terça-feira, 30 de março de 2010

O EXTERMINADOR DO FUTURO - A MÃO DE BUSH - Laerte Braga


O governador do estado norte-americano da Califórnia assustados com os custos de presídios, penitenciárias e afins, decidiu que vai mandar libertar alguns presos e deportá-los para o México. Para completar o processo vai privatizar o sistema penitenciário do estado.
No extinto estado do Espírito Santo – Brasil – o governador Paulo Hartung tomou providências mais “simples” ao longo de seus dois mandatos. Colocou presos em conteiners e quando o modelo não dispunha mais de espaço mandava que os presos ficassem acorrentados nos corredores das delegacias e distritos policiais.
Segundo o senador Gérson Camata isso é “investimento” e nada semelhante foi feito naquela antiga unidade da suposta Federação brasileira, hoje latifúndio VALE, ARACRUZ, SAMARCO, CST e outros menores. Para o senador a decisão da Comissão de Direitos Humanos da ONU de chamar o governador às falas e denunciar maus tratos e falta de condições mínimas no sistema penitenciário do latifúndio é “uma injustiça”, produto de denúncias “falsas”.

Em toda a minha vida vi três momentos de intensa ebulição, digamos assim, diante de pessoas, ou grupos, ou fatos. Quando menino, no Rio, o frenesi causado pelo cantor Cauby Peixoto. Chegou a tentar a sorte em Hollywood com o nome de Coby Dijon. Mais tarde a loucura despertada pelos Beatles onde quer que passassem e em ambiente mais restrito as reações à música de Pete Townsend, guitarrista do conjunto THE WHO.
E, eventualmente, um ou outro num dado momento. Ia me esquecendo, a conquista da Copa do Mundo em 1958, a primeira vitória do Brasil. Mexeu com o País inteiro um domingo inteiro, o jogo, a final contra a Suécia foi jogado pela manhã.
O ônibus Muda__Copacabana muitas vezes ficava retido na avenida Beira Mar, não havia ainda o Aterro. Cauby costumava assentar-se à murada da antiga praia de Botafogo e as pessoas se aglomeravam para tocá-lo. “Ela é fã da Emilinha/grita o nome do Cauby/e depois de desmaiar/pega a REVISTA DO RÁDIO e começa a se abanar...”
Uma “quentinha” fornecida a presídios em quase todos os lugares – vamos dar o benefício da exceção, o de que toda regra tem uma, pelo menos uma exceção – custa mais ou menos o mesmo preço de um almoço num self service de padrão médio, de médio para bom.
A diferença está no conteúdo. Mas é isso é irrelevante se levarmos em conta que o dono do self service aufere lucro com algum investimento e o governador, qualquer que seja, aufere propina a partir do dinheiro público no superfaturamento das “quentinhas”. Privatizando então, aqui ou nos Estados Unidos, o preço, no mínimo, dobra, mas é a lógica do modelo, o deus mercado.
Qualquer programa de ressocialização de presos e condenados custaria ao Estado, às instituições públicas, menos, no seu todo, que qualquer privatização, ou deportação para o México. O México é uma espécie de grande lata de lixo dos EUA.
Surgiu lá a gripe suína a partir de uma empresa norte-americana, a GRANJAS CARROL, expulsa de três estados norte-americanos por causar prejuízos ambientais dentre eles contaminar lençóis de água. Uai! Tem lençol de pano também, de petróleo.Volta e meia se afirma que se o governo, qualquer governo, investisse mais em prevenção na área de saúde, ainda que possa parecer o contrário, os gastos num determinado período com essa mesma saúde pública seriam menores que a eterna mania de tampar buracos em cada crise do setor e depois deixa para lá.
Tampar buraco é mais ou menos depois que alguém morre na fila por falta de atendimento, ou vaga para uma cirurgia de emergência e via de regra vem com o nome de “iremos fazer isso e aquilo e instaurar uma sindicância”
José Collor Arruda Serra, por exemplo, governador de São Paulo, vocação de Nero e Calígula a um tempo só, prende professores que protestam por melhores salários. A Polícia chega e baixa a borduna.
A classe média, em sua maioria, maioria bem expressiva, entra em frenesi com a máxima do ex-deputado Sivuca, que “bandido bom é bandido morto”. Em nome da moral e dos bons costumes Luma de Oliveira presta serviços voluntários ao Corpo de Bombeiros. E a moçada entra em delírio quando o BOPE aparece, de preferência com o Caveirão.
Vai daí que Barack Obama, tentando tirar Clinton e Bush do ócio (muito bem remunerado) convida-os a levar a “verdade” do império aos haitianos e explicar como os EUA vão transformar o Haiti num novo Éden.
Aí, assim meio que do nada ambos descem de um avião da força aérea mais poderosa do mundo e percorrem ruas (previamente selecionadas) de Porto Príncipe, negócio de cem metros no máximo, Clinton está deprimido com o segundo infarto. No meio do caminho pessoas passíveis de serem cumprimentadas sem estender a mão pedindo um prato de comida, mas gordas e fornidas pela ajuda dos EUA.
Bush cumprimenta um negro e mal disfarçando seu asco, limpa as mãos, disfarçadamente, na camisa de Clinton.
Está no décimo terceiro segundo do vídeo que pode ser visto em
http://colunas.epoca.globo.com/bombounaweb/2010/03/24/bush-limpa-a-mao-depois-de-cumprimentar-haitiano/
Percebe-se agora porque a piedosa senhora Barbra Bush, mãe do terrorista, disse à época do furacão Katrina que os refugiados “estão melhores aqui nos acampamentos que em New Orleans, pois aqui fazem três refeições por dia”. New Orleans no caso era a casa dos ditos refugiados. E entende-se porque Bush foi criticado à época pela demora no socorro às vítimas do furacão.As vítimas eram negros em sua esmagadora maioria e a despeito de ali se ter a melhor música do mundo, o jazz, Bush não saberia responder a uma pergunta que fizeram a Joe Louis – “o que é jazz?” – e sua resposta –“ora, se você não sabe e não sente não adianta explicar pois não tem resposta” – Bush não sabe o que é jazz. Entende de petróleo e bombas. De prisões e torturas.
O governador da Califórnia não é diferente. O capataz do antigo Espírito Santo, a quem chamam de governador, também não. E o senador Gérson Camata é uma dessas figuras deploráveis, aquele tipo de espalha bolinho. Não porque seja chato, isso é adereço nele, mas por ser repugnante.No filme tudo bem, o futuro da humanidade fica garantido por Schwazenegger. Na realidade, o exterminador está vencendo de dez a zero.
Vem aí recall de carregadores de bebês.A Comissão de Proteção ao Consumidor dos Estados Unidos (CPSC) “convocou” um milhão de proprietários de “carregadores” de bebê, os célebres carrinhos (moça tem o telefone do bebê?) para um recall. Feito de pano os bebês podem vir a morrer sufocados com o tecido, dependendo da posição em que estejam dentro dos tais “carregadores”. Foram constatadas três mortes atribuídas a problemas com o produto.
A marca é INFANTINO e o presidente da empresa já anunciou que vai dar “carregadores” em lojas da marca aos clientes que se “sentirem prejudicados”. Deve acrescentar um pirulito, com certeza.
Pior que isso, disse que a “preocupação” da empresa é com a “segurança dos bebês”, como se empresários tivessem esse tipo de preocupação na relação produto/consumidor com qualquer vestígio de ser humano.
Breve, no mercado mexicano um monte de carrinhos da marca INFANTINO e em vários países latino-americanos, asiáticos, africanos, etc, uma liquidação de “carregadores” de bebês.
Quem nem os presos do governador da Califórnia, “item de exportação para o México”, ou os do Espírito Santo (tratados a pão de ló segundo o repulsivo Gérson Camata). Ou os negros do Haiti na visão de George Walker Bush.
Nos entretantos a classe média mete a cabeça no buraco que nem avestruz, deixa o rabo do lado de fora e mergulha fundo no BBB. Faz ares de entendida, pede vinho tinto seco, olha a garrafa, a safra, gira o copo, sente o aroma, bebe e bochecha o primeiro gole, depois entorna. No fim vai “CANÇÃO” mesmo, pelo menos um vinho honesto.
Putz meu! Na edição do JORNAL dito NACIONAL um cidadão, acho que na de terça, dia 23, apareceu atrás do repórter que relatava os últimos acontecimentos do julgamento dos NARDONIS e começou a fazer papagaiadas (coitado do papagaio). Um segurança da GLOBO deu um safanão no dito cujo, o barulho do tombo foi audível.
Violência pura, se o cara tivesse aparecido num quinto andar teria sido atirado pela janela, a reação do segurança foi típica de qualquer boçal, via de regra seguranças são boçais. O que a GLOBO não percebeu, ou não quis, é que aquele gaiato, boboca, é o telespectador padrão. Se continuar com esse tratamento em breve todos estarão gritando aleluia.
“Galvão olha eu aqui, mamãe consegui!”.
Todos não, claro. Boa parte da turma. Tem diferença entre o Faustão e o cara que apareceu assim de relance por quinze minutos de fama? Quem sabe não está ali uma nova vocação de global e o segurança exterminou o futuro do cara?
Uai! Espanto por que? O Bial não comanda a caravana da cidadania além do BBB? Extermínio de vida inteligente.
Essa gente não faz a menor idéia do modo de ser Grigori Perelman e a Conjectura de Poincaré.
Não dá IBOPE, só o sentido da vida.

E SEGUE A BOIADA - Laerte Braga


Terminado o show Nardoni o jornal FOLHA DE SÃO PAULO estampou em sua
primeira página, edição de 27 de março, os resultados de uma pesquisa do
Instituto Data Folha dando vantagem de nove pontos percentuais ao governador
de São Paulo José Collor Arruda Serra.
Ao contrário de todas as demais pesquisas inclusive do IBOPE, que detectam
ascensão de Dilma e queda de Arruda Serra.
Mais ou menos como o sinal de partida para a corrida eleitoral, pelo menos
até copa do mundo e tentando amenizar o impacto exatamente das outras
pesquisas, buscando dar sobrevida à candidatura do governador paulista.
Arruda Serra já disse a mais de uma pessoa em seu partido e fora dele que
preferia não ser candidato a presidente.

Atenuar a queda dos índices do governador Arruda Serra. Dar fôlego a um
paciente em estado terminal.

Faz parte do show fabricar fatos e gerar notícias na tentativa de desviar a
boiada do caminho indesejado, no caso de FOLHA DE SÃO PAULO e da grande
mídia, desviar o eleitor do voto em Dilma Roussef.

Como a turma da GLOBO estivesse exausta cobrindo até a última gota o sangue
da menina Isabela, coube à FOLHA a tarefa de tentar evitar a queda do avião
tucano/DEM.

Aproveitar o espaço e a ressaca do caso Nardoni e começar a tanger o gado
noutra direção.

Foi assim em várias outras ocasiões e é assim que vão tentar fazer até o
último minuto do jogo eleitoral. Para esse tipo de mídia, marrom, não
importam os fatos reais, mas a versão que querem, desejam.

*“Os povos gostam do espetáculo, através dele dominamos seu espírito e seu
coração*”. Luís XIV, rei de França.

Um outro espetáculo, o de mães com crianças ao colo, pela madrugada e à
porta do fórum onde foram julgados os Nardonis. Lembraram as cenas de velhos
filmes de faroeste em que a multidão cercava a delegacia e exigiam que o
preso fosse linchado.

É fácil tanger essa boiada. De agora em diante estarão todos empenhados em
buscar justiça no final do BBB. Funcionar como jurados para decidir quem
leva um milhão e meio de reais. A sensação que o povo decide alguma coisa.
Pode qualquer coisa na cabeça dos donos, desde que não mude absolutamente
nada, ou não sejam permitidos novos avanços em termos de conquistas dos
trabalhadores.

Um por cento dos proprietários rurais, latifundiários, grandes
proprietários, paga a contribuição previdenciária de seus empregados.
Noventa e nove por cento não. Os dados são da própria Confederação Nacional
da Agricultura.

Trabalho escravo sob a batuta de miss desmatamento, a senadora Kátia Abreu
do DEM.

As condições miseráveis, vergonhosas a que esses trabalhadores são levados
não passa na GLOBO, não merece caravana da cidadania e tampouco que sejam
levadas ao conhecimento da boiada. De repente pode haver um estouro e a
coisa desandar.

Tem que existir sempre uma pesquisa mentirosa pronta para salvar as elites.
Como aquele técnico que perdendo de nove a zero manda “os arfie arrecuá pra
evitá a castastre”.

