quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O SENSATO E OS INSENSATOS - A LIÇÃO DE KHAMENEY - Laerte Braga

“Em nome de Deus, o Compassivo, o Generoso – Nós lhes demos o Corão e zelaremos por Ele, diz o Ponderado, o Sábio – Santo Corão, 15:9.”
É difícil explicar o deserto. Para Djavan “amar é um deserto e seus temores...” Os guerreiros dos desertos iraquianos, na primeira guerra do Iraque, montados em seus camelos ou cavalos, brandiam suas cimitarras ao ar na coragem/desespero das bombas despejadas por aviões da “liberdade” enviados por George Bush pai.
Sayyed Ali Khamenei é o principal líder da revolução islâmica no Irã. Um país amaldiçoado pela “democracia cristã e ocidental” espalhada em bombas mundo afora.
Um pastor norte-americano, enfurecido de patriotismo, doença comum a boa parte daquele povo, convocou seus seguidores a queimarem exemplares do Corão em lembrança/protesto pela derrubada das torres gêmeas, o World Trade Center, uma espécie de Babel construída na reverência a onipotência nuclear dos EUA.

Os embriagados pelo poder de seu arsenal e de suas bases que vomitam o fogo ao qual chamam da paz universal.
Khameney é um dos grandes homens de nossos tempos.
Sua reação foi a de dar a outra face e deixar exposta a grandeza “da nação iraniana” e da “Ummah islâmica”.
Uma palestina tenta passar em terras de seu povo tomadas por Israel e é submetida a uma revista por soldados invasores. É apalpada em suas partes íntimas, resiste, mostra-se indignada, mas o soldado integra o “povo eleito” e, portanto, a mulher palestina, mãe, trabalhadora, é “terrorista”.
“O insulto insano, revoltante, contra o Santo Corão nos EUA, incidente que ocorreu sob a vista da polícia dos EUA, é evento dos mais trágicos que não pode ser visto apenas como ato enlouquecido de uns poucos mercenários. É ato calculado, praticado por aqueles que, há anos, mantêm em sua agenda políticas antimuçulmanos e de islamofobia e que combatem o Islã e o Corão por inúmeras vias, recorrendo sempre à propaganda e a campanhas. É mais um elo da cadeia de medidas escandalosas que começaram com as blasfêmias de Salman Rushdie, o apóstata, continuaram nas imagens desenhadas por um caricaturista dinamarquês, nas dezenas de filmes anti-islâmicos que Hollywood continua a produzir e que, agora, avançam com esse show de loucuras. Quem e o quê está por trás desses atos do mal?”
O primeiro parágrafo da nota de Khameney.A mulher palestina consegue ultrapassar o posto militar de Israel, em terras palestinas e vai seguir sua jornada de luta. Escorraçada e tratada como ser inferior.
“Se se analisa a cadeia de atos e movimentos, como se veem em anos de operações atrozes no Afeganistão, Iraque, Palestina, Líbano e Paquistão, não se pode deixar de ver que aí operam os think tanks do imperialismo e do sionismo, ambos com profunda influência no governo, entre os militares e nas agências de segurança dos EUA, da Grã-Bretanha e de alguns outros países europeus. São os mesmos entre os quais se devem buscar os grupos e os indivíduos responsáveis pelos ataques às torres gêmeas de 11/9. O então presidente dos EUA, criminoso, conseguiu o pretexto de que precisava para invadir o Iraque e o Afeganistão; e declarou sua Cruzada. Dizem os jornais que, ontem, aquele mesmo presidente criminoso teria declarado que, com a entrada dos grupos religiosos dos EUA na ‘guerra ao terror’, sua Cruzada realmente começara”.
O segundo parágrafo da nota de Khameney.
Milhares de palestinos estão cercados em Gaza, à mercê da fome, de doenças, enquanto navios com ajuda humanitária são presos em alto mar pela marinha de Israel. Os produtos arrecadados em várias partes do mundo são tomados e se percebe que muitos lucram com a venda dos mesmos. Os “negócios”. Abrem um tal inquérito para apurar responsabilidades, afinal o “povo eleito” não rouba nada, tudo o que toma é o que está na Bíblia.
