O jornal THE GLOBE, um dos departamentos de uma agência de comunicação norte-americana voltada para a América Latina e, neste momento, porta-voz da candidatura José Collor Arruda Serra, editado no Brasil sob o título O GLOBO, estampou em sua primeira página da edição de hoje, 10 de março, que a ministra chefe do Gabinete Civil inflou os números dos investimentos da PETROBRAS neste ano. Dilma falou em 85 bilhões e a empresa, em nota oficial posterior, “corrigiu†para baixo, 79 bilhões de reais.
Pedro Bial, apresentador do BBB, capa da revista ROLING STONE do mês de
março, disse em entrevista àquela publicação que
*“Esse papo de credibilidade...quem quer isso é pastor, padre. Não vou
fundar igreja, não quero que acreditem em mim. Os jornalistas em geral se
levam muito a sérioâ€.*
* *
É um dos golden boys da organização norte-americana. Ao fazer uma declaração
desse jaez assume publicamente que pouco importa a veracidade do que diz, ou
deixa de dizer (isso é muito importante) a agência para a qual trabalha ou
os próprios jornalistas desse enclave estrangeiro na comunicação no Brasil.
Empresas públicas, estatais (de economia mista, como a PETROBRAS) são
empresas construídas a partir dos contribuintes brasileiros, tomando por
contribuinte todos os cidadãos deste País. Têm deveres o obrigações com o
Brasil e os brasileiros. Não são feudos de grupos corporativos, montados em
privilégios que não se justificam e nem têm nada a ver com a luta popular,
no caso específico, a luta pela volta do monopólio estatal do petróleo.
Muito menos a PETROBRAS, resultado de uma história de lutas que deixou
sangue escorrendo nas páginas de nossa História e abrigou figuras do porte
de Monteiro Lobato, a campanha do PETRÓLEO É NOSSO…
Uma das dificuldades do presidente da Venezuela foi a de obter de um
sindicalismo comprometido com as elites, compromissos com políticas públicas
da PDEVESA. No documentário “A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA†o principal
desses líderes aparece ao lado dos golpistas.
Setores estratégicos da economia de um País como o Brasil devem ser dos
brasileiros, logo, estatizados. O governo FHC levou a cabo um processo de
privatizações que, ao largo da corrupção que o caracterizou, entregou vários
desses setores a grupos estrangeiros, abrindo mão de parte da soberania
nacional, do próprio território no caso da privatização da VALE e das
perspectivas de avanços tecnológicos já visíveis à época, para além desse
conjunto de empresas, na EMBRAER por exemplo.
Da mesma forma que o sucateamento da IMBEL e da ENGESA é um crime de lesa
pátria.
Empresas estatais qualquer que seja a sua natureza diferem de empresas
privadas exatamente por aí.
Se o monopólio do petróleo é fundamental, de ponta a ponta, como no decreto
assinado por João Goulart pouco antes do golpe e uma das razões do golpe
desfechado pelos EUA contra àquele governo (comandando e através da maioria
das forças armadas brasileiras), é exigência mínima que esse monopólio sirva
aos interesses nacionais e não a corporações de funcionários, sindicatos, ou
conjunto de forças aos quais se agrega parte das elites políticas e
econômicas.
O presidente Lula ou chama o diretor, ou responsável pela “correção†e
determina que a verdade seja dita, ou manda de vez, que esse cidadãos, ou
esses se for o caso, peçam o boné e instalem-se de vez onde deveriam estar.
No esquema FIESP/DASLU, enclave territorial estrangeiro em nosso País, uma
espécie de Mônaco dentro do Brasil, levando-se em conta que o principado
europeu é o paraíso de sonegadores, mafiosos, o de sempre.