A Operação Satiagraha, conduzida pelo delegado Protógenes Queiroz foi
considerada correta pelo Superior Tribunal de Justiça. O delegado foi
execrado pelo presidente do STF DANTAS INCORPORATION LTD, Gilmar Mendes.
Queria inclusive, o presidente da empresa que o juiz Fausto De Sanctis fosse
afastado do processo. Não foi. A farsa de falsas gravações de conversas do
ministro com um senador do DEM não sobrevive a uma perícia, já que o esquema
agora é perícia.

Foi montada nos laboratórios de VEJA, na terceirizada CORRUPÇÃO PSDB/DEM
INC. LTD.

*“O espetáculo em geral, como inversão concreta da vida, é o movimento
autônomo do não vivo” *– Guy Debort, A SOCIEDADE DO ESPETÁCULO –.

No espetáculo de boçalidade da PM paulista contra professores que reclamam
melhores condições de trabalho e melhores salários, em tudo e por tudo, numa
educação pública sucateada por Arruda/Serra (não gera propina para caixa
dois) um professor carrega um PM ferido no choque. Carrega ao colo.

**

Arruda/Serra não tem a menor idéia do que seja isso. Entende muito de
“quanto vão pagar para realizar as obras do metrô porque tenho que pagar à
FOLHA DE SÃO PAULO pela pesquisa que montaram para mim”. Caixa dois, a turma
que pagou está presa na Inglaterra e causando terremotos aqui, entre tucanos
e DEMocratas.
A foto é de Clayton de Sousa, da AGÊNCIA ESTADO e está dando a volta ao
mundo por conta do seu extraordinário significado se tentarmos imaginar que
ainda somos seres humanos. O professor o é, claro, o PM vai acabar
aprendendo, tomara. Retirei de

*
http://brasiliaeuvi.wordpress.com/2010/03/26/o-mundo-bizarro-de-jose-serra/#comment-2931
*
* *
A FOLHA é aquele jornal que emprestava os carros para que os torturadores
desovassem os corpos dos presos políticos mortos nos quartéis da tortura e
exibidos á sociedade como vítimas de atropelamento.
Os Nardonis, criminosos cruéis com certeza, foram condenados com base em
indícios concretos e indesmentíveis de provas periciais. A investigação
policial foi um desastre. Como quase todas. Mexeram no local antes da
perícia chegar, delegado e delegada falaram pelos cotovelos para a mídia,
propuseram acordo ao casal, ameaçaram, um assumia a culpa, outro saia livre,
enfim, tudo para ao final apresentarem os culpados com aquela bandeira atrás
– Polícia Civil –.
Um juiz, não faz muito tempo, reclamou que tinha que fazer um esforço
tremendo para condenar determinados criminosos. É que o que vinha da Polícia
não prestava como prova.
Quem sabe a lição do professor carregando o PM ferido?
Essa turma da mídia chama todo esse processo de democrático, cristão,
ocidental e acha que isso é livre expressão.
Ê boi!


[ 3setor ] [Carta O BERRO] Mulheres e Ditadura / Lembrança dos crimes da ditadura militar: fazei isso em memória delasVanderley - Revista

Lembrança dos crimes da ditadura militar: fazei isso em memória delas
POR JOSÉ BESSA FREIRE
São mulheres de diferentes cidades do Brasil. Algumas amamentavam. Outras, grávidas, pariram na prisão ou, com a violência sofrida, abortaram. Não mereciam o inferno pelo qual passaram, ainda que fossem bandidas e pistoleiras. Não eram. Eram estudantes, professoras, jornalistas, médicas, assistentes sociais, bancárias, donas de casa. Quase todas militantes, inconformadas com a ditadura militar que em 1964 derrubou o presidente eleito. Foram presas, torturadas, violentadas. Muitas morreram ou desapareceram lutando para que hoje nós vivêssemos numa democracia.

As histórias de 45 dessas mulheres mortas ou desaparecidas estão contadas no livro “Luta, Substantivo Feminino”, lançado quinta-feira passada, na PUC de São Paulo, na presença de mais de 500 pessoas. O livro contém ainda o testemunho de 27 sobreviventes e muitas fotos. Se um poste ouvir os depoimentos dilacerantes delas, o poste vai chorar diante da covardia dos seus algozes. Dá vergonha viver num mundo que não foi capaz de impedir crimes hediondos contra mulheres indefesas, cometidos por agentes do Estado pagos com o dinheiro do contribuinte.

Rose Nogueira - jornalista, presa em 1969, em São Paulo, onde vive hoje. “Sobe depressa, Miss Brasil’, dizia o torturador enquanto me empurrava e beliscava minhas nádegas escada acima no Dops. Eu sangrava e não tinha absorvente. Eram os ‘40 dias’ do parto. Riram mais ainda quando ele veio para cima de mim e abriu meu vestido. Segurei os seios, o leite escorreu. Eu sabia que estava com um cheiro de suor, de sangue, de leite azedo. Ele (delegado Fleury) ria, zombava do cheiro horrível e mexia em seu sexo por cima da calça com um olhar de louco. O torturador zombava: ‘Esse leitinho o nenê não vai ter mais’”.

Izabel Fávero - professora, presa em 1970, em Nova Aurora (PR). Hoje, vive no Recife, onde é docente universitária: “Eu, meu companheiro e os pais dele fomos torturados a noite toda ali, um na frente do outro. Era muito choque elétrico. Fomos literalmente saqueados. Levaram tudo o que tínhamos: as economias do meu sogro, a roupa de cama e até o meu enxoval. No dia seguinte, eu e meu companheiro fomos torturados pelo capitão Júlio Cerdá Mendes e pelo tenente Mário Expedito Ostrovski. Foi pau de arara, choques elétricos, jogo de empurrar e ameaças de estupro. Eu estava grávida de dois meses, e eles estavam sabendo. No quinto dia, depois de muito choque, pau de arara, ameaça de estupro e insultos, eu abortei. Quando melhorei, voltaram a me torturar”.

Hecilda Fontelles Veiga - estudante de Ciências Sociais, presa em 1971, em Brasília. Hoje, vive em Belém, onde é professora da Universidade Federal do Pará. “Quando fui presa, minha barriga de cinco meses de gravidez já estava bem visível. Fui levada à delegacia da Polícia Federal, onde, diante da minha recusa em dar informações a respeito de meu marido, Paulo Fontelles, comecei a ouvir, sob socos e pontapés: ‘Filho dessa raça não deve nascer’. (…) me colocaram na cadeira do dragão, bateram em meu rosto, pescoço, pernas, e fui submetida à ‘tortura cientifica’. Da cadeira em que sentávamos saíam uns fios, que subiam pelas pernas e eram amarrados nos seios. As sensações que aquilo provocava eram indescritíveis: calor, frio, asfixia. Aí, levaram-me ao hospital da Guarnição de Brasília, onde fiquei até o nascimento do Paulo. Nesse dia, para apressar as coisas, o médico, irritadíssimo, induziu o parto e fez o corte sem anestesia”.

Yara Spadini - assistente social presa em 1971, em São Paulo. Hoje, vive na mesma cidade, onde é professora aposentada da PUC. “Era muita gente em volta de mim. Um deles me deu pontapés e disse: ‘Você, com essa cara de filha de Maria, é uma filha da puta’. E me dava chutes. Depois, me levaram para a sala de tortura. Aí, começaram a me dar choques direto da tomada no tornozelo. Eram choques seguidos no mesmo lugar”.

Inês Etienne Romeu - bancária, presa em São Paulo, em 1971. Hoje, vive em Belo Horizonte. “Fui conduzida para uma casa em Petrópolis. O dr. Roberto, um dos mais brutais torturadores, arrastou-me pelo chão, segurando-me pelos cabelos. Depois, tentou me estrangular e só me largou quando perdi os sentidos. Esbofetearam-me e deram-me pancadas na cabeça. Fui espancada várias vezes e levava choques elétricos na cabeça, nos pés, nas mãos e nos seios. O ‘Márcio’ invadia minha cela para ‘examinar’ meu ânus e verificar se o ‘Camarão’ havia praticado sodomia comigo. Esse mesmo ‘Márcio’ obrigou-me a segurar seu pênis, enquanto se contorcia obscenamente. Durante esse período fui estuprada duas vezes pelo ‘Camarão’ e era obrigada a limpar a cozinha completamente nua, ouvindo gracejos e obscenidades, os mais grosseiros”.

Ignez Maria Raminger - estudante de Medicina Veterinária presa em 1970, em Porto Alegre, onde trabalha atualmente como técnica da Secretaria de Saúde. “Fui levada para o Dops, onde me submeteram a torturas como cadeira do dragão e pau de arara. Davam choques em várias partes do corpo, inclusive nos genitais. De violência sexual, só não houve cópula, mas metiam os dedos na minha vagina, enfiavam cassetete no ânus. Isso, além das obscenidades que falavam. Havia muita humilhação. E eu fui muito torturada, juntamente com o Gustavo [Buarque Schiller], porque descobriram que era meu companheiro”.

Dilea Frate - estudante de Jornalismo presa em 1975, em São Paulo. Hoje, vive no Rio de Janeiro, onde é jornalista e escritora. “Dois homens entraram em casa e me sequestraram, juntamente com meu marido, o jornalista Paulo Markun. No DOI-Codi de São Paulo, levei choques nas mãos, nos pés e nas orelhas, alguns tapas e socos. Num determinado momento, eles extrapolaram e, rindo, puseram fogo nos meus cabelos, que passavam da cintura”.

Cecília Coimbra - estudante de Psicologia presa em 1970, no Rio. Hoje, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais e professora de Psicologia da Universidade Federal Fluminense: “Os guardas que me levavam, frequentemente encapuzada, percebiam minha fragilidade e constantemente praticavam vários abusos sexuais contra mim. Os choques elétricos no meu corpo nu e molhado eram cada vez mais intensos. Me senti desintegrar: a bexiga e os esfíncteres sem nenhum controle. ‘Isso não pode estar acontecendo: é um pesadelo… Eu não estou aqui…’, pensei. Vi meus três irmãos no DOI-Codi/RJ. Sem nenhuma militância política, foram sequestrados em suas casas, presos e torturados”.

Maria Amélia de Almeida Teles - professora de educação artística presa em 1972, em São Paulo. Hoje é diretora da União de Mulheres de São Paulo. “Fomos levados diretamente para a Oban. Eu vi que quem comandava a operação do alto da escada era o coronel Ustra. Subi dois degraus e disse: ‘Isso que vocês estão fazendo é um absurdo’. Ele disse: ‘Foda-se, sua terrorista’, e bateu no meu rosto. Eu rolei no pátio. Aí, fui agarrada e arrastada para dentro. Me amarraram na cadeira do dragão, nua, e me deram choque no ânus, na vagina, no umbigo, no seio, na boca, no ouvido. Fiquei nessa cadeira, nua, e os caras se esfregavam em mim, se masturbavam em cima de mim. Mas com certeza a pior tortura foi ver meus filhos entrando na sala quando eu estava na cadeira do dragão. Eu estava nua, toda urinada por conta dos choques”.

São muitos os depoimentos, que nos deixam envergonhados, indignados, estarrecidos, duvidando da natureza humana, especialmente porque sabemos que não foi uma aberração, um desvio de conduta de alguns indivíduos criminosos, mas uma política de Estado, que estimulou a tortura, a ponto de garantir a não punição a seus autores, com a concordância e a conivência de muita gente boa “em nome da conciliação nacional”.

No lançamento do livro na PUC, a enfermeira Áurea Moretti, torturada em 1969, pediu a palavra para dizer que a anistia foi inócua, porque ela cumpriu pena de mais de quatro anos de cadeia, mas seus torturadores nem sequer foram processados pelos crimes que cometeram: “Uma vez eu vi um deles na rua, estava de óculos escuros e olhava o mundo por cima. Eu estava com minha filha e tremi”.

Os fantasmas que ainda assombram nossa história recente precisam ser exorcizados, como uma garantia de que nunca mais possam ser ressuscitados - escreve a ministra Nilcea Freire, ex-reitora da UERJ, na apresentação do livro, que para ela significa o “reconhecimento do papel feminino fundamental nas lutas de resistência à ditadura”.

Este é o terceiro livro da série “Direito à Memória e à Verdade”, editado pela Secretaria de Direitos Humanos (SEDH) em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. O primeiro tratou de 40 afrodescendentes que morreram na luta contra o regime militar. O segundo contou a “História dos meninos e meninas marcados pela ditadura”. Eles podem ser baixados no site da SEDH.

