segunda-feira, 30 de março de 2009
AS SANDÁLIAS LOUIS VUITON - Laerte Braga
O nome da moça da foto é Nicole Mary Scarpone. A profissão é prostituta. Foi presa pela polícia de Gastonia, no estado da Carolina do Norte, EUA, por ter invadido um apartamento e exigido que os três homens que lá estavam pagassem por relações sexuais com ela. O valor do pagamento exigido era em torno de 25 reais. As “táticas” da moça foram consideradas agressivas. Nicole admitiu que queria um dinheiro rápido, num programa rápido também, para atender a uma necessidade imediata. Para sair da cadeia, agora, precisa de dois mil reais. O valor arbitrado como fiança.
Milhares de famílias norte-americanas estão morando em barracas ou em garagens alugadas a preços baixos por conta da crise do setor imobiliário. Não há notícia de bônus para nenhuma delas. Os bancos e imobiliárias entraram num acordo. Retomaram as casas e apartamentos e vão vendê-los outra vez para reaquecer a economia e tirar o país do buraco. Mais 17 mil homens no Afeganistão. Deve ser para aumentar a produção de ópio.
O Brasil tem perto de 200 milhões de habitantes. Trinta e dois desses habitantes estão inscritos para comprar as sandálias criadas pelo estilista Marc Jacobs e produzidas pela grife Louis Vuitton. Na Europa e nos Estados Unidos as sandálias são comercializadas ao preço médio de quatro mil reais. No Brasil vão chegar em versões originais, as de quatro mil e algumas em preços “populares”, dois mil reais.
Segundo o estilista a criação do modelo e suas nuances obedeceu a um “impulso étnico”, misturando a necessidade de “disseminar a cultura e as tradições africanas de máscaras para o resto do mundo”.
O número de crianças que morrem de fome na África a cada dia passa de trinta e dois. Milhares de africanos morrem de fome a cada ano. Ou dizimados por doenças e guerras intermináveis, tudo em função dos interesses do grande capital. É fundamental evitar que desmorone o mundo da General Motors. Registre-se que Jacobs ficou encantado com as belezas naturais do Rio.
É possível que num futuro próximo crie sandálias inspirado na cultura brasileira, misturando laivos da cultura nordestina, com a do sul e o samba do Rio de Janeiro. Que tipo de “impulso” vai ser não sei. Mas, vai permitir que lojas “especializadas” soneguem e pratiquem o modelo FIESP/DASLU, tudo em nome do progresso, da geração de empregos, do desenvolvimento e segundo Jacobs, da “preservação dos valores étnicos e ecológicos”.
Na Europa e nos Estados Unidos a sandália é um sucesso absoluto e Madona é a principal garota propaganda. Recebeu alguns modelos e alguns milhares de dólares para desfilar em eventos os mais variados, montada em tal artefato. Neste momento a moça está preocupada em adotar mais uma criança órfã e africana em sua tarefa de salvar a humanidade.
Foi por essa razão que dispensou o “namorado” brasileiro, temendo que o romance pudesse afetar a decisão das autoridades no caso da adoção. Fazê-la parecer alguém vulgar e com comportamento incompatível com as normas exigidas para salvar as criancinhas da África.
Breve nas feiras de artesanato do País inteiro modelos Louis Vuitton a mais ou menos 50 ou 60 reais, na arte da “pirataria”.
O presidente da FIESP – FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DE SÃO PAULO –, quadrilha que gera o “impulso” FIESP/DASLU, Paulo Skaf, além de coordenar a distribuição de recursos das empresas “geradoras de progresso e empregos” a candidatos fiéis ao esquema – tucanos, democratas e assemelhados – recebeu ajuda da empreiteira/quadrilha Camargo Corrêa em sua campanha para o lugar de capo da quadrilha dita FIESP.
À época da votação do fim ou não da CPMF o paladino do “progresso e da geração de empregos” levou ao Congresso um milhão de assinaturas contra o imposto. Foi advertido pelo senador tucano Artur Virgílio que ali estavam muitos “iuppies” e que era preciso assinatura de gente do povo. “Quantos banguelas você quer?” Foi a pergunta de Skaf a Virgílio.
Na semana seguinte, num acordo que envolveu o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab tinha um milhão de assinaturas de brasileiros de “todos os pontos do País”, mas recolhidas entre camelôs, mendigos e desempregados de São Paulo, da capital. As assinaturas dos banguelas.
Teve, a contragosto, engolindo em seco, de agüentar o dedo em riste do médico Adib Jatene, plantado sobre o seu nariz, chamando-o de sonegador. A festa de casamento de sua filha, meses depois do episódio, custou, segundo os colunistas sociais, um milhão de reais.
Pena que o “impulso étnico” de Jacobs não tenha ocorrido antes dessa monumental recepção dos homens do “progresso e da geração de empregos”.
Como caíram todos na Operação Castelo de Areia e como estão acima da lei, já providenciaram a interferência de Gilmar Mendes no assunto. O ministro presidente da STF DANTAS INCORPORATION LTD vai tentar – deve conseguir – anular as investigações da Polícia Federal. Gilmar não se conforma com essa mania da PF de investigar questões referentes às portas dos fundos e os fundos que por lá entram, na “geração de progresso, emprego e bem estar”. Deles, lógico.
O primeiro passo já foi dado. Estão todos na rua, soltos por hábeas corpus. Até aí nada de novo. O segundo e o terceiro, o quarto e o quinto passos, esses vão chegando devagar em “impulsos criminosos” das quadrilhas que controlam o mundo do “progresso e da geração de empregos” no Brasil.
Há indignação de FHC e Serra nessa história toda. Se por azar um furo acontecer como ficarão as campanhas tucanas, movidas a propinas e coisas do gênero?
Vão ter que ter muitos “impulsos”. Quem sabe uma associação FIESP/DASLU com a quadrilha GLOBO, a quadrilha PSDB/DEM, tudo numa capa de VEJA?
Sandálias para os “banguelas”.
No mais prossegue o BBB-9 e os “mártires” e “heróis” de Pedro Bial. Terminam todos no jornalismo diplomado e voltado a Homer Simpson do “notável” William Bonner. Eu não sei como não tocaram na falta de ranhuras no depósito que pegou fogo em Diadema. Na “pista” de detergentes, limpa tudo, sabão em pó, etc.
Em todo caso costuma dar para descolar uma havaiana. E ninguém precisa invadir apartamento de ninguém, tudo termina na PLAYBOY.
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