domingo, 29 de março de 2009
A propósito da saga dos Galibis - Gilberto Adamatti
A propósito da saga dos Galibis que periodicamente é postada pelo Irmão Alberto, gostaria de tecer alguns comentários: Assim como o Povo de Israel, seus vizinhos e outros povos da antiguidade no Oriente e Europa os índios também não eram santos.
Temos aí as descobertas arqueológicas a desmentir o "idílico paraíso terrestre" que seriam as terras indígenas.
Eram povos simples, sim, vivendo em relativo equilíbrio com a natureza, e onde a maioria realmente respeitava o Grande Espírito, que é também nosso Deus.
Mas havia antropófagos, havia sacrifícios humanos aos deuses, havia guerras cruéis contra as tribos vizinhas. Aí estão as ruínas maias, astecas e incas a confirmar (no Peru encontraram cadáveres todos espetados com rudimentares lanças de madeira com mais de 700 anos de antiguidade - ou seja antes dos "bárbaros" brancos). Aí estão também cadáveres com indício de tortura em florestas brasileiras tanto do litoral como do interior, e outros com indício de que foram "jantados" numa janta ritual de antropófagos, também tanto no litoral como no interior do Brasil, alguns remontando a mais de 1000 anos.
Não podemos esquecer que se a civilização surgiu, foi porque Deus permitiu. E não podemos esquecer que a civilização nos trouxe confortos que nossos ancestrais não gozavam (aí está a Internet, os remédios, os veículos que permitem que nos locomovamos com grande rapidez de um canto a outro, as facilidades do supermercado, do Shopping, etc.).
Junto com as coisas boas vieram também coisas ruins, como os vícios, as drogas, armas mais mortais, etc.
E Deus permitiu que as coisas ruins viessem junto com as boas para que o homem aprenda que só vivendo dentro de suas leis, poderá usufruir em plenitude o que de bom a civilização traz, e prevenir-se contra o que de ruim vem junto.
É por isso que defendo que os índios precisam ser aculturados, precisam compreender que existem regras para se conviver numa sociedade moderna, existe um Deus que é o mesmo que eles cultuam, mas que deseja que eles também tenham o direito de ter acesso aos benefícios da civilização. E para que saibam se precaver dos perigos dos malefícios que vem junto com a civilização.
É por isso que discordo de uma Terra totalmente segregada para os indígenas, onde branco não entra, branco não tem contato, etc.
Concordo que os índios tenham direito à Terra em que nasceram, mas como co-proprietários, sujeitos à legislação brasileira, com apoio de escolas, médico e legal.
Porque quem infringe a lei dará um jeito de ter contato, e o próprio índio, despreparado, quererá usufruir das facilidades da civilização (há várias reportagens na internet de índios com caminhonetes de último tipo, internet, armas de fogo, bebida alcoólica e até plantação de maconha). E quem está fora da lei passará para os índios o que de pior a civilização tem.
Peço a Deus que a Reserva Raposa Serra do Sol consiga ser uma Terra sem males, coisa qeu agora tenho sérias dúvidas.
Os brancos honestos ficarão longe, mas os desonestos, será que ficarão?
Muitos índios de lá hoje comemoram sua autonomia, mas outros virão para a civilização e levarão para lá o que aprenderam. Que poderá ser bom ou ruim, dependendo de sua personalidade e de onde estiveram.
Vejamos daqui a uns cinco anos qual será o preço desta autonomia.
Aproveito para lembrar que existem vários enclaves indígenas no sul do Amazonas e no Mato Grosso onde o alcoolismo, a pedofilia e muitas outras coisas feias de nossa civilização imperam e ninguém faz nada (nem a Funai) porque os índios são autônomos e em suas terras podem viver do jeito que querem. Será que desejamos ver isso acontecer na reserva Raposa Serra do Sol?
Se quisermos uma Terra sem Males, deverá ser uma terra onde todos tenham DIREITOS e DEVERES iguais e onde todos tenham iguais oportunidades e recebam iguais punições em caso de infringir a lei.
Deverá ser uma Terra onde todos saibamos AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A NÓS MESMOS".
Deverá ser uma Terra onde todos saibamos respeitar a Natureza como uma grande mãe que nos provê o sustento, e que da qual saibamos extrair apenas o necessário para nossa sobrevivência, e saibamos não desperdiçar, bem como lutar contra o desperdício.
Deverá ser uma Terra onde saibamos reciclar tudo o que não tem mais serventia, para que possa ser aproveitado devidamente sem gerar lixos que um dia poderão ameaçar a nossa própria sobrevivência (será que já não estão ameaçando?)
Deverá ser uma Terra onde o branco saiba e viva como irmão do índio, do negro, do oriental, enfim que todos, independente de raça, cor, etnia, religião, saibamos que somos filhos de Deus, e, portanto, irmãos em Deus.
Enquanto na Terra houver alguém que tenha mais direitos que deveres, pela lei natural das coisas algum outro terá mais deveres do que direitos, e teremos aí um foco de um mal potencial (a Terra ainda estará longe de se tornar "sem males").
Muita Paz
Gilberto Adamatti
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