quarta-feira, 23 de maio de 2012

A ocupação da América do Sul - Laerte Braga On Time

A ocupação da América do Sul
 
O aumento constante e expressivo da presença militar dos Estados Unidos em países da América do Sul coloca em risco a segurança e a independência desses países e significa uma real ameaça de futuros conflitos numa região que os norte-americanos consideram como quintal.
Existem indícios claros que se organiza um golpe contra o presidente Hugo Chávez na Venezuela, que por extensão, numa teoria que os EUA gostam desde os tempos de Kissinger e é chamada de efeito dominó, e se estenderia a Bolívia, ao Equador e a Argentina. Países onde os governos são considerados hostis.
Essa presença militar é ostensiva no Peru, no Chile, na província do Chaco na Argentina e total na Colômbia. Não exclui a ação política de agentes dos EUA, de Israel, da União Europeia – a Grã Bretanha movimentou submarinos nucleares e equipados com mísseis também nucleares para as ilhas Malvinas – e políticos ou grupos de direita e extrema direita, caso, entre outros, do ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso e do escritor peruano Vargas Llosa.
Os presidentes da Colômbia e Chile, Sebastian Piñera e Manuel Santos são alinhados incondicionais dos EUA e na prática não passam de "governadores" de províncias.
O controle da mídia de mercado, que se acentuou com a entrada de capital internacional em países como o Brasil, por exemplo, faz com que a percepção dessas políticas seja a menor possível e assim não desperte reações populares capazes de colocar em risco os dois pontos mais importantes da atual política dos EUA para a América do Sul. O Plano Grande Colômbia que inclui a região Amazônica inclusive a parte brasileira e o controle da Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Uruguai).
No caso específico do Brasil o governo Dilma Rousseff dá sinais de ter abandonado a política de integração latino-americana e procura jogar as regras do jogo internacional, o mundo globalizado segundo a ótica e os interesses do capitalismo.
A Amazônia brasileira desde o governo FHC através do antigo projeto SIVAM – Sistema de Vigilância da Amazônia – é controlada pelos norte-americanos. As imensas reservas de nióbio, outro exemplo, mineral estratégico e de fundamental importância para armas nucleares, estão em mãos de ingleses e mais de dois terços da produção e contrabandeada para países como a Grã Bretanha, os EUA, Bélgica e outros.
O controle da água e das imensas reservas de petróleo de países como o Brasil e a Venezuela é vital para os projetos norte-americanos. O não ter conseguido implementar políticas diretas para a instalação de bases militares no Brasil não significa que os EUA tenha deixado o país de lado, ou desconsiderado sua importância. A política externa brasileira de morde e sopra fez com que os norte-americanos passassem a considerar esse controle a partir da Colômbia, do SIVAM, do acorde de livre comércio firmado no governo Lula com Israel, que abriu as portas para a presença de empresas sionistas em setores estratégicos da economia e políticas de "colaboração" com o governo federal e governos estaduais na área de segurança pública.
E pela primeira vez, desde o fim do governo João Figueiredo, o último general da ditadura, um chefe militar – mesmo que na reserva – fala abertamente, em entrevista ao jornal ESTADO DE SÃO PAULO, em "poder moderador".
A constituição de 1988, por pressão dos militares, confere às forças armadas esse poder em caso de "graves" distúrbios políticos, econômicos ou sociais. O general Leônidas da Silva (ex-comandante do aparato repressivo no estado do Rio de Janeiro), ministro do Exército no governo Sarney, reagindo à Comissão da Verdade, que investiga os crimes da ditadura, foi claro ao afirmar que é necessária a "convocação do poder moderador".
Não importa que as circunstâncias sejam diversas, a conjuntura seja outra, mas claro está que a democracia em países da América do Sul é um ciclo consentido e sua efetiva transformação em realidade vai depender da reação de forças populares.
É uma luta que, em todos os países sul americanos, não vai ser travada dentro do mundo institucional limitado por essa espécie de camisa de força imposta por regimes totalitários – poder moderador –. A cumplicidade dos governos que se seguiram à ditadura no Brasil permitiu aos responsáveis pela repressão acumular forças para reagir agora à Comissão da Verdade. É um aspecto positivo do governo Dilma, ainda que não se saiba até que ponto a presidente terá forças para enfrentar a reação dos quartéis. A maioria dos militares brasileiros da ativa é leal a Washington e tem se deixado envolver pelos porões podres, mas ainda vivos, da ditadura militar.
Há uma ilusão nos países da América do Sul em relação aos governos dos EUA. Costuma-se acreditar que presidentes republicanos são diferentes de presidentes democratas na prática colonialista, o que é um equívoco. O que varia é a forma de agir. Republicanos chegam com areia e democratas com vaselina.
A derrubada de Chávez é quase uma obsessão em Washington e para isso a cumplicidade da direita venezuelana não vai se limitar a ações políticas. Se necessário for provocam um conflito social com o objetivo de cindir as forças armadas e criar condições para a intervenção internacional naquela conversa fiada de "ajuda humanitária" e "direitos humanos".
A doença do presidente abre espaços para especulações deliberadas na mídia de mercado, nas ações diplomáticas, no buscar criar confusão na opinião pública e no tentar impedir a permanência de Chaves, até agora imbatível nas urnas, fato que deverá se confirmar nas eleições de outubro deste ano.
Se o controle da América Central, a exceção de Cuba e Nicarágua se dá através de uma ostensiva presença militar, como se viu no golpe que derrubou Manoel Zelaya em Honduras, centro de uma escola militar de golpes dos EUA, o da América do Norte por governos dóceis no México e no Canadá (que os norte-americanos consideram um "México melhorado"), o da América do Sul começa a se tornar visível a olho nu na presença política, diplomática e militar e de governos controlados por Washington, no cerco a países considerados hostis.
Não é diferente do que fazem na África e a África, ou no Oriente Médio (por exemplo apoiar a junta militar egípcia, o governo da Jordânia e destruir Síria e Líbia), na Ásia no cerco militar (bases) da China, na dubiedade das políticas da Rússia de Putin, já que detêm o controle da União Europeia, a América do Sul, nessa visão totalitária dos EUA, não pode ser a exceção.
Tem que estar sob o tacão nazi/sionista de ISRAEL/EUA TERRORISMO HUMANITÁRIO S/A.
A reação não está no mundo institucional, mas nas forças populares. É o desafio.

