sábado, 17 de julho de 2010

A LÍNGUA COMPRIDA DA DEMOCRACIA - DOZE CENTÍMETROS E SETE MILÍMETROS - Laerte Braga


A julgar pelo noticiário da grande mídia no Brasil o governo do presidente Chávez prendeu arbitrariamente um “opositor”, defensor da democracia, com o objetivo de criar um fato político que facilite a vitória do governo bolivariano nas eleições de setembro.
Um iraniano, professor universitário e integrante do grupo de cientistas do Irã que trabalha o projeto nuclear do país foi seqüestrado por norte-americanos e israelenses quando se dirigia a cidade de Meca, na Arábia Saudita, em peregrinação.
Há cerca de um mês e meio um dos lideres do Hamas foi assassinado em Dubai por agentes do serviço secreto de Israel, o MOSSAD. Entraram no país usando passaportes britânicos, alemães e italianos. Não eram falsificados, eram passaportes oficiais.
Nos Estados Unidos um cidadão chamado Dave Hersch, no estado do Colorado, ao invés de sair eliminando colegas de escola, ou de trabalho, como é usual naquele país, inventou um carro-banheiro. O dito cujo vem equipado com duas privadas no lugar dos assentos e tem capacidade para seis rolos de papel higiênico. Alcança a velocidade de 50 quilômetros por hora e quatro anos foram gastos em pesquisas para se chegar ao modelo final depois de três protótipos.
Francisco Chávez Abarca, preso pelas autoridades venezuelanas quando tentava entrar no país, é um terrorista internacional procurado pela INTERPOL. Faz parte do grupo do cubano Luiz Posada Carriles, que vive em Miami e foi responsável pela derrubada de um avião de passageiros cubanos com 73 pessoas a bordo, todas mortas, em 1976. Abarca foi o responsável também por recrutar os mercenários que fizeram explodir quatro bombas em Havana em 1997, matando inclusive um turista italiano.
Ao ser preso confessou estar preparando um atentado terrorista para as eleições de setembro como forma de tentar impedir a vitória do partido do presidente Chávez.
O vídeo com a confissão pode ser visto acima.
Foi o depoimento de Abarca que permitiu à polícia da Venezuela prender Alejandro Peña Esclusa. Integra um partido de oposição ao governo Chávez, faz parte de um movimento semelhante a TFP – TRADIÇÃO, FAMÍLIA E PROPRIEDADE – e foi candidato a presidente da República nas últimas eleições obtendo 0.04% dos votos.
Ao ser preso em sua residência não ofereceu resistência e junto com ele foram apreendidos explosivos, detonadores e munição para armas de fogo. Esclusa é um dos suspeitos pelo atentado contra o papa João Paulo II, em 1984 (Chávez não era o presidente), quando da visita do pontífice a Venezuela.
Foi um dos principais conselheiros do golpista Roberto Michelleti no golpe contra Zelaya em Honduras. Foi condecorado pelo “governo” que derrubou o presidente constitucional hondurenho.
Quem quiser ter conhecimento do que a grande mídia brasileira chama de “opositor” e “democrata”, pode ver suas idéias em
http://fuerzasolidaria.org/?p=2667
Há cerca de vinte dias essa grande mídia brasileira noticiou que empresários norte-americanos e europeus num fórum na Europa haviam decidido, num primeiro momento, doar cinqüenta milhões de dólares a partidos de oposição da Venezuela para ajudar a por fim ao governo Chávez.
A Europa hoje é um monte de povoados gigantescos ou não tanto, cercado de bases militares norte-americanas para todos os lados, falida, e de joelhos diante do centro do universo, os EUA. Não se sabe porque Obama, ou seus antecessores, não declararam que ao contrário do que se afirma, o sol gira ao redor dos EUA e não a Terra ao redor do sol.
Todo o centro está em Washington. Deve ser uma forma de tentar parecer humilde. A humildade excessiva e exibida é também uma demonstração de soberba, um dos sete pecados capitais.
Sai o Vaticano, entra Washigton, o deus Mercado escorado em pilares nucleares.
E um jeito de recolonizar países mundo afora, continentes (caso da Europa), tudo em nome da “segurança internacional dos Estados Unidos da América”
Da mesma forma que despejaram bombas sobre o Iraque com um pretexto falso, mentiroso, armas químicas e biológicas, matam civis no Afeganistão numa guerra em que estão sendo derrotados, compram redes de tevê, jornais e revistas, emissoras de rádio. É o caso, no Brasil, da GLOBO e todo o complexo GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO, ESTADO DE MINAS, RBS (aquela que o filho pode estuprar a vontade que não sai nada no JORNAL NACIONAL).
Ou patrocinam candidatos. Na Venezuela os opositores de Chávez e no Brasil tucanos e DEM, a candidatura de José Arruda Serra.