O golpe militar de 1964 que envelhece, mas não morre, completa 46 anos nos próximos dias. Essa é uma ocasião oportuna para lançar o livro em todas as capitais brasileiras. No Amazonas, as duas reitoras - Marilene Correa da UEA e Márcia Perales da UFAM - podiam muito bem organizar o evento em Manaus e convidar a sua colega Nilcea Freire para abri-lo. Afinal, preservar a memória é um dos deveres da universidade. As novas gerações precisam saber o que aconteceu.

A lembrança de crimes tão monstruosos contra a maternidade, contra a mulher, contra a dignidade feminina, contra a vida, é dolorosa também para quem escreve e para quem lê. É como o sacrifício da missa para quem nele crê. A gente tem de lembrar diariamente para não ser condenado a repeti-lo: fazei isso em memória delas.

O professor José Ribamar Bessa Freire coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ), pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO) e edita o site-blog Taqui Pra Ti .

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Dalai Lama - barbet

Perguntaram ao Dalai Lama: O que mais o surpreende na Humanidade? Resposta: Os homens... Porque perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde!Por pensarem ansiosamente no futuro, e, esquecerem o presente de tal maneira que acabam por não viver nem o presente nem o futuro.Vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido.Namastê!

PESQIUISAS, PARA QUE SERVEM? - Laerte Braga


IBOPE e DATA FOLHA cumprem um papel dentro do processo eleitoral. O de distorcer e criar realidades inexistentes, que pareçam reais, na tentativa de fazer com que os interesses que representam sejam alcançados.
Pesquisas são importantes, ninguém tem dúvidas disso, falo de pesquisas eleitorais. Mas têm servido a propósitos bem diversos daqueles que em tese se propõem. Medir a intenção de votos do eleitorado.
Não faz tempo um hacker foi preso nos Estados Unidos depois de muitos anos de busca e rastreamento. Não tirava milhões de contas bancárias. Tirava centavos, no máximo dez ou vinte dólares de milhões de contas. A soma do produto era o mesmo. O jeito de fazer não.

Partidos políticos representam, como a própria expressão partido indica, a representação organizada de parte da sociedade dentro do processo democrático, ou supostamente democrático.
Têm programas. Um conjunto de idéias nas quais aparentemente se estruturam e idéias que pretendem transformar em realidade quando alcançam o poder, qualquer que seja o seu nível, municipal, estadual ou federal.
O PSDB – Partido da Social Democracia Brasileira – surgiu de uma dissidência no PMDB e o argumento de seus fundadores, Mário Covas à frente, era o de que o PMDB havia perdido sua essência, seu sentido, transformara-se num partido movido a clientelismo e fisiologia política. Um amontoado de interesses de caciques desse ou daquele estado.
O PSDB, na verdade, era muito mais uma dissidência paulista que chegou a Minas Gerais no momento em que Orestes Quércia e Newton Cardoso foram eleitos, 1986, respectivamente governadores dos dois estados mais importantes da Federação.
Começou a amadurecer em 1985, quando FHC perdeu as eleições para a prefeitura de São Paulo para o tresloucado Jânio Quadros.
Os principais líderes do partido estavam à esquerda do PMDB, resgatavam (era o que diziam) posições históricas do antigo MDB (o partido de combate a ditadura) e em 1989, logo após a definição dos dois nomes que iriam para a disputa presidencial – Collor e Lula -, seu principal líder Mário Covas arrastou o partido a apoiar Lula. Para isso enfrentou a oposição de FHC e Serra que defendiam o apoio a Collor.
De lá para cá o PSDB, ou tucanos como são conhecidos, foi se transformando, se descaracterizando e virou aliado da extrema-direita no Brasil, a antiga ARENA, que virou PFL e agora é DEMocrata – partido de Arruda, aquele do “vote num careca e eleja dois -.
Em São Paulo o antigo desafeto de FHC e José Collor Arruda Serra, Orestes Quércia é hoje o principal aliado do governador tucano. Quércia continua no PMDB e deve ser eleito senador com o apoio de Serra.
Quando se viu em palpo de aranhas, enrolado com a corrupção em seu governo, Collor de Mello tentou de todas as formas um acordo com o PSDB, através de FHC e não fosse a atitude de Mário Covas, um simples não, FHC iria tentar salvar o insalvável governo. Não há diferenças entre Collor e FHC, nem de Serra. Representam os mesmos interesses, são funcionários de potência estrangeira.
FHC não conseguiu salvar Collor, enrolou Itamar e virou presidente em 1994. Deu um golpe branco em 1998 comprando uma reeleição e vendeu o País. Lula assumiu um Brasil quebrado, em vias de ir para o espaço.
Querem voltar e vender o resto. Arruda Serra é o nome indicado.
Uma das características do PSDB – não é mais um partido, mas um departamento da Fundação Ford – é a de escorar-se num programa, sinalizar à esquerda e virar à direita. Não se trata de um programa de governo o que é oferecido aos brasileiros, mas um engodo que para eles é um grande negócio.
A polícia britânica, Scotland Yard prendeu na semana passada diretores da empresa ALSTOM. A acusação é simples. Suborno de políticos latino-americanos para conseguir obras. Uma delas? O metrô de São Paulo. Subornou Geraldo Alkimin e suborna José Collor Arruda Serra.
Outra característica do PSDB é ter a chamada grande mídia como aliado. A mídia brasileira, a eletrônica principalmente, desde o governo FHC conta com participação do capital estrangeiro às claras (antes contava às escuras, tinha que disfarçar). Redes de Tevê como GLOBO e BANDEIRANTES, todo o sistema de rádios dessas empresas, jornais, outros grupos como o que edita VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE MINAS, são como que jornais marrons, ou seja venais, a serviço desses interesses, desse capital estrangeiro.
O Brasil é um país chave para os projetos das grandes empresas. E se o Brasil é estratégico para essa gente os brasileiros não. Que se danem.
A pesquisa do Instituto Data Folha, no dia seguinte ao término do show Nardoni e pouco antes da final do bordel BBB, foi estratégica. Num momento em que a candidatura José Collor Arruda Serra afunda, tentam resgatar do fundo do poço o governador de São Paulo. À boca pequena os seus principais aliados já admitem a derrota diante não só das indecisões de Serra, como por conta do seu mau caratismo (passou a perna em vários companheiros, inclusive Aécio, que está liberando prefeitos para apoiar Dilma e vai repetir o que fez em 2006 – de público é Serra, para valer quer que Serra se estrepe).
Roger-Gérard Schwartzenberg, cientista político e autor de “O ESTADO ESPETÁCULO” (DIFEL, São Paulo, 1978), ao tratar de pesquisas de opinião pública diz o seguinte entre outras coisas.
“Desejando fazer como todo mundo o eleitor abandona sua escolha inicial. Volta-se para o candidato sustentado pela maioria”. E cita o exemplo da eleição do presidente francês Giscard D’Estaing, derrotando Jacques Chaban Delmas.
E conclui – “a sondagem passaria então a constituir um instrumento de manipulação e pressão. Criando um sentimento de unanimidade ou, pelo menos, de preponderância a favor de um candidato. Normalizando os comportamentos eleitorais para ajustá-los ao modelo dominante”.
A pesquisa do DATA FOLHA, quando a realidade mostra o contrário, é exatamente essa tentativa de normalizar o comportamento eleitoral.
O que é o eleitor? Ninguém, ou seja, se alguém o é, é para ser a manipulado, ludibriado, enganado.
“Vendam seus candidatos como o mundo dos negócios vende seus produtos”. Declaração de Leonard Hall, presidente do Partido Republicano, na campanha eleitoral de 1956, quando a chapa Eisenhower e Nixon derrotou a democrata. O candidato rival a presidente era Adlai Stevenson.
“Agora o candidato-produto deve conquistar um eleitorado-mercado e provocar votos-compra”. É o que diz o presidente do Young and Rublicam France e mais – “o produto passa a ser o candidato. Sua embalagem é seu aspecto físico, sua maneira de falar, de sorrir, de se mexer. Sua definição , seu posicionamento, é seu programa”.
Serra é isso. Um produto vendido aos brasileiros pela grande mídia, venal e corrupta em função de interesses de grandes grupos econômicos estrangeiros, dos EUA e em cumplicidade com as fétidas elites brasileiras. O esquema FIESP/DASLU.
Dois exemplos de como se compra ou um jornalista, ou a mídia.
O jornalista Gilberto Dimenstein escreve no JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO, tem uma escrita de bom moço, preocupado com a educação, voltado para o interesse público, etc, etc. Aí montou uma arapuca, ONG, fechou um contrato com o governo de São Paulo e recebeu desde 2006, quando da eleição de Arruda Serra, a “modesta quantia de três milhões setecentos e vinte e cinco mil duzentos e vinte e dois reais e setenta e quatro centavos. A arapuca se chama ASSOCIAÇÃO CIDADE ESCOLA APRENDIZ.
O fato pode ser constatado no próprio DIÁRIO OFICIAL do governo paulista e foi levantado pelo blog NAMARIA NEWS. O jornalista que tinha um acentuado espírito crítico, foi linha de frente no combate à corrupção no governo Collor, mudou de lado, passou a receber para falar bem.
O governo de São Paulo fechou contrato com a Editora Abril, que entre outras publicações edita a mentirosa e venal VEJA. Milionário, o contrato, revistas são distribuídas às escolas, não houve concorrência e a “ideologia tucana”, o “lucro acima de tudo nem que seja necessário vender a mãe”, imposta às escolas. Professores apanham da Polícia e recebem salário de fome.
Quanto a GLOBO não é necessário falar. Nasceu corrupta, corrupta permanece, é o principal instrumento de transformação do brasileiro em bocó, pronto a aceitar qualquer arreio, qualquer sela, desde que seja do interesse de quem paga, ou dos que pagam.
E são as elites que pagam.
Paulo Henrique Amorim, em seu blog, jornalista independente, mostra que a senadora Kátia Abreu, corrupta e sem nenhum princípio ético, recebeu vinte e cinco vezes mais o que o MST recebe para financiar seus pequenos assentamentos e sustentar a agricultura familiar (sem os transgênicos de Kátia Abreu, que acrescentam a propina ao que a senadora recebe para “financiar” projetos que acabam sendo campanhas eleitorais).
Está correndo o Brasil colhendo “recursos” para a campanha de José Collor Arruda Serra junto às quadrilhas DEM e tucana e latifundiários. E vendendo a idéia que tem algum respeito pelo Brasil e pelos brasileiros.
A pesquisa do DATA FOLHA cumpriu esse papel. De tentar “normalizar”, vale dizer enquadrar, o eleitor. Só não mostrou que na espontânea, ou seja, naquela que o eleitor responde sem ver nomes, Dilma está à frente.
São bandidos travestidos de políticos e a Polícia Federal tem já em mãos dados da corrupção ARRUDA SERRA/VEJA.
É como concluiu o presidente do Partido Republicano em 1956, Leonard Hall. “o candidato agora é sabão, tratem de vender sabão aos eleitores”.

quinta-feira, 18 de março de 2010

O que resta da ditadura a exceção brasileira - Vanderley - Revista

Debates
Quinta-feira, dia 18 de março
17h - Mesa 1: Por que a verdade precisa de uma comissão?
Com Edson Teles, Fábio Konder Comparato e Glenda Mezarobba
19h30 - Mesa 2: Políticas da verdade e da memória
Com Paulo Arantes, Paulo Vanucchi e Vladimir Safatle
USP Auditório da História (FFLCH)
Rua do Lago, 717
São Paulo - SP
Noite de autógrafos
Sexta-feira, 19 de março
Entre 19h e 22h
Livraria da Vila
Alameda Lorena, 1731 (piso superior)
São Paulo - SP

