segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O coronel comandante da PM de Sergipe, afirmou aos jornalistas que Rita Lee "vilependiou a corporação". Que "corporação"? Ato falho. Corporação sim. Braço armado dos "coronéis" estaduais, síntese da violência boçal do Estado contra trabalhadores, com especial preferência por professores, sem teto, sem terra, etc, corporação a soldo de bancos, outras grandes corporações e latifúndio. Polícia é uma instituição civil, ou deveria ser. Deve ter dito isso num arroubo de "patriotismo", segundo Samuel Johnson, "o último refúgio dos canalhas".
Laerte Braga

domingo, 29 de janeiro de 2012

O pensamento é a manifestação mais importante da inteligência e para que brilhe com a devida qualidade temos que aprender a trabalhar as suas funções. São tantas e tão importantes, porém é similar a um aprimorado recheio que compõe um gostoso bombom.

Homenagem a Elzéard Bouffier - morreu pacificamente em 1947 no asilo de Banon - Esta animação delicada e única, vencedora do OSCAR® de filme curto de animação, é um tributo ao trabalho árduo e à paciência - Barbet


PENSANDO EM VOCÊ
Barbet
28 Janeiro 2012 
Naquele dia especial,
A profundeza do céu se confundia com o azul do mar;
Era perfeitamente possível nadar em um ou voar em outro qualquer que fosse,
Eramos um.
Tudo tinha uma conotação altamente romântica,
OS aromas se confundiam com o teu perfume e juntos mesclavam nosso universo.
O sexo era complemento quase involuntário do desejo que transbordava DA alma,
O corpo não nos pertencia, mas fazia parte do Grande espetáculo.
Os teus olhos me procuravam com imenso fervor,
Podia sentir a imensidão de tua alma no teu olhar e perder-me neles horas a fio.
A energia que nos unia era tão forte que não fazia diferença o lugar,
Apenas a existência bastava.
O sabor dos teus beijos, adocicados pelo sorriso maroto e conquistador me seduziam,
O chão não mais existia sob meus pés e apenas teu compasso seguia,
A música complementava a cena tão bem arranjada para especial momento,
No acalanto do tempo que se aplicava em parar.
Tínhamos e exata compreensão DA união de dois seres que se amam,
O toque de tuas mãos era o instrumento que me levava além de mim para dentro de ti;
Gostava de fazer-te perdido em meus braços para só depois Poder te reencontrar
E neste encontro teu abraço era ainda mais apaixonado.
Meu amor tão querido sei muito De ti por saber um tanto de mim,
Teus gestos Ficaram gravadas em Minh'Alma no calor DA paixão e
Guardados eternamente no elemento do amor.
E assim caminhamos sempre juntos.
Mais além que podemos imaginar
 
 
 
* * *

sábado, 28 de janeiro de 2012

[Carta O BERRO] Em homenagem aos 85 anos do grande advogado Modestoda Silveira : "Va pensiero",de Verdi ( Coro da Metropolitan House NY) - Vanderley Caixe


Na cena, talvez a mais bela da ópera, e com o coro da Metropolitan House dando um espetáculo à parte de interpretação, os hebreus escravizadas estão de joelhos às margens do Eufrates, na Babilonia. Sua oração fervorosa, sua esperança de liberdade, a nostalgia da pátria distante se condensam na inolvidável cena coral de " Va pensiero sull'ali dórate ". Va Pensiero se transformou assim em um hino à liberdade e ao amor à pátria distante que emociona sempre a quem escuta os cantos de Verdi... Voa pensamento !... Ah ! minha Pátria, tão bela e abandonada... (versos cantados pelos hebreus escravizados, metáfora de Verdi também para a Itália sob o domínio austríaco no séc. XIX, poderia ser o Brasil de hoje...)

Você conhece o cineasta Louie Schwartzberg?Ele iniciou uma longa pesquisa com diversos cientistas para descobrir o funcionamento dos processos de polinização, suas motivações e consequências, e descobriu que se trata de um mecanismo criado pela natureza para que a vida não acabasse e seguisse uma evolução eterna.Assista este video:Gratidão (Natureza e reflexão) - Elio Mollo

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Você conhece a introdução do Hino Nacional Brasileiro? Não?!!! Poucos sabem dessa introdução! Assista este video e conheça como é a versão original do hino - Elio Mollo


Ana Arcanjo nasceu em Santos-SP, foi membro da Cruz Vermelha durante a Revolução Constitucionalista de 1932 e nos ensina algo mais do que a desconhecida introdução do Hino Nacional. Ela faleceu em janeiro de 2010 na cidade de Rio de Janeiro. Seja onde ela estiver neste momento ela ficará muito agradecida pela divulgação deste video.
Elio Mollo


SE EU PUDESSE...
Barbet
26 Janeiro 2012


AH! Se eu pudesse...
Teria coragem de dizer que te amo,
Olharia as estrelas e nelas
Sentiria o teu gostar;
Mas me calo nas entrelinhas.
Tomaria mais banhos de chuva,
Iria mais à Praia à noite,
Não comeria carne,
Não permitiria fome no planeta,
Ninguém mataria nada,
A regra seria somar,
Escutava mais música,
Pensaria mais,
Seria três ou quatro,
Não dormiria a noite,
O tempo seria curto,
Dividiria minha vida contigo,
Morreria por um mundo melhor,
Pescava só para poder soltar,
Voaria como um pássaro,
Mergulharia nos mares profundos,
Isolar-me-IA nas montanhas
Viajaria nos universos,
Conheceria outros irmãos,
Só para depois voltar
E novamente recomeçar,
Essa luta inimaginável
De cada um de nós.
Se eu pudesse...
Continuava a traçar,
Rabiscos que pouco valem,
Diante do que,
Se eu pudesse realmente
Faria.