MORNING GLORY - Elio Mollo


MORNING GLORY
From: Maria Lucia
Sent: Tuesday, May 22, 2012 5:28 PM

As nuvens gigantes chamadas de Morning Glory, um dos mais raros e incríveis fenômenos meteorológicos

Morning Glory, as nuvens de até 1.000 km de extensão
As nuvens chamadas de "Morning Glory"(Glória da Manhã) são formações raríssimas, cuja origem os meteorologistas ainda não conseguem explicar totalmente. A teoria mais aceita atualmente é de que o fenômeno acontece quando há o choque de ventos em direção contrária, com temperaturas e altitudes específicas, soprando de forma contínua.
O litoral do norte da Austrália atrai turistas entre SET-NOV só para ver este fenômeno
Elas já foram registradas em vários locais do mundo, mas no Golfo de Carpentaria, no norte da Austrália, elas ocorrem com certa regularidade entre os meses de Setembro e Novembro, atraindo turistas que querem presenciar este fenômeno de rara beleza.

Golfo de Carpentaria, no Norte da Austrália,
único local do planeta onde as "Morning Glory" são regulares

Este tipo de nuvem tem por principal característica ter a forma de uma grande rolo, que pode chegar a 1.000 km de comprimento e até 2 km de largura. Elas são formadas sempre a uma altitude entre 100 e 200 metros do Solo.
A beleza das nuvens, que aparecem em meio ao céu azul

Fotos de satélite já registraram gigantescas nuvens deste tipo na Austrália nos últimos anos. Os aborígenes australianos já registravam este tipo de evento em suas histórias tribais.
Fotos de Satélite de nuvens "Morning Glory" no Golfo de Carpentaria
Este fenômeno também já foi registrado nos Estados Unidos, México, Inglaterra, Alemanha e Rússia. No Brasil, há apenas um caso registrado da nuvem, ocorrido em 2007, na bacia de Campos no Rio De Janeiro, que foi filmado por uma equipe da Petrobrás. Durou cerca de 3 horas.
Vídeo da nuvem "Morning Glória" que apareceu em Campos-RJ em 2007
Há relatos de uma "Morning Glory" que teria aparecido nas cercanias de São Luis do Maranhão, mas não há fotos nem vídeos para comprovar
Foto do fenômeno em Campos-RJ em 2007
Fique agora com mais algumas fotos de um dos mais raros e belos fenômenos da natureza
Esta foto mostra bem a extensão que estas gigantes alcançam
Rara formação tripla

De perto, as "Morning Glory" parecem montanhas de algodão

Como elas se formam sempre a baixa altura, muitas vezes parecem uma gigantesca tsunami
Saiba mais sobre o fenômeno em...


Conheça o trabalho internaútico do A ERA DO ESPÍRITO
Portal A ERA DO ESPÍRITO




Planeta ELIO'S (Poemas)



Siga-me em + Elio (G+ ou + Você)


terça-feira, 22 de maio de 2012

Peter Sandich (Richard Dreyfuss) é um aviador que combate incêndios florestais e morre em um acidente. Ao chegar no Paraíso é apresentado a um "anjo", que estimula Peter a voltar para passar seu know-how para seu jovem sucessor, Ted Baker (Brad Johnson) e para ajudar Dorinda Durston (Holly Hunter), uma orientadora de vôo, a esquecê-lo. Após voltar como uma aparição invisível, Sandich acaba descobrindo que Ted está apaixonado por Dorinda. filme belíssimo

