
percebendo o perigo da suástica transformada em cruz de Davi expulsou de seu
país todo o corpo diplomático israelense da Venezuela.
Não basta pedir paz. Que paz? Há que
ter ser liberdade para a Palestina. O Estado Palestino como decidido pela ONU.
Há que se cumprir as mais de 50
resoluções da ONU que condenam Israel por práticas terroristas, tais como uso de
força excessiva (eufemismo para barbárie), armas químicas, biológicas, tortura,
estupros, assassinatos seletivos
Israel nunca quis a paz e quando a
paz se ofereceu Israel matou seu próprio líder, Itzak Rabin. Atribuíram o crime
a um “fanático” judeu. Se sabe hoje era um agente da MOSSAD abrindo caminho para
os terroristas à frente Ariel Sharon.
A sanha bárbara e terrorista de
Israel quer terras, quer negócios, quer juros nos seus bancos, usa a bíblia como
escudo, no fundo têm a convicção que são superiores.
Superiores sim na insanidade.
domingo, 18 de novembro de 2012
há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há aqueles que lutam a vida inteira. Estes são imprescindíveis - Barbet
Faleceu Vanderley Caixe, neste dia 13 de novembro de 2012.
Outorgado cidadão paraibano, graças aos trabalhos prestados em
prol dos Direitos Humanos na Paraíba, o reconhecimento público também se
estendia à conduta com a qual o Companheiro Vanderley Caixe havia se movido,
sofrido e vivido os tempos difíceis dessa última metade do século XX, alimentado
pelo calor dos que lutam em busca da dignidade humana.
Nascera Vanderley Caixe num momento de grande catástrofe moral e
política de nosso planeta. O nazismo e o fascismo se digladiavam
com os ideais de liberdade, solidariedade e autonomia dos povos. Era a Segunda
Guerra. O segundo flagelo mundial de nosso século. Um ano mais tarde, em 1945,
ao horror perpetrado por Hitler e Mussolini se somaria o inaugurado pelos
Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki: a bomba atômica. As armas, a partir de
então, seriam nucleares, mais potentes, enfim, para o sucesso das guerras
promovidas pelos países hegemônicos.
Aos dezesseis anos, em 1960, Vanderley Caixe ingressa na Juventude
Comunista. Preparava-se, assim, para atuar, de forma organizada, na luta pela
emancipação dos trabalhadores. É um tempo de desejo de mudanças... Tempos de
trabalhadores na rua... Tempos das Ligas Camponesas... Tempos de João Pedro e de
Elizabeth Teixeira levantarem o campo da Paraíba. Tempos de resistência, de
rebeldia.
Em 1966, Vanderley Caixe funda – juntamente com outros
Companheiros e Companheiras – a Frente Armada de Libertação Nacional.
Durante três anos, Vanderley dirigira essa organização política se opondo,
radical e simultaneamente, à ditadura civil-militar e ao regime capitalista. Mas
ainda não seria dessa vez. As armas da libertação foram vencidas pelo poder
bélico, institucional e financeiro da opressão. Em 1969, direção e membros da
Frente Armada de Libertação Nacional são presos. Desceria Vanderley Caixe
aos porões da ditadura.
Enquadrado na Lei de Segurança Nacional, Vanderley Caixe
percorreria vários cárceres do Brasil: Presídio Tiradentes, Presídio Wenceslau –
onde, em 1972, lidera uma Greve de Fome dos presos políticos – Presídio
Hipódromo, de onde sai para a liberdade em 1974. Saíra com cicatrizes no corpo,
mas a alma intacta. Conhecera, é verdade, a brutalidade, a infâmia e a torpeza.
Mas conhecera, também, a enorme beleza humana expressa pelo calor da
solidariedade daqueles que, como ele, enfrentaram o horror de nossas prisões e,
fora dos cárceres, persistiam na denúncia contra o
arbítrio.
Neste mesmo ano, Vanderley Caixe conclui o curso de Direito e
transfere-se para o Rio de Janeiro onde exerce advocacia no escritório do
Professor Sobral Pinto. Torna-se assessor e coordenador da Pastoral Penal do Rio
de Janeiro. Volta a escrever em jornais de oposição ao governo ditatorial. Em
1975, conhece a Paraíba. Em 1976, fixa residência em João Pessoa. Aceitara o
convite do Arcebispo D. José Maria Pires de criar e dirigir o Centro de
Defesa dos Direitos Humanos da Arquidiocese da Paraíba. Vanderley Caixe
fundaria, então, o Primeiro Centro de Defesa dos Direitos Humanos do Brasil,
voltado para a defesa dos trabalhadores rurais e urbanos. É o primeiro advogado
da Aduf.
