sábado, 31 de julho de 2010

VATICANO CONTROLA DESVIOS ENTRE RELIGIOSOS: PEDRO APASCENTANDO AS OVELHAS DE JESUS - Bismarck frota xerez

ABAIXO DOIS EXEMPLOS DE PEDRO APASCENTANDO AS OVELHAS DE JESUS.
Fundador de “Miles Jesu” cometeu graves abusos de autoridade
Segundo confirma o comissário pontifício
ROMA, sexta-feira, 30 de julho de 2010 (ZENIT.org) - O Pe. Alfonso Durán, fundador do instituto de vida consagrada de leigos e sacerdotes Miles Jesu, surgida nos Estados Unidos, cometeu graves abusos de autoridade, segundo confirmou o comissário pontifício e atual superior.
Assim confirma, em um comunicado divulgado no dia 28 de julho, o sacerdote que recebeu esta tarefa no dia 25 de março de 2009, Pe. Barry Fischer, C.PP.S., ao concluir uma visita apostólica que foi confiada pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e pelo vigariato da diocese de Roma.
"Com o tempo, ficou claro e é inquestionável: o fundador Alfonso Durán teve comportamentos erráticos que estavam totalmente fora do âmbito das faculdades que lhe foram conferidas. Alguns membros identificaram feridas causadas pelo exercício da autoridade durante sua direção."
"O sentido equivocado da lealdade e da obediência formada nos membros facilitou este comportamento, totalmente inaceitável e não conforme com a disciplina da Igreja, nem suportável de forma alguma por um sentido saudável da vida consagrada", acrescenta o comunicado do comissário.
"Os membros que se opuseram às suas ações ou comportamentos foram frequentemente condenados ao ostracismo. A disciplina interna e os costumes do instituto proporcionavam proteção para o fundador."
"É preciso dizer, em justiça, que a maioria dos membros não tinha conhecimento das condutas inadequadas do fundador - esclarece. Alguma das acusações contra o Pe. Durán são verbais e não foram verificadas. No entanto, muitos fatos foram comprovados. É importante para todos descobrir a verdade, razão pela qual se divulga esta declaração."

No final da visita apostólica, o Pe. Fischer recebeu um mandato de escrever "uma nova constituição que defina o carisma, a espiritualidade e a natureza apostólica do instituto; desenvolver um adequado discernimento vocacional e os princípios para a formação dos membros (ratio formationis); revisar os critérios financeiros e, em geral, revisar totalmente os costumes e normas".
O Pe. Fischer, sacerdote da Sociedade do Preciosíssimo Sangue, reconhece: "Pude conhecer e admirar os membros e os projetos caritativos do instituto. Todos estão repletos de amor de Deus e de um sincero desejo de dedicar suas vidas ao serviço de Deus e da Igreja".
"Alguns membros estão ativamente envolvidos na redação das novas constituições e em uma revisão completa dos costumes e normas do Instituto, segundo o espírito do Evangelho e em fidelidade aos ensinamentos da Igreja - explica. Será preciso prestar particular atenção ao desenvolvimento de novas estruturas para garantir um exercício adequado da autoridade e promover uma participação ativa e uma corresponsabilidade dos membros na vida do Instituto."
"Como comissário e em nome da Igreja, desejo expressar minha profunda preocupação a todos os membros, assim como aos antigos membros e às famílias dos membros que foram feridos no passado devido à maneira como se exerceu a autoridade - afirma. Também estou pessoalmente agradecido àqueles membros que tiveram a coragem de solicitar a intervenção da Congregação dos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólicas, trazendo à luz as situações em questão."
O fundador e superior geral de Miles Jesu, Pe. Durán, foi afastado de suas funções por problemas de saúde, entre outros, degeneração neurológica, na primavera de 2007. Neste momento, o Pe. Fischer é o superior, assistido por um conselho formado por membros do ramo consagrado masculino e do ramo consagrado feminino (conhecidas como Domus).
Esta realidade eclesial, surgida em Phoenix (Arizona) em 1964, conta também com membros leigos em diferentes estados de vida (solteiros, casados ou viúvos), conhecidos pelo nome de Vinculum, que compartilham a espiritualidade e os apostolados de Miles Jesu.
Segundo o site de Miles Jesu, foram fundadas comunidades Domus (com membros que vivem o celibato), além de nos Estados Unidos e na Índia (1984), na Espanha (1985), Nigéria (1987), Itália (1988), República Tcheca (1990), Ucrânia (1990), Polônia (1991) e Eslováquia (2004). A casa geral se encontra em Roma. Além disso, há membros de Vinculum em Porto Rico, Inglaterra e Áustria.
"Ainda que este comunicado possa causar surpresa e ser doloroso para muitos membros e familiares - conclui o comissário -, a verdade não pode ser ocultada. Somente na verdade é possível conseguir um futuro melhor e mais saudável para Miles Jesu."

"O trabalho de renovação já está em progresso e há entusiasmo para o futuro que os membros estão construindo juntos", conclui o comissário.

Mais informação em http://www.milesjesu.com/.

