A falência do capitalismo
transformou a guerra que era um “negócio” disfarçado, num “grande negócio” às
claras. Desde Bush o processo de privatização das forças armadas
norte-americanas, iniciado com o fim do serviço militar obrigatório, ganhou
força e as mesmas empresas que destruíram a Líbia participam agora das
licitações para a “reconstrução”.
Em meio a seu governo o atual
presidente Barack Obama afirmou que não conseguiria reverter nada além de 7% dos
contratos de privatizações e terceirizações no setor militar (incluindo
inteligência), dado ao fato de não ter maioria expressiva no Congresso e as
chamadas amarras legais criadas por seu antecessor. Lá empresas também compram
congressistas.
Uma empresa que tenha vencido uma
licitação no setor de inteligência (informações) passa a dispor de um poder de
barganha dentro do grupo acionário que detém o controle dos Estados Unidos – não
é mais uma nação, mas um conglomerado empresarial e financeiro – e de tal
maneira essa rede se associa que controla qualquer passo ou movimento de
qualquer cidadão dentro do país. E fora também.
É evidente, exceto aqueles malucos
que invadem escolas, salas de cinema, escritórios, pois esses não oferecem
riscos aos “negócios”, são efeitos colaterais.
O jornal O GLOBO, um dos principais
instrumentos dessa grande corporação ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A, no Brasil,
dedica hoje, 4 de agosto, sua primeira página a tentar estabelecer vínculos
entre o presidente Hugo Chávez, da Venezuela e o narcotráfico. Com a
desmoralização absoluta de VEJA tem que assumir o serviço sujo.
Repete o mesmo esquema do fracassado
golpe de 2002 quando derrubaram Chávez numa quinta-feira e o presidente voltou
ao poder por exigência popular no domingo. Ao dar a notícia em pleno JORNAL
NACIONAL, a derrubada de Chávez, William Bonner, por exemplo, mostrou que
determinadas mentiras têm um efeito semelhante ao Viagra e na segunda-feira, que
a ressaca pode ser desastrosa.
Em outubro serão realizadas eleições
presidenciais na Venezuela, Chávez é o favorito e sua vitória não interessa à
grande corporação nazi/sionista.
É como se fosse um aviso vindo do
Oriente Médio, mais precisamente do Iraque, da Líbia, da Síria, para todos os
povos latino-americanos, tipo “eu sou você amanhã”.
A guerra é a tábua de salvação que o
capitalismo encontrou para tentar se recuperar da falência
absoluta.
Uma União Européia falida, multidões
nas ruas protestando contra medidas de restrição a direitos do trabalhador,
contra o desemprego, o privilégio de bancos e uma OTAN espalhada por todos os
esses países à espera da ordem de devastar o próximo inimigo.
A eventual queda da Síria significa
que o Irã é o próximo alvo.
Entre nós a Venezuela, a Bolívia, o
Equador, a Argentina e de quebra o Brasil, hoje, sem identidade e parte do Plano
Grande Colômbia.
O “capitalismo a brasileira” que
Lula inventou está se dissolvendo nas mãos perdidas de Dilma Roussef. Mãos e
passos.
Os oito anos de Lula não trouxeram
nenhuma mudança estrutural. Todo o aparato neoliberal de FHC permaneceu
intocado.
O golpe contra o presidente do
Paraguai não foi um ensaio. Foi uma jogada para controlar a chamada Tríplice
Fronteira e facilitar o processo de recolonização dessa parte do
mundo.
Recolonizar. Países como Portugal,
Espanha, Itália, Grã Bretanha, França e Alemanha não têm mais “minas gerais”
para sustentá-los na exploração desmedida que a América Latina foi vítima. Em si
e por si, hoje, são filiais da grande corporação terrorista.
A perspectiva de grave crise
econômica e social nos EUA com a seca que atinge os estados do meio oeste,
quebra de 76% nas safras de trigo, milho e soja, já nos transforma em grandes
exportadores de etanol – as empresas hoje são multinacionais, não detemos mais o
controle do que Lula chamou de “nosso futuro” -, mas também aumenta a fome “em
grandes plantações” como cantou Geraldo Vandré.
A alta popularidade de Dilma se
sustenta no clientelismo eleitoral do bolsa família. Um programa destinado a
conscientizar e que virou o grande “coronel” eleitoral do seu partido,
ironicamente, o Partido dos Trabalhadores. Cada vez mais semelhante ao PRI do
México, o Partido Revolucionário Institucional.
É possível que nem seja preciso usar
os drones em se tratando de Brasil. Pode prevalecer o “homem cordial” de Sérgio
Buarque de Holanda e “yes nós temos banana”.
O que acontece na Síria, o que
aconteceu no Iraque e na Líbia, acontece no Afeganistão, é inominável em matéria
de barbárie.
O ser humano é detalhe na voracidade
do conglomerado terrorista. O IV RECH.
Centenas de milhares de pessoas em
abrigos precários, centenas de milhares mortas na estupidez do controle de
recursos naturais, na construção da nova Idade Média, a da tecnologia e das
bombas nucleares.
No fim, a ameaça acaba sendo o Irã.
Os senhores do mundo assim o determinam e o mundo assim o acata.
O belo cidadão assentado ao seu lado
pode ter sido vítima de bronquite aguda e salvo pelo rum creosotado.
Milhões de norte-americanos estão
vivendo abaixo da linha da miséria. Têm o Batman como consolação e outro tanto
de malucos em feiras de armas a comprar pistolas e metralhadoras para pipocar a
sessão cinematográfica.
Segundo Milt Romney, candidato
republicano às eleições de novembro, “Deus criou os Estados Unidos da América
para dirigir o mundo”. Suas contas bancárias estão a salvo nas Bahamas. Seus
eleitores gostam de entradas vips para polpudas doações em carros alaranjados
com toques azuis e arranjos de mortos pelo mundo afora, ou guardados em
Guantánamo.
Por aqui, Gilmar Mendes pega o
telefone e afirma a um senador que “sou homem de confronto”. Joaquim Barbosa já
havia alertado sobre isso, seus capangas. Vai julgar um dos muitos mensalões da
política brasileira, na presunção de honestidade do procurador Gurgel, o que
esqueceu de olhar para o lado de Carlos Cachoeira e ignora o mensalão
tucano.
“Para onde se inclinar o Brasil se
inclinará a América Latina”. Foi a senha que Nixon passou ao seu embaixador ao
dizer que Garrastazu Medice era um
ditador carniceiro, mas “um bom aliado”. Torturadores continuam soltos, impunes,
ameaçando e praticando o velho esporte do terror.
Neste momento o Brasil não se
inclinou. Está despencando ladeira abaixo.
O único momento lúcido partiu do
ministro Marco Aurélio ao pedir a suspensão por alguns minutos do julgamento do
mensalão para ir ao banheiro. “Senhor presidente, estamos no limite do nosso
fôlego fisiológico”.
Ministro do Supremo também faz
xixi.
O que a Síria está dizendo para nós
é simples – “eu sou você amanhã”. É só olhar a manchete do jornal O GLOBO,
edição de 4 de agosto.
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