* * *

ACTA: A nova ameaça para a Internet - Barbet

Para todos os Membros do Parlamento Europeu:
Enquanto cidadãos preocupados, apelamos aos senhores e senhoras para que lutem por uma Internet livre e aberta, e rejeitem a ratificação do Acordo Comercial Antipirataria (ACTA). A Internet é uma ferramenta crucial para as pessoas ao redor do planeta trocarem ideias e promoverem a democracia. Insistimos que mostrem uma verdadeira liderança global e protejam nossos direitos.
Você já é um apoiador da Avaaz? só precisa preencher seu email e clicar "Enviar"
Primeira vez aqui? Por favor preencha o formulário.

O estupro da razão - Vanderley Caixe


"O abraço", de Gustav Klimt (1862-1918)
Por Izaías Almada.
Volto ao país depois de merecidas férias. Visto à distância, o Brasil é um país como outro qualquer. É como estar em São Paulo, por exemplo, e ler as notícias sobre países europeus, asiáticos ou sobre nossos vizinhos sul-americanos. As notícias do dia a dia são muitas vezes superficiais, sensacionalistas, procurando encobrir a natureza dos motivos pelos quais elas acontecem ou se desenvolvem.
A diferença, é claro, se dará por conta do conhecimento que temos da nossa própria realidade, os interesses e os fatores objetivos e subjetivos que se entrelaçam na informação produzida por jornais, televisões, revistas, sites e blogues.
A Rede Globo de Televisão, beneficiária e por isso mesmo defensora do golpe de Estado no Brasil em 1964 (ou seria o contrário?) chamou uma vez mais para si os olhares da nação, muitos deles cada vez mais descontentes com o que ali assistem.
Detentora de uma estratégia e de um marketing de comunicação imposto pelo poder econômico que construiu e que a sustenta, a emissora vem atravessando os anos colocando-se acima das leis e da Constituição, uma vez que o seu DNA foi formado no período autoritário mais recente da história política brasileira.
Ao se arrogar em fazer o que quer, a Rede Globo finge não ver que a ditadura já terminou e apresenta-se com aquela prepotência dos que fingem que nada de mais se passa à sua volta. Coloca-se acima da própria Constituição do país (consultar os artigos 221 e 223 da Constituição).
Talvez o braço mais forte do pequeno grupo que comanda impunemente a informação no Brasil, a “Venus platinada”, como alguns a chamaram ou ainda a chamam, não tem pelo país qualquer tipo de consideração, a não ser aquela – é claro – em benefício próprio, quando se proclama líder de audiência em vetustos programas, entre eles alguns já mofados e embolorados como “Fantástico”, “Jornal Nacional”, “Faustão”, “Programa da Xuxa” e a maioria de suas telenovelas, cujo conteúdo, aliás, é de dar enjôo em antiácido.
Baseados na antiga falácia de que a televisão produz aquilo que o povo gosta de ver, as emissoras de um modo geral e a Rede Globo em particular, mistura alhos com bugalhos propositadamente, pois sabe que um povo desinformado, confuso, indisciplinado, ignorante de seus direitos constitucionais, iludido por partidos políticos de pouca ou nenhuma expressão ideológica, é um povo paralisado e medroso.
A estratégia de desinformação coloca o cidadão diante da dúvida, da negação da própria política, do desânimo, da apatia, do medo.
Ainda assim, é possível identificar alguns bolsões de resistência a esse plano de manipulação de consciências e de votos, que transforma o país num amálgama de incertezas.
As manifestações de vários setores da sociedade quanto ao possível estupro de uma cidadã brasileira num programa de qualidade cultural zero são sinais de conscientização do entrave que representa para a democracia a existência de uma mídia partidarizada e defensora dos privilégios do poder econômico.
Imprensa livre, sim, mas não usurpadora do poder político, também ele livre, dos cidadãos e contribuintes.
Condenável sob todos os aspectos, até porque toda a armação foi para aumentar a audiência de um programa lamentável, o maior estupro não é o que a TV Globo mostrou, mas é o estupro que se faz da razão, da nossa inteligência e da própria democracia.
***
Izaías Almada, mineiro de Belo Horizonte, escritor, dramaturgo e roteirista, é autor de Teatro de Arena (Coleção Pauliceia da Boitempo) e dos romances A metade arrancada de mim, O medo por trás das janelas e Florão da América. Publicou ainda dois livros de contos, Memórias emotivas e O vidente da Rua 46. Como ator, trabalhou no Teatro de Arena entre 1965 e 1968. Colabora para o Blog da Boitempo quinzenalmente, às quintas-feiras.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

McDonald's troca receita de hambúrguer após denúncia de chef - Barbet

Após o chefe de cozinha e ativista Jamie Oliver descobrir - e divulgar em seu programa de TV - que a rede McDonald's utiliza hidróxido de amônio para converter sobras de carne gordurosas em recheio para seus hambúrgueres nos Estados Unidos, a marca anunciou que mudará a receita, segundo informações do jornal Mail Online. "Estamos comendo um produto que deveria ser vendido como a carne mais barata para cachorros e, após esse processo, dão o produto para humanos", disse Oliver. "Por que qualquer ser humano sensato colocaria carne com amônio na boca de suas crianças?", questiona.
O processo de conversão da carne é feito por uma empresa chamada Beef Products Inc (BPI), segundo o jornal. O veículo afirma ainda que esse processo nunca foi utilizado no Reino Unido, nem na Irlanda - que utilizam a carne de produtores locais. O McDonald's negou que tenha sito forçado a trocar sua receita por causa da campanha de Oliver. O jornal diz ainda que outras duas redes de comida rápida, Burguer King e Taco Bell, já tinham sido pressionadas e removeram o hidróxido de amônio de suas receitas.

