quarta-feira, 25 de agosto de 2010

LUCAS 16 DUAS PARÁBOLAS, DIRIGIDAS A NÓS - bismarck frota xerez

A biblia como livro de Historia ou outras ciencias não é faz sentido. Não foi escrita para isso. Só faz sentido se a leitora ou o leitor quiser ser seguidor de Jesus.As duas parábolas em Lc 16 são dirigidas a quem quer
ser DISCIPULO de Jesus. Portanto a leitura não pode ser LÁ e ENTÃO. Como literatura. Um conto moralista. Algo acontecido, lá e então, entre Jesus e os fariseus. Como se AQUI E AGORA, o fariseu não seja eu, quem lê hoje.

As duas parábolas estão ligadas pelos versiculos 17-18.
A 1a parábola vai de Lc 16,1-13, os v v 14-16 mostram o porquê Jesus contou A NÓS, esta parábola: SOMOS ADMINISTRADORES DO REINO.
No versiculo 8 Jesus deixa claro que deseja que sejamos sagazes (ver na sua biblia qual a tradução dada a esta palavra) na administração do Reino de Deus.
Jesus diz a nós: "os filhos desta era são mais sagazes que os filhos da luz em relação à sua geração".
Por isso a aparente contradição do elogio de Jesus ao administrador desonesto.
Os seguidores de Jesus, o são por adesão voluntária, deveriam dar testemunho de mais imaginação, iniciativa e sagacidade para defender os ideais que julgam representar.
Sair da paralisia. Jesus faz RELEITURA dos proverbios 22,3 e 27,12.
Dinheiro (em aramaico mamona, em grego mamônas, remete ao deus grego da fortuna, Mamon).
No versiculo 9, Jesus se dirige a NÓS, dizendo que devemos dar sentido ao dinheiro na construção de "tendas da perenidade".
Pena que as traduções, para facilitar a leitura, ocidentalizem a linguagem oriental, semita, traduzindo "tendas da perenidade" por Reino.
Esta expressão usada por Jesus, registrada por Lucas, um não semita, é rica, pois mostra a aparente fragilidade do Reino de Deus, uma "tenda" , mas "perene".
Como Reino de amor, paz, justiça deve fazer uso do dinheiro para sua construção.
JESUS NESTES versiculos 8-9 NÃO TRANSFERE O SEU REINO PARA A OUTRA VIDA, senão não nos mandaria fazer bom uso do dinheiro. Não nos mandaria fazer amigos. LEIA-SE ALIADOS. Não só fiéis.
Jesus não é moralista, não critica o administrador desonesto, versiculos 1-8.
Jesus critica a DUBIEDADE, a duplicidade, versiculos 10-13.
No versiculo 13 Jesus diz a NÓS: EM HEBRAICO É MAIS RICO QUE NAS NOSSAS TRADUÇÕES: ser um com UM. UM é um dos Nome de Deus.
Concluida a parábola, vem a NOSSA realidade.
Eternizando as palavras de Jesus, FOQUEMOS, o que diz aos fariseus de ontem e de hoje, "AOS QUE AMAM O DINHEIRO".
Jesus não fala do partido, da seita dos fariseus. Hoje, como ontem, os Movimentos são sempre divididos em seitas, em partidos. Isto não importa.
Jesus fala através do relato de Lucas dos que HOJE "amam o dinheiro".
Na parábola seguinte ficará claro, v . 21, que Jesus não fala do dinheiro em si, mas do uso NÃO SOLIDÁRIO DELE.
Por isso emenda duas parábolas aparentemente sem conexão.
Esta idéia está clara no versiculo 15 quando NOS diz "Deus conhece o vosso coração".
Nossas racionalizações ("vos justificais").
Jesus fala para seus seguidores, não dita regras para os Estados Laicos, quando diz:
"o que é excelencia para os perseguidores de dinheiro....." final do versiculo 15.
Como se comportam os cristãos hoje frente ao culto do dinheiro e seus usos???
No hebraico fica mais claro: "ha´olam hazè" , fala do transitorio, em contraste com "ha´olam-ha-ha" , o não transitorio.
AOS CRISTÃOS QUE RECLAMAM HOJE VENDO O MUNDO PIOR. Jesus diz no versiculo 16 : "desde que Moisés (Torá) e os profetas, até João Batista, O REINO DE DEUS É ANUNCIADO" porem SEMPRE "CADA UM O FORÇA" "O força" no sentido hebraico de " O VIOLENTA".
Em outras palavras, não é de hoje que somos como somos. Somos a mesma humanidade, só mudamos de tecnologia. Nos cilvilizamos para que as novas tecnologias possam operar, MAS NÃO MUDAMOS EM NOSSA VIOLENCIA CONTRA O OUTRO.
CONTRA O REINO DE DEUS.
Os versiculos 17-18 são versiculos de ligação entre a parábola anterior e a seguinte, que explicita a RELAÇÃO entre o rico "EPULÃO" * (a biblia não diz seu nome), e Aqueles a quem "DEUS AJUDA" (tradução do hebraico " Èl'azar " = Eleazar, traduzido por Lázaro).
Nnele se realiza a ESPERANÇA, cantada por Ana em 1 Samuel 2 e por Maria em Lc 1,52-53.
Os versiculos 17-18 devem ser lidos juntos.
Jesus reafirma o cumprimento da Torá, RELIDA por nós e pelos judeus ao longo dos séculos, INCLUINDO OS SÉCULOS DE REDAÇÃO DA BIBLIA. O que explica a sua aparente contradição.
O Testamento escrito pelos discipulos de Jesus, e o proprio Jesus em sua pregação, são RELEITURAS DA TORÁ.
O Testamento recebido de Moisés e os Profetas constantemente fala das NUPCIAS entre o Povo e Deus através da ALIANÇA. Até hoje usamos esta metáfora para falar da Igreja.
Jesus no versiculo 18 a usa para complementar o versiculo 17, o destino da Mensagem, NÃO DA LETRA, da Torá é se cumprir. E QUEM REPUDIA, ADULTERA, versiculo 18.
JESUS DE LÁZARO CONTA OS SOFRIMENTOS, NÃO FALA DAS VIRTUDES.
Em Ezequiel 16,49 temos que Sodoma e Gomorra NÃO SÃO CONDENADAS por causa do sexo. e sim por "faltar com a mão".
Para entendermos, precisamos ler Deuteronomio 15,1-11, Isaías 58, Amós 6,4-6, Sabedoria 2, Isaías 22,13.
Esta parábola sobre este Lázaro só aparece em Lucas.
Jesus descreve uma situação que ocorre ate hoje: Lc 16,9-21.
COMO NA PARÁBOLA ANTERIOR, versiculo 15, HÁ UMA REVERSÃO DE VALORES.
Descrito nos versiculos 22-24.
Novamente o hebraico é mais rico do que nossas traduções ocidentalizadas.
Jesus fala no v. 22 , IRONIA, num banquete celeste, pois o modo semita de descrever Lázaro "transportado para o 'manto' de Abraão" lembra o evangelista João reclinado, como se comia então, reclinado sobre o lado esquerdo de Jesus. Assim Jesus no v.22 descreve Lázaro reclinado no lado esquerdo de Abraão.
Outra IRONIA, Lázaro é transportado para onde está Abraão. Enquanto o rico é "sepultado".
* *
A descrição (19-21) e sua reversão de valores (22-24) NÃO VISAM DESCREVER O QUE ACONTECE APÓS NOSSA MORTE. e sim como Jesus relembra, através da fala de Abraão, versiculos 25-31.
Jesus reafirma através da fala de Abraão o que disse no versiculo 17.
IMPORTANTE:
Jesus desmente (RELEITURA), no versiculo 25, a teologia de então: DA RETRIBUIÇÃO. hoje rebatizada da PROSPERIDADE.
Jesus não condena a riqueza, mas REAFIRMA Isaias 33,14
A