A INDIGNAÇÃO E A CPMI DO CACHOEIRA

Um eleitor de Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo, motorista de táxi, levou Dona Cremilda Fernandes, professora aposentada, ao ato que na quinta-feira mostrou a indignação popular naquele estado diante de outro estado, o de coisas gerado pela quadrilha Hartung. Ao final da corrida o motorista se disse estarrecido com o que ouviu de Dona Cremilda sobre o ex-governador e que a partir daquele momento deixaria de ser eleitor do dito.
Aos 72 anos de idade a professora Cremilda Fernandes foi participar de atos dos professores e outro contra a corrupção generalizada na máquina institucional do Espírito Santo. Buscar o reconhecimento de direitos fundamentais, já que lesada pelo complexo mafioso que controla o estado. Ela e o povo do Espírito Santo. Anos de empulhação, Camata, Hartung, o inexplicável Casagrande (não se sabe se de fato existe, é apenas uma marionete inventada por Hartung, ou banana mesmo).
Panfletou, mostrou sua indignação e ao término do protesto um infarto fulminante matou-a.
O deputado Cláudio Vacarezza, um dos principais líderes do PT, assustado com a possibilidade de convocação do governador Sérgio Cabral – Rio de Janeiro – para depor na CPMI do Cachoeira, em plena sessão enviou mensagem de texto através de seu celular ao governador para “tranqüilizá-lo”. Ao final escreveu o seguinte – “a relação com o PMDB vai azedar na CPI, mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu”.
De um lado a indignação e a coragem, de outro lado a farsa, o embuste. A CPMI nasce morta no interesse dos partidos majoritários no Congresso, da mídia venal padrão VEJA/GLOBO e de todos os envolvidos. Vai-se um anel, Demóstenes Torres, ficam os dedos, continua tudo como dantes no quartel do Abrantes. Nem falo do tal Procurador Geral Roberto Gurgel e da Procurada/esposa Cecília Sampaio.
Quartéis estão se deixando envolver por velhos golpistas fardados, no temor da Comissão da Verdade. Temem que a História revele a covardia que buscam encobrir de todas as formas em nome do “patriotismo canalha”, definição precisa de Samuel Johnson – “o patriotismo é o último refúgio dos canalhas”.
Cabral anunciou um “código de conduta” para os que exercem cargos de confiança em seu governo e para ele governador. A tranca depois da porta arrombada e escancarada na luta política no Estado do Rio entre duas máfias. A dele Cabral e a de Anthony Garotinho.
Aí nem marcha para Jesus. A massa de alucinados na ilusão de terrenos no céu ao custo de dízimos e coisas que tais. Como a ação do deputado estuprador/religioso padrão Gildevan Fernandes.
A CPMI sem pressão popular não vai a lugar algum. Dona Cremilda terminou seus dias vibrando de indignação e deixando o exemplo que a luta é nas ruas e é contra o modelo político e econômico gerido por elites que estão bem acima de Carlos Cachoeira. Banqueiros, grandes empresários, latifundiários, bancada evangélica e todo o retrocesso que traz consigo, ou ameaça de.
É assustador que em determinados assuntos estejamos marchando de volta a Idade Média ou sob ameaça de lá pararmos em meio a fogueiras que sacrificam humanos pela “verdade divina”.
Toynbee previu nunca é demais repetir. E algumas coisas Freud explica, outras nem ele.
Há um golpe em organização contra o presidente Hugo Chávez na Venezuela. “Patriotas” venezuelanos (banqueiros, grandes empresários, latifundiários) associados a grupos internacionais e inseridos no Plano Grande Colômbia que prevê o controle da América do Sul pelos norte-americanos, buscam criar condições para a tentativa de derrubada do presidente – sabendo de antemão das dificuldades por conta das reações populares e da impossibilidade de derrotar Chávez nas urnas –, mas abrindo o caminho para uma guerra civil, ensejando uma intervenção estrangeira “humanitária” e colocando o país no curso dos seus interesses.
Foi assim que destruíram a Líbia e é assim que estão tentando destruir a Síria.
Não são os interesses dos trabalhadores venezuelanos. É uma tentativa que atinge em cheio a América do Sul, toda a América Latina, ainda mais depois que o governador da província do Chaco na Argentina e o presidente Piñeda, Chile, escancaram o sul dessa parte do mundo a Washington e o que Washington representa.
As eleições na Venezuela serão em outubro, Chávez é o favorito, o país cresceu ano passado mais de 5%, índice surpreendente e a perspectiva é de um crescimento maior ainda neste ano.
Os resultados não interessam às elites que querem um crescimento em seus negócios e não participação popular no processo político. Lá, como aqui, elites entendem que democracia é fazer eleições dirigidas pela mídia facciosa, podre e marqueteiros capazes de vender ilusões. Quando se rompe esse esquema partem para o golpe.
Não tem escrúpulos em jogar o país no precipício de uma guerra se entenderem ser necessário, tampouco de aceitar a intervenção estrangeira. Já nascem colonizados.
Nesse diapasão, na desintegração da União Européia, o povo grego, valente e determinado, vai às urnas de novo. Não aceita as imposições do governo de Ângela Merkel, vocação frustrada de Hitler e da “superioridade germânica”, agora com um obstáculo, pelo menos no início, o francês François Hollande. Hollande quer renegociar o pacto fiscal, não aceita medidas restritivas. Sabe onde pega o chicote de Merkel e percebe seu país rumo a uma crise semelhante a que afeta a Grécia, a Espanha, a Itália e Portugal e começa a desintegrar o tal Reino Unido, principal colônia do complexo ISRAEL/EUA agora sob nova denominação – ISRAEL/EUA TERRORISMO HUMANITÁRIO E DEMOCRÁTICO S/A.
“Gosto de demitir pessoas”. É uma afirmação de Milt Romney, adversário de Barack Obama na disputa pela presidência dos EUA. O republicano é um empresário especialista em “recuperar empresas” e isso sempre significa demissões, pois empresas são uma aberração própria da aberração maior, o capitalismo. A recuperação via de regra é com dinheiro público, como foi o caso da General Motors no início do governo Obama.
Pior, cegos por elevado consumo de hambúrguer especiais da rede McDonald’s, na crença que fora do basquete e do beisebol não existe saída, as pesquisas mostram que há um empate técnico entre os dois candidatos. Isso talvez porque saibam que ninguém muda nada, quem governa são outros.
Breve um massacre qualquer em qualquer parte, é a alternativa que os norte-americanos sempre encontram, ainda mais agora, que a guerra se escancarou como grande negócio e é gerida por empresas privadas.
Fora isso uma tonta, Soninha Francine, do PPS, partido de Roberto Freire, um esperto, mas nem por isso isento de faniquitos como o que deu com o boato de “louvado seja Lula” e a moça que considera o Nordeste e os nordestinos como peso para o Brasil, ou “indignos” do Brasil.
Os muitos anos de tucanato em São Paulo geraram figuras assim. Sem percepção da realidade achando que São Paulo é a Paris da América do Sul, ou a New York sei lá. Quem passa o domingo mergulhado em shopping não tem a menor noção da realidade e se bobear acaba acreditando que existe um tantinho assim, um cadinho de verdade em VEJA. Ou que pizza tem que ter toneladas de catchup com dez tomates para ser mais autêntico. Pior elege Roberto Freire deputado.
Aí acaba falando esse monte de besteira. Não é culpa do paulista, é o efeito PSDB/DASLU/FIESP. Fábrica de Boris Casoy.
O presidente da FIESP foi candidato a governador pelo Partido Socialista, precisa mais?
Fica a lição da professora Cremilda Fernandes. Não há saída fora das ruas e o desafio é despertar os trabalhadores para a luta que certamente não terá gente como Vacarezza em seu meio. Nem Cabral, mas nem Garotinho. E tampouco o festival de “patriotismo” dos torturadores, mas o esculacho que os estudantes promovem para identificar essas figuras repulsivas. Esse sim.
O general Leônidas Gonçalves, ministro do Exército escolhido por Tancredo em comum acordo com o general Ernesto Geisel (Tancredo e Geisel eram amigos próximos e o ex-presidente apoiou abertamente a indicação de Tancredo para a presidência, como incentivou o racha na antiga ARENA/PDS e depois PFL), foi o responsável pelo penúltimo golpe branco no Brasil (o último foi a reeleição comprada de FHC).
Na impossibilidade da posse de Tancredo e diante do estado de saúde do então eleito presidente, comunicou que os militares não aceitariam a posse de Ulisses Guimarães como presidente e a convocação de novas eleições como determinava o texto constitucional. Sarney, um oportunista, era mais fácil de controlar, aliás Ulisses não seria controlado, não era de sua natureza, nem do seu caráter de homem íntegro. Para evitar que os militares permanecessem no governo Ulisses aceitou a solução e Sarney virou presidente. Agora o general investe contra a Comissão da Verdade. Tem sentido.

