O sistema será focado na melhoria da estrutura de alerta e em ações coordenadas de prevenção para evitar tragédias causadas por desastres naturais, como as enxurradas que já mataram mais de 600 pessoas no Rio de Janeiro.
O projeto, que levará quatro anos para ser concluído, inclui a compra e integração de radares para previsões climáticas mais exatas, levantamento geofísico para localizar áreas de risco para vários tipos de desastres e aquisição de equipamentos para calcular o volume de chuvas.O objetivo final, segundo o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, é coordenar as defesas civis do governo federal, Estados e municípios para retirar moradores de áreas de risco antes dos desastres e evitar mortes.
- Nós sabemos que muitas prefeituras e alguns Estados têm baixa capacidade na elaboração de projetos. O risco é conhecido, mas não se tem definido o tipo e a qualidade da intervenção a ser feita para que a gente possa prevenir e não remediar as conseqüências das tragédias naturais.
O custo do novo sistema ainda será avaliado junto aos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Mas, segundo o titular de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, as áreas mais críticas já são conhecidas e já deverão ser atendidas no próximo verão.
- Isso vai ser um processo a ser implantado progressivamente. Nós vamos começar com as áreas potencialmente mais críticas.
O sistema nacional de alerta, com radares e uso de um supercomputador, em operação no interior de São Paulo há cerca de um mês, será coordenado pelo meteorologista Carlos Nobre.
O novo equipamento permite monitorar áreas de 5 km2; hoje, isso é feito numa área de 20 km2. Serão comprados e adquiridos novos radares e ainda 700 pluviômetros, que medem o volume de chuvas, para instalação em todo o território nacional.
Outra determinação é que o Ministério da Defesa e as Forças Armadas participem com ações de “pronta-resposta” após os desastres, atuando principalmente na logística da ajuda e socorro às vítimas, mobilidade de pessoal e equipamentos, e eventual comando das operações, quando solicitado pelos governos locais e autorizado pela Presidência da República.
Segundo levantamento preliminar do Ministério de Ciência e Tecnologia, há hoje 800 áreas de risco estimadas: 500 vulneráveis a deslizamentos e 300 a inundações. Nesses locais, vivem cerca de 5 milhões de pessoas. Ainda segundo a pasta, 58% dos desastres naturais são inundações e 11% são deslizamentos.
Na terça-feira (17), os ministros Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Nelson Jobim (Defesa) voltarão ao Rio para visitar as cidades mais atingidas. A ordem de Dilma é para que reforcem a cooperação com o governo estadual e monitorem de perto as áreas que ainda podem sofrer tragédias com as chuvas.
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