História do crescimento e do porquê das enchentes em São Paulo - Elio Mollo


ENTRE RIOS from Caio Ferraz on Vimeo.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012





Arco-íris
Barbet

25 janeiro 2012

A linguagem era distorcida,
O som vinha de longe e parecia perder-se,
A sinfonia trazia a beleza dos anjos,
Adequada à Audição dos homens.

Os ecos produziam-se como a querer,
A mensagem repetir e imprimir,
Cada verdade nela contida e aprendida,
Nos arcanos mais longínquos dos sistemas.

Uma viagem começa a ser empreendida,
Todos se apressam em compor
Na bagagem apenas as idéias com
A realidade de ir mais além do que já imaginaram.

Num fechar de olhos uma cortina se abre,
Cheia de luzes e direções, ilusões,
O primeiro passo é dado, apoiado,
E todas aquelas alternativas, agora presentes.

Nunca um sonho foi tão lindo na vida,
Um carrossel de idéias e possibilidades,
Acessíveis apenas pela vontade,
"Bondade Maior" não poderia existir,

E neste arco-íris me perco,
Sabendo que logo me encontrarei,
Sem medo e com muita vontade
De pela primeira vez na realidade
Ser realmente

Livre.

***

4SHARED FAZ LIMPEZA EM SEUS ARQUIVOS E ANUNCIA FIM DO SISTEMA DE AFILIADOS - Elio Mollo

4SHARED FAZ LIMPEZA EM SEUS ARQUIVOS
E ANUNCIA FIM DO SISTEMA DE AFILIADOS

O site de compartilhamento de arquivos 4shared também seguiu os passos de vários concorrentes e começou a mudar sua forma de funcionar. Depois do fechamento do MegaUpload, maior site de compartilhamento de arquivos do mundo, e 13° mais acessado dentre todas as categorias, diversos sites do gênero começaram a correr atrás para não terem o mesmo triste fim (que ainda acarretará em mais consequências para os donos do MU).
Enquanto FileSonic e FileServe, que também deletaram arquivos em massa de seu sistema, acabaram com o compartilhamento dos mesmos, permitindo apenas que cada usuário acesse os de sua conta, o Uploaded bloqueou os usuários dos EUA, o RapidShare se declarou inocente, e disse não temer o fechamento, e UploadBox e x7.to, que são bem menores, simplesmente chegaram ao fim.
E o 4shared seguiu os passos da maioria: terminar com seu sistema de afiliados, fato que ocorrerá no próximo dia 1° de fevereiro, e fazer uma operação em massa para identificar e deletar arquivos que estejam violando direitos autorais de terceiros.
O 4shared, muito utilizado para o download de músicas, era o site de compartilhamento de arquivos mais acessado do Brasil, estando a frente até do MegaUpload, que era o segundo. Já em escala global, o Brasil era o segundo país que mais o acessava, com 12,6% de seu tráfego, atrás apenas da Indonésia. O segundo posto também era ocupado por nós na lista das nações que mais acessavam o MegaUpload, o primeiro era dos franceses.

[Carta O BERRO] Televisão: fábrica de mais-valia ideológica. - Vanderley Caixe

Palavras Insurgentes - [Elaine Tavares] A televisão é uma usina ideológica. Gera milhares de megawatts de ideologia a cada programa, por mais inocente que pareça ser.