NENHUM CARRO VALE UMA VIDA HUMANA - Laerte Braga

“NENHUM CARRO VALE UMA VIDA HUMANA”

Há anos passados, a propósito de uma dessas obras monumentais que governos costumam fazer e que não têm sentido ou se têm, é porque se ajustam à perversidade do capitalismo, o jornalista Millôr Fernandes, diante da perspectiva de desapropriação de casas de famílias que moravam no local a mais de meio século, escreveu o seguinte em protesto contra o fato – “nenhum carro vale uma vida humana”.
Cremilda Fernandes, 72 anos, professora no Espírito Santo, morreu na quinta-feira ao término de uma manifestação contra toda a sorte de trapaça de governantes. Era, como muitos brasileiros, a imensa maioria, uma das vítimas da insensibilidade de monstros que governam na tal democracia. Um infarto fulminante. Momentos antes de sua morte havia dito a vários dos presentes à manifestação que queria participar do ato, panfletar e ouvira do motorista de táxi que a levara até o local que, finalmente, ele havia entendido que o ex-governador Paulo Hartung é apenas um chefe de quadrilha de assaltantes de cofres públicos.
Não difere de Sérgio Cabral, de Antônio Anastásia, de Jacques Wagner, de Geraldo Alckmin e tantos outros.
O ser humano é um número, um objeto na roda cruel do capitalismo e aos olhos de figuras como Demóstenes Torres, ou as bancadas do PT e do PMDB, que ao lado do PSDB, PPS e outros iguais, pretendem transformar a CPMI do Cachoeira em farsa, em jogo e espetáculo, enquanto entregam alguns anéis e salvam os dedos.
O clube de amigos e inimigos cordiais que opera o Estado em suas três dimensões.
Cremilda Fernandes aos 72 anos estava buscando indignada e corajosa os seus direitos. Receber um precatório que lhe era devido e a professores no Espírito Santo. Paulo Hartung, que continua governando o estado como uma espécie de fantasma sobre a pasmaceira do governador nominal Renato Casagrande, sumiu com os precatórios numa grossa fraude que os indícios apontam envolver a REDE GAZETA, afiliada da GLOBO naquele estado.
Precatórios existem em todos os estados e não são pagos a despeito de ações judiciais com trânsito em julgado, enquanto atitudes não são tomadas e atitudes nunca são tomadas. Bandidos ficam impunes.
Professores são sempre o bode expiatório de governos insensíveis e governantes sem qualquer respeito pelo ser humano, como pela classe trabalhadora no seu todo.
Anos depois é que vão para a cadeia dois dos principais executores do massacre de trabalhadores sem terra em Eldorado do Carajás.
Governantes são construídos a partir de interesses das elites, da classe dominante, num espetáculo gerado por especialistas e pela mídia de mercado, na crença que eleições de tempos em tempos significam democracia.
Governos atuam sem a menor participação popular no processo de decisões e bancadas em câmaras municipais, assembléias legislativas, Câmara Federal e Senado se constituem em representantes de “ruralistas” igual a latifundiário/trabalho escravo, evangélicos sustentados na fé cega de inocentes ludibriados e espertalhões associados a bancos e grandes empresas. O que sobra de compromisso popular é mínimo diante do estrago que essa gente causa.
E quase sempre, no âmbito do clube de amigos e inimigos cordiais, mesmo que fora, são como sino de madeira, não ecoam, pois a mídia é podre como se vê agora no caso de VEJA e no esforço titânico do setor em defender a quadrilha Civita.
A professora Cremilda Fernandes, pouco antes de morrer, havia declarado que “espero há anos por manifestações assim”.
Não existe saída fora da luta popular e da ampla participação popular no processo de decisões.
Isso implica em organização, em formação, em conscientização e em ir às ruas buscar direitos, pois de outra forma as quadrilhas que operam o poder continuarão a gerar cachoeiras que se manterão impunes, lépidos e fagueiros, enquanto se joga o jogo da mentira combinada e contratada nas falsas comissões de investigações.
Um país com Roberto Gurgel como Procurador Geral da República e Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal não pode esperar seriedade ou avanços democráticos. No máximo novas gavetas para esconder os mal feitos ou tapetes para varrê-los e fazer parecer que a sala está limpa.
“Informado” pela mídia de mercado (GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, ÉPOCA, as mídias regionais como RBS, ou estaduais como ESTADO DE MINAS, REDE GAZETA, etc, um povo não pode adquirir consciência da realidade e se permite massacrar pelos que fato governam – banqueiros, latifundiários e grandes empresários.
Uma força armada que reage à verdade não pode pretender o respeito. Tentar esconder o caráter e a natureza do golpe militar de 1964, seus requintes de barbárie, é ocultar a História.
Não cumprir o tal preceito que todo cidadão é igual perante a lei, ou transformá-lo em ficção jurídica/constitucional, negar direitos básicos, tem sido uma constante de governos. Avanços paliativos não levam às mudanças estruturais que o Brasil necessita e pouco a pouco vamos nos transformando num entreposto do capital internacional, vamos virando parte do plano GRANDE COLÔMBIA, concebido pelos senhores do mundo, EUA e Israel.
A morte da professora Cremilda Fernandes tem essa dimensão, causa esse impacto vivo na lição de luta que deixa. Uma brasileira do Espírito Santo, 72 anos, indo às ruas por direitos que a tal lei lhe assegura, mas um tal Paulo Hartung, chefe de quadrilha de assaltantes de cofres públicos e um governador que se “abanana”, Renato Casagrande, lhes negam na presunção de que isso é democracia e a ordem constitucional impõe esse tipo de procedimento.
São só monstros gerados pelo capitalismo. Como os monstros que permeiam Minas, o Rio de Janeiro, a Bahia, Brasília, São Paulo, etc, etc. Ou que constroem Belo Monte em regime de escravidão imposto aos trabalhadores e a “lei” imposta pela violência policial.
Para esse tipo de gente um carro vale mais que uma vida humana. Nessa direção breve as igrejas dos automóveis divinos como símbolos da existência e o povo à margem do processo político e das decisões que lhe dizem respeito.
A professora Cremilda é, ela sim, um símbolo, como todos os trabalhadores, que indignar-se é ir à luta e a luta é nas ruas, é o caminho. Fora dos clubes fechados dos amigos e inimigos cordiais que dominam o Estado instituição.
Ou das tais “normas de conduta” do governador cachoeira Sérgio Cabral. Sinônimo de Anastásia, Alckmin, Wagner e toda a corja. É necessário entender também que a corrupção é inerente, parte inseparável do capitalismo, aqui ou em qualquer lugar do mundo.
Jogar por terra o modelo político e econômico, esse é o sentido da luta popular..

