quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O fracasso do ensino jurídico brasileiro - Barbet

A OAB culpa a baixa qualidade das instituições privadas, pois estas ofereceriam uma péssima qualidade de ensino para os acadêmicos; candidatos reprovados culpam o alto grau de dificuldade da prova, transferindo a culpa para a OAB e para seu interesse em estabelecer uma reserva de mercado; outros julgam que os acadêmicos simplesmente não estudam o quanto deveriam, e na hora da verdade pagam o preço da desídia nos estudos.Se existem bacharéis em direito que são verdadeiros analfabetos funcionais, existe um culpado!
O ensino jurídico ofertado pelas Instituições de Ensino Superior também é uma grande responsável pelos percentuais elevadíssimo de reprovação. Mais preocupante ainda é que a grande maioria dessas faculdades aplicam vestibulares risíveis e não reprovam nenhum acadêmico. Hoje o estudante é um grande consumidor, e não um aluno. E o mercado não reprova alunos, pois este pode procurar outra faculdade dentre as 1.240 existentes. E se um aluno deixa uma instituição, a consequência só pode ser uma: prejuízo! Como o ensino superior hoje é antes de tudo um comércio, um negócio, prejuízos não podem ser contabilizados.
Para alguns alunos é perfeito, um verdadeiro pacto de mediocridade: "eu finjo que ensino e você finge que aprende" e para a outra porção de alunos que realmente gostaria de estudar fica o paradigma de uma faculdade medíocre.
Onde o MEC nisto tudo?
Temos 1240 faculdades de Direito, no restante do mundo 11oo.
Claro que existe algo errado nisto tudo.
Tal expansão se deve, em grande parte, a uma política iniciada no Governo Fernando Henrique Cardoso de transferir a responsabilidade do ensino superior para as mãos da iniciativa privada, como decorrência da mentalidade neocapitalista. E, sob forte pressão gerada pelo crescimento da rede de ensino médio, aliada ao óbvio binômio da oferta e demanda, sem um correlato controle eficaz por parte do Estado, o número de faculdades de Direitos cresceu assustadoramente. O Exame de Ordem, no seu atual formato (prova objetiva e subjetiva), começou a ser exigido em 1994 exatamente para frear em parte as consequências dessa mudança de política pública para o ensino superior.
Ocorre que com este fito muitas provas da OAB são feitas realmente para derrubar o aluno.
No Exame de Ordem 2009 usaram uma redação confusa e dúbia na prova trabalhista para induzir ao erro e reprovar geral os candidatos e por aí vai.
Professores descompromissados, bibliotecas incompletas, infraestrutura precária, mestres
que fingem ensinar a alunos que fingem aprender, tudo isso faz parte do quadro e compete ao aluno exigir o melhor para si mesmo. Cursar Direito é caro e representa um significativo investimento de tempo e dinheiro, mas reprovar no Exame de Ordem é mais caro ainda, pois o investimento torna-se virtualmente inútil.
Torna-se claro que escolher uma faculdade de qualidade é uma real necessidade!

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