E ideologia como definiu Marx: encobrimento da realidade, engano, ilusão, falsa consciência. Então, se considerarmos que a maioria da população latino-americana, aí incluída a brasileira, se informa e se forma através desse veículo, pensá-la e analisá-la deveria ser tarefa intelectual de todo aquele que pensa o mundo. Afinal, como bem afirma Chomsky, no seu clássico "Os Guardiões da Liberdade", os meios atuam como sistema de transmissão de mensagens e símbolos para o cidadão médio. "Sua função é de divertir, entreter e informar, assim como inculcar nos indivíduos os valores, crenças e códigos de comportamento que lhes farão integrar-se nas estruturas institucionais da sociedade". Não é sem razão que bordões, modas e gírias penetram nas gentes de tal forma que a reprodução é imediata e sistemática.
Um termômetro dessa usina é a famosa "novela das oito", que consolidou um lugar no imaginário popular desde os anos 60, com a extinta Tupi, foi recuperado com maestria pela Globo e vem se repetindo nos demais canais. O horário nobre é usado pela teledramaturgia para repassar os valores que interessam à classe dominante, funcionando como uma sistemática propaganda que visa a manutenção do estado de coisas. É clássica, nos folhetins, a eterna disputa entre o bem e o mal, o pobre e o rico, com clara vinculação entre o bem e o rico. Sempre há um empresário bondoso, uma empresária generosa, um fazendeiro de grande coração, que são os protagonistas. E, se a figura principal começa a novela como pobre é certo que, por sua natural bondade, chegará ao final como uma pessoa rica e bem sucedida, porque o que fica implícito que o bem está colado à riqueza, vide a Griselda de Fina Estampa, a novela da vez.
Outro elemento bastante comum nas novelas é o da beleza da submissão. Como os protagonistas são sempre pessoas ricas, eles estão obviamente cercados dos serviçais, que, no mais das vezes os amam e são muito "bem-tratados" pelos patrões. Logo, por conta disso, agem como fiéis cães de guarda. Um desses exemplos pode ser visto atualmente na novela global. É o empregado-amigo (?) da vilã Tereza Cristina. Ele atua na casa da milionária como um mordomo, cúmplice, saco de pancadas, dependendo do humor da mulher. Ora ela lhe conta os dramas, ora lhe bate na cara, ora lhe ameaça tirar tudo o que já lhe deu. E ele, premido pela necessidade, suporta tudo, lambendo-lhe as mãos como um cachorrinho amestrado. Tudo é tão sutil que não há quem não se sinta encantado pelo personagem. Ele provoca o riso e a condescendência, até porque ainda é retratado de forma caricata como um homossexual cheio de maneios, trejeitos e extremamente servil.
Mas, se o servilismo de Crô pode ser questionado pela profunda afetação, outros há que aparecem ainda mais sutis. É o caso da turma da praia que, na pobreza, hostilizava Griselda e, agora, depois que ela ficou rica, passou para o seu lado, vindo inclusive trabalhar com a faz-tudo, assumindo de imediato a postura de defensores e amigos fiéis. Ou ainda a relação dos demais trabalhadores com os patrões "bonzinhos", como é o caso do Paulo, o Juan, o homem da barraquinha de sucos, e o Renê. Todos são "amigos" e fazem os maiores sacrifícios pelos patrões, reforçando a ideia de que é possível existir essa linda conciliação de classe na vida real. O grupo que atua com o cozinheiro Renê, por exemplo, foi demitido pela vilã, não recebeu os salários, viveu de brisa por um tempo e retomou o trabalho com o antigo chefe por pura bem-querença. Coisa de chorar.
Nesses folhetins também os preconceitos que interessam aos dominantes acabam reforçados sob a faceta de "promoção da democracia". O negro já não aparece apenas como bandido, mas segue sendo subalterno. No geral faz parte do núcleo pobre, mas é generoso e sabe qual é o "seu lugar". É o caso do ético funcionário da loja de motos. Um bom rapaz, que, no máximo, pode chegar a gerente da loja. As pessoas que discutem uma forma alternativa de viver aparecem como gente "sem-noção", no mais das vezes caricaturada, como é o caso da garota que prevê o futuro, a mulher negra que era bruxa, o rapaz que brinca com fogo ou os donos da pousada que em nada se diferem de empresários comuns, a não ser nas roupas exotéricas. Ou o personagem do Zé Mayer, numa antiga novela, que via discos voadores, não aceitava vender suas terras e, no final, "fica bom", entregando sua propriedade para a empresária boazinha que era dona de uma papeleira. Os homossexuais também encontram espaço nas novelas, dentro da lógica da "democratização", mas continuam sendo retratados de forma folclórica, como é o caso do Crô, na novela das oito, ou do transexual da novela das sete. Já o índio, como é invisível na vida real, tampouco tem vez nas tramas novelistas e quando tem, como a novela protagonizada por Cléo Pires, vem de forma folclórica e desconectada da vida real. E assim vai...
Gente há que fica indignada com os modelos que as telenovelas reproduzem ano após ano, mas essa é realidade real. Os folhetins nada mais fazem do que reforçar as relações de produção consolidadas pelo sistema capitalista. Até porque são financiados pelo capital, fazendo acontecer aquilo que Ludovico Silva chama de "mais-valia ideológica". Ou seja, a pessoa que está em casa a desfrutar de uma novela, na verdade segue muito bem atada ao sistema de produção dessa sociedade, consumindo não só os produtos que desfilam sob seu olhar atento, enquanto aguardam o programa favorito, mas também os valores que confirmam e afirmam a sociedade atual. Prisioneira, a pessoa permanece em estado de "produção", sempre a serviço da classe dominante. Assim, diante da TV – e sem um olhar crítico - as pessoas não descansam, nem desfrutam.
É certo que a televisão e os grandes meios não definem as coisas de forma automática. Como bem já explicou Adelmo Genro, na sua teoria marxista do jornalismo, os meios de comunicação também carregam dentro deles a contradição e vez ou outra isso se explicita, abrindo chance para a visão crítica. Momentos há em que os estereótipos aparecem de maneira tão ridícula que provocam o contrário do que se pretendia ou personagens adquirem tanta força que provocam um explodir da consciência. E, nesses lampejos, as pessoas vão fazendo as análises e podem refletir criticamente. Mas, de qualquer forma, esses momentos não são frequentes nem sistemáticos, o que só confirma a função de fabricação de consenso que é reservada aos meios. Um caso interessante é o do transexual que está sendo retratado na novela da Record, que passa às dez horas. "Dona Augusta" é nascida homem e se faz mulher, sem a folclorização do que é retratado na Globo. É "descoberta" pelo filho que a interna como louca. Toda a discussão do tema é muito bem feita pelos autores, sem estereótipos, sem falsa moral. Mas, é a TV dos bispos evangélicos, que, por sua vez, na vida real pregam a homossexualidade como "doença". São as contradições.
De qualquer sorte, a teledramaturgia brasileira deveria ser bem melhor acompanhada pelos sindicatos e movimentos sociais. E cada um dos personagens deveria ser analisado naquilo que carrega de ideologia. Não para ensinar aos que "não sabem", mas para dialogar com aqueles que acabam capturados pelo véu do engano. Assim como se deve falar do que silencia nos meios, o que não aparece, o que não se explicita, também é necessário discutir sobre o que é inculcado, dia após dia, como a melhor maneira de se viver. Pois é nesse entremeio de coisas ditas, malditas e não ditas, que o sistema segue fabricando o consenso, sempre a favor da classe dominante.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