'Quem controla o passado,
controla o futuro.' (George Orwell, 1984)
Bem lembrada pelo escritor inglês, na frase que serve de epígrafe ao livro, a importância do passado no processo histórico que determinará o porvir de uma nação. É justamente o que torna fundamental esta obra. Organizada por Edson Teles e Vladimir Safatle, O que resta da ditadura reúne uma série de ensaios que esquadrinham o legado deixado pelo regime militar na estrutura jurídica, nas práticas políticas, na literatura, na violência institucionalizada e em outras esferas da vida social brasileira.
Fruto de um seminário realizado na Universidade de São Paulo (USP), em 2008, o livro reúne textos de escritores e intelectuais como Maria Rita Kehl, Jaime Ginzburg, Paulo Arantes e Ricardo Lísias, que buscam analisar o que permanece de mais perverso da ditadura no país hoje. Assim, o livro possui também um caráter de resistência à lógica de negação difundida por aqueles que buscam hoje ocultar o passado recente, seja ao abrandar, amenizar ou simplesmente esquecer este período da história brasileira.
Segundo Edson Teles e Vladimir Safatle, a palavra que melhor descreve esta herança indesejada é ?violência? - medida não pela contagem de mortos deixados para trás, mas por meio das marcas encravadas no presente. Para os organizadores, ?neste sentido, podemos dizer com toda a segurança: a ditadura brasileira foi a mais violenta que o ciclo negro latino-americano conheceu. Leia mais--------------------------------------------------------------------------------Boitempo Editorial
Débora Prado
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Ensaios e autores
Militares e anistia no Brasil: um dueto desarmônico
Paulo Ribeiro da Cunha
Relações civil-militares: o legado autoritário da Constituição brasileira de 1988
Jorge Zaverucha
O direito constitucional passa, o direito administrativo permanece?: a persistência da estrutura administrativa de 1967
Gilberto Bercovici
Direito internacional dos direitos humanos e lei de anistia: o caso brasileiro
Flávia Piovesan
O processo de acerto de contas e a lógica do arbítrio
Glenda Mezarobba
Tortura e sintoma social
Maria Rita Kehl
Escritas da tortura
Jaime Ginzburg
As ciladas do trauma: considerações sobre história e poesia nos anos 1970
Beatriz de Moraes Vieira
O preço de uma reconciliação extorquida
Jeanne Marie Gagnebin
Brasil, a ausência significante política
Tales AbSáber
1964, o ano que não terminou
Paulo Eduardo Arantes
Do uso da violência contra o Estado ilegal
Vladimir Safatle
Os familiares de mortos e desaparecidos políticos e a luta por verdade e justiça? no Brasil
Janaína de Almeida Teles
Entre justiça e violência: estado de exceção nas democracias do Brasil e da África do Sul
Edson Teles
Dez fragmentos sobre a literatura contemporânea no Brasil e na Argentina ou de como os patetas sempre adoram o discurso do poder
Ricardo Lísias
PELA VIDA, PELA PAZ
TORTURA NUNCA MAIS


Interessante - Barbet

Não está prevista vacinação para os menores de 6 meses até dois anos.
Não serão vacinadas as pessoas entre 40 e 59 anos...que não sejam índios, gestantes, doentes crònicos, pessoal da saúde...e idosos com mais de 60 que não possuam doenças crõnicas.
Interessante.

Vacina H1N1 Data e Calendário Campanha Vacinação Gripe 2010 - Barbet


Preparamos para vocês caros leitores, o calendário de vacinação contra gripe a influenza H1N1 2010, segue a lista com as datas para que os grupos de pessoas sejam devidamente imunizados contra o vírus H1N1.
• Dia 08 de Março a 19 de Março – Profissionais de Saúde e Indígenas
• Dia 22 de Março a 21 de Maio – Gestantes.
• Dia 22 de Março a 02 de Abril – Doentes Crônicos, exceto idosos e crianças de 06 meses a 02 anos.
• Dia 05 de Abril a 23 de Abril – Jovens de 20 a 29 anos.
• Dia 24 de Abril a 07 de Maio – Idosos com mais de 60 anos com doenças crônicas. • Dia 10 de Maio a 21 de Maio – Pessoas de 30 a 39 anos.

CANCELAMENTO DA TAXA TELEFÓNICA - SERÁ VOTADO EM MARÇO..VAMOS LÁ PESSOAL - Barbet

SERÁ VOTADO EM MARÇO..VAMOS LÁ PESSOAL... Dê também o seu apoio a este Excelente projeto de Lei - A União vai fazer a Força - CANCELAMENTO DA TAXA TELEFÓNICA: R$ 40,37 (residencial) R$ 56,08 (comercial) Quando se trata do interesse da população, nada é divulgado... COMO PROCEDER:Ligue 0800-619619. Ouça o menu, aperte 1 e espere a opção eletrônica. Digite 1 novamente, que é para votar a favor do cancelamento da taxa de telefone fixo. O Projeto de Lei é o de nº5476/2001. Esse tipo de assunto NÃO é veiculado na TV ou no rádio, porque eles não têm interesse e não estão preocupados com isso. Então nós é que temos de correr atrás, afinal quem paga somos nós! O telefone a ser discado (0800-619619, de segunda à sexta-feira das 08 às 20h00) é da Câmara dos Deputados Federal. Passe para frente esta mensagem para o maior número possível.LIGUE: 0800-619619. Vamos divulgar.Entrando em vigor esta lei, você só pagará pelas ligações efetuadas, acabando com esse roubo que é a assinatura mensal. Este projeto está tramitando na 'COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR', na Câmara. Quantos mais ligarem, maior a chance.O BRASIL AGRADECE!Não adianta a gente ficar só reclamando.Quando podemos, devemos tomar alguma atitude... Envie uma cópia para TODOS OS SEUS CONTATOS AGORA!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Peça para a Nestlé dar um tempo às florestas - assine a petição - Barbet




A Nestlé, que produz o chocolate KitKat, utiliza óleo de palma de empresas que estão acabando com as florestas da Indonésia, ameaçando a sobrevivência da população local e levando os orangotangos `a extinção.
Todo mundo merece um tempo - mas ter o nosso não pode significar o fim das florestas tropicais. Estamos pedindo `a Nestlé que dê um tempo `as florestas tropicais e aos orangotangos, parando de comprar óleo de palma vindo da destruição das florestas.
assine aqui


Começa nesta quarta (17) credenciamento para o Fórum Urbano Mundial 5 17/03/2010

Credenciamento será feito no mesmo local do evento, na Zona Portuária do Rio de Janeiro.
Começa nesta quarta-feira (17) o credenciamento para o Fórum Urbano Mundial 5. Quem tiver feito inscrição pode se credenciar a partir das 10 horas, no Armazém 2, na Zona Portuária do Rio. O credenciamento da imprensa iniciará no mesmo local às 12

Imprensa
Haverá uma cabine específica para atendimento aos representantes da imprensa, que deverão comparecer pessoalmente ao local de credenciamento para que seja feita a fotografia de identificação. Será necessário apresentar CPF, RG ou passaporte e um documento que comprove o serviço junto ao órgão de Imprensa (ex: crachá).
A credencial é feita no nome do profissional e não no nome da empresa jornalística. A credencial é pessoal, insubstituível e intransferível. Portanto, não haverá o uso de credenciais rotativas. Se houver perda ou dano da credencial oficial, não será fornecida segunda via da credencial, o que vai impossibilitar o trabalho jornalístico no local do evento.
As exigências são feitas pelas autoridades de Segurança e da ONU.
Público geral
Os demais participantes do FUM5 também devem apresentar CPF, RG ou passaporte no ato do credenciamento. A exemplo dos jornalistas, será feita fotografia do participante no ato do credenciamento, quando será entregue ao participante o kit do evento.
A credencial entregue ao participante também é pessoal, insubstituível e intransferível. Portanto, em caso de perda ou dano, o participante perde o direito de ter acesso ao local do evento.
Ministério das Cidades
Assessoria de Comunicação
(61) 2108.1602

Greenpeace Brasil - Barbet

Peça à #Nestlé parar de destruir as florestas http://migre.me/peED para produzir o chocolate que consumimos

Blog Poetando com Barbet começa hoje no Sidebar do BLOG - 17 de março 2010

"A realidade é a única verdade que nos invade todos os sentidos mesmo quando a negamos".

Barbet

Blog Poetando cp,

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[Carta O BERRO] "Utopia e barbárie" chega aos cinemas em abril - Vanderley - Revista


Documentário de Silvio Tendler reconstrói o mundo a partir da II Guerra Mundial. O filme, que percorreu 15 países, faz uma revisão nos eventos políticos e econômicos, que desde a metade do século XX elevaram ao risco e até ao desaparecimento dos sonhos de igualdade, de justiça e harmonia, em busca de entender as questões que mobilizam esses dias tumultuados: a utopia e a barbárie. Ao longo de quase duas décadas de trabalho, Silvio Tendler fez uma minuciosa pesquisa e reconstruiu parte da história mundial, através do olhar de diferentes personagens.
Redação

No dia 23 de abril, chega aos cinemas de todo o país o filme “Utopia e Barbárie”, mais novo trabalho do cineasta Silvio Tendler, que se debruçou nos últimos 20 anos sobre o projeto. Partindo da II Guerra Mundial, o filme faz uma revisão nos eventos políticos e econômicos, que desde a metade do século XX elevaram ao risco e até ao desaparecimento dos sonhos de igualdade, de justiça e harmonia, em busca de entender as questões que mobilizam esses dias tumultuados: a utopia e a barbárie.

“Utopia e Barbárie” é um road movie histórico que percorreu ao todo 15 países: França, Itália, Espanha, Canadá, EUA, Cuba, Vietnã, Israel, Palestina, Argentina, Chile, México, Uruguai, Venezuela e Brasil. Em cada um desses lugares, Tendler documentou os protagonistas e testemunhas da história, os apresentando de forma apartidária, mas sem deixar de trazer um pouco do olhar do cineasta, que completa 60 anos em 12 de março de 2010.

Nas telas, Silvio Tendler trafega por alguns dos episódios mais polêmicos dos últimos séculos, como as bombas de Hiroshima e Nagasaki, o Holocausto, a Revolução de Outubro, o ano de 1968 no mundo (Brasil, França, Chile, Argentina, Uruguai, dentre outros), a Operação Condor, a queda do Muro de Berlim e a explosão do neoliberalismo mais canibal que a História já conheceu.

O cineasta foi à procura dos sonhos que balizaram o século XX e inauguram o século XXI. Ao longo de quase duas décadas de trabalho, Silvio Tendler fez uma minuciosa pesquisa e reconstruiu parte da história mundial, através do olhar de personagens com abordagens e trajetórias distintas, que ajudaram a compor um rico painel de nossa época. O diretor entrevistou inúmeros intelectuais, como filósofos, teatrólogos, cineastas, escritores, jornalistas, militantes, historiadores, economistas, além de testemunhas e vítimas desses episódios históricos.

Os dramaturgos Amir Haddad, Augusto Boal e Zé Celso Martinez, a economista Dilma Rousseff, o escritor e jornalista Eduardo Galeano, o poeta Ferreira Gullar e o jornalista Franklin Martins foram alguns dos nomes que concederam ao filme emocionantes depoimentos. Diversas vítimas, testemunhas e sobreviventes também narraram suas trajetórias, como a argentina Macarena Gelman e a brasileira nascida em Havana, Naisandy Barret, ambas filhas de desaparecidos políticos, além do estrategista do exército vietnamita, General Giap.

Cineastas de vários países também contribuíram com suas visões, como Denys Arcand (Canadá), Amos Gitai (Israel), Gillo Pontecorvo (Itália), Fernando Solanas (Argentina), Hugo Arévalo (Chile), Marceline Loridan (França), Mohamed Alatar (Palestina), Shin Pei (Japão), além dos cineastas brasileiros Cacá Diegues, Sérgio Santeiro e Marlene França.

Orçado em R$ 1 milhão, o longa-metragem conta com a narração de Letícia Spiller, Chico Diaz e Amir Haddad. A trilha sonora, especialmente composta para o filme, é assinada por Caíque Botkay, BNegão, Marcelo Yuka e pelo grupo Cabruêra.

Sobre o diretor
Silvio Tendler é diretor de O Mundo Mágico dos Trapalhões, que fez um milhão e oitocentos mil espectadores; Jango, fez um milhão e Os Anos JK, oitocentos mil espectadores. Seu último longa-metragem, Encontro com Milton Santos, ficou entre os dez documentários mais vistos de 2007. Com seus filmes Silvio ganhou quatro Margaridas de Prata (prêmio dado pela CNBB), seis kikitos (Festival de Gramado) e dois candangos (Festival de Brasília).


SOBRE GÉRSON CAMATA – O “SÓCIO” DE AÉCIO – OS PRESÍDIOS NO EX-ESPÍRITO SANTO - Laerte Braga

O senador Gérson Camata, PMDB, é um desses prodígios da política brasileira. Um boneco inflado a partir do momento que a política virou um exercício de venda (vender sabão em pó, tira manchas, manchas, pasta de dente, creme embelezador e rejuvenescedor, etc). Em que alínea classificar o senador não sei. Entre aquelas que se dobram sem quebrar, pois está sempre a se dobrar diante do poder.

Nem falo de poder constituído, mas de outro poder. O das verdinhas, ou da cor que o leitor preferir.