“O objetivo desse incidente repulsivo é, simultaneamente, levar o confronto com o Islã e os muçulmanos para a população na comunidade cristã, para dar um toque de ‘religião’ e misturar o zelo e os sentimentos religiosos ao esforço de guerra dos EUA e aliados. Ao mesmo tempo, o incidente visa também a criar tumulto e agitação nas nações muçulmanas, compreensivelmente enfurecidas por essa afronta, e que, assim, tirariam os olhos e a atenção das questões e desdobramentos políticos do que se passa no mundo muçulmano e no Oriente Médio”.
O terceiro parágrafo da nota de Khameney.
Segundo Hilary Clinton, no mesmo diapasão de George Bush filho, o Irã é um “estado que exporta terrorismo e tem que aceitar as resoluções da ONU sobre suas usinas nucleares”.
À época do apartheid, Mandela ainda preso, o governo de Israel ofereceu armas nucleares ao governo branco e racista da África do Sul para conter a revolta dos “inferiores”, os negros.
“Esse ato de vingança e afronta não é o início, mas um passo adiante na sempre mesma história de fazer, dos muçulmanos, inimigos do ocidente. Começou com os sionistas e o governo dos EUA – para tentar fazer com que todos os líderes da hegemonia mundial se voltem contra o Islã. O Islã é a religião da libertação humana, do homem como ser espiritual. O Corão é o Livro da compaixão, da sabedoria e da justiça”.
O quarto parágrafo da nota de Khameney.
Mil duzentos e cinqüenta e quatro presos sem julgamento, sem defesa, aguardam execução no Iraque controlado pelos norte-americanos e por um governo títere. A invasão justificada pela “necessidade” de destruir armas químicas e biológicas que não existiam, terminou no controle dos campos petrolíferos do Iraque. Milhares de soldados norte-americanos sofrem de doenças as mais variadas por conta de armas químicas e biológicas usadas pelos EUA contra iraquianos. São os veteranos de guerra, vítimas também do mesmo efeito desse tipo de arma.
“O Islã tem muito a dizer a todos os homens e mulheres do mundo e a todas as religiões abrâmicas que se unem hoje ao lado dos muçulmanos contra as políticas e os atos anti-islâmicos. Discursos vazios ou mentirosos não bastam para absolver o governo dos EUA da acusação de comprometimento nesse movimento horrendo. Por muitos anos as palavras consideradas sagradas por milhões de muçulmanos oprimidos no Afeganistão e Paquistão, no Iraque, no Líbano e na Palestina foram insultadas, e os muçulmanos agredidos em seus direitos e em sua dignidade. Centenas de milhares de muçulmanos foram mortos, dezenas de milhares de homens e mulheres aprisionados e torturados, milhares de crianças e mulheres muçulmanas raptadas, milhões de feridos, um número infinito de famílias aos quais se roubaram o teto, as terras, os bens – e culpados de quê?”
Quinto parágrafo da nota de Khameney.
O “Ato Patriótico” assinado por George Walker Bush, o filho, permite a tortura, o seqüestro, o assassinato seletivo (de “inimigos”) em qualquer parte do mundo. O presidente afirma que protege os interesses norte-americanos. Na arrogância característica dos texanos não fala propriamente “interesses norte-americanos”. diz interesses da América”. Tem o continente americano como propriedade. Considera-o assim. Toda essa barbárie democrática se materializa, por exemplo, no campo de concentração de Guantánamo, ou nas prisões iraquianas, onde presos são seviciados por “soldados da liberdade”.
“Apesar de tudo isso, por que a mídia ocidental apresenta os muçulmanos como a violência encarnada e o Islã e o Corão, como ameaça à humanidade? Como alguém acreditaria que essa vasta conspiração seria possível sem o apoio e o envolvimento dos círculos sionistas no governo dos EUA?!”
Sexto parágrafo da nota de Khameney.
Em nome de Deus um cidadão dos EUA entende que sua mulher não preparou seus ovos com bacon na temperatura adequada e sai de seu trailer depois de matar a mulher e os filhos, atirando a esmo contra tudo e todos que via. Acontece todos os dias e segundo Obama “a nossa sociedade está doente”.
