sábado, 31 de julho de 2010

DESDE QUE O PRIMATA SE VIU HUMANO CRIOU INSTITUIÇÕES VÁRIAS. ATRAVÉS DELAS VEM CONSTRUINDO A HISTORIA DESTA ESPÉCIE ANIMAL. NENHUMA LIDERANÇA DOS PRIMATAS HUMANOS FEZ HISTORIA SOZINHO, A DESPEITO DAS INSTITUIÇÕES. NESTA PASSAGEM DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL PARA A REVOLUÇÃO DO CONHECIMENTO DA INFORMAÇÃO, TODAS AS INSTITUIÇÕES DOS PRIMATAS HUMANOS ESTÃO EXORCIZANDO O PASSADO COMO DESCARREGANDO O PESO QUE IMOBILIZA A CONSTRUÇÃO DAS NOVAS INSTITUIÇÕES HUMANAS GLOBALIZADAS LIVRES DE IMPEDANCIAS DO PASSADO.- Bismarck frota xerez

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HISTORIA PRESENTE, QUE AQUI E ALI, APLAINAM
O CAMINHO DA NOVA CIVILIZAÇÃO, MAIS MARAVILHOSA,
QUE A ANTERIOR, QUE ORA CONSTRUÍMOS, ADESPEITO
DA CEGUEIRA DOS MEDIÁTICOS.
Luteranos dirigem pedido de perdão histórico aos Menonitas
Por Portal Luteranos - IECLB | Publicado 07/27/2010 | O que vai pelas Igrejas e Religiões

Até o dia 27, terça-feira, 400 delegados de 140 igrejas-membros do mundo inteiro participaram em Stuttgart, na Alemanha, da 11ª Assembleia Geral da Federação Luterana Mundial (FLM). Ao todo, mais de mil participantes discutiram, durante uma semana, questões como injustiças e soluções para problemas humanitários globais. O evento teve como ponto alto, no dia 22 de julho, o pedido de perdão dos luteranos aos menonitas, pela perseguição religiosa ocorrida 500 anos atrás.


De acordo com o pastor presidente da IECLB, Walter Altmann, esse foi, sem dúvida, o momento mais impressionante de todo o encontro. “Foram momentos de muita emoção. A adoção da declaração de arrependimento, a solenidade do ato e culto de arrependimento e o pedido de perdão, seguido da proclamação de concessão de perdão de parte dos menonitas. Não fui nem de longe o único a quem vieram as lágrimas. No ponto culminante muitos de nós nos ajoelhamos”, contou Altmann.

O bispo Mark S. Hanson, ainda ocupando a presidência da FLM, descreveu o ato de arrependimento e reconciliação como “algo que constrói a comunhão e a define. Não apenas olharemos para trás; mas vamos também olhar juntos para a promessa de Deus no futuro”.

Através da adoção da declaração intitulada “Ação acerca do Legado da Perseguição dos Luteranos aos Anabatistas”, os/as luteranos/as expressaram arrependimento das perseguições violentas aos Anabatistas e pelas formas através das quais os reformadores luteranos apoiaram tais perseguições com argumentos teológicos. A declaração pede o perdão “de Deus e dos nossos irmãos e irmãs menonitas” pelos erros e pela forma como os luteranos repetidamente esqueceram ou ignoraram esta perseguição e continuaram a descrever os Anabatistas de forma errada e danosa.

A declaração foi baseada no trabalho feito pela Comissão de Estudo Luterana-Anabatista (2005-2009), que produziu o relatório “Curando Memórias: Reconciliando-se em Cristo”, que foi aprovado pelo Conselho da FLM em 2009.

Vários delegados defenderam a adoção da declaração. O arcebispo Nemuel Babba, da Igreja Luterana de Cristo da Nigéria, disse aos delegados que tinha vontade de chorar quando a declaração completa foi lida na assembléia. “’Perdão’ é uma palavra de difícil pronúncia para qualquer um”, ele disse. “Mas o dia de hoje é um marco para dois grupos que se aproximam graças à palavra ‘perdão’”.