"VÂNDALOS - A SÍRIA É AQUI - NO PINHEIRINHO - Laerte Braga

A invasão do bairro do Pinheirinho em São José dos Campos, São Paulo, foi um ato claro de terrorismo de Estado. O governador Geraldo Alckmin – integrante da organização criminosa OPUS DEI – fiel ao seu estilo traiçoeiro e covarde negociava pela frente enquanto armava a ocupação pelas costas.
A área onde viviam oito mil pessoas de mais ou menos duas mil famílias tinha ruas asfaltadas e rede de água e esgoto construídas pela municipalidade o que, por si só, caracteriza a condição de bairro.
O governo federal já havia manifestado interesse em encontrar uma solução para a permanência das famílias e o governador de São Paulo, laranja das várias máfias que gravitam em torno do tucanato, inclusive juízes, desembargadores e ministros de cortes superiores, devidamente propinado, coordenou a operação montada pelo mafioso Naji Nahas (envolvido em vários inquéritos e processos por fraudes, lavagem de dinheiro, etc, dos quais tem se safado comprando autoridades do Judiciário), um dos donos da massa falida da qual faz parte o terreno/bairro de Pinheirinho.
O interesse? Um grande projeto imobiliário com ganho para todos os que participaram do ataque terrorista de domingo, 22 de janeiro, contra os moradores do bairro.
O sócio/parceiro de Naji Nahas é o banqueiro Daniel Dantas, um dos responsáveis pelo Plano Nacional de Privatizações do governo FHC. A decisão de atacar Pinheirinho já estava tomada e fora alvo de advertência de jornalistas e moradores uma semana antes do dia em que aconteceu. A chamada “reintegração de posse” foi determinada em seguida suspensa por um desembargador de um tribunal regional federal e no domingo, 22, autorizada por uma juíza venal e com cobertura do corrupto Ivan Sartori que preside o Tribunal de Justiça (?) do Estado de São Paulo. Tudo isso com a certeza que na noite daquele mesmo dia o inútil e dispendioso STJ – Superior Tribunal de Justiça – garantiria a competência da justiça estadual.
Ou seja, todo o esquema montado sem qualquer respeito pela vida, pelo ser humano. Os “negócios” valem mais que a vida no capitalismo. E não existe banqueiro, grande empresário ou latifundiário que seja humano.
Os acessórios desse esquema são governadores, prefeitos, senadores, deputados, juízes, desembargadores, ministros de cortes superiores, que têm seus mandatos comprados ou suas indicações bancadas por essas máfias. O PSDB é o principal agente de execuções do esquema.
Ivan Sartori no seu despacho que autorizou, no domingo, a ação policial, ou seja, dentro do combinado e pago, chegou a afirmar, escrever, que “repelindo-se qualquer óbice que venha a surgir no curso da execução, inclusive a oposição de corporação policial federal”.
Como disse o presidente nacional da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil – a ação do governo de São Paulo “rompeu o pacto federativo”. Vale dizer que o governo federal e nada são a mesma coisa na visão das elites políticas e econômicas que comandam de fato esse arremedo de democracia que temos.
Homens, mulheres, crianças, idosos arrancados de suas casas por “policiais militares” – polícia militar é uma aberração. As PMs são braços das elites e agem em função de seus interesses – marcados e levados para acampamentos improvisados, espancados, tendo seus pertences violados, vítimas da violência e da barbárie que é a marca registrada dessas “corporações” corruptas e com práticas que trazem de volta os tempos da ditadura.
A mídia de mercado mal tratou do assunto. Optou pelo início da temporada futebolística nos estados brasileiros e uma das redes nacionais, por fustigar a concorrente mais próxima, por conta de um estupro estimulado pelo diretor de um dos programas da rival.
A maior rede de tevê do País, a GLOBO, parte principal dessa mídia de mercado, podre e venal, chamou de “vândalos” os moradores do bairro de Pinheirinho. É uma das máfias que integra a grande máfia que controla o País.
As manifestações em Damasco, Síria, ou outras cidades daquele país, todas contra o governo central, são mostradas pela mesma GLOBO e ao contrário do aconteceu com os moradores de Pinheirinho, os agentes policiais do governo são chamados de braço de um ditador. Os manifestantes que reagem à violência policial/militar de “defensores da democracia”.
É claro que a questão Síria é a questão Síria e a questão Pinheirinho é a questão Pinheirinho, mas em ambas está presente a barbárie capitalista. A forma como a mídia de mercado encara o assunto e mostra, exibe, é dentro do leque de interesses das grandes máfias capitalistas.
Neste caso, Pinheirinho, a Síria é aqui também.
A omissão do governo Dilma Roussef, como que paralisado no domingo, apresenta, por outro lado, uma presidente sem autoridade para intervir em situações assim, na prática houve uma insurreição em São Paulo, um desafio claro do governo estadual. Ficou por isso mesmo. Declarações “cautelosas” de ministros como a de Gilberto Carvalho, sumiu o ministro da Justiça (existe isso?), nem se teve notícia da presidente, o tal “poste” que Lula elegeu. Isso pode ser entendido sem receio de erro como covardia.
A realidade brutal é que milhares de seres humanos tiveram seus direitos fundamentais violados por quadrilhas que controlam o Estado instituição e pelo jeito, vai ficar por isso mesmo.
Pinheirinho reforça uma convicção e deixa um exemplo pronto e acabado da realidade brasileira, ou do “capitalismo a brasileira” inventando por Lula.
Somos um País onde o governo não tem poder. O poder é exercido por máfias de banqueiros, grandes empresários e latifundiários que infiltrados na máquina estatal imobilizam o Executivo, têm no bolso a maioria dos deputados e senadores e agora partidariza o Poder Judiciário.
Pagar setecentos mil reais a César Peluso – presidente da suposta suprema corte – e a Ricardo Lewandovsky de forma indevida, ilegal, pode, Marco Aurélio Melo garante que o assunto não será investigado castrando os poderes do CNJ – Conselho Nacional de Justiça –, atropelando a Constituição.
Colocam-se à margem da lei.
Prender e arrebentar Pinheirinho também pode. É o desejo consumado dos grandes investidores, os que trazem “progresso” ao País.
Que progresso? Somos o paraíso das máfias internacionais, sequer um automóvel nacional de fato temos. O livro A PRIVATARIA TUCANA mostrou toda a podridão em que estamos imersos por conta do governo de FHC (presidente honorário e vitalício da grande máfia). Israel controla a indústria bélica do Brasil. O sistema financeiro está todo ele – a exceção dos dois bancos estatais – sob controle de grupos internacionais, majoritários ou não. Empresas francesas diante da dissolução em água fervente da Comunidade Européia correm para o Brasil naquele negócio que aqui o crime compensa, é garantido o retorno.
E para mídia trabalhadores brasileiros são “vândalos”. Naji Nahas, um criminoso sem qualquer escrúpulo, um pústula no sentido absoluto da palavra, escorado em seus laranjas, dentre eles os tucanos e lógico, Geraldo Alckmin, ganha o epíteto de empresário e no caso de Pinheirinho, ao lado de toda a violência, vai nascer mais um grande empreendimento imobiliário.
A ação da “polícia” mostrou que a Síria é aqui também.
E a ação e omissão dos governos exibem ao mundo que no Brasil o crime compens