Irmãos e irmãs bem-amados, muçulmanos no Irã e em todo o mundo!
É necessário prestar atenção aos seguintes pontos:
A conclamação de Khameney.
Milhões de norte-americanos perdem suas casas na especulação de bancos e agentes financeiros imobiliários. Vão para as ruas, vão morar em trailers. O governo dos EUA salva os bancos e as grandes corporações imobiliárias com empréstimos a fundo perdido. A indústria automobilística se vê às portas da falência e o governo dos EUA socorre com fartos recursos. A primeira providência dos “executivos” é pagar a si próprios gratificações por desempenho.
“Primeiro, esse incidente e outros semelhantes mostram que o alvo visado hoje pela hegemonia e pelo imperialismo global são as fundações do Islã e o Santo Corão. A inimizade manifesta pelos poderes arrogantes do mundo contra a República Islâmica do Irã é reação à resistência do Irã contra aqueles mesmos poderes arrogantes; a alegação daqueles poderes arrogantes de que não são inimigos de outros muçulmanos e do Islã é enorme mentira, encenação satânica. Os poderes arrogantes são inimigos do Islã, do que o Islã significa e dos que crêem no Islã”.
A análise de Khameney.
Documentos secretos da guerra do Afeganistão trazidos a público por um site especializado em investigações sobre papéis assim, revelam que soldados norte-americanos no Afeganistão, no Paquistão e no Iraque se associam ao tráfico de drogas e de mulheres. São “soldados/empregados” na terceirização das guerras em contratos fabulosos com grandes corporações. “Os negócios”.
“Segundo, esses atos desprezíveis contra os muçulmanos e o Islã brotam do fato de que, há já várias décadas, o Islã brilha mais do que jamais e conquista corações e mentes no mundo muçulmano; e, mesmo no ocidente, o Islã também brilha mais do que nunca antes; brotam do fato de que a Ummah islâmica é hoje mais vigilante e determinada a libertar-se dos antolhos que lhe impuseram dois séculos de colonialismo e interferências. O insulto ao Corão e ao Grande Profeta, apesar da violência e da amargura, é prenúncio de avanços. A luz do Corão brilhará mais forte do que nunca”.
O olhar de Khameney.
O presidente Obama afirma que não conseguirá reduzir contratos de terceirização e privatização dos serviços de inteligência, de recrutamento, treinamento e operações militares do governo Bush para as guerras mundo afora, além de sete por cento. Tudo foi muito bem amarrado, os EUA não são uma república, mas uma grande corporação. Some a nação, surge o EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A.
“Terceiro, temos todos de saber que aquele incidente nada tem a ver com os cristãos e a Igreja cristã. Não se vejam atos de marionetes, de pastores imbecilizados e mercenários, como atos dos cristãos e religiosos ocidentais. Os muçulmanos jamais cometeremos atos semelhantes àqueles, contra o que outras religiões e homens e mulheres diferentes de nós considerem sagrado. Os autores e encenadores daquele show insano visam, exatamente, a semear o conflito entre muçulmanos e cristãos e levá-los para as ruas e as televisões. O Corão nos ensina ensinamento diametralmente oposto a tudo isso”.
A lição de Khameney.
O governo de Israel diz que não devolverá terras tomadas a palestinos, não acata sanções da ONU e não é punido por dispor de armas nucleares. Já o Irã...
“Quarto, hoje, os protestos de todos os muçulmanos do mundo visam ao governo e aos políticos dos EUA. Se forem honestos no que dizem – que nada têm a ver com a cena ‘midiática’ orquestrada por meia dúzia de dementes –, devem punir exemplarmente os planejadores e executores desse crime de ódio que feriu os sentimentos mais profundos de 1,5 bilhões de muçulmanos em todo o planeta”.
A lógica exemplar de Khameney para desmascarar a hipocrisia.
É a lição final.
Que a paz acompanhe os que crêem na paz.
Sayyed Ali Khamenei, 13/9/2010
É a sensatez de Khameney diante dos insensatos e tresloucados.
A mensagem original foi traduzida na VILA VUDU, pode ser lida em Leader’s message on Quran desecration. Você não vai ver na GLOBO.

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