Nessa alínea, com certeza, não pode ser aquele desinfetante mais inteligente que a dona de casa, pois limpa o vaso sem nenhum esforço e ainda continua limpando por vários dias, vaso ou ambiente. O senador não tem cérebro, mas caixa registradora em seu lugar.

Sair em defesa de Paulo Hartung é mais ou menos como defender o criminoso disposto a pagar qualquer preço a quem quer se disponha a defendê-lo. E Gérson é barato. Aécio que o diga. Um acordinho sem maiores dificuldades, tipo consciência lavada, está pronta para outra, assim desse tipo. Duas aspirinas e pronto.

Quando Leonel Brizola era governador do Rio de Janeiro, eleito em 1982, buscando formas de inculpá-lo de todos os males que aconteciam no Rio, no País e no mundo, a grande mídia, GLOBO à frente, fez o que pode e não pode para transformar Brizola num monstro sem entranhas, assim tipo Paulo Hartung, José Collor Arruda Serra, FHC, Yeda Crusius, José Roberto Arruda, Kátia Abreu, vai por aí.

Uma das acusações que se fazia a Brizola era a de ter feito um acordo com o crime organizado e permitido a ação de traficantes e banqueiros de jogo do bicho.

O que sobrou do Rio depois de Brizola? Moreira Franco, Marcelo Alencar, o casal Garotinho, Sérgio Cabral e seus muros, Benedita da Silva? Putz! Pós Brizola não aconteceu nada no Rio exceto um processo acelerado de desintegração da cidade maravilhosa.

Brizola contrariou interesses dos grandes em todos os sentidos e naquilo que a GLOBO e outros chamaram de “acordo com o tráfico e banqueiros de jogo do bicho”, o governador apenas cumpriu a lei. Determinou que estavam proibidas ações ilegais da Polícia Militar ou da Polícia Civil em favelas.

Tipo BOPE, que encanta a classe média, chegar, meter o pé na porta do barraco, arrombar, entrar e espancar todo mundo para obter a “verdade”. Ou simplesmente matar.

Que tal uma comparada da relação entre a violência nos dois governos de Brizola e a de hoje?

Quem se revoltou com Brizola foram os policiais corruptos, muitos deles em altos escalões, os boçais, acostumados à tortura nossa de cada dia. Não houve um flagrante de tráfico de drogas, ou mandado de prisão contra traficante, como determina a lei que não tivesse sido cumprido. Ninguém, no entanto, foi preso, ou acorrentado a corredores, como no antigo Espírito Santo (o que era estado hoje é propriedade de empresas tipo ARACRUZ, VALE, CST, SAMARCO). Nenhum barraco de trabalhador foi invadido de forma bestial por uma polícia doentia, resquício da ditadura militar, aliás, de bem antes, dos tempos em que caçavam escravos fugidos.

A turma da propina ficou a ver navios, a “renda” caiu, a GLOBO, lógico, ficou do lado deles.

Essa mania de acusar os que respeitam e cumprem a lei, como o fez o senador Camata em relação ao ex-governador Vítor Buaiz, é velha.

Lei, direitos humanos, qualquer tipo de direito, na cabeça (vazia) de gente como Camata, só existe se vier acompanhado de mala, de uma pasta, com os “documentos” indispensáveis ao “cumprimento do dever”, ou então um bom acordo para evitar constrangimentos como no caso do feito com Aécio.

Que tal uma olhada nos que contribuíram para a campanha do senador?

A ciência tem descoberto alguns seres que sobreviveram a todas as catástrofes acontecidas ao Planeta em milhões de anos. Muitos deles são vermes que resistiram a pressões aparentemente insuportáveis.

Com certeza Camata é um deles. É só pedir o DNA.

As denúncias que levaram a ONU a questionar a atuação do governo Paulo Hartung na segurança pública dizem respeito às más condições carcerárias no todo. Partiram de vários setores da sociedade inclusive da Polícia Civil (policiais íntegros), estendiam-se e estendem-se ao Judiciário (meio tribunal de justiça foi preso pela Polícia Federal e outra metade não dorme com medo de ser pega).

Os tais investimentos que Camata fala, na construção de presídios renderam propinas polpudas das empreiteiras construtoras e rendem. Como? Nos contratos terceirizados para fornecimento de alimentação a presos. Quem olhar o valor pago, os termos de cada contrato, vai imaginar que cada detento ou condenado no antigo Espírito Santo tem um banquete no café da manhã, outro no almoço e idem ao jantar. Banquete tem sim, mas no Palácio do Governo, para Gerson Camata. Os presos comem arroz, feijão e salsicha.

Do mesmo jeito que Arruda Serra (“vote num careca e leve dois) investe em estradas e depois em pedágio (a mina das campanhas do tucano), Hartung investe onde possa tirar lucros a curto prazo e garantir os aliados políticos.

O discurso do senador, obviamente encomendado, deve ter treinado uma semana para falar corretamente aquilo que os seus patrões mandaram, foi só uma fuga do tema, velho recurso. “Eu não discuto o assunto, boto rótulo nos que denunciam e fica tudo do mesmo tamanho, o caixa dois continua funcionando sem problemas”.

A mídia, a paladina da moral pública, clamando por liberdade de expressão, essa está no bolso, liberdade de expressão para essa gente é a verba que entra por mês, os contratos publicitários com o governo, fornecedores do governo, etc.

Por coincidência (existe isso, coincidência?) é a REDE GAZETA, quadrilha afiliada da REDE GLOBO.

Vamos imaginar que Ermírio Moraes, um dos donos do antigo estado, chegue à redação da REDE GAZETA. Em seguida imagine a turma se ajoelhando e gritando aleluia. É por aí. Seja Ermírio, seja Paulo Hartung (Camata não, Camata faz parte da turma que se ajoelha), sejam os grandes chefes do crime organizado. Os regabofes são comandados por Paulo Hartung.

Aí, a culpa é do outro. É a falsa indignação, a hipocrisia do sou mas quem não é? É assim que pensam. Acham que todos fazem parceria com o governador Aécio Neves.

A propósito, Aecinho, terça-feira, conseguiu um prodígio em meio às viagens que vai fazendo por Minas, em sua campanha para o Senado. Lançou pedra fundamental de promessa como disse um jornalista. Pedra fundamental de promessa. Inaugurou promessas. Sem falar que quando perguntado sobre candidato a presidente, diz com todas as letras. “Eu sou Serra por obrigação partidária, vocês façam o que achar melhor”. Sinal verde para Dilma em Minas. É o que essa declaração significa em mineirês.

É um artista. São uns artistas, com perdão dos artistas.

Veja abaixo, como é vendida a imagem da mulher brasileira e do Brasil no Exterior...

[ 3setor ] Arquitetura sustentavel para o planeta é tema central da visita de arquiteto japones

Arquitetura sustentável para o planeta é tema central da visita de arquiteto japonês
O arquiteto japonês Mitsuru Senda visita o Brasil a convite da Fundação Japão, para uma série de palestras em Curitiba, Porto Alegre e São Paulo, nos dias 11, 16 e 18 de março de 2010, respectivamente. Fundador e presidente do Environment Design Institute (EDI), Senda falará sobre os projetos de arquitetura e design ambiental, suas especialidades. Participa na Conferência Internacional de Cidades Inovadoras, em Curitiba; palestra no Centro Universitário Ritter dos Reis/UniRitter e, por final, ministra palestra na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), em São Paulo.

Também mostrará ao público os projetos desenvolvidos pelo seu escritório, a EDI (www.ms-edi.co.jp/e_index.html) de Tokyo, especializado em projetos de espaços públicos, esportivos e especialmente, espaços para o lazer e recreação infantil. Criado em 1968, quando Senda tinha apenas 26 anos, o arquiteto preferiu nomear sua empresa como instituto e não como um escritório convencional, já prevendo a necessidade de um comprometimento maior dos profissionais do ramo com os problemas globais.

"Penso que existem quatro elementos importantes no design ambiental, que são: relação, unificação, participação e sustentabilidade. Até agora, o design arquitetônico focava a independência, o simbolismo, a peculiaridade (autoria), características artísticas e que possui uma tendência espacial voltada para o interior. Já o ambiental, olha mais no exterior e foca nos problemas ambientais globais", articula Senda.

Sobre Mitsuru Senda

O arquiteto foi também presidente do Instituto dos Arquitetos do Japão (JIA), entre 2001 e 2003. Sua área de atuação é em projetos de arquitetura e design ambiental. Desde 2004, preside a Association for Children Environment (www.children-environment.org), uma organização dedicada ao estudo e pesquisa dos espaços dedicados às atividades infantis.

Em seu currículo de projetos destacam-se parques e espaços públicos, como o Novo Estádio da Cidade de Hiroshima, inaugurado em 2009. Recebeu diversos prêmios por seus trabalhos, incluindo os Prêmio do Instituto de Arquitetos do Japão, Prêmio Associação de Paisagismo do Japão, o prêmio Good Design, entre tantos outros.
Serviço

Curitiba
Participação na “Conferência Internacional de cidades inovadoras” da FIEP.
Palestra "Em busca de uma arquitetura sustentável para o planeta" (Painel 8)
Data: Dia 11 de março de 2010, das 11h às 13h
Local: Centro de Eventos da FIEP
Av. Comendador Franco, 1341 - Jardim Botânico - Curitiba / PR
Site: www.cidadesinovadoras.org.br/FreeComponent10069content87989.shtml

Porto Alegre
Palestra "Em busca de uma arquitetura sustentável para o planeta"
Data: Dia 16 de março de 2010, às 19h

Local: Centro Universitário Ritter dos Reis/UniRitter - Auditório Master
Rua Orfanotrófio, 555 - Alto Teresópolis - Porto Alegre / RS
Entrada gratuita
Palestra proferida em japonês, com tradução consecutiva.
Site: www.uniritter.com.br/index.php?noticia=1062

São Paulo
Palestra “Em busca de uma arquitetura sustentável para o planeta"
Data: Dia 18 de março de 2010, das 12 às 14h
Local: Auditório da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) - Rua do Lago, 876 - Cidade Universitária - SP
Entrada gratuita
Palestra proferida em japonês, com tradução simultânea.
É necessário fazer inscrição prévia pelo e-mail info@fjsp.org.br enviando nome completo e telefone
Tel.: (11) 3141-0110

Em Curitiba
Realização: FIEP
Apoio: Fundação Japão e Consulado Geral do Japão em Curitiba.

Em Porto Alegre
Realização: Fundação Japão e Escritório Consular do Japão em Porto Alegre
Apoio: Centro Universitário Ritter dos Reis/UniRitter - Arquitetura e Urbanismo

Em São Paulo
Realização: Fundação Japão, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), SBPN Associação Brasil - Japão de Pesquisadores.
Apoio: Consulado Geral do Japão em São Paulo, LABIM, NUTAU USP

Informações, fotos e contatos para imprensa:
Erico Marmiroli - (11) 9372 7774 / (11) 3865 0656 - erico.marmiroli@gmail.com
Sandra Keika Fujishiro - (11) 3141 0110 - kei@fjsp.org.br




quinta-feira, 11 de março de 2010

A PETROBRAS VERSUS DILMA - Laerte Braga

O jornal THE GLOBE, um dos departamentos de uma agência de comunicação norte-americana voltada para a América Latina e, neste momento, porta-voz da candidatura José Collor Arruda Serra, editado no Brasil sob o título O GLOBO, estampou em sua primeira página da edição de hoje, 10 de março, que a ministra chefe do Gabinete Civil inflou os números dos investimentos da PETROBRAS neste ano. Dilma falou em 85 bilhões e a empresa, em nota oficial posterior, “corrigiu” para baixo, 79 bilhões de reais.