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"Je t'aime... moi non plus" - versão original da canção, interpretada por Bardot, foi finalmente lançada, a pedido da própria atriz, que se arrependeu por não a ter liberado antes - Barbet


22 de setembro, é comemorado o Dia dos Amantes e, em homenagem aos enamorados, o Passeando conta a história de uma das músicas mais sensuais de todos os tempos, "Je t'aime... moi non plus", canção francesa escrita por Serge Gainsbourg (cantor, compositor, ator e diretor francês). O título da canção, cuja tradução em português é "Eu te amo... Eu também não", foi inspirado em uma famosa frase do pintor espanhol Salvador Dali que, quando perguntado sobre o que o diferenciava de Pablo Picasso, teria respondido: "Picasso é espanhol, eu também. Picasso é um gênio, eu também. Picasso é comunista, eu também não". A canção foi escrita originalmente para Brigitte Bardot, com quem Gainsbourg teve um ardente caso de amor no final de 1967. Bardot pediu a Gainsbourg para escrever "a canção de amor mais bonita que podia imaginar", e ele escreveu "Je t'aime" e "Bonnie e Clyde". O casal gravou a música em um estúdio de Paris, em uma sessão de duas horas, em uma pequena cabine de vidro. No entanto, o single não foi lançado. Há a versão de que a notícia da gravação teria vazado para a imprensa, o que teria irritado o marido de Bardot, o empresário alemão Gunter Sachs. Bardot teria então pedido a Gainsbourg que não liberasse a gravação. Entretanto, uma outra versão diz que o que impediu o lançamento da gravação foram os protestos do representante de Bardot, que temia pela imagem da atriz. Insatisfeito, Gainsbourg teria dito que "a música era muito pura, e que pela primeira vez na vida havia escrito uma canção de amor e ela tinha sido mal interpretada", porém, atendeu o pedido de Bardot. Em 1968, Gainsbourg se apaixonou pela atriz inglesa Jane Birkin (na foto com Gainsbourg), que conheceu no set de seu filme "Slogan". Ele então pediu que Birkin gravasse a música com ele. Lançado em fevereiro de 1969, o single tinha uma capa simples, com as palavras "Interdit aux moins de 21 ans" (proibido para menores de 21 anos). A letra de "Je t'aime... moi non plus" é um diálogo entre dois amantes durante um encontro sexual. "Eu vou e venho, entre suas partes íntimas", "Você é a onda, eu a ilha nua" e "O amor físico é sem sentido" são alguns trechos da canção. A letra é cantada, falada e sussurrada, e com muitos gemidos de prazer, culminando em um aparente orgasmo no final da canção (houve rumores de que o casal havia realmente praticado sexo durante as gravações).
Apesar do indiscutível sucesso em toda a Europa e de ter atingido o posto número 1 em vendas no Reino Unido e o 58 nos Estados Unidos, a canção (que muitos consideravam pornográfica) foi censurada nas rádios da Itália, Polônia, Islândia, Suécia, Espanha, Iugoslávia e Reino Unido, além de ter sido denunciada pelo Vaticano. Em 1986, a versão original da canção, interpretada por Bardot, foi finalmente lançada, a pedido da própria atriz, que se arrependeu por não a ter liberado antes. "Je t'aime... moi non plus" foi regravada mais tarde por Donna Summer e Ray Conniff, entre outros.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Os dois lados da moeda - Barbet

Todas as possibilidades nos são dadas para o progresso. A evolução é inevitável, agora quando pensamos no bom ou mau uso que podemos fazer de cada descoberta, isso vai diretamente de encontro com a evolução moral de cada um em todos os níveis humanos. Não podemos negar a beleza das coisas simplesmente por ela ter duas faces. A mão que cura é a mesma que pode matar.

