Um projeto inspirado na cidade espanhola de Barcelona venceu nesta terça-feira o concurso arquitetônico Porto Olímpico, que pretende revitalizar a região portuária da cidade do Rio de Janeiro, onde será construída parte da infraestrutura para os Jogos Olímpicos de 2016.
O projeto do arquiteto carioca João Pedro Backheuser prevê a construção de prédios residenciais de três, dez ou 20 andares na área. Segundo Backheuser, essa proposta, com variação de andares, é baseada na experiência da capital catalã.
Notícias relacionadasCOI evita cobranças e elogia 'progresso' nos preparativos olímpicos no RioShow de Paul McCartney testa Engenhão para nova fase do estádioTópicos relacionadosBrasil, Esporte O plano também propõe áreas habitacionais integradas a zonas de comércio, serviços e o espaço público, além de um hotel de luxo de 45 andares, que pontuaria a vista de quem chegar pela Baía de Guanabara.
Foram apresentados 83 projetos no concurso. Backheuser, da Blac Arquitetura e Cidade, se associou ao escritório Alonso Balaguer, de Barcelona, para elaborar sua proposta.
Além de prêmio de R$ 80 mil, a equipe de Backheuser ganha o direito de construir pelo menos 40% da área para a qual o concurso foi aberto, o que equivale a 170 mil metros quadrados (cerca de 17 quarteirões) na região portuária da capital fluminense.
Backheuser acredita que o projeto possa servir como “regenerador do espaço urbano" e levantar a degradada região portuária do Rio.
"O desenvolvimento da Olimpíada é importantíssimo, mas muito mais importante para nós é poder contribuir com o desenvolvimento da cidade e com o resgate de uma área da cidade como o porto. A gente vê a Olimpíada como uma oportunidade, um gatilho, uma fagulha que pode ajudar a gente nesse processo", diz.
Instalações
Na área a ser revitalizada, ficarão as vilas de mídia e de árbitros, com cerca de 11 mil quartos para a hospedagem durante o evento (e posterior venda para constituir áreas residenciais), o centro de convenções e instalações olímpicas temporárias, como os centros de credenciamento e de operações.
De acordo com o presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Sérgio Magalhães, a área a ser revitalizada equivale a cerca de 17% do projeto Porto Maravilha, que prevê a recuperação de uma área de 1 milhão de metros quadrados.
Em segundo lugar no concurso, ficou a proposta de Roberto dos Santos Aflalo Filho, de São Paulo, desenvolvido em parceria com o escritório carioca de Flávio Ferreira. Em terceiro, ficou o projeto de Francisco Spadoni (SP), enquanto o do arquiteto Jorge Mário Jáuregui (RJ) foi o quarto.
Projeto do paulista Roberto dos Santos Aflalo Filho ficou em segundo lugar (Foto: Divulgação)
A comissão de jurados foi composta por nove arquitetos e urbanistas. O concurso foi promovido pela prefeitura do Rio e pelo IAB.
Segundo Sérgio Magalhães, os projetos contemplados com o segundo, terceiro e quarto lugares também poderão ter partes aproveitadas, mas neste caso a decisão caberá à prefeitura e não há proporções pré-definidas.
'Revolução'
O prefeito Eduardo Paes afirmou que a renovação da região portuária será o maior legado deixado para o Rio após os Jogos e que o resultado do concurso é o “passo definitivo” para potencializar os ganhos trazidos pelos jogos à cidade.
"É uma revolução para a cidade", disse Paes. "É uma mudança na lógica de crescimento do Rio, que sempre fugiu do Centro, sempre foi em direção à Zona Oeste".
Em julho, o comitê organizador Rio 2016 vai apresentar o projeto vencedor ao Comitê Olímpico Internacional em Durban, na África do Sul.
Em agosto, será divulgado o resultado do concurso arquitetônico que vai selecionar o plano geral urbanístico para o Parque Olímpico, que será erguido na Barra da Tijuca.
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