Pedro Bial, apresentador do BBB, capa da revista ROLING STONE do mês de
março, disse em entrevista àquela publicação que

*“Esse papo de credibilidade...quem quer isso é pastor, padre. Não vou
fundar igreja, não quero que acreditem em mim. Os jornalistas em geral se
levam muito a sério”.*

* *
É um dos golden boys da organização norte-americana. Ao fazer uma declaração
desse jaez assume publicamente que pouco importa a veracidade do que diz, ou
deixa de dizer (isso é muito importante) a agência para a qual trabalha ou
os próprios jornalistas desse enclave estrangeiro na comunicação no Brasil.
Empresas públicas, estatais (de economia mista, como a PETROBRAS) são
empresas construídas a partir dos contribuintes brasileiros, tomando por
contribuinte todos os cidadãos deste País. Têm deveres o obrigações com o
Brasil e os brasileiros. Não são feudos de grupos corporativos, montados em
privilégios que não se justificam e nem têm nada a ver com a luta popular,
no caso específico, a luta pela volta do monopólio estatal do petróleo.
Muito menos a PETROBRAS, resultado de uma história de lutas que deixou
sangue escorrendo nas páginas de nossa História e abrigou figuras do porte
de Monteiro Lobato, a campanha do PETRÓLEO É NOSSO…
Uma das dificuldades do presidente da Venezuela foi a de obter de um
sindicalismo comprometido com as elites, compromissos com políticas públicas
da PDEVESA. No documentário “A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA” o principal
desses líderes aparece ao lado dos golpistas.
Setores estratégicos da economia de um País como o Brasil devem ser dos
brasileiros, logo, estatizados. O governo FHC levou a cabo um processo de
privatizações que, ao largo da corrupção que o caracterizou, entregou vários
desses setores a grupos estrangeiros, abrindo mão de parte da soberania
nacional, do próprio território no caso da privatização da VALE e das
perspectivas de avanços tecnológicos já visíveis à época, para além desse
conjunto de empresas, na EMBRAER por exemplo.
Da mesma forma que o sucateamento da IMBEL e da ENGESA é um crime de lesa
pátria.
Empresas estatais qualquer que seja a sua natureza diferem de empresas
privadas exatamente por aí.
Se o monopólio do petróleo é fundamental, de ponta a ponta, como no decreto
assinado por João Goulart pouco antes do golpe e uma das razões do golpe
desfechado pelos EUA contra àquele governo (comandando e através da maioria
das forças armadas brasileiras), é exigência mínima que esse monopólio sirva
aos interesses nacionais e não a corporações de funcionários, sindicatos, ou
conjunto de forças aos quais se agrega parte das elites políticas e
econômicas.
O presidente Lula ou chama o diretor, ou responsável pela “correção” e
determina que a verdade seja dita, ou manda de vez, que esse cidadãos, ou
esses se for o caso, peçam o boné e instalem-se de vez onde deveriam estar.
No esquema FIESP/DASLU, enclave territorial estrangeiro em nosso País, uma
espécie de Mônaco dentro do Brasil, levando-se em conta que o principado
europeu é o paraíso de sonegadores, mafiosos, o de sempre.
É claro que nem todos os setores sindicais da PETROBRAS (está citada aqui
por conta do fato, a discrepância entre o que foi dito pela ministra e o que
foi dito pela empresa, subordinada ao presidente da República, à própria
ministra) têm esse compromisso pelego e anti-nacional, corporativo. Mas é
evidente que muitos deles têm a estatal como propriedade privada e geradora
de privilégios que nada têm a ver com o povo brasileiro.
Dessa deformação surgiram argumentos capazes de iludir os brasileiros à
época de FHC, que privatizando estaríamos tomando o caminho do futuro. Nos
afundamos na irresponsabilidade criminosa do ex-presidente que, pelo visto,
mantém bastiões dentro da empresa.
Empresa privada em setores estratégicos da economia, capazes de gerar
tecnologias de ponta e manter preservadas e intactas a soberania nacional e
a integridade de nosso território são uma aberração. Uma contradição, não
existe isso.
É o caso da VALE, da EMBRAER, dos setores de mineração, da produção e
distribuição de energia elétrica e telecomunicações. Do setor bancário.
Ficamos com as privatizações como que uma nação torta, senhora de parte do
seu destino e governada de fora para dentro de outra parte. Há pouco mais de
três anos o governo venezuelano desejava comprar aviões da EMBRAER e o
governo dos EUA que têm participação na empresa vetou a operação.
Há bem mais que recuperar o monopólio estatal do petróleo. É fundamental
reestatizar esses setores básicos da economia. E dar-lhes transparência e
caráter popular, do contrário acabam apoiando golpes, ou trazendo a público
declarações como a contida na nota oficial que “desmente” a ministra, com
claros e notórios interesses políticos de corporações pelegas que se alojam
nas estatais, escondidos na bandeira do Brasil brasileiro, mas com a roupa
de baixo pronta para ser mostrada ao BRAZIL dos EUA.
O que foi construído por FHC e que agora espera que José Collor Arruda Serra
conclua a “obra”.
O sindicalismo brasileiro, em boa parte, perdeu suas características de
instrumento de luta da classe trabalhadora, para transformar-se parceiro das
elites políticas e econômicas, mesmo quando empunha bandeiras públicas de
defesa do interesse nacional.
O episódio envolvendo a PETROBRAS e a ministra Dilma Roussef mostra que ou o
governo age como Chávez agiu na Venezuela, dá transparência a estatal de
petróleo, compromete-a com políticas populares (há setores do sindicalismo
na empresa que têm essa visão, não mergulharam no corporativismo pelego e
nem na visão estritamente técnica/cega), ou vai ser tragado pelo peleguismo,
pelo tecnicismo dos que entendem que ser popular é só aparecer na camisa do
Flamengo.
E outra vez o discurso privatizante que tanto prejuízo causou e causa ao
Brasil e brasileiros vai ganhar força.
THE GLOBE e todo o conjunto chamado grande mídia está aí cheio de gente como
Pedro Bial, para os quais credibilidade é irrelevante. Bial só tornou mais
clara a declaração de William Bonner que o telespectador do JORNAL NACIONAL
é “Homer Simpson”, um nível abaixo do leitor contumaz de VEJA, a tal classe
média.
O episódio é em si, por si, ilustrativo dessa situação. Defensores da
privatização, tucanos/DEM e pelegos sindicais precisa ser afastados e
enquadrados.
Do contrário a PETROBRAS não é do Brasil e nem dos brasileiros, mas de uma
pequena corporação de privilegiados.
A ministra não mentiu, quem agiu de maneira solerte e deliberada foram
setores da empresa comprometidos com o que quer que seja, mas certamente não
o são nem com o Brasil e nem com a PETROBRAS como empresa estatal.
A grande frustração do esquema FIESP/DASLU, é que a princesa de Mônaco era
Grace Kelly, agora Caroline, enquanto a de cá ou é Miriam Leitão, ou Lúcia
Hipólito ou o terror da Amazônia, miss desmatamento, a senadora corrupta do
DEM que atende pela alcunha de Kátia Abreu.

quarta-feira, 10 de março de 2010

A Justiça decidiu que somente a mulher vítima de violência doméstica pode entrar com ação contra o agressor. Para as feministas e o Ministério Público, a decisão enfraquece a Lei Maria da Penha. Também há ações questionando sua constitucionalidade. A lei está ameaçada? Envie perguntas para expressaonacional@camara.gov.br ou 0800-619619.
O Código Florestal Brasileiro está em revisão. A lei, de 1965, contém conceitos como o das APPs e Reserva Legal. As mudanças acirram o embate entre ambientalistas e ruralistas, e a sociedade também se manifesta.
O O deputado Miguel Martini (PHS-MG), presidente do grupo de trabalho do projeto Ficha Limpa, explica que a consolidação da proposta será entregue ainda em março e, se aprovada até junho, poderá valer para as eleições deste ano.

3setor ] Projeto da Câmara quer proibir as emissoras de rádio e TV de transmitirem situações e cenas que atentem contra a dignidade humana.

Ver TV discute a agressividade dos reality shows (bl.1)
Os programas de televisão que acompanham o dia-a-dia dos participantes, conhecidos como reality shows, fazem sucesso entre os telespectadores, mas também estão entre os mais criticados pela população e por especialistas, em grande parte por serem agressivos e exporem as pessoas a situações humilhantes. O modelo não se resume ao BigBrother da TV Globo, talvez o mais famoso deles: outros tratam de moda, de alimentação e até da educação de crianças.
Um projeto da Câmara quer proibir as emissoras de rádio e TV de transmitirem situações e cenas que atentem contra a dignidade humana. A multa pode chegar a R$50 mil, valor que dobra se o alvo da humilhação for menor de idade. A proposta é do deputado federal Nelson Goetten (PR-SC).
Este é o assunto do Ver TV desta semana, que reuniu o diretor de televisão Márcio Augusto, que trabalhou em três edições do BigBrother; Roseli Goffman, do Conselho Federal de Psicologia; e Alberto Baptista, ex-participante do BigBrother, conhecido como Cowboy.
Reprodução autOrizada mediante citação da TV Câmara

[ 3setor ] Rede de comunicadores em apoio à reforma agrária

No dia 11 de março, será realizada, a partir das 19 horas, no auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (rua Rego Freitas 530) uma reunião para montagem da "rede de comunicadores em apoio à reforma agrária e contra a criminalização dos movimentos sociais". Manifesto de lançamento do grupo denuncia a ofensiva dos setores conservadores no Brasil contra a reforma agrária e qualquer movimento que combata a desigualdade e a concentração de terra e renda.
Redação
Manifesto de lançamento
Está em curso uma ofensiva conservadora no Brasil contra a reforma agrária,
e contra qualquer movimento que combata a desigualdade e a concentração de
terra e renda. E você não precisa concordar com tudo que o MST faz para
compreender o que está em jogo.
Uma campanha orquestrada foi iniciada por setores da chamada "grande
imprensa brasileira" - associados a interesses de latifundiários,
grileiros - e parcelas do Poder Judiciário. E chegou rapidamente ao
Congresso Nacional, onde uma CPMI foi aberta com o objetivo de constranger
aqueles que lutam pela reforma agrária.
A imagem de um trator a derrubar laranjais no interior paulista, numa
fazenda grilada, roubada da União, correu o país no fim do ano passado, numa
ofensiva organizada. Agricultores miseráveis foram presos, humilhados.
Seriam os responsáveis pelo "grave atentado". A polícia trabalhou rápido,
produzindo um espetáculo que foi parar nas telas da TV e nas páginas dos
jornais. O recado parece ser: quem defende reforma agrária é "bandido", é
"marginal". Exemplo claro de "criminalização" dos movimentos sociais.
Quem comanda essa campanha tem dois objetivos: impedir que o governo federal
estabeleça novos parâmetros para a reforma agrária (depois de três décadas,
o governo planeja rever os "índices de produtividade" que ajudam a
determinar quando uma fazenda pode ser desapropriada); e "provar" que os que
derrubaram pés de laranja são responsáveis pela "violência no campo".
Trata-se de grave distorção.
Comparando, seria como se, na África do Sul do Apartheid, um manifestante
negro atirasse uma pedra contra a vitrine de uma loja onde só brancos podiam
entrar. A mídia sul-africana iniciaria então uma campanha para provar que a
fonte de toda a violência não era o regime racista, mas o pobre manifestante
que atirou a pedra.
No Brasil, é nesse pé que estamos: a violência no campo não é resultado de
injustiças históricas que fortaleceram o latifúndio, mas é causada por quem
luta para reduzir essas injustiças. Não faz o menor sentido...
A violência no campo tem um nome: latifúndio. Mas isso você dificilmente vai
ver na TV. A violência e a impunidade no campo podem ser traduzidas em
números: mais de 1500 agricultores foram assassinados nos últimos 25 anos.
Detalhe: levantamento da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostra que dois
terços dos homicídios no campo nem chegam a ser investigados. Mandantes
(normalmente grandes fazendeiros) e seus pistoleiros permanecem impunes.
Uma coisa é certa: a reforma agrária interessa ao Brasil. Interessa a todo o
povo brasileiro, aos movimentos sociais do campo, aos trabalhadores rurais e
ao MST. A reforma agrária interessa também aos que se envergonham com os
acampamentos de lona na beira das estradas brasileiras: ali, vive gente
expulsa da terra, sem um canto para plantar - nesse país imenso e rico, mas
ainda dominado pelo latifúndio.
reforma agrária interessa, ainda, a quem percebe que a violência urbana se
explica - em parte - pelo deslocamento desorganizado de populações que são
expulsas da terra e obrigadas a viver em condições medievais, nas periferias
das grandes cidades.
Por isso, repetimos: independente de concordarmos ou não com determinadas
ações daqueles que vivem anos e anos embaixo da lona preta na beira de
estradas, estamos em um momento decisivo e precisamos defender a reforma
agrária.
Se você é um democrata, talvez já tenha percebido que os ataques coordenados
contra o MST fazem parte de uma ofensiva maior contra qualquer entidade ou
cidadão que lutem por democracia e por um Brasil mais justo.
Se você pensa assim, compareça ao Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, no
próximo dia 11 de março, e venha refletir com a gente:
- Por que tanto ódio contra quem pede, simplesmente, que a terra seja
dividida?
- Como reagir a essa campanha infame no Congresso e na mídia?
- Como travar a batalha da comunicação, para defender a reforma agrária no
Brasil?
É o convite que fazemos a você.
Assinam:

- Altamiro Borges
- Antonio Biondi
- Antonio Martins
- Bia Barbosa
- Cristina Charão
- Dênis de Moraes
- Giuseppe Cocco
- Hamilton Octavio de Souza
- Igor Fuser
- Joaquim Palhares
- João Brant
- João Franzin
- Jonas Valente
- Jorge Pereira Filho
- José Arbex Jr.
- José Augusto Camargo
- Laurindo Lalo Leal Filho
- Luiz Carlos Azenha
- Marco Aurélio Weissheimer
- Renata Mielli
- Renato Rovai
- Rita Casaro
- Rodrigo Savazoni
- Rodrigo Vianna
- Sérgio Gomes
- Vânia Alves
- Verena Glass
- Vito Giannotti

Importante: A proposta é que a rede de comunicadores em apoio à reforma
agrária tenha caráter nacional. Esse evento de São Paulo é apenas o início
deste processo. Promova lançamentos também em seu estado, participe e
convide outros comunicadores para aderirem à rede.