OBSERVEM AS MARAVILHAS DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS DISPONÍVEIS EM COMPUTAÇÃO GRÁFICA - Barbet

sábado, 21 de janeiro de 2012

Não podemos permitir - O Congresso dos EUA estava prestes a aprovar leis que permitiriam que seus funcionários censurassem o acesso a qualquer site em todo o mundo - com a Avaaz nesta luta - Barbet

Salve a Internet - a pressão está funcionando!

Para todos os Membros do Congresso dos EUA:

Enquanto cidadãos preocupados, apelamos aos senhores e senhoras para que lutem por uma Internet livre e aberta, e votem contra o Ato de Proteção à Propriedade Intelectual (PIPA) e a Lei de Combate à Pirataria Online (SOPA). A Internet é uma ferramenta muito importante para as pessoas ao redor do planeta trocarem ideias e trabalharem coletivamente na construção de um mundo que todos queremos. Insistimos que mostrem uma verdadeira liderança global e façam tudo que estiver ao seu alcance para proteger esse pilar fundamental das nossas democracias mundo afora.

Laerte Braga

LA PHRASES LES PLUS BELLES DE L’AMOUR EST DIT DANS LE SILENCE PENDANT UN OEIL - Barbet

Fragile
Barbet
22 Janeiro 2011


Ah! Como é frágil o ser "humano".
Na sua fragilidade alguns conseguem alçar vôos tão altos, que sequer conseguiríamos imaginar.
A capacidade de sonhar que tem o "homem",
Pobre coração que passa a vida a bater e por vezes quase consegue parar de tanta dor.
Mas OS sonhos permanecem,
Em alguns momentos se transformam em pesadelos.
Quando a dor é muito Grande e a mente se perde no emaranhado de idéias,
Quando não pode ver o "inimigo",
Na busca insana de culpar alguém,
Chega a "Deus".
Ele é o culpado!
Neste momento tudo que está a sua Volta torna-se pesado,
Calado, cai numa roda viva,
Lutando contra a própria
Vida.
***

ESTE VIDEO É A MINHA CARA ENTÃO SINTA-SE ABRAÇADA(O) POR MIM !!! ( ABRAÇOS DO RAY PINHEIRO )

