A arrogância e a prepotência com que o governo dos EUA se comporta no mundo contemporâneo, além de cansativas, estão se tornando um perigo para a sobrevivência da humanidade. Que eu saiba, à exceção dos poucos países cujos governos mantêm uma postura totalmente submissa aos interesses norte americanos (cito de cabeça a Colômbia, a Costa Rica, a Arábia Saudita e a Coréia do Sul como exemplos mais significativos), nenhum de nós, mortais, deu procuração a Washington para pensarem e agirem em nosso nome.
Essa “luta contra o terrorismo”, a “defesa da democracia” e o “combate ao narcotráfico” já não convencem a ninguém mais. A quem quer enganar o Tio Sam? Luta contra o terrorismo? Mas quem é que armou o Talibã? Quem criou Osama Bin Laden? Quem tortura inocentes na prisão de Guantánamo? Quem apoiou a maioria dos golpes de estado na América Latina nos anos 50, 60 e 70 e o recente golpe em Honduras? Quem apoiou a Operação Condor e praticou atentados terroristas no Cone Sul? Quem financiou terroristas como Posada Carriles e que vive exilado nos EUA?
“Democracia”? Mas de qual democracia estamos falando, cara pálida? Dessa que paga salários monstruosos a executivos para fraudarem balanços e balancetes a enganarem a própria sociedade norte-americana? Essa democracia, cujos bancos, lavam dinheiro da droga? Essa democracia envia dez mil soldados em “ajuda humanitária” ao Haiti? Essa democracia que mata civis inocentes no Iraque e no Afeganistão? Essa democracia que apóia a ignomínia de Israel contra os palestinos?
“Combate ao narcotráfico”? Mas qual é, segundo dados da própria ONU, o país que mais consome drogas pesadas do mundo, como o ópio e a cocaína? Cujos lucros passam já de 400 bilhões de dólares anuais, dinheiro sujo, mas legalmente lavado em alguns dos principais bancos do Tio Sam? Dinheiro, que já se suspeita, financia algumas operações da CIA “around the world”?
Nesse item particular, do “combate ao narcotráfico”, cabem aqui algumas perguntinhas que não querem calar: do que precisa o maior país consumidor de drogas do mundo? Da droga, é claro, responderia o conselheiro Acácio. Onde se produz mais ópio? AFEGANISTÃO. Onde se produz mais cocaína? COLÔMBIA. Muito bem.
Vamos investigar mais um pouquinho. Como é que se faz para o ópio chegar aos Estados Unidos da América em grande quantidade e segurança, se há uma guerra de invasão ao Afeganistão e o país está sob o comando das Forças Armadas dos EUA? Como é que a cocaína deixa a Colômbia em quantidade e segurança, se boa parte do território está vigiada pelo exército Colombiano e por sete bases militares dos EUA com os mais sofisticados armamentos e sistemas de vigilância do mundo?
Contem essas histórias para outros... Até quando o mundo será obrigado a conviver com essa hipocrisia, com tanta mentira e empulhação, como se fossemos todos uns idiotas que não sabemos o que queremos? Ou somos?
O drama é real para todos, enquanto a pobre sociedade norte-americana vai se tornando cada vez mais doente, em parte alienada pela droga, em parte pela lavagem cerebral que sofrem seus cidadãos dos meios de comunicação, e em parte ainda por ter de suportar quase que em tempo integral seus jovens partirem para guerras umas atrás das outras.
Só no primeiro semestre de 2010, 145 soldados americanos cometeram suicídio no Iraque e no Afeganistão. E 1713 tentaram.
Quem salvará o mundo dos Estados Unidos da América?
Nenhum comentário:
Postar um comentário