quarta-feira, 16 de maio de 2012

SUN TZU - A ARTE DA GUERRA (DOCUMENTÁRIO DUBLADO E COMPLETO) - Vanderley Caixe

Escrito no séc. IV a.C., há cerca de 2.500 anos, por Sun Tzu, um general e estrategista chinês, o livro "Arte da Guerra" continua ainda hoje a ser admirado como fonte de ensinamentos na área da estratégia. De facto, muitos consideram "A Arte da Guerra" como a origem do próprio conceito de estratégia. Apesar de ser um tratado puramente militar, os conselhos e ensinamentos de Sun Tzu são perfeitamente adaptáveis ao mundo das empresas e dos negócios; basta para isso olhar para a concorrência como o inimigo e para o mercado como o campo de batalha.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Para crianças? - Barbet

Programa Sangue Latino, do Canal Brasil, gravado em 2009. - Barbet

O mundo segundo Israel - Barbet

NUESTRA SOLIDARIDAD A LAS MADRES QUE LLORAN... Barbet

ELEIÇÕES MUNICIPAIS - Laerte Braga

Qualquer um de nós acorda na cidade, na sua cidade. E depois então no seu estado e no Brasil. A cidade é a realidade imediata de cada um de nós. Estados e União são ficções jurídicas.
O modelo político brasileiro inverte essa lógica e cidades cada vez mais dependem dos estados e da União. Em todos os sentidos. O resultado disso é perverso com os trabalhadores. E essa perversidade fica mais acentuada no sistema capitalista. União e governos estaduais decidem boa parte das políticas ambientais de cada município brasileiro. A legislação sobre licitações, por exemplo, tem abrangência nacional e afasta as empresas locais de obras públicas, gerando o aparecimento de grandes monstros nos setores de coleta de lixo, transportes coletivos, obras do setor de urbanismo, isso sem que câmaras municipais (adereços desnecessários) possam interferir no processo, mesmo porque lhes cabe a tarefa de propor leis e fiscalizar o Executivo e nem isso fazem. Submetem-se.
Como não temos uma estrutura do Judiciário, como acontece em vários países, com juizados municipais, ficamos à mercê de um processo lento, moroso e em boa parte corrupto que se define fora dos limites da cidade. Limites e interesses.
Todos nós e cada um de nós nascemos nas cidades. Nas nossas cidades. É ali que além de nascer, crescemos, nos formamos, constituímos família e vendemos a nossa força de trabalho no modelo que temos.
As decisões, em nenhum momento, passam pelo cidadão. Pelo conjunto de cidadãos. Falar em representatividade popular de câmaras municipais é acreditar em conto da Carochinha.
A febre de atrair grandes empresas, como se fossem a solução para todos os problemas, na prática gera distorções absurdas em cada cidade, seja pelos incentivos concedidos (custo transferido ao cidadão), seja pelos privilégios que as colocam acima da lei.
Sem entrar no mérito do sistema capitalista, nas cidades as pequenas e médias empresas são os verdadeiros suportes do emprego e da estabilidade.
Há anos ouvi que um determinado prefeito cuidava em demasia das praças. Eram floridas e limpas. Hoje ouço que as praças estão sujas e abandonadas.
Millôr Fernandes afirmou que quando colocaram a tevê na sala, tiraram a cadeira das portas das casas e mataram a vida, a individualidade.
As redes nacionais de tevê fazem com que os cidadão se vistam rigorosamente iguais em qualquer canto do País e que cheirem o mesmo Avon em sua imensa e esmagadora maioria.
A despersonalização do indivíduo transformado em objeto. A alienação como forma deliberada do capitalismo de gerir esse objeto/trabalhador/mercadoria.
A própria mídia, nas cidades, longe de cumprir qualquer papel informativo, educativo, torce e distorce os fatos ao sabor dos interesses dos chefes políticos, das grandes empresas (às quais muitas vezes se associam), ou são extensões dessas empresas lato senso.
Não há como fugir dessa realidade se não for desconstruída outra realidade. O capitalismo. Nas cidades, nas comunas, é essencial a organização popular, a formação e a consciência políticas como instrumentos para reagir a essa transformação das nossas cidades em grandes currais de interesses políticos e econômicos.
Para que eleger um vereador que não representa coisa alguma, até porque, se assim o quiser, será sempre minoria?
Por que não conselhos comunitários, conselhos de categorias, de setores da administração pública municipal e um grande conselho para deliberar sobre prioridades, sobre tarefas, sobre questões que digam respeito ao município?
Um dos argumentos dos que entendem que câmaras representam o interesse popular está no custo dessa estrutura legislativa em termos de relação com o orçamento. É estupidamente mais caro esse custo, que a participação popular.
É a partir das cidades que vão ser feitas as grandes transformações indispensáveis a que um País como o Brasil mude o seu perfil de entreposto do capital estrangeiro, do capital internacional, do modelo cruel de globalização que temos e que nos sujeita a um papel secundário, por mais que falem em crescimento econômico.