__._,_.___

DiAfonso em 10/03/2010 - No mural do Blog

DiAfonso em 10/03/2010

DIAfonso- Olá! O Blog está de parabéns! Muitíssimo sugestivo. Fenomenal. O Terra Sem Males já está linkado ao Terra Brasilis. Abs!

Barbet - Agradecemos de todo o coração e esperamos contar com a sua ajuda, a luta é grande, temos muito trabalho. Mande o link do seu blog para colocarmos aqui.
Abs Equipe Terra Sem Males

[ 3setor ] Neste Domingo DIA 14 Março Caminhada Ecológica TOPO MORRO BABILÔNIA

caminhada ecológica pelo Dia Internacional da ÁGUA e Conscientização sobre a Necessidade de REDUZIR o Aquecimento Global. A Caminhada será no morro da Babilônia e servirá para aprimorar nosso respeito para com o MEIO AMBIENTE EM QUE VIVEMOS, e, além de lembrar o Dia Internacional da ÁGUA (22) e Conscientização sobre a Necessidade de REDUZIR o Aquecimento Global, e também para dar visibilidade à Parceria de adoção de APA por Emprendedor Privado, para dar visibilidade a um dos mais bem sucedidos projetos da Prefeitura de nossa Cidade, o Projeto de Reflorestamento que usa mão de obra das próprias Comunidades Vizinhas à área em recuperação ambiental, no caso com o apoio do RIO SUL, adotante das APAs dos Morros da Babilônia, São João e Leme, com a intermediação da ALMA e trabalho de reflorestamento realizado pela COOPERATIVA DE REFLORESTADORES DA BABILÔNIA, conforme PROJETO SMAC, e com acompanhamento do CGA (CONSELHO GESTOR DAS APAs).

A Caminhada terá dois pontos de partida, ver abaixo, e irá até o TOPO do Morro da Babilônia.

Previsão de retorno ao ponto de partida: 13:30 horas.

NÃO precisa fazer inscrição prévia, mas para sabermos mais ou menos o número de participantes, clique responder comunicando que pretende participar. Se estiver tempo chuvoso ligue para saber se vai ocorrer a atividade,

=> para sair do PONTO 1 - BOTAFOGO/URCA => CHEGAR até as 09:00 HORAS, do Redondo Parque General Leandro atrás do nº 66 da Rua Lauro Muller (rua atrás do Rio Sul), e informações no dia pelo telefone 9121-1498 <= na dúvida ligue para confirmar se vai acontecer! Previsão de retorno ao ponto de partida: 13:30 horas.

=> para sair do PONTO 2 - LEME => CHEGAR antes das 09:40 HORAS, Esquina da Rua Ribeiro da Costa com a Ladeira Ari Barroso e informações ligar FONE 2295-6649 ou 9659-4714 <= na dúvida ligue para confirmar se vai acontecer! Previsão de retorno ao ponto de partida: 13:00 horas.

=> É necessário TRAZER documento de IDENTIDADE com foto (embalar em saquinho plástico para o caso de chuva no meio do caminho) no dia da CAMINHADA para poder adentrar em ÁREA MILITAR.
Recomendamos vir de calçado fechado, porém leve, trazer uma garrafa pet de 2 litros de água por pessoa para beber e, comida nutritiva mas leve para um lanche comunitário no TOPO DO MORRO DA BABILÔNIA, antes do ABRAÇO COLETIVO AO MEIO AMBIENTE.

Os participantes receberão um BONÉ e uma CAMISA, que será o "uniforme" de nossa CAMINHADA, patrocinados pelo RIO SUL.

=> Menores podem participar, desde que acompanhados, e com o formulário de autorização que será distribuído e pode ser preenchido e assinado no dia pelo responsável pelo menor.
CONFIRMAÇÃO: NÃO será enviada confirmação para quem se inscrever, é só aparecer no HORÁRIO MARCADO, e participar! <= na dúvida ligue para confirmar se vai acontecer! Telefones 9121-1498, 2295-6649 ou 9659-4714.

Por favor, desculpe se receber a mensagem mais de uma vez: é que enviei para várias listas e seu endereço pode estar em mais de uma lista.

A atividade conta com o apoio

da Cooperativa de Reflorestadores da Babilônia,

da Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SMAC,

do Centro de Estudos do Pessoal do Exército,

da Prefeitura Militar da Zona Sul

e do RIO SUL, Amigo do Meio Ambiente, QUE patrocina permanentemente o REFLORESTAMENTO das APAs dos Morros da Babilônia, São João e Leme.

Todos se encontrarão no Topo do Morro da Babilônia para fazermos nosso Tradicional Abraço ao Meio Ambiente, previsto para ocorrer às 11:15 horas, e a descida começa às 11:45 horas, com encerramento 12:45 horas na quadra da Babilônia/Chapéu Mangueira.

A paisagem é deslumbrante e a trilha é considerada suave.

(ver roteiro ao final)

O trabalho de reflorestamento feito pela COOPERATIVA DE REFLORESTADORES DA BABILÔNIA, com recursos pagos pelo RIO SUL, projeto e acompanhamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente - SMAC, CGA e ALMA.

O reflorestamento nas APAs dos Morros da Babilônia, São João e Leme, além de mudar a paisagem de capim colonião, que todo ano pegava fogo, para áreas arborizadas, também gera emprego e renda para moradores das comunidades, que trabalham como reflorestadores.

E nessas APAs dos morros da Babilônia, São João e Leme, com a intensa participação das Associações de Moradores das Comunidades Vizinhas, da SOAPA Leme do GAE e Ambientalistas, do Exército Brasileiro, que participa de forma ativa e de forma hospitaleira bimensalmente recebe a reunião dos ambientalistas, e atuação da SMAC, e outros Órgãos Públicos, os ecolimites, regra geral, tem sido respeitados.

É importante enfatizar que o apoio do Rio Sul tem sido fundamental na implantação e manutenção contínua do reflorestamento nos últimos 9 anos.

Contamos com sua presença e dos seus amigos nessa nossa caminhada:

A CERIMÔNIA DE ENCERRAMENTO será às 12:45 horas na quadra da Babilônia/Chapéu Mangueira, ponto comum de chegada da caminhada.

Os participantes receberão um BONÉ e uma CAMISA, que será o "uniforme" de nossa CAMINHADA, patrocinados pelo RIO SUL.

DADOS DA CAMINHADA:
===============================
MENORES DEVERÃO ESTAR ACOMPANHADOS DE UM ADULTO, o qual DEVE preencher O FORMULÁRIO de AUTORIZAÇÃO PARA PARTICIPAR DE PASSEIO AO MORRO DA BABILÔNIA, na hora de assinar a lista de participantes, ou trazer um pronto com os seguintes dizeres:

Na qualidade de responsável pelo menor abaixo
identificado, como (mãe, pai, tutor) ____________,
autorizo o mesmo, que tem ______ anos de idade, a
participar do referido passeio tendo ciência que os organizadores estão isentos de quaisquer ônus decorrentes de eventuais acidentes. Orientarei o menor pelo qual sou responsável a seguir com rigor toda a orientação dos
guias e instrutores que acompanharão o passeio. Declaro estar ciente com o roteiro e condições do passeio e que DESPESAS EXTRAS CORRERÃO POR MINHA CONTA.
Nome completo do menor:
Nome legível do responsável:
Endereço:
CEP:
Cidade:
Endereço eletrônico:
Identidade Nº
Órgão emissor da identidade:
Telefone de contato para emergência:
Assinatura do responsável:
======================================

ROTEIRO proposto para a CAMINHADA: (poderá sofrer pequenas alterações)

PONTO 1: visão da Ilha Rasa (ou do Farol), do Arquipélago das Cagarras, do Forte de Copacabana, dos Morros Pavão e Pavazãozinho, Cabritos, Agulhinha e São João.
PONTO 2: notar que existem poucas árvores com mais de um palmo de diâmetro, que são as árvores pré-existentes ao reflorestamento. Todas as árvores com diâmetro menor que um palmo são parte do trabalho de reflorestamento. A grande quantidade de leucena se deve ao sementeio da mesma para ajudar no sombreamento rápido como tática para retardar a germinação e crescimento do capim colonião.
PONTO 3: paiol de guarda de explosivos usados na abertura do túnel do metrô.
PONTO 4: casa mata construída na época da 2ª guerra para triangulação (usada com técnica para localização de navios alvo da nossa defesa) e também como ponto de observação.
PONTO 5: árvore frutífera nativa, sete capas (sete capotes).
PONTO 6: mirante do Rio Sul, de onde se observa bem o vale de Botafogo até o Humaitá, além de todo o entorno da enseada de Botafogo.
PONTO 7: ruína de construção cujo último uso foi de um casal de idosos, que morou ali até cerca de 50 anos atrás, de onde se pode ver todos os prédios que formam a área de atuação da ALMA.
PONTO 8: TOPO DO MORRO, ou MIRANTE DO TELÉGRAFO, que tem uma visão de 360 graus do Rio: Vale do Humaitá, Cristo Redentor, Botafogo, Dona Marta, Enseada de Botafogo, Flamengo, Ilha do Governador, fundos da Baia de Guanabara, Ponte, Niterói, Santo Amaro, Morro da Urca, Pão de Açúcar, Leme, Copacabana, Morros Dois Irmãos, Pedra da Gávea, Horto, voltando ao Humaitá.
PONTO 9: ABRAÇO AO TOPO DO MORRO!
PONTO 10: começo da descida passando por mais uma casa mata

PONTO 11: caminho todo arborizado pelo trabalho do reflorestamento
PONTO 12: descida e ato de encerramento às 12:45 horas, com lanche oferecido pelos organizadores.

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Se os Governos do Mundo afora tivessem um mínimo de consciência das tragédias que virão em função do aquecimento global imporiam restrições severas ao corte de árvores e, desencadeariam CAMPANHAS MACIÇAS E MASSIVAS PARA O REPLANTIO DE ÁRVORES EM TODOS OS TERRENOS SUBUTILIZADOS. Mas, infelizmente, salvo raras exceções, a cada dia, tudo se volta, mais e mais, em favor do lucro, principalmente à custa da DESTRUIÇÃO predatória da Natureza.

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A ALMA convida a todos para comemoração de seus 33 anos de Fundação: 18horas, Missa, seguida de, às 19:00 horas, APRESENTAÇÃO DO CORAL DOS EMPREGADOS DA PETROBRÁS, no dia 30/09/2009, uma quarta-feira, na nave principal da Igreja de Santa Teresinha, AV LAURO SODRÉ, 83, ao lado do RIO SUL, e logo depois saborear um delicioso BOLO VERDE, que representa a luta da ALMA pela implantação da ÁREA VERDE ZCVS em todo o lado par da Rua Marechal Ramon Castilla.

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Abílio Tozini - em apoio à divulgação da Caminhada do CGA

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APELO UM:

Envie uma mensagem ao Prefeito do Rio (edupaes@uol.com.br,)
e outra mensagem em separado ao Juiz da 7ª Vara de Fazenda Pública (cap07vfaz@tj.rj.gov.br, )
e outra para a Câmara Municipal do Rio (ascom@camara.rj.gov.br, ) dizendo:
Declaro total apoio aos esforços da ALMA em fazer cumprir as leis em vigor, em especial a Lei Municipal 1579/90 e o PEU 001: Digo SIM AO PARQUE ARBORIZADO SENHOR DOS MILAGRES em TODO O LADO PAR da Rua Marechal RAMON CASTILLA! Digo NÃO às CONSTRUÇÕES e NÃO a estacionamentos de carros na ÁREA A ARBORIZAR no lado par da Rua Marechal Ramon Castilla! Árvores SIM, carros NÃO! Exijo o cumprimento dos ACÓRDÃOS TRANSITADOS EM JULGADO 1999.001.06475 (processo 1991.001.105502-5) e 2006.001.9737 (processo 1991.001.037056-7) JÁ! REMOÇÃO DOS ESTACIONAMENTOS JÁ e IMPLANTAÇÃO da ÁREA VERDE ZCVS (Zona de Conservação da Vida Silvestre) JÁ! DIGO SIM À PRESERVAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA!