Em 1980, funda o Centro de Defesa dos
Direitos Humanos, Assessoria e Educação Popular. Esse novo Centro seria
acrescido de um trabalho especificamente voltado para as mulheres camponesas. O
seu resultado é o lançamento da REVISTA VAMOS. Era tempo de reorganização. Da
volta do sindicalismo combativo, das oposições sindicais que iam varrendo as
direções pelegas e submissas aos patrões.
Quando de seu retorno a Ribeirão Preto em 1994 – cidade de origem
- Vanderley Caixe já havia atuado em quase duzentas áreas rurais em conflito em
nosso Estado. Na cidade paulista, instala o Centro de Defesa dos Direitos
Humanos, Assessoria e Educação Popular, permanecendo na luta junto aos
camponeses. Torna-se assessor jurídico do Sem Terra através da Rede Nacional dos
Advogados Populares, advogado dos presos políticos da América Latina, através da
Corte Internacional de Direitos Humanos e da Comissão de Direitos Humanos da
ONU. Sua solidariedade atuante alcançaria nossos companheiros da América Latina,
entre eles, os integrantes da Frente Manoel Rodrigues, no Chile; do Tupac Amaru,
do Sendero Luminoso e as presas políticas da Argentina. Com as ferramentas das
novas tecnologias, Vanderley Caixe cria a Revista O Berro, de onde intervia, com
acuidade, acerca dos problemas do Brasil e da humanidade, em geral.
Como dizia Bertold Brecht, há homens que lutam um dia e são
bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há aqueles que lutam a vida
inteira. Estes são imprescindíveis. Com toda certeza, Vanderley Caixe faz
parte da galeria dos imprescindíveis.
Vous l'attendez depuis longtemps, notre Calendrier de l'Avent interactif, sera en ligne le 1er décembre, en partenariat avec RCF - Radios Chrétiennes Francophones. Voici une vidéo pour patienter et découvrir en avant-première les témoins de la foi que nous avons interrogésLe Jour du Seigneur - Antonio Xisto
A QUERELA DO DIPLOMA (JORNALISTA)
Na segunda metade do século passado, no ano de 1969, com o decreto 972, o Poder Militar tornou obrigatório o diploma universitário de jornalismo para o exercício dessa profissão.
No início deste segundo milênio, no ano de
2009, o Poder Judiciário, Supremo Tribunal Federal, derrubou aquela imposição
castrense, tornando o exercício da profissão de jornalista livre da
obrigatoriedade do diploma de jornalismo.
Agora, neste ano de 2012, a querela voltou à
tona para tornar obrigatório o diploma, e desta vez com a atuação do Poder
Legislativo, por meio da proposta de Emenda Constitucional 33/09.
Ninguém sabe ao certo o que é democracia, mas
quase todos sabem o que não é democracia. Investir contra a liberdade de
imprensa é a negação absoluta da democracia.
A questão é saber se a imposição do diploma de
jornalismo de fato constitui uma ameaça à liberdade de imprensa.
Os que são contra a exigência do diploma
afirmam que essa exigência configura uma insuportável restrição à liberdade de
imprensa, e um atentado contra a democracia.
Enquanto que os que são favoráveis à exigência
do diploma afirmam que o interesse público exige a atuação de um profissional
qualificado, e que tais qualidades só podem ser adquiridas em uma faculdade de
jornalismo.
McQuail apresenta três teorias sobre o
interesse público: a teoria da preponderância, que implica em uma Consulta
plebiscitária à população; a teoria do interesse comum, que se baseia numa
suposição que os governantes fazem sobre o que seja o interesse público; a
teoria unitária, que é aquela teoria do comunismo
ou do nazismo, que faz imposições ditatoriais,
declarando, por decreto, serem essas imposições "do interesse público".
No caso em discussão a bandeira do interesse
público, hasteada pelos que querem impor o diploma, escancara a adoção da teoria
unitária, pois eles não se dão ao trabalho de explicar a quem quer que seja o
que eles entendem por interesse público.
A imprensa atual é altamente crítica e denuncia
os abusos cometidos pelos governantes.
