sexta-feira, 10 de junho de 2011

Battisti fica, Gilmar perde e julga o Nunca Dantes - BBT

No julgamento de Cesare Battisti, o relator Gilmar Dantas (*) perdeu e tentou ganhar no tapetão.
Por maioria, o Supremo decidiu, antes de tudo, que a Itália não tinha o direito de questionar se o Presidente Nunca Dantes tinha o direito de mandar soltar Battisti.
Mas, o relator Gilmar Mendes não se conformou.
E decidiu rever o que a maioria do Supremo tinha acabado de decidir.
Levou um pito do Ministro Joaquim Barbosa, que lembrou:
1) A ação da Itália foi rejeitada; agora, se julga se Battisti vai ser solto ou não;
2) Segundo, Battisti está preso no Brasil há quatro anos. É sobre isso o que se decide, e mais nada.
Mas, Gilmar não se curvou.
Abriu o tapetão.
E leu o voto até o fim, muitas vezes aos berros.
Ele tinha preparado um voto na suposição de que a pretensão da Itália seria aceita.
Não foi.
Mas, o voto precisava ser lido – para que ficasse claro o que pensava (sobre Lula).
Já que, visivelmente, a exaltação derivava do fato de que se julgava ali uma pendência entre ele, que se julgou Supremo Presidente Supremo com o Nunca Dantes.
Battisti entrou de Pilatos no credo.
Gilmar queria desautorizar Lula.
Mostrava que a decisão de Lula estava errada, porque ele, Gilmar, não erra.
É Supremo.
Gilmar sempre vota politicamente.
Às vezes também partidariamente.
Mas, sempre, politicamente – com as causas da conservação e do atraso.
Ele chamou ministros de “pouco inteligentes”.
Disse que, se não se cumprisse o que ele queria, o Supremo se transformava num grêmio lítero-musical.
E berrava !
E insistia em ganhar no tapetão.
Argumentava que Lula não podia soltar Battisti.
Questão que já tinha sido votada.
Mas, ele não se conformava.
O problema dele é o Lula.
O problema dele é haver a hipótese de uma autoridade que se sobreponha à dele.
Este ansioso blogueiro acha que Battisti deveria estar encarcerado na Itália.
Mas, acha também que o Supremo perdeu muito tempo, a escutar a catilinária gilmariana.
A Itália perdeu a ação.
O voto do Gilmar era impertinente.
Gilmar não se corrige: para ele, Lula não foi Presidente do Brasil !
Paulo Henrique Amorim

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