Não temos sequer um carro brasileiro. São todos de montadoras estrangeiras. Abrimos mão da busca de tecnologia em setores essenciais para importá-las. Pouco a pouco vamos regredindo ao século XIX e início do século XX, nos submetendo a situação de exportadores de matérias primas.
Perdemos o direito ao nosso subsolo com as privatizações feitas pelo governo FHC. Com as concessões feitas pelo poder da União e dos estados (no caso de Minas Gerais é um escândalo e só não estão presos os responsáveis por absoluta omissão das autoridades, o que é resultado as políticas de alianças).
Riquezas incomensuráveis como a água são instrumentos de pressão de grandes corporações para que sejam privatizadas.
Que tipo de mecanismo de controle do Poder Público existe de fato em se tratando dos municípios? O Ministério Público? É estadual. A instância última a decidir nunca será a dos cidadãos, ou na própria cidade.
A Constituição de 1988 mudou um determinado princípio. Tínhamos na Carta Magna de 1946 e depois na polaca da ditadura militar, uma única Lei Orgânica para todos os municípios. A de 1988 permitiu a cada município ter sua própria Lei Orgânica, mas dentro de parâmetros pré-estabelecidos pela própria Constituição Federal e pelas constituições estaduais. Mudou pouco, nos foi dada a madeira e a corda para fizéssemos o nosso próprio patíbulo e forca.
O processo de descaracterização das cidades brasileiras em função de interesses de grandes empresas acobertadas pelos poderes públicos (federal e estaduais) se acentua com tal velocidade que cidades vão aos pouco perdendo o que há de mais essencial em cada uma, a alma, a história.
Somos parte de um todo padronizado ao sabor do sistema capitalista e dentro da lógica perversa e cruel do capitalismo.
O que é um prefeito? Em minha cidade as obras públicas são feitas por empresas de outra cidade, ligadas ao partido do prefeito. Não há discussão sobre a conveniência ou não dessas obras, só promessas de obras quiméricas e um culto acendrado ao automóvel como deus dos tempos contemporâneos. As ruas cheias de carros/poluição e um trânsito gerador de doenças, mortes, mazelas que muitas vezes não percebemos, até pela ufania estúpida de achar que ruas congestionadas são sinais de progresso, ou de riqueza.
As eleições municipais se prestam a um debate amplo sobre a cidade que queremos, o modelo que desejos e ao processo de organização popular para enfrentar os monstros que transformam cidades/lugares de paz, harmonia e progresso segundo as necessidades de todos os seus cidadãos, em fonte de privilégios para elites que dominam e controlam tanto as cidades, como os estados e o País.
Drumond não quis voltar a Itabirito depois de ter visto – ou não ter visto – as montanhas suprimidas pelas mineradoras. De forma irresponsável e criminosa.
Cidades litorâneas em nosso País estão sendo transformadas em gigantescas plataformas para a exploração de petróleo, sem que seus cidadãos possam fazer nada, apenas acreditar que aquilo é progresso e amargar as doenças – em todos os sentidos – desse progresso/privilégio.
Voltar a Idade da Pedra? Nada disso. A Noruega quando descobriu petróleo no Mar do Norte – é uma grande produtora – decidiu explorar a riqueza de forma correta e de um jeito tal que o ambiente não fosse prejudicado e nem as cidades transformadas em monte de entulhos de ferro e concreto. É assim até hoje.
O lixo virou indústria, um grande negócio que sustenta empresas e figuras dos governos estaduais e municipais.
Começam a surgir em todos os pontos do Brasil as praias particulares em flagrante violação ao princípio que praias são públicas. Já existem praias privadas garantidas por forças policiais que servem às elites dominantes.
É o Brasil rumo a um futuro sombrio e sem perspectiva que o capitalismo propicia.
E é nas cidades que a reação começa. Com organização popular e basta.
Não são reformas que vão mudar esse estado de coisas. Mas mudanças estruturais profundas que não passam por câmaras municipais ou assembléias legislativas, nem por congressos onde deputados e senadores, em sua esmagadora maioria, são eleitos com dinheiro das grandes empresas.
Mas da luta pela organização popular e como conseqüência a reação a esse ufanismo que rua congestionada é sinal de progresso, que a poluição é um preço a ser pago por esse progresso, que novas doenças são conseqüências das quais não se pode fugir, pois são inerentes ao progresso.
Só não se pergunta que mundo legaremos que nos sucederão. E estarão nas nossas cidades.
A especulação imobiliária é uma das grandes responsáveis pelas chamadas tragédias ambientais, pois vai tomando dos trabalhadores espaços que se valorizam na lógica capitalista, afastando-os, empurrando-os para uma periferia onde são tratados ou com a violência policial costumeira, ou sempre com o descaso do poder público.
É hora de um debate sobre as cidades e eleições municipais, que não vão mudar a realidade, mas são um importante instrumento para isso, para começar a mudar, na tarefa de organizar.
No duro mesmo é luta pela sobrevivência.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