Se a exigência do diploma partiu da ditadura
militar, sufocadora de toda liberdade de imprensa, é claro que a exigência do
diploma constitui um atentado contra essa liberdade, e um perigo para a
democracia
Filipe de Sousa
FENAI: 1142/09-
Texto retirado do jornal: GAZETA
VALEPARAIB
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
APENAS PARA AS MULHERES ! QUALQUER GATO VIRA-LATA - Barbet
Sinopse: Tati (Cléo Pires) é apaixonada por seu namorado, o mimado e riquinho Marcelo (Dudu Azevedo), fazia tudo para mantê-lo sobre controle, mas o cara era um mulherengo e eles acabaram dando um tempo. Disposta a reconquistá-lo, ela acaba se oferecendo como "cobaia" para o professor de Biologia Conrado (Malvino Salvador), que defende uma tese polêmica sobre a harmonia entre as conquistas amorosas dos humanos e as atitudes dos animais. No começo, a experiência acaba dando certo, mas na medida que os dias passam, aluna e professor começam a vivenciar um novo momento e pintou um cheiro de romance no ar.
Philippe, résident du Centre d'hébergement des... por mairiedeparis
▸ Philippe, résident du Centre d'hébergement des Enfants du Canal - ontem
Depuis 18 mois, Philippe a une petite chambre au centre d'hébergement des Enfants du Canal. Sa chambre. Une chambre qui va lui permettre, après 15 ans passés dans la rue, de se reconstruire peu à peu. Avec un objectif : retrouver du travail, et revoir ses enfants.
UM CRIME - Barbet
Patê de fígado de ganso (foie Gras)
O foie Gras (pronúncia [fwɑ gʁɑ], ou "fuá-grá")
– termo que em francês
significa "fígado gordo" – é o fígado de um
pato ou ganso que
foi super-alimentado. Junto com as trufas, o
foie Gras é considerado uma das maiores iguarias DA culinária francesa. Possui consistência amanteigada e sabor mais
suave em relação ao fígado normal de pato ou ganso.
Bem, o famoso "foie Gras" nada mais é do que uma
lipidose hepática, ou seja, uma doença do fígado. Como consequência de uma
alimentação forçada durante 4 semanas, OS fígados dos gansos e dos patos incham
6 a 12 vezes o tamanho normal.
Cada ano, cerca de 10 milhões de gansos e patos
são criados com esse fim, produzindo 16800 toneladas dos seus fígados em todo o
mundo (números de 1998). A França é a maior produtora, com quase 80. O restante
"foie Gras" é produzido pela Hungria, Espanha, Israel, EUA, Bélgica, Bulgária e
Roménia. A produção de fígado de ganso já foi banida na Alemanha, Dinamarca,
Noruega e Polónia. Recentemente, Arnold Schwarzenegger, governador DA
Califórnia, também aprovou uma lei que proíbe a alimentação forçada de gansos e
patos para a produção de "foie Gras". No entanto, a lei só entrará em vigor
depois de 2012 para Dar um prazo aos produtores para alterarem essa
prática.
Durante 4 semanas OS patos e gansos têm uma alimentação forçada e são mantidos em pequenos compartimentos. Isso torna mais fácil agarrar as aves pelo pescoço e inserir-se, pela garganta abaixo, funis e tubos metálicos de alimentação. As aves são presas e forçadas a abrirem OS bicos para lhes introduzirem um cano de metal de 20 a 30 cm que vai até ao estômago. Então é accionada uma alavanca, que bombeia a ração de milho directamente para o estômago DA ave. Em alguns casos colocam um anel elástico apertado no pescoço DA ave para o caso de ela tentar regurgitar a ração. Este processo ocorre 3 a 5 vezes por dia. E a ração é composta de milho cozido e às vezes inclui gordura de porco ou de outros gansos com sal. Cada ave é forçada a ingerir até 3,5 kg de ração por dia, o que equivale a um humano ser forçado a comer 12,5 kg de macarrão. Como consequência DA alimentação forçada OS animais têm dificuldades em andar e respirar, entre outros danos físicos. Um estudo concluiu que quase 10% das aves morrem com o estômago rebentado e com alimento a entrar no pulmão. Algumas apresentam também deformações nos bicos e doenças e infecções causadas pela sujidade dos tubos de alimentação. Depois das 4 semanas de alimentação forçada OS patos e OS gansos são abatidos. Na maior parte das vezes OS fígados estão inchados de 6 até 12 vezes o tamanho normal, formando massas pálidas e inflamadas do tamanho de melões em vez de órgãos firmes, pequenos e sadios. Apenas OS patos (machos) são usados para fazer o patê por produzirem fígados maiores e serem considerados mais resistentes às 4 semanas de tortura. As aves fêmeas são tratadas como lixo. Normalmente as fêmeas recém-nascidas são entulhadas em sacos de nylon, que são amarrados e colocados em latões com água a escaldar. O "foie Gras" tem também consequências negativas para a saúde humana. 85% das calorias do patê são de gorduras - mais do dobro do que apresenta um hambúrguer. Essa gordura é em Grande parte ácido palmítico, uma gordura saturada conhecida por aumentar OS níveis de colesterol.