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APELO DOIS:

Bom Brasileiro, entre na luta em defesa no nosso petróleo, acesse www.presal.org.br SOBERANIA JÁ!
Qual será o destino da gigantesca fonte de recursos a ser gerada pelo Petróleo Brasileiro, em especial pelo petróleo da camada PRÉ-SAL?

O Brasil precisa da sua atuação.

UMA TAREFA PARA TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS:
O lucro do petróleo precisa se reverter para gerar benefícios para TODO O POVO BRASILEIRO, e não para políticos venais, espertalhões e lobistas das transnacionais do petróleo! Para que isso ocorra TODOS precisam se envolver em uma grande campanha para UMA NOVA LEI DO PETRÓLEO E GÁS, que defina com clareza QUAL SERÁ O DESTINO DO LUCRO gerado pela produção do petróleo e gás em território e águas continentais do Brasil.
1è Propomos COLETAR UM MILHÃO e TREZENTAS MIL ASSINATURAS e MOBILIZAR TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS para, se necessário, ir para as ruas e garantir que o PETRÓLEO, o GÁS e o PRÉ-SAL são do BRASIL e de TODOS os Brasileiros e Brasileiras!
Como participar: reproduza o abaixo-assinado do verso ou baixe o abaixo-assinado da página www.presal.org.br/download/abaixo_assinado_presal.doc
e colete as assinaturas de todos os seus amigos, vizinhos e familiares com 16 anos acima, sempre com o número do documento e nome completo anotados legíveis e corretamente.
Os abaixo-assinados completos devem ser encaminhados para a FUP conforme endereço no rodapé do próprio abaixo-assinado. O Brasil precisa do seu trabalho na coleta de UM MILHÃO e 300 MIL assinaturas! Esse será um dos primeiros passos para garantir que
o PETRÓLEO, o GÁS e o PRÉ-SAL são do BRASIL e de TODOS os BRASILEIROS!
2è Mas isso não será suficiente: temos que acompanhar e EXIGIR que os DEPUTADOS e SENADORES votem a FAVOR de UMA NOVA LEI DO PETRÓLEO E GÁS, que DEFINA COM CLAREZA que a receita líquida auferida pela União com as atividades econômicas de exploração e produção, já excluídos os custos da atividade, o investimento e o re-investimento necessários à execução das políticas e diretrizes energéticas e à busca de fontes alternativas de energia renovável e limpa, e o aporte implicado pelo autofinanciamento, será destinada ao Fundo Social Soberano, constituído com a finalidade específica de promover incrementos na saúde, previdência, e educação públicas, em projetos de habitação popular, e para a realização da reforma agrária, ou seja, em benefícios para TODOS os BRASILEIROS e BRASILEIRAS.
Com o dinheiro gerado pelo petróleo e gás e derivados podemos nos tornar em um País sem favelas, alfabetizado, consciente, com igualdade de direitos e também deveres.
3è E mais: que todos os insumos dessa indústria do petróleo e gás e derivados sejam produzidos no BRASIL, criando uma malha fantástica de empregos com carteira assinada.
4è E mais ainda: que a nova lei do petróleo e gás não tente reinventar a roda! Temos no Brasil uma das mais RENTÁVEIS e ADMIRADAS empresas do MUNDO, a PETROBRÁS, e é a essa empresa, que por mais de 50 anos abastece fielmente o Brasil de petróleo e derivados, que A NOVA LEI PRECISA DELEGAR a MISSÃO de produzir, industrializar e distribuir o petróleo, o gás e derivados, com total transparência, garantindo que o lucro gerado pela produção do petróleo e gás do Brasil se reverta para benefícios para TODOS os BRASILEIROS e BRASILEIRAS: TUDO DE PETRÓLEO E GÁS PARA A PETROBRÁS. PETOBRÁS 100% BRASIL!
Para isso ser realidade você precisa se transformar em verdadeiro Guerreiro/Guerreira da garantia de que nossa riqueza seja para TODOS os BRASILEIROS e BRASILEIRAS: reproduza o abaixo-assinado, colete as assinaturas e envie os abaixo-assinados completos para a FUP, conforme endereço no rodapé do próprio abaixo-assinado. O Brasil precisa do seu trabalho na coleta de UM MILHÃO e 300 MIL assinaturas! FISCALIZE OS DEPUTADOS E SENADORES.
Esse será um dos primeiros passos para garantir que o PETRÓLEO, o GÁS e o PRÉ-SAL sejam do BRASIL e de TODOS os BRASILEIROS e BRASILEIRAS, e para construirmos País Justo e Verdadeiro.
Mais informações clique: www.presal.org.br ou escreva para muprj@fup.org.br

[ 3setor ] COTAS: Uma questão de justiça social (Fábio Konder Comparato)

Entre os dias 3 e 5 de março, 45 especialistas discutiram a legitimidade da reserva de vagas para negros em universidade públicas no plenário do Supremo Tribunal Federal. A audiência pública foi convocada pelo ministro Ricardo Lewandowski, relator de um processo movido pelo partido Democratas (ex-PFL) contra a Universidade de Brasília (UnB), que reserva 20% das vagas disponíveis no seu vestibular a estudantes negros.
Para o jurista Fábio Konder Comparato, professor aposentado da Universidade de São Paulo e um dos defensores da proposta, a adoção de cotas raciais nas universidades públicas “não apenas é constitucional, como a ausência desse tipo de política representa uma inconstitucionalidade por omissão”. Confira, abaixo, a íntegra da entrevista concedida à CartaCapital.

CartaCapital: As cotas raciais são constitucionais?
Fábio Konder Comparato: Em primeiro lugar, é preciso saber que a reserva de vagas para negros nas universidades públicas não apenas é constitucional como a ausência desse tipo de política representa uma inconstitucionalidade por omissão. O artigo 3º, inciso III, da Constituição de 1988, é muito claro a esse respeito. “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais”. Essa determinação constitucional não é um simples programa de intenções. É uma norma obrigatória. Enquanto os poderes públicos não cumprem esse objetivo nem tomam medidas para atingi-lo, eles estão descumprindo a Constituição. No caso específico da população negra, a desigualdade é brutal. Atualmente, pretos e pardos representam mais de 70% dos 10% mais pobres da nossa população. Eles são os pobres dos pobres. No mercado de trabalho, com a mesma
qualificação e escolaridade, os negros recebem em média a metade do salário pago aos brancos. Enquanto 58% da população branca está no Ensino Médio, há apenas 37% de negros neste mesmo nível educacional.
CC: Daí a necessidade de políticas de inclusão. Mas não necessariamente de reserva de vagas ou cotas raciais, afirmam os críticos da medida. O senhor concorda?
FKC: Essas distorções se reproduzem no Ensino Superior. Além disso, a Constituição tem outros dispositivos análogos à proposta de reserva de vagas para negros nas universidades. No artigo 7º, inciso XX, estabelece-se a necessidade de “proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos”. Da mesma forma como os opositores das cotas chamam esse tipo de política de racista, poderíamos dizer que a Constituição, nesse ponto, foi sexista. Mas não é esse o entendimento, trata-se de uma medida de proteção a uma minoria. E eu insisto num ponto: a ausência de medidas de inclusão como as cotas nas universidades é que representa um descumprimento da norma constitucional. E, devo acrescentar, se ficarmos apenas nessa política de cotas nas universidades, estaremos apenas cumprindo o mínimo daquilo que deveríamos fazer para levantar a população negra no Brasil.
CC: Por mais que se constate a vulnerabilidade da população negra no Brasil, muitos criticam a adoção de critérios raciais no ingresso à universidade. Boa parte deles defende a adoção de critérios estritamente sociais para as cotas, como a renda familiar. Há validade neste tipo de argumento?
FKC: Bom, esse é um retrato do Brasil. Nos EUA, o racismo é declarado, não é escondido. E os americanos tomam medidas para reduzir as desigualdades entre as diferentes etnias. No Brasil, o racismo é enrustido e dissimulado. E toda vez que procuramos lutar contra essa desigualdade escandalosa, os conservadores racistas se põem de pé e bradam contra a existência de “políticas racistas”. Exteriormente temos uma brilhante Constituição, equivalente a dos países mais avançados do mundo. Mas isso daqui é só para inglês ver. Internamente, cada um sabe o seu lugar. E nada de pular de galho, senão o cidadão se arrebenta no chão. Isso representa uma hipocrisia difícil de ser tolerada.
CC: Essa hipocrisia também se verifica no discurso meritocrático? Isto é, de que apenas pelo mérito os melhores alunos deveriam ingressar no Ensino Superior.
FKC: Mas os negros vão entrar na universidade de que jeito? Por decreto? Eles também não passam por um processo de seleção, pelo vestibular? Na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, quando foi criado um curso de pós-graduação em Direitos Humanos, nós criamos vagas preferenciais para estudantes negros e para deficientes físicos. No caso dos negros, o desempenho deles foi exatamente igual ao dos brancos. E eles não entraram de graça, tiveram de passar por um rigoroso processo de admissão.
CC: Para o senhor, todos esses argumentos são falaciosos?
FKC: Sim. Tanto que o partido que encampou essa ação de inconstitucionalidade das cotas é um retrato do Brasil. Eles, com o perdão da palavra, se auto-intitulam “Democratas”. É... no nome são. Mas aqui é assim, tudo é só no nome. Nada é pra valer.
CC: Mas porque este tipo de argumento sensibiliza até mesmo pessoas com histórico de militância no movimento negro, e que identificam nas cotas raciais um precedente perigoso? FKC: Eu entendo isso. Depois de quase quatro séculos de escravidão, existe na mentalidade dos pretos e pardos um complexo de inferioridade muito grande. E muitos rejeitam medidas que consideram puramente assistenciais. Mas estes representam, evidentemente, uma minoria. A grande maioria da população negra é indiferente. Eles engoliram o racismo que sofreram por séculos e não protestam. E há uma minoria esclarecida que defende a dignidade da população negra e exige o cumprimento da Constituição. Assim como há também uma minoria que não quer mexer no assunto porque, segundo eles, isso seria um reconhecimento de que os negros são inferiores. De modo geral, eles se consideram iguais em tudo em relação aos brancos. Acontece que eles não são iguais economicamente ou
socialmente. Os negros estão em situação de grande penúria e os dados que passei não são invenção, tratam-se de dados oficiais. É preciso reconhecer essa injustiça flagrante para lutar contra ela.
CC: Há uma série de ações contestando as cotas raciais na Justiça. O senhor tem conhecimento se também existem ações contra o poder público por descumprimento da Constituição, no que diz respeito à redução das desigualdades étnicas?
FKC: Na Justiça do Trabalho, fiquei sabendo de algumas poucas ações contra bancos, por haver – dissimuladamente, como sempre no Brasil – uma política de não contratação de negros. E foi só recentemente que começaram a aparecer apresentadores negros na tevê brasileira. Os últimos dados do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipea) mostram que, em 2006, 55,2% da nossa população masculina se reconheceu como negra. E 49,7% das mulheres brasileiras também se reconheciam como negras. Levando em conta o percentual considerável daqueles que não reconhecem a sua origem africana, os negros constituem a maioria incontestável da população no Brasil. Deveríamos ficar de braços cruzados em relação à marginalização desse povo?
CC: O senhor acredita que a política de reserva de vagas para negros tende a sair das universidades e ser aplicada também no mercado de trabalho, para corrigir essas distorções?
FKC: Acho que sim. Não sei bem se os EUA podem servir de modelo, mas eles estão bem mais adiantados do que nós nesse quesito. Não só pelas políticas de inclusão nas universidades, mas também pelas ações afirmativas para garantir o emprego da população negra em instituições privadas e no serviço público. Também não podemos nos esquecer que a eleição de um presidente negro, nos EUA, é um fato extraordinário. E eles já tinham, desde o começo dos anos 60, um juiz negro na Suprema Corte. Só agora, com o governo Lula, o Brasil viu a nomeação de um juiz negro para o Supremo: o ministro Joaquim Barbosa. Nós sempre estamos atrasados em relação os EUA. Parece que só copiamos deles o que não presta, como as perversas técnicas capitalistas americanas, sobretudo no mercado financeiro.