O MEDO DE JANIS JOPLIN - Laerte Braga

"Esperança esperante" é uma expressão só possível a alguém como Jean Paul Sartre, sabendo que lhe restava pouco tempo de vida. Uma forma sábia e mineira de preparar-se para o outro lado tentando justificar esse lado e dando sentido a tudo que escreveu e falou.
Entender Fellini. Woddy Allen fez isso com precisão matemática. Juntou óleo e água. Como se fosse possível comer uma pizza napolitana em New York sem um saquinho ou muitos de catchup. Crítica feroz de Marlene Dietrich - "os americanos têm essa mania de colocar catchup em tudo. Aí não é comida, é catchup".
A despeito de ter dito isso em pleno período de fúria do senador Joe McCarty não foi expulsa e nem presa. Suas pernas eram consideradas as mais belas do mundo e isso pesou na hora do FBI optar entre o catchup e Dietrich.
À falta de consenso sobre isso, Cyd Charisse disputava o título, ficou o dito pelo não dito.
Pode até não parecer importante esse negócio de perna, mas Marta Rocha deixou de ser miss universo por uma diferença de duas polegadas em suas coxas, em relação à norte-americana, acho que Miriam Stevenson, não tenho mais tanta certeza.
À época além de uma enxurrada de opiniões de especialistas eivados de patriotismo, as revistas e jornais manifestaram veemente protesto pelo que hoje seria chamado de preconceito.
Preconceito de coxa? Sei lá.
Existem coisas ou fatos que não se explicam. Ou que é melhor. Deixar para lá.
Jânio Quadros, por exemplo. Fez lambanças a torto e a direito (à direita então nem se fala) e no meio do caminho disparou - "fi-lo porque qui-lo". E ainda envolveu Afonso Arinos numa parceria. Obra sobre a gramática da língua portuguesa.
É algo inexplicável, a antiga UDN. Sarney é sobrevivente do partido e integrava um grupo chamado "bossa nova" que tinha posições "mais à esquerda". No dia 31 de março de 1964 lançou um manifesto em defesa da legalidade do alto de seu feudo, o Maranhão e à tarde proclamou-se "revolucionário".
Mas nem tudo é imperfeito. Jânio derrotou FHC nas eleições para prefeito da capital paulista em 1985. O esforço do IBOPE e da GLOBO para a eleição de Fernando Henrique não valeram nada. No dia seguinte, pela manhã, sozinho, o ex-presidente e então prefeito eleito, saiu de sua casa e foi a um supermercado comprar uma escova de dentes. Alegou que estava precisando. Nem sei se derrotar FHC foi algo como perfeição. De repente o ex-presidente nem teria sido.
Creio, até hoje, que Jânio tinha como modelo o ator norte-americano Groucho Marx. "Não entro em clube que me aceita como sócio". Existem quilômetros de diferenças entre o brasileiro e o Marx. Jânio era histriônico e Groucho um sujeito notável em todos os sentidos.
O grande medo de Janis Joplin era ser descoberta como "fraude". Tinha pânico que as pessoas descobrissem que não sabia "cantar" e de repente tudo ruísse.
Eram olhos faiscantes.
Faiscavam um brilho único do seu grande medo e isso só fez com que cantasse cada vez mais e melhor até que uma dor incompreensível da diferença entre cinco dólares por um hambúrguer e cinco milhões por um LP fez com que apagasse.
Woody Allen atribuiu o fato a outro fato. Joplin não tocava saxofone.
Mergulhava em piscinas vazias. Mas preenchia almas.
Laerte Braga – Usina de Açúcar         

Josafá Macedo era o presidente da FAEMG – Federação da Agricultura de Minas Gerais – em 1964. No dia que o general Olímpio Mourão Filho – “vaca fardada” segundo se auto intitulou – partiu com sua “tropa”, já havia feito farta distribuição de rifles aos principais latifundiários de Minas e seus pistoleiros, com uma ordem simples e direta – “se houver necessidade não vacilem é atirar para matar”. Referia-se aos integrantes do movimento das Ligas Camponesas.
Magalhães Pinto era o governador e Aureliano Chaves o secretário de Segurança Pública. Naquele momento Magalhães tinha “constituído” um eventual governo de emergência, isso imaginando a hipótese de resistência do presidente João Goulart. Desse governo faziam parte José Maria Alckmin (com trânsito junto a banqueiros internacionais, a latifundiários e empresários) e Afonso Arinos, no pressuposto que esse “governo” necessitaria de um chanceler.
Nem o general Mourão Filho e tampouco o general Carlos Luís Guedes foram os condutores militares desse processo. Sizeno Sarmento, ligado à linha dura, tinha viajado dias antes para Minas Gerais e assumido o comando efetivo a despeito dos comandantes nominais.
É fácil entender isso. Dentro da banda golpista das forças armadas havia grupos com posições diferentes. Uns chegaram a sugerir uma conversa com Goulart e outros tentavam articular o pós golpe sem maiores surpresas ou traumas, garantindo a “posse” do Brasil aos donos do golpe a um preço mais baixo.
Foi essa disputa que, já nos primeiros momentos, resultou num acordo simples e tácito. A linha dura, pode ser entendida como grupo da boçalidade plena, ficaria com a repressão e a linha branda, a boçalidade com presunções racionais, com o poder político. Durou até Costa e Silva, ministro da Guerra (nome do comandante do Exército), peitar o presidente linha branda Castelo Branco que tinha o intuito de se fazer substituir por um presidente civil. Seria o deputado udenista Bilac Pinto, mais tarde ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
Nem Costa e Silva terminou o seu mandato (foi afastado por conta de um acidente vascular cerebral, até hoje sem explicação, não se tem comprovação que o general/marechal tivesse cérebro, mas só patas e garras), uma Junta Militar promoveu uma eleição interna capaz de garantir o poder à linha dura e a violência e a barbárie que careciam de “melhor” organização (nem por isso era menos violenta ou bárbara), deitaram e rolaram com a dupla Garrastazu Medice e Orlando Geisel.
É aí que se estrutura a Operação Condor, tudo desde o pré-golpe ao golpe planejado e definido por Washington. Nasce o DOI/CODI, se integram as ditaduras latino-americanas, tudo regado a farta contribuição do empresariado nacional e internacional, o mesmo que posa hoje, por si ou por seus herdeiros, de democrático e desenvolvimentista.
Figuras como Sérgio Paranhos Fleury apareceram por um motivo simples. Os militares que comandavam a repressão não se sentiam “profissionais” da tortura e tampouco “especialistas em interrogatórios”, daí a necessidade de um organismo espalhado por todo o País que abrigasse esses “profissionais” e esses “especialistas em interrogatórios”. No caso bem mais abrangente que Sérgio Paranhos Fleury. As polícias estaduais. Militar e civil.
Isso de forma organizada, estruturada, gente treinada por Dan Mitrione, por exemplo, agente norte-americano e que teve aqui como tradutor o ex-ministro Hélio Costa ligado a setores da inteligência dos EUA. O eufemismo para essa presença (há vários jornalistas ainda em atividade que à época integravam o esquema, via de regra através do Gabinete Militar da Presidência da República) era a USAID. A agência norte-americana para o desenvolvimento entre nações, a colaboração nesse desenvolvimento).
Por esse motivo não é surpreendente que usineiros de Minas tenham cedido aas instalações de suas usinas para a queima de corpos de presos políticos. Eram parte integrante do processo.
A revolta, os engulhos que esse tipo de ação causam, os mesmos que foram vistos nos campos de extermínio dos nazistas e hoje nos campos de sionistas e norte-americanos, são inevitáveis.
É necessário saber, no entanto, que essa gente não mudou em nada. Permanece boçal e bárbara como sempre foi – é como escorpião que se suicida na travessia do rio. Faz parte da natureza deles, o tal “desvio de caráter”.
A FOLHA DE SÃO PAULO não transformou isso tudo numa ditabranda? Não emprestou caminhões que distribuíam jornais para a desova de corpos de presos políticos assassinados nos campos/quartéis da repressão?
A luta pela Comissão da Verdade transcende à própria Comissão à medida que fatos monstruosos como esses vão aparecendo e a força remanescente desse pessoal permanece apenas pela garantia que lhes dá uma anistia montada exatamente para garantir a figuras como Fleury, Brilhante Ulstra, todos eles. A impunidade.
Quando um Brilhante “Pústula” diz que “não matei ninguém” está debochando dos brasileiros e assassinando mais vezes as mesmas pessoas mortas à época da ditadura militar.
Ele e seus “usineiros”. Que podem ser banqueiros, grandes empresários e latifundiários. Que são banqueiros, grandes empresários e latifundiários.
Há um outro aspecto de relevância nessas histórias todas que vão formando o painel da História do golpe militar de 1964. Torturadores se escoram na resistência das forças armadas ao conhecimento da verdade.
É um fato que torna as forças armadas cúmplices de toda essa barbárie e impede que haja de fato a certeza de um compromisso democrático e popular, que implica em respeito à História, logo a verdade, respeito ao ser humano, ao cidadão brasileiro.
Cada um dos que tombaram na luta contra o regime militar, por si e pelo todo, vale por todos os golpistas e torturadores e vão valer sempre.
São exemplos na luta contra a boçalidade que permanece intocada contra trabalhadores rurais sem terra, contra professores, contra a classe trabalhadora, mas mantém intocado um governador como Sérgio Cabral.
Ou Antônio Anastásia, que viajou para a Itália onde vai comemorar seus 51 anos de idade num grande regabofe.
Isso não é nunca foi democracia. É barbárie sob outro manto. O capitalismo.