Veto ao foie Gras alimenta a Ira francesa
O presidente François Hollande e produtores do país criticam a decisão DA
Califórnia de proibir venda DA iguariaDonos de granja na França se amparam no Código Rural do país; ativistas condenam alimentação forçada KIM WILLSHER DO “OBSERVER”, EM FRESPECH, FRANÇA O produtor de foie Gras Yves Boissière promete aos visitantes um giro abrangente pela sua granja em Frespech, no sudoeste DA França. O ponto inicial é o "berçário" aquecido que abriga 800 filhotes de pato de dois dias de idade. O dia termina com um jantar com foie Gras no restaurante DA granja. Mas uma parte importante do processo está ausente: trata-se do "gavage", a alimentação forçada dos animais. É isso que causa indignação nos defensores dos direitos dos animais e resultou em proibição à venda e produção de foie Gras no Estado DA Califórnia, nos EUA. O presidente francês, François Hollande, assumiu o compromisso de combater a decisão californiana, que entrou em vigor em 1º de julho. Não é a queda nas vendas que preocupa OS produtores franceses -o produto não tem Grande mercado do outro lado do Atlântico- e sim o medo de que a proibição se torne contagiosa, arruinando porção relevante DA herança gastronômica francesa. Boissière não hesita em falar sobre OS detalhes do "gavage". Descreve como seus empregados bombeiam ração para OS estômagos dos patos a fim de tornar seus fígados gordurosos -é isso que significa "foie Gras"- elevando o peso dos órgãos a cerca de 500g, ou dez vezes o normal. Ele oferece números e fatos: OS filhotes passam duas semanas "se aclimatando" no berçário, 12 semanas ao AR livre e depois por 13 dias de alimentação intensiva, começando com 200g de milho ao dia e subindo gradualmente para um quilo diário. Mas a alimentação forçada não consta na visita guiada. Se OS visitantes pudessem assisti-la, teriam visto uma funcionária introduzindo OS tubos de alimentação na garganta dos animais, enquanto OS acalma com carícias nas suas penas peitorais. Não há sinal evidente de crueldade, o que torna curiosa a omissão de Boissière. NA TRINCHEIRA Um estudo científico aceito em 1998 pela Comissão Europeia constatou que o índice de fatalidade entre OS animais alimentados à força era até 20 vezes superior ao registrado entre animais alimentados normalmente. O relatório descreve o foie Gras como "fígado patológico" de uma ave "com esteatose hepática" -acumulação de células gordurosas que, em seres humanos, seria usualmente causada por abuso de álcool ou obesidade. Como resultado, a alimentação forçada está proibida em países como Reino Unido, Alemanha e Itália. Os produtores, entretanto, contam com um trunfo: segundo o Código Rural francês de 2006, "o foie Gras é parte DA herança cultural e gastronômica protegida DA França. Por 'foie Gras', entende-se o fígado de um pato ou ganso engordado especificamente por alimentação forçada". Argumentam que patos migratórios se enchem de comida para longas jornadas, e o "gavage" é extensão desse processo natural. VOTOS E PATOS Boissière diz que a decisão californiana é um erro e quer que o governo francês a conteste. "Creio que resulte DA incompreensão e que tenha sido adotada porque é um jeito fácil de conquistar votos, mas se baseia na ignorância quanto aos fatos", afirma. Brigitte Gothière, do grupo "Stop Gavage", surgido na França, discorda completamente. "Não estamos falando em conceder o direito de voto aos patos. O ponto é o respeito a um ser vivo. Os patos usados para o foie Gras jamais migraram", diz. "Os granjeiros argumentam que a alimentação forçada é reversível e não causa doenças. Isso não é verdade". ... |
RICO, RICO, RICO - Barbet
"Je suis pauvre, pauvre, pauvre, du Marais, Marais, Maraia, Je suis riche, riche, riche Jê m´arrete ici"
quando descobri a verdadeira pronúncia deste bairro, logo me vio à cabeça esta cançao infantil. embora não possa afirmar com certeza que a letra se refira ao bairro parisiense, durant uma breve pesquisa, descobri algumas explicações interessantes para a palavra "marré" na música, uma delas diz que a letra original seria a que escrevi acima, cuja tradução seria: "Eu sou pobre, pobre, pobre, do Marais, Marais, Marais. Eu sou rico, rico, rico e vou parar aqui".
adorei esta explicação.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Aimer sans perdre la raison - Antonio Xisto
L’amour ce mot élimé par le temps. Et pourtant, il est utilisé chaque jour et même aux tréfonds de nos nuits. Aimer est la plus sublime action de l’Humain, dit-on. Mais, lorsque nous employons ce verbe actif, sommes-nous dans la même définition ? Avons-nous une approche universelle de ce mot employé ?