Ao introduzir a votação, Hanson conclamou os/as delegados/as da Assembleia e os demais presentes na sala plenária a indicar seu endosso à declaração ajoelhando-se ou colocando-se de pé em silêncio. Num momento emocionante na história da FLM e nas relações entre luteranos e menonitas, o presidente da FLM anunciou que a declaração havia sido endossada unanimemente “num espírito de grande humildade”.

A Conferência Menonita Mundial reagiu ao arrependimento luterano

“Hoje, neste lugar, todos/as nós juntos/as – luteranos/as e anabatistas menonitas – estamos cumprindo o mandamento de Cristo”, disse o Rev. Dr Danisa Ndlovu, Presidente da Conferência Menonita Mundial, num depoimento emocionado à Assembléia. Ele confessou que os menonitas mantinham-se dolorosamente cientes de sua impropriedade.

“Não podemos nos aproximar desta mesa de cabeça altiva. Só podemos chegar aqui curvados e com espírito de grande humildade e tementes a Deus. Não podemos chegar a este ponto e falhar em reconhecer nossa própria natureza pecadora. Não podemos chegar a esse ponto sem reconhecer nossa própria necessidade da graça e perdão de Deus”.

Em um ato simbólico de reconciliação e servidão, Ndlovu presenteou Hanson com uma pia lava-pés feita de madeira, dizendo que ela representava o compromisso dos menonitas com um futuro “no qual a marca diferencial das relações entre luteranos e anabatistas-menonitas será o amor sem fronteiras e o serviço”.

Ndlovu descreveu como, em algumas igrejas anabatistas e menonitas, a prática do lava-pés tem sido mantida. “É em nossa vulnerabilidade de uns em relação aos outros que a presença miraculosa, transformadora e reconciliadora de Deusse torna visível no mundo”.

Ao aceitar o presente, Hanson disse: “Desta e de muitas outras formas, iremos seguir o exemplo menonita, e neste dia extremamente significante em nossas vidas não há de existir um exemplo mais público de reconciliação”.

Relembrando, perdoando e vislumbrando o futuro juntos

Num culto de arrependimento solene e cheio de significado, a XI Assembleia da FLM, em conjunto com os membros da comunidade menonita, reuniu-se para refletir acerca do passado doloroso que causou divisões entre luteranos e menonitas durante centenas de anos. A liturgia do culto incluiu um momento no qual os participantes foram chamados a “lembrar como os cristãos anabatistas conheceram o sofrimento e perseguição, e como alguns de nossos mais brilhantes líderes reformadores defenderam esta perseguição em nome da fé”.

O culto, que seguiu a aprovação unânime da declaração por parte da XI Assembleia, incluiu testemunhos de menonitas sobre a perseguição e seu legado, incluindo o seu impacto em pequenas comunidades e as formas através das quais líderes luteranos – às vezes com as melhores intenções – deram apoio teológico às autoridades civis que perseguiram os anabatistas.

O Rev. Dr Larry Miller, secretario geral da Conferência Menonita Mundial e co-secretário da Comissão Internacional de Estudo Luterana-Menonita, também partilhou seu testeminho. Ele falou da força e das feridas das histórias dos mártires dentro do contexto menonita à medida que seguiram vivendo em comunidades contemporâneas. “Desde o começo do movimento, os anabatistas interpretaram sua perseguição como a confirmação do discipulado cristão fiel”, disse Miller. “Ao longo dos séculos e ao redor do mundo, histórias de sofrimento fiel se tornaram marcante na formação da identidade anabatista-menonita”.

Miller confessou que as comunidades anabatistas-menonitas também “estão precisando de cura e perdão. Nesta ação entre nós também há a promessa de libertação e renovação para os menonitas-anabatistas”.

Seguindo as orações de confissão, conduzidas pelo Rev. Dr Ishmael Noko, secretário geral da FLM, o culto passou a “vislumbrar um futuro juntos” e espalhar as sementes de reconciliação e paz.

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