CONVIDO OS AMIGOS E AMIGAS A PARTICIPAREM DAS ATIVIDADES DE 64 ANOS DA NAKBA- A CATÁSTROFE PALESTINA! - Barbet

D
François Hollande: a vitória de um homem 'normal'
PARIS, 3 Mai 2012 (AFP) -
 
François Hollande, eleito no domingo presidente da França, era considerado "brando" demais, mas se impôs com uma campanha impecável e a força da tenacidade, capitalizando a rejeição ao mandatário, o conservador Nicolas Sarkozy.
Hollande foi primeiro secretário do Partido Socialista (PS) durante onze anos (1997-2008). Deputado do departamento rural de Corrèze, não parecia ter o carisma necessário para vencer a eleição presidencial na França.
No início, ninguém apostava nele. Não era nem o ex-diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, um brilhante economista, nem sua ex-companheira Ségolène Royal, de relação emotiva com os franceses.
Mas pressentiu que os franceses estavam fartos do "hiperpresidente" Nicolas Sarkozy e de seu "exibicionismo permanente", e prometeu uma presidência normal.
Até o dia 14 de maio de 2011, nada permitia prever que chegaria ao segundo turno da eleição presidencial. Strauss-Kahn era o favorito das pesquisas e da imprensa para ser o candidato socialista.
Hollande havia lançado semanas antes sua campanha, mas os observadores estavam convencidos de que sua corrida em direção às eleições seria interrompida no caminho, sem chegar muito longe.
Os problemas judiciais colocaram um ponto final na carreira política de Strauss-Kahn e deixaram a via livre para Hollande. As primeiras pesquisas deram razão a ele, ao situá-lo na liderança dos candidatos de esquerda preferidos dos franceses. Mais ainda, previam que poderia vencer o presidente Sarkozy.
Aos 57 anos, nasceu em uma família de Ruan (noroeste), filho de um médico e de uma assistente social. Estudou na ENA, prestigiada escola de administração e berço da elite política francesa. Lá conheceu aquela que foi sua companheira por 25 anos e mãe de seus quatro filhos, Ségolène Royal.
Terminados os estudos, trabalhou no Tribunal de Contas. Fascinado pela figura política do presidente François Mitterrand, eleito em 1981, começou depois a colaborar com ele escrevendo "notas".
Aos 26 anos, assumiu o desafio de se candidatar às eleições legislativas no reduto eleitoral do então futuro presidente Jacques Chirac, que em um ato público perguntou: "Quem é você?".
"Sou aquele que você compara com o cachorro labrador de Mitterrand", respondeu o socialista.
O ex-presidente Chirac, que pertence ao mesmo partido de Sarkozy, tem, no entanto, afeto pelo opositor, que persistiu e terminou conquistando seu bastião de Corrèze. Chirac chegou inclusive a dizer que "votará em Hollande", antes de ressaltar que sua frase era "humor correziano".
Social-democrata assumido, europeu convencido, Hollande se interessou particularmente pelas questões fiscais.
Sua companheira, Ségolène Royal, avançava na carreira e chegou a formar parte do governo de Mitterrand. Hollande permaneceu na sombra, ganhou espaço no aparelho político do PS e aspirou a um ministério, que nunca obteve.
Os fracassos nas eleições presidenciais de Lionel Jospin em 1995 e em 2002, e de Ségolène Royal em 2007, o levaram a decidir que cabia a ele se candidatar.
Aconselhado por sua nova companheira, a jornalista política Valérie Trierwieler, perdeu mais de dez quilos, mudou de aspecto e abandonou suas piadas inoportunas, que lhe deram a reputação de ter um humor arrasador.
Durante meses percorreu o país e trabalhou duro. O homem afável que evita os conflitos foi impondo uma imagem sólida e tenaz, sua principal qualidade, segundo o ex-ministro Michel Sapin, um velho amigo.
Na quarta-feira, surpreendeu no debate televisionado com Sarkozy, mostrando-se mais ofensivo do que se esperava.
Hollande é "elusivo", resume seu filho mais velho Thomas Hollande, que considera isto a marca do "homem livre" que é seu pai, um "estrategista" que quer compreender as pessoas. Seu apego ao consenso, que seus opositores chamam de indecisão, é uma vantagem para "unir", consideram as pessoas próximas.