É claro que nem todos os setores sindicais da PETROBRAS (está citada aqui
por conta do fato, a discrepância entre o que foi dito pela ministra e o que
foi dito pela empresa, subordinada ao presidente da República, à própria
ministra) têm esse compromisso pelego e anti-nacional, corporativo. Mas é
evidente que muitos deles têm a estatal como propriedade privada e geradora
de privilégios que nada têm a ver com o povo brasileiro.
Dessa deformação surgiram argumentos capazes de iludir os brasileiros à
época de FHC, que privatizando estaríamos tomando o caminho do futuro. Nos
afundamos na irresponsabilidade criminosa do ex-presidente que, pelo visto,
mantém bastiões dentro da empresa.
Empresa privada em setores estratégicos da economia, capazes de gerar
tecnologias de ponta e manter preservadas e intactas a soberania nacional e
a integridade de nosso território são uma aberração. Uma contradição, não
existe isso.
É o caso da VALE, da EMBRAER, dos setores de mineração, da produção e
distribuição de energia elétrica e telecomunicações. Do setor bancário.
Ficamos com as privatizações como que uma nação torta, senhora de parte do
seu destino e governada de fora para dentro de outra parte. Há pouco mais de
três anos o governo venezuelano desejava comprar aviões da EMBRAER e o
governo dos EUA que têm participação na empresa vetou a operação.
Há bem mais que recuperar o monopólio estatal do petróleo. É fundamental
reestatizar esses setores básicos da economia. E dar-lhes transparência e
caráter popular, do contrário acabam apoiando golpes, ou trazendo a público
declarações como a contida na nota oficial que “desmente†a ministra, com
claros e notórios interesses políticos de corporações pelegas que se alojam
nas estatais, escondidos na bandeira do Brasil brasileiro, mas com a roupa
de baixo pronta para ser mostrada ao BRAZIL dos EUA.
O que foi construído por FHC e que agora espera que José Collor Arruda Serra
conclua a “obraâ€.
O sindicalismo brasileiro, em boa parte, perdeu suas características de
instrumento de luta da classe trabalhadora, para transformar-se parceiro das
elites políticas e econômicas, mesmo quando empunha bandeiras públicas de
defesa do interesse nacional.
O episódio envolvendo a PETROBRAS e a ministra Dilma Roussef mostra que ou o
governo age como Chávez agiu na Venezuela, dá transparência a estatal de
petróleo, compromete-a com políticas populares (há setores do sindicalismo
na empresa que têm essa visão, não mergulharam no corporativismo pelego e
nem na visão estritamente técnica/cega), ou vai ser tragado pelo peleguismo,
pelo tecnicismo dos que entendem que ser popular é só aparecer na camisa do
Flamengo.
E outra vez o discurso privatizante que tanto prejuízo causou e causa ao
Brasil e brasileiros vai ganhar força.
THE GLOBE e todo o conjunto chamado grande mídia está aí cheio de gente como
Pedro Bial, para os quais credibilidade é irrelevante. Bial só tornou mais
clara a declaração de William Bonner que o telespectador do JORNAL NACIONAL
é “Homer Simpsonâ€, um nível abaixo do leitor contumaz de VEJA, a tal classe
média.
O episódio é em si, por si, ilustrativo dessa situação. Defensores da
privatização, tucanos/DEM e pelegos sindicais precisa ser afastados e
enquadrados.
Do contrário a PETROBRAS não é do Brasil e nem dos brasileiros, mas de uma
pequena corporação de privilegiados.
A ministra não mentiu, quem agiu de maneira solerte e deliberada foram
setores da empresa comprometidos com o que quer que seja, mas certamente não
o são nem com o Brasil e nem com a PETROBRAS como empresa estatal.
A grande frustração do esquema FIESP/DASLU, é que a princesa de Mônaco era
Grace Kelly, agora Caroline, enquanto a de cá ou é Miriam Leitão, ou Lúcia
Hipólito ou o terror da Amazônia, miss desmatamento, a senadora corrupta do
DEM que atende pela alcunha de Kátia Abreu.
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