Um dos países mais fechados e com maior discriminação sobre as mulheres no Oriente Médio, a Arábia Saudita deu um passo para o reconhecimento de seus direitos nesse domingo (25/09). O rei Abdullah bin Abdul Aziz anunciou que a partir das próximas eleições municipais, em 2015, as mulheres poderão votar e ser votadas. "A partir da próxima legislatura, as mulheres terão o direito de disputar eleições municipais e escolher candidatos, segundo os princípios islâmicos", disse Abdullah, em discurso transmitido ao vivo pela televisão estatal.
A decisão atende a antigas manifestações de ativistas pelos direitos humanos e do movimento feminista local. A Arábia Saudita acabou ficando de fora da chamada ‘Primavera Árabe’, que mexeu com a política de diversos países da região, mas o governo foi obrigado a fazer concessões. Essa foi mais uma delas.
De acordo com o rei, a participação feminina também será aceita no conselho da Shura, uma espécie de parlamento saudita, cujos membros são nomeados e não eleitos. No entanto, elas terão poderes legislativos limitados.
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Abdullah, de 86 anos, disse ter tomado sua decisão após consultar o ulama, clérigo máximo saudita. ““Porque nós rejeitamos marginalizar mulheres em todas as esferas da sociedade… nós decidimos envolver mulheres no conselho Shura como membros, com início no próximo mandato”, afirmou.
Mesmo com a conquista do direito a voto, as mulheres ainda sofrem uma série de restrições na Arábia Saudita, país onde vigora uma interpretação radical da sharia (lei islâmica). Elas continuam proibidas de dirigir e de viajar sem o consentimento de um parente masculino e devem se manter segregadas dos homens em locais públicos.
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