Delegado papal guia com plenas faculdades a renovação da Legião de Cristo
Um decreto da Santa Sé comunica suas funções
CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 26 de julho de 2010 (ZENIT.org) – O arcebispo Velasio De Paolis, C.S., delegado pontifício para a Legião de Cristo, recebeu de Bento XVI plenas faculdades de governo sobre a congregação, durante o tempo que for necessário para completar o caminho de renovação, revisar as Constituições e convocar um capítulo geral extraordinário.
É o que destaca o decreto sobre as "modalidades de cumprimento do ofício de delegado pontifício", emitido pelo cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, e apresentado por Dom De Paolis no dia 21 de julho, na segunda reunião que manteve com o conselho geral da congregação, e publicado pela mesma a 23 de julho em sua página na internet.
A congregação, nessa mesma data e lugar, publica a carta que o Papa Bento XVI enviou no dia 16 de junho a Dom De Paolis, em que o nomeava seu delegado, após a recente visitação apostólica aos Legionários de Cristo, que “evidenciou, além do zelo sincero e da fervorosa vida religiosa de um grande número de membros da congregação, a necessidade e urgência de um caminho de profunda revisão do carisma do Instituto”.
Em onze pontos, o decreto estabelece as “precisões e disposições aprovadas pelo Sumo Pontífice”.
Em primeiro lugar, estabelece que “a autoridade concedida pelo Santo Padre ao delegado pontifício, muito ampla e que há de se exercer em nome do próprio Sumo Pontífice, estende-se a todo o Instituto: a todos os superiores, aos diversos níveis (direção geral, provincial e local) e a todas as comunidades e a cada religioso. Tal autoridade implica todos os problemas próprios do Instituto religioso e pode ser exercitada sempre que o Delegado considerar necessário para o bem do próprio Instituto, inclusive revogando as Constituições”.
O segundo ponto indica que “os superiores do Instituto, em todos os níveis, exercitam sua autoridade de acordo com as Constituições e sob a autoridade do delegado pontifício”.
Portanto, segundo o documento, os atuais superiores permanecem em seus ofícios “enquanto não for necessário proceder de outro modo”.
Em terceiro lugar, o decreto estabelece que fica reservada ao delegado pontifício a aprovação das decisões do governo geral da congregação, sejam as relacionadas com pessoas (“admissão no noviciado, profissão, sacerdócio, nomeações e transferências”), sejam as relacionadas com os apostolados e centros de formação (“seminários, institutos acadêmicos, escolas”), sejam as que afetam “questões de administração extraordinária ou atos de alienação de bens”.
Segundo o decreto, “todos têm livre acesso ao delegado e todos podem tratar pessoalmente com ele; por sua vez, o delegado tem o poder de intervir em todo lugar onde pense ser oportuno, inclusive no próprio governo interno do Instituto, em todos os níveis”.
Diferentemente do que os meios de comunicação tinham anunciado, prevendo “subdelegados” pontifícios, o documento vaticano estabelece que o delegado, “no cumprimento de sua missão, está acompanhado por quatro conselheiros pessoais, que o auxiliam na realização de seu trabalho, segundo as circunstâncias e as possibilidades, e que podem ser encarregados para as tarefas específicas, particularmente as visitas” às comunidades.
O documento esclarece que “a tarefa principal do delegado pontifício é encaminhar, acompanhar e realizar a revisão das Constituições”.
“À revisão das Constituições devem colaborar todos os membros do Instituto, seja em nível individual ou comunitário, segundo um projeto que desde o início se terá de elaborar e realizar”.
O decreto indica que se constitua “o mais rápido possível uma Comissão para a revisão das Constituições, nos diversos níveis do Instituto, com a participação sobretudo dos membros do próprio Instituto, que se hão de sentir responsáveis pela revisão e reelaboração do próprio projeto de vida evangélica, sempre em harmonia com o ensinamento da Igreja”. O presidente desta Comissão será o delegado pontifício.
O decreto indica que o delegado pontifício coordenará a visitação apostólica ao movimento apostólico “Regnum Christi”, que foi anunciada pelo comunicado emitido pela Santa Sé a 1 de maio, ao concluir a visitação apostólica dos cinco bispos à congregação.
Renovação
Em uma carta escrita no dia 10 de julho aos membros da congregação dos Legionários de Cristo, Dom de Paolis esclarece que, “para o Papa, o delegado pontifício é seu Delegado pessoal. Este, ao cumprir sua tarefa, deve trabalhar ‘como testemunho tangível de minha (sua) proximidade, para que atue em meu (seu) nome perante esta Família Religiosa”.
O representante papal explica que o caminho de renovação que a congregação empreende “não é para pôr em xeque a própria vocação, mas para voltar a considerá-la a fundo e renová-la com um novo espírito e uma mais intensa participação à própria adesão a ela”.
“Pode-se entender que alguns estejam passando por momentos difíceis, que alguns já tenham pensado em seguir outros caminhos, e outros talvez estejam considerando isso – acrescentou –. A vocação é algo muito sério para que se possa tomar uma decisão sobre ela em um momento de desorientação”.
“É preciso reencontrar a serenidade do espírito e da alma, porque a decisão deve ser tomada diante de Deus, na fidelidade a Jesus Cristo, que vocês escolheram como Rei de suas vidas. Tenham paciência. Percorramos com humildade e fé o caminho de renovação; consideremos juntos novamente a consagração religiosa à luz do carisma da congregação; releiamos as constituições sobre as quais comprometeram suas vidas”.
“Trata-se, estou seguro, de libertá-las de elementos que possam ofuscar seu carisma, de modo que a vocação na profissão dos conselhos evangélicos resplandeça plenamente em toda sua beleza, para reforçar em suas vidas a realeza de Cristo, que se manifestou em plenitude no mistério de sua Páscoa”.
“Seguindo Jesus, que, em seu caminho de amor, oferece-se livremente ao Pai e aos irmãos para criar em seu corpo de Ressuscitado a nova criatura. A vocação de vocês, assim como sua congregação, encontra-se em suas mãos, confia-se à responsabilidade de vocês. A Igreja os acompanha; o Senhor é misericordioso e generoso: doa seu Espírito sem medida! Sua graça os precede, acompanha e conduz à meta”, afirmou De Paolis.

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