Fazem isso em todos os cantos. Pouco antes de determinarem a setores de extrema-direita das forças armadas brasileiras que depusessem João Goulart, nas eleições de 1962, através de um instrumento que chamaram de IBAD – INSTITUTO BRASILEIRO DE AÇÃO DEMOCRÁTICA – despejaram fábulas de dinheiro apostando em candidatos subordinados a Washington, como Arruda Serra agora.
Quem pensa, por exemplo, que Incitatus era privilégio de Calígula, um cavalo senador, não olhou direito para o senador John Mcain, republicano e o principal mentor do golpe em Honduras. E nem de longe passou perto de Arthur Virgílio ou Tasso Jereissati.
Ou quem acha que William Bonner e seus miquinhos amestrados, Alexandre Garcia, Miriam Leitão, Lúcia Hipólito, Pedro Bial, Waak, etc, nunca foi a um zoológico e viu uma hiena, nem em foto.
Doze centímetros e sete milímetros é o comprimento da língua de Nick Afanasiev. Tem vinte anos de idade, é a língua mais comprida dos EUA e por pouco não bate o recorde mundial. Nove milímetros a mais seriam suficientes para isso.
Nick digita ao celular com a língua, o mesmo no computador e criou um canal no Youtube para mostrar suas “habilidades”.
Os Estados Unidos estão doentes.
Segundo Orlando Patterson, no jornal THE NATION, o desemprego entre negros chega a 15,5% contra 9,7% das taxas nacionais. Mais de um em cada seis negros norte-americanos está desempregado. A maioria dos adolescentes negros ou está fora da escola buscando emprego em tempo integral e a taxa chega, nesse grupo, a 38%.
A renda média das famílias negras nos EUA é pelo menos 65% inferior à das famílias brancas.
E isso tudo sob o governo de Barack Obama. E evidente, conseqüência do modelo, não necessariamente culpa só de Obama, mas também culpa dele.
Grande Otelo, notável ator brasileiro, costumava dizer que a televisão, isso nos primórdios da tevê no Brasil, preferia pintar atores brancos de negros a contratar atores negros. Poucos conseguiam romper a barreira do preconceito.
Obama é um dos pintados. Parece uma coisa é outra.
Fala-se muito na “síndrome de Estocolmo”. A relação entre seqüestrador e seqüestrado que termina criando um liame que muitas vezes chega a ser amor. Caso de Patrícia Hearst nos EUA e de um casal formado num seqüestro a uma embaixada no Peru, exemplos mais recentes.
Giovanni Bucher, embaixador suíço no Brasil à época da intervenção norte-americana a partir do golpe de 1964, seqüestrado pela guerrilha, negociou com os seqüestradores a inclusão do nome de um preso político de dupla nacionalidade (brasileira e suíça), que o governo de Washington (tinha um general fazendo o papel de presidente do Brasil, fingindo ser) não queria soltar a despeito das negociações dele Giovanni e das autoridades suíças.
O nome foi incluído na lista de trocas e o preso libertado.
Há uma síndrome maior, de espectro mais amplo, que no fundo é a mesma coisa, muda a dimensão. A do colonizador.
Impõe sua “verdade”. Segue, entre outros métodos, o da mentira repetida vezes a um ponto tal que se torna verdade. Foi desenvolvido ou percebido por Goebells, ministro da propaganda de Hitler.
A das armas químicas e biológicas que nunca existiram exceto no pretexto para invadir, saquear e tomar conta do petróleo iraquiano. E em outras tantas “verdades” espalhadas em mais de seiscentas bases militares pelo mundo inteiro.
Garantidas por um arsenal nuclear capaz de destruir o mundo cem vezes.
Huxley em O MACACO E A ESSÊNCIA, fala da “coisa”. A destruição nuclear e o número de crianças deformadas que nasciam a partir da “coisa”. Aconteceu em Hiroshima e Nagazaki e acontece em uma parte do Iraque. O governo do país está fazendo apelos a mulheres de uma determinada região para que não engravidem tal o número de crianças deformadas que têm nascido.
Veteranos de guerra denunciam o uso de balas de urânio empobrecido nos fuzis da barbárie.
Boa parte está doente nos EUA.
Isso quando um não enlouquece e sai matando adoidado colegas de escola, de escritório, se posta num ponto qualquer de uma cidade qualquer e vai acertando, aleatoriamente, o que se supõe serem pessoas, seres humanos.
É uma sociedade doente e doentia.
A síndrome do colonizador gera o espetáculo do vazio e guia manadas. No Brasil, entre outras “coisas”, dispõem da GLOBO, de VEJA, da FOLHA DE SÃO PAULO, etc.
Mais ou menos “estuprar pode, mas não precisa matar”. Desde que seja filho de diretor de uma afiliada da GLOBO. Caso contrário vira “Bruno”, ou “Nardoni”, a odisséia vai ser narrada por Galvão Bueno em “dá-lhe Massa”.
É por isso que o FANTÁSTICO é o SHOW DA VIDA.
Essa democracia tem uma língua de doze centímetros e sete milímetros. E para qualquer emergência já tem carro com dois vasos sanitários e seis rolos de papel higiênico.

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