O CIDADÃO OBJETO– O CASO PINHEIRINHO
Laerte Braga
Um relatório divulgado por organizações sindicais européias mostra que os cortes em pensões, aposentadorias, salários e as demissões em massa tanto nos serviços públicos como na iniciativa privada não resolvem o problema da insolvência de países como a Grécia, a Itália, Portugal, Espanha e num efeito dominó, França, começando a aproximar-se da Alemanha.
Os tais cortes orçamentários em serviços básicos, direitos do cidadão, saúde, educação, transportes, lazer, segurança, nada disso modifica a situação, sequer faz cócegas em todo esse emaranhado de “crises”, que é parte do capitalismo e por assim o ser, é parte do processo de exploração do homem pelo homem.
Mobilizações populares por democracia – no sentido de participação popular – não têm sentido e nem alcançam seus objetivos, é o que demonstra a chamada Primavera Árabe. Saiu Mubarak no Egito, permanece a ditadura exercida pelos militares e toda a ordem repressiva construída ao longo de todos esses anos.
Governos não governam segundo a vontade popular. Representam interesses de bancos, grandes corporações e latifúndios.
Para manter essa situação se valem de dois instrumentos poderosos. Um, de alienação absoluta e completa, a mídia de mercado. Outro de dissuasão, o poder das armas.
Nações como tal desaparecem e dão lugar a corporações. Mitt Romney, principal pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos tem feitos sistemáticas afirmações que o país precisa de um gerente. Reflete essa vocação de governos a serviço de corporações ao afirmar que “adoro demitir pessoas”.
O movimento sindical, com exceções como a Grécia, num ou outro país, transforma-se gradativamente em braço desse poder na presunção que concessões garantem empregos e abrem perspectivas de que mais à frente o bolo será refeito – sem nunca ter sido feito – e repartido de maneira justa.
A chamada nova ordem política e econômica tem dois pilares fundamentais. Ou se impõe sem maiores dificuldades se o processo de alienação gerado pela mídia de mercado alcançar êxito, ou caso contrário, pelas armas. É o que se viu na Líbia, como antes no Iraque e tentam a todo custo no Afeganistão, isso de forma explícita. No duro mesmo a Comunidade Européia, hoje, é apenas uma grande base militar desse complexo político e econômico, escorado no terrorismo de Estado e países de outras partes do mundo, vão sendo ocupados e recolonizados naquilo que, em 2002, César Benjamin chamou de “o século da recolonização”. Colômbia, Haiti, a Palestina negada aos Palestinos.
No Brasil o governo Lula desde os seus primeiros momentos foi atropelado pelos desmandos do governo FHC. País falido e privatizado. O presidente petista optou por consertar o inconsertável, equilibrou-se em precárias alianças políticas – precárias e caras –, quase escorrega e cai no episódio do mensalão, abriu seu espaço populista e mercê de indiscutível empatia com a grande maioria dos brasileiros, sinalizou estar gerando uma etapa de desenvolvimento com justiça social, quando, na verdade, criava apenas o “capitalismo a brasileira”
O ex-ministro chefe do Gabinete Civil José Dirceu é hoje um dos grandes consultores de empresas privadas do País e estreitamente ligado a Eike Batista, outro grande, mas esse predador em todos sentidos. Só fez colocar na testa - já que não pode fazê-lo mais no biquíni de Luma de Oliveira – o cartaz gerador de “progresso”.
É o que basta para no modelo e todo o seu entorno se possa acreditar que isso seja realidade.
Tucanos estão desmoralizados com o livro A PRIVATARIA TUCANA do jornalista Amaury Ribeiro Júnior. Toda a podridão do governo FHC e muito mais que isso, seus objetivos de criação de um grande entreposto do capital internacional, estão claros no trabalho do jornalista.
Mas nem um passo foi dado no sentido de retomar um caminho diverso do traçado por FHC e sua quadrilha. Os governos Lula e Dilma tentam sobreviver a armadilhas de efeito retardado deixadas nos seus percursos pelo tucanato e administram o inadministrável na torcida para que a crise que dissolve a Comunidade Européia não nos atinja com vigor maior que as dificuldades já visíveis num horizonte não tão distante assim.
A maior potência do mundo, como urso ferido, neste momento, reage de forma aguda e boçal – sua característica – à sua necessidade de sobrevivência como corporação.
Com uma característica que se percebe cada dia mais presente. Dilma virou definitivamente o comboio governamental a políticas neoliberais. Afasta-se aos poucos das políticas de integração latino-americana, abandona pilares da política externa do governo Lula, que foi decisiva na arquitetura do ex-presidente.
O resultado disso? Um absoluto vazio por maiores que sejam os índices de aprovação da presidente. Uma visão nebulosa dos dias futuros. Como se o Brasil fosse um corpo estranho a todo o mundo globalizado na ótica militar/econômica do grande irmão, os EUA, não importa que estejam decadentes.
Nesse conjunto desafinado e lembrando a música das beatas – a letra feita numa casa, a música feita noutra e uma tragédia no dia da procissão – o cidadão deixa de ser pessoa e vira “não pessoa” como conceitua o pensador norte-americano Noam Chomsky (um dos integrantes do 1% de norte-americanos que sabem que a Nicarágua fica na América Central).
É o caso do bairro Pinheiro na maior metrópole do Brasil, São Paulo.
Um criminoso comum, bandido sem entranhas, com varias prisões, respondendo a inúmeros processos e sabidamente especulador, em manobras que envolvem o prefeito Kassab, o governador Alckimin, setores do Judiciário (onde há resistência de poucos juízes íntegros), numa de suas massas falidas nas fraudes do dia a dia (é possível encontrá-las nos noticiários da bolsa de valores, sede principal dessas máfias) está prestes a conseguir que um bairro inteiro seja despejado para pagar suas dívidas junto a órgãos federais, estaduais e municipais e, no futuro, depois de todos regados a grossas propinas, seja transformado em mais um shopping (edificações destinadas a formar idiotas).
Milhares de pessoas em vias de serem postas no olho da rua por conta desse processo que privatiza a cidadão, tanto quanto vai transformando o Brasil em imenso país/continente de propriedades que se estendem, por exemplo, aos condomínios fechados no litoral (as praias privatizadas).
Se a juíza federal Roberta Monza Chiari compreendeu a relevância social do fato, concedendo liminar para suspender o despejo, o juiz Carlos Alberto Antônio Júnior tratou de liquidar com essa relevância social e em meio a firulas jurídicas retomar o caminho da reintegração de posse de uma área conseguida por um pilantra, através de pilantragem, numa jogada de pilantras.
Não há vontade manifesta do poder público, seja em que instância for – federal, estadual ou municipal – em resolver o problema com uma simples desapropriação por interesse social. Há submissão ao poder econômico, à máquina burocrática controlada por esses donos do País, há total e absoluta privatização do cidadão comum, o objeto que não interessa ao novo conceito que substitui o de nação. Os grandes conglomerados financeiros, empresariais e o latifúndio.
A resistência dos moradores de Pinheirinho transcende a Pinheirinho. Pinheirinho neste momento é o trabalhador brasileiro. Não queremos ser um país de classe média como afirma a presidente Dilma Roussef. E muito menos um país moldado pela mídia de mercado e suas catástrofes construídas na alienação geral e absoluta que buscam promover.
O sentido dessa luta é de todos nós e é o de uma história consciente. Onde o quantitativo se transforma em apropriação histórica qualitativa. De todos os instrumentos de produção o maior poder produtor é a própria classe revolucionária, é o que ensina Marx.
Já andam lendo Marx até em Wall Street. Não com esse sentido, de promover uma revolução socialista. Mas de apertar mais o torniquete, o garrote.
Ao longo dos tempos a burguesia é a única classe que sempre venceu.
Pinheirinho é o símbolo de uma luta que tem que buscar as ruas, como os estudantes em Vitória, em Teresina, os professores em todos os cantos do Brasil. Os estudantes no Chile e as multidões em praças de países árabes.
Não há a menor possibilidade de deixarmos de ser “não pessoas” para esses senhores se não formos às ruas, com objetivos claros e definidos e percebendo que vivemos uma etapa do processo histórico em que pouco importa qual seja o governo, pois um é com areia, outro é com vaselina, no fundo são a mesma coisa.
Do contrário daqui a pouco estaremos decidindo sobre se o melhor candidato é aquele que não sua meia soquete branca. Eleições nessa estrutura político institucional que temos não nos levam a lugar algum. Mas organização popular e luta popular, essas sim.
E não há outra alternativa. É questão de sobrevivência. Ou breve, legiões de zumbis pelas ruas das grandes metrópoles e das não metrópoles.
E pior que isso, começam a sair das catacumbas as vozes de 1964. Que a rigor, só trocaram de roupa e aparência. O jeito truculento de ser permanece, mas nos lábios um sorriso “democrático”. Tem razão Fidel Castro quando afirma que marchamos para um abismo.