O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ter uma boa relação pessoal com o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas afirmou que o sucessor “tem a língua solta” e às vezes “diz coisas que não precisa”.
FHC, que no último fim de semana completou 80 anos de vida, concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal da Record News. Durante a conversa com os jornalistas Heródoto Barbeiro e Ricardo Kotscho, o tucano falou de seu governo, opinou sobre o futuro dos partidos políticos – inclusive do seu, o PSDB – e apontou mudanças que viu acontecerem no Brasil nas últimas oito décadas.
Em sua opinião, hoje o país se destaca pela redução da pobreza e pelo encurtamento de distâncias físicas, com investimento em infraestrutura.
Questionado sobre o relacionamento com Lula, que o sucedeu no Palácio do Planalto, Fernando Henrique disse que, aos poucos, esse vínculo foi contaminado por uma “necessidade eleitoral de definir o inimigo”. Segundo ele, essa foi uma estratégia desenvolvida pelo PT para atacar o PSDB.
- Nunca houve nada, nenhuma coisa pessoal. O Lula tem a língua solta. Eu também, mas a dele é mais solta que a minha. De vez em quando, ele diz coisas que não precisa.Quanto ao PSDB, FHC afirmou que é o único partido que, atualmente, tem boas opções para suceder a presidente Dilma Rousseff em 2014.
- São pelo menos três, de imediato: o Geraldo [Alckmin], o Aécio [Neves] e o [José] Serra.
O ex-presidente, no entanto, fez críticas ao sistema partidário brasileiro, que em sua opinião não acompanhou o desenvolvimento da sociedade.
- Eu acho que os partidos são cada vez menos vinculados à vida, à sociedade, ao dia-a-dia. A sociedade mudou muito, e os partidos mudaram menos.
Segundo FHC, hoje as lideranças pessoais, como ele e Lula, são mais importantes que os partidos políticos.
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