Et voilà, que les conflits naissent, fleurissent à l’unique évocation de ces diverses questions pourtant essentielles. Et s’il suffisait d’aimer sans se poser mille questions. Nous donnerions alors une dimension " magique " , "sectaire " du mot Amour. Nous serions en danger psychologique et mettrions les autres dans ce même précipice. Aimer à perdre la raison, chante le poète. Il vaut mieux aimer et raison garder. Sinon, nous sommes dans l’expression du fusionnel qui empêche l’autre de respirer. Nous sommes alors dans le chantage affectif. Et lorsque l’objet de mes désirs tend à disparaître, je suis prêt à tuer. L’être que je pensais aimer faisait partie intégrante de moi et le fait que cette personne me quitte, je n’existe plus. Et pourtant, l’Homme a un besoin existentiel de poétiser son existence. Que serait une vie sans Amour ?
Une cymbale qui ne teinte plus.
L’expression de nos sentiments est le miroir de notre propre imaginaire érotique. L’érotisme est la métaphore poético-existentielle de notre amour. Nous sommes des êtres profondément sexués et érotisés.
Il faut savoir se construire intérieurement pour mieux vivre son couple ou sa relation amoureuse. L’Amour n’est jamais captation de l’autre. L’Amour n’est jamais une jalousie pathologique qui démontre un manque de confiance en soi. Il faut simplement s’aimer avant de vouloir aimer. N’oubliez jamais qu’un individu qui affirme se détester et honnir son environnement est dans l’incapacité absolue de vous aimer. Si vous tombez sur ce genre de personnes, sachez que votre présence les sécurise. Ils peuvent justement érotiser les liens qui vous unissent et qui sont purement imaginaires. Ils ne sont pas réciproques. Et les mal-entendus apparaissent...
Dans ce contexte de crise économique, nous avons une urgente et vitale nécessité de nous relier. Et non de nous briser sur les rochers de la fatalité. Nous devons communiquer autrement que virtuellement, pour éviter des fantasmes malsains. Voir la personne en face. Rire, réfléchir, manger, désirer, partager ses mystères et secrets avec elle. Il faut nous tenir sur ce chemin qui mène vers l’épanouissement personnel.
La fleur a besoin de lumière pour déployer ses pétales dont les couleurs nous émerveillent. L’Amour est un émerveillement constant, une redécouverte de l’autre comme au premier jour. L’Amour est inventif aussi bien dans le choix des cadeaux que dans l’exultation des corps. A vous d’aimer sans posséder ! A moi aussi, parfois.
Il nous faut aimer avec pureté tels des explorateurs qui pénètrent sur une terre inconnue. Aimer, c’est mûrir chaque jour au soleil du Respect, de la délicatesse des gestes. Aimer, c’est mettre la douceur dans les méandres du cœur. Aimer, c’est regarder différemment pour offrir sa vision à l’autre. Les chiens ne font pas des chats, dit-on. Rien de plus stupide que cette phrase. Combien de fois n’ai-je vu des êtres totalement métamorphosés par l’amour vrai. N’écoutez pas ceux ou celles qui veulent absolument plaquer leur morale sur vos comportements. Chacun est suffisamment adulte pour savourer l’amour qui l’enflamme.
Ce qu’il y a d’encombrant dans la morale des autres, c’est qu’elle n’est que des autres disait en substance Léo Ferré. En effet, un individu responsable est tout à fait capable de se construire sa propre éthique.
Les chrétiens disent que Dieu seul est Amour. D’ailleurs, les juifs, les musulmans aussi. Mais, si vous désirez vous accaparer Dieu, alors les guerres empourpreront notre planète.
Aimer dans la liberté est le plus beau fruit à déguster. Même si vous êtes mariés ou en couples depuis plus de vingt ans. L’Amour est à réinventer chaque jour. Cette dernière phrase n’est pas de moi mais de saint François. Les saints aussi sont des experts en amour et peut-être plus que nous. Alors, allons vers ces océans qui nous font naviguer dans les embruns des sentiments heureux. Il faut fêter l’amour au quotidien. Mais, il est bien qu’une journée soit consacrée à ce Saint Valentin qui aimait avec la folie de la Foi et la raison des circonstances.
Prenons l’être que nous aimons dans nos bras et demandons-lui ce qui pourrait améliorer la vie commune. Ne sombrons point dans la symbiose de l’amour-fusion qui est amour-pouvoir. Mais embrassons les myriades de visages de la philia, l’agapè..etc. Toutes ces sources qui nous font aimer aussi bien notre voisin, quelqu’un rencontré dans le destin d’une rue ou l’épouse, l’ami ( e ) de l’âme. L’amour n’est pas une pulsion orgasmique. L’amour est édification de notre univers intérieur pour mieux en saisir la quintessence. L’amour peut s’écrire en plusieurs dialectes. L’amour, c’est toi, c’est moi sur cet immense navire glissant sur les flots de la mort. L’amour est la mort se rejoignent en étranges paradigmes. L’amour fait oublier que nous sommes mortels. Et permet d’assumer cette dernière expérience.
Donc, l’amour est tout ce que nous pouvons espérer de plus haut. Il est souffle de vie pour l’éternité. Ne mettons point de barrages sur sa route, laissons-le vivre et battre en nous. Comme la flamme d’une bougie qui perce nos obscurités. L’amour est le brasier qui nous fait brûle et aimer la Vie par-dessus tout. Avant d’aimer autrui aimons d’abord notre vie, telle qu’elle est et non telle que nous voudrions qu’elle soit. Et faisons tout pour avancer dans une intériorisation de l’acte d’aimer. Aimer, c’est revivre chaque jour et intégrer les cristaux qui scintillent au fond des yeux de notre compagne ou compagnon. Aimer, c’est ne jamais cesser de vivre dans le regard des autres ou de l’Autre. Aimer, c’est tout ce que j’ai écrit et tout ce que je n’ai pas dit. Je t’Aime, mon Tendre Amour. Et cela je te le dis avec les mots de l’âme.
Bruno LEROY.
domingo, 11 de novembro de 2012
PASSEIO SOCRÁTICO - Frei Betto
Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos em paz nos seus mantos cor de açafrão.
Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos dependurados em telefones celulares; mostravam-se preocupados, ansiosos e, na lanchonete, comiam mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, muitos demonstravam um apetite voraz. Aquilo me fez refletir: Qual dos dois modelos produz felicidade? O dos monges ou o dos executivos?
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: “Não foi à aula?” Ela respondeu: “Não; minha aula é à tarde”. Comemorei: “Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir um pouco mais”. “Não”, ela retrucou, “tenho tanta coisa de manhã...” “Que tanta coisa?”, indaguei. “Aulas de inglês, balé, pintura, piscina”, e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: “Que pena, a Daniela não disse: ‘Tenho aula de meditação!’”
A sociedade na qual vivemos constrói super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas muitos são emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram que, agora, mais importante que o QI (Quociente Intelectual), é a IE (Inteligência Emocional). Não adianta ser um superexecutivo se não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!
Uma próspera cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: “Como estava o defunto?”. “Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!” Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizi¬nho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais…
A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil - com raras e honrosas exceções -, é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é ‘entretenimento’; domingo, então, é o dia nacional da imbecilidade coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: “Se tomar este refrigerante, vestir este tênis,¬ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!” O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba¬ precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma su-gestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globocolonizador, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer de uma cadeia transnacional de sanduíches saturados de gordura…
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: “Estou apenas fazendo um passeio socrático.” Diante de seus olhares espantados, explico: “Sócrates, filósofo grego, que morreu no ano 399 antes de Cristo, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz.”
Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Luis Fernando Veríssimo e outros, de “O desafio ético” (Garamond), entre outros livros.
Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos dependurados em telefones celulares; mostravam-se preocupados, ansiosos e, na lanchonete, comiam mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, muitos demonstravam um apetite voraz. Aquilo me fez refletir: Qual dos dois modelos produz felicidade? O dos monges ou o dos executivos?
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: “Não foi à aula?” Ela respondeu: “Não; minha aula é à tarde”. Comemorei: “Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir um pouco mais”. “Não”, ela retrucou, “tenho tanta coisa de manhã...” “Que tanta coisa?”, indaguei. “Aulas de inglês, balé, pintura, piscina”, e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: “Que pena, a Daniela não disse: ‘Tenho aula de meditação!’”
A sociedade na qual vivemos constrói super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas muitos são emocionalmente infantilizados. Por isso as empresas consideram que, agora, mais importante que o QI (Quociente Intelectual), é a IE (Inteligência Emocional). Não adianta ser um superexecutivo se não se consegue se relacionar com as pessoas. Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!
Uma próspera cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: “Como estava o defunto?”. “Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!” Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Outrora, falava-se em realidade: análise da realidade, inserir-se na realidade, conhecer a realidade. Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Pode-se fazer sexo virtual pela internet: não se pega aids, não há envolvimento emocional, controla-se no mouse. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizi¬nho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual, entramos na virtualidade de todos os valores, não há compromisso com o real! É muito grave esse processo de abstração da linguagem, de sentimentos: somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. Enquanto isso, a realidade vai por outro lado, pois somos também eticamente virtuais…
A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito. Televisão, no Brasil - com raras e honrosas exceções -, é um problema: a cada semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é ‘entretenimento’; domingo, então, é o dia nacional da imbecilidade coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: “Se tomar este refrigerante, vestir este tênis,¬ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!” O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba¬ precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? Eu, que não sou da área, posso me dar o direito de apresentar uma su-gestão. Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globocolonizador, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer de uma cadeia transnacional de sanduíches saturados de gordura…
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: “Estou apenas fazendo um passeio socrático.” Diante de seus olhares espantados, explico: “Sócrates, filósofo grego, que morreu no ano 399 antes de Cristo, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz.”
Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Luis Fernando Veríssimo e outros, de “O desafio ético” (Garamond), entre outros livros.
La perle du jour - audio - Le riche insensé - Antônio Xisto
Le riche insensé (Lc 12,13-21)
La perle du jour
domingo, 4 de novembro de 2012
20 REAIS - O PREÇO DE UMA ÍNDIA/VIRGEM - Laerte Braga
Uma jovem brasileira de 20 anos
leiloou sua virgindade na internet e fechou um contrato no valor de 1,5 milhão
com um comprador japonês. O “evento” vai acontecer a bordo de um avião e as
tratativas estão sendo feitas, mais ou menos o que pode e o que não pode, acerto
de data, etc.
Uma jovem índia de 12 anos de idade
vale 20 reais para um latifundiário, um vereador, um comerciante e dois
militares do Exército no município de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas. E
dependendo das circunstâncias os 20 reais podem se transformar num celular, ou
numa caixa de bombons.
A negativa a uma oferta dessas pode
implicar em morte. A denúncia também. A Polícia do estado investiga o caso faz
tempo, não chega a conclusão alguma, lógico, o que valeu agora a entrada da
Polícia Federal na história.
O de sempre. Testemunhas ameaçadas,
famílias coagidas, na cabeça dessa gente índio não é gente, é bicho. Preconceito
puro. Quem tiver oportunidade de conversar com militares brasileiros que servem
na região vai ouvir que “índios são sujos”, “índios vivem bêbados” e “índias são
prostitutas”. É a formação humana que recebem nas academias onde se cultua o
golpe de 1964. Em hipótese alguma admitem que o avanço sobre as
terras indígenas e toda a barbárie do homem branco são alguns dos fatores
responsáveis pela degradação de várias tribos.
A exploração sexual de meninas
indígenas, algumas até com 10 anos, está denunciada desde 2008 e permanece
intocada. Os governos estaduais e o governo federal costumam olhar publicamente
para um lado e de fato para outro. O prefeito eleito de Manaus, o ex-senador
Artur Virgílio, fez o diabo, o que pode e não pode, para escapar de ser
indiciado na CPI dos menores, acusado de crime de pedofilia. Conseguiu, é claro,
o Congresso, em sua grande maioria, é clube de amigos e inimigos
cordiais.
É uma das faces da falência do
institucional. Há uma decisão do ministro Marco Aurélio Mello, paladino da moral
e dos bons costumes, absolvendo um latifundiário do crime de relações sexuais
com uma adolescente de 12 anos. Tem tempo, mas não tanto assim. O ministro
alegou, em seu voto, que a menina tinha consciência do que fazia. Tinha sim. Era
vendida pela própria mãe. Do que restam dois criminosos. O que vende e o que
compra.
A despeito da decisão de uma
desembargadora do Tribunal Regional Federal garantindo a posse da terra dos
Guarani-Kiowás no Mato Grosso do Sul ainda não está resolvido o
problema. Suspende o despejo dos índios. De passagem é bom dizer que suspende o
despejo dos índios em suas próprias terras. Prevalece o poder do latifúndio. É
um dos grupos que forma a base de apoio do governo. No duro mesmo, base de
chantagem que o governo aceita.
Quem poderia imaginar Nova Iorque
semi destruída por um furacão? Um dos principais cartões de visita dos EUA quase
foi varrido do mapa pelo Sandy. Nada a ver com a cantora brasileira e nem com o
propalado protesto de outra cantora brasileira, Vanessa Camargo que quer um
furacão com seu nome. Do contrário não renova contrato com a sua atual
gravadora. É só uma demonstração da mediocridade que assola a sociedade do
espetáculo.
Pior que isso só a “comentarista”
Leilane Neubarth, no jornal da seis, na GLOBONEWS, lamentando que o furacão
tenha afetado Nova Iorque, a dor das pessoas, “afinal isso poderia acontecer a
qualquer um de nós”. Quem cara pálida? Uma jovem índia do Amazonas valendo 20
reais?
Como estamos chegando ao fim do ano,
época de troféus, leva a indicação para o de “maior besteira dita ao vivo num
jornal de tevê”. É que as ditas por Willian Bonner, ou Willian Waack o são com
um tom de seriedade e “certeza”, pois é fundamental no processo de limpar o
cérebro de milhões de Homer Simpson, destinados a acreditar na salvação eterna a
partir do JORNAL NACIONAL.
São Paulo, onde estão as principais
bases operacionais do PT e PSDB, dois dos três principais partidos políticos
brasileiros (em números eleitorais), está em guerra civil. O governo nominal da
OPUS DEI através de um dos seus principais próceres, Geraldo Alckmin e o governo
real, do PCC. Primeiro Comando da Capital. Media de 10 mortes por noite mais ou
menos. Deve estar próximo do acontece no Iraque, no Afeganistão e
adjacências.
E Alckmin conta passar a perna em
Aécio Neves e vir a ser o candidato do seu partido, PSDB, à presidência da
República, em 2014.
A GLOBO está anunciando a
transmissão das eleições presidenciais nos Estados Unidos full time, o que
inclui a apuração em “tempo real”. As simpatias da rede norte-americana em
operação no Brasil são pelo republicano Mitt Romney. Tentam disfarçar, mas volta
e meia a mão direita escapa e alguém grita Herr Romney.
Romney já anunciou chuva de bombas
por todos os cantos do mundo se for eleito. E um grande número de demissões,
segundo ele, “o que eu mais gosto de fazer, demitir pessoas”
O ex-presidente de Cuba Fidel Castro
disse que o que aconteceu com os EUA, a destruição provocada pelo furacão Sandy,
o número de mortos, não acontece em situações semelhantes em Cuba, por uma razão
muito simples. Em Cuba o ser humano é prioridade, nos EUA a propriedade privada
é a razão de ser do conglomerado.
Na Espanha está suspenso o auxílio
natalidade. Uma tentativa do governo de direita de garantir o pagamento das
dívidas junto aos bancos. Imposição de equilíbrio fiscal imposta pelo governo do
partido nacional socialista da Alemanha, herr Ângela Merkel.
As taxas de desemprego na Espanha e
na Grécia atingem níveis absurdos e a crise bate em Portugal e na Itália. A
saída à Islândia, uma banana para os bancos e a vontade popular prevalecendo não
é sequer citada pela mídia aqui no Brasil. Não interessa, a mídia é controlada
entre outros pelo sistema financeiro.
Na onda de privatizações que vem
desde FHC, Israel entrou na EMBRAER, é sócia, já controla a indústria bélica
brasileira, tudo na esteira do acordo de livre comércio firmado por Lula, o pai
dos pobres e mãe dos ricos.
E um detalhe, as operadoras de
telefonia fixa e celular, em algumas regiões do Nordeste, nos seus serviços de
call Center, recomendam aos “funcionários”, na prática escravos, que ao invés de
saírem para ir aos banheiros em caso de necessidade, usem fraldões. O rendimento
no “trabalho” é integral. São empresas estrangeiras associadas a brasileiras,
que prestam serviços de péssima qualidade, assaltam o usuário no dia a dia, mas
é como dizem, o milagre do progresso, da tecnologia.
Que é deles. Nesse aspecto somos um
País manco. Dependente. E Dilma, em nome da Copa do Mundo vai privatizar (chama
de concessão) portos e aeroportos. A porta de entrada do Brasil.
Já não tem a menor idéia de por onde
anda, mesmo com altos índices de popularidade. Conseqüência dos coronéis
eleitorais chamados bolsa família
Um detalhe final. A decisão para
garantir, pelo menos momentaneamente, a posse de suas terras aos índios
Guarani--Kiowás, saiu depois que o assunto ganhou a mídia internacional.
Mobilizou entidades de direitos indígenas e humanos em todo o mundo e revelou a
importância das redes sociais, a grande campanha no Facebook em favor da
permanência dos índios em suas terras
Mas o estupro de uma índia continua
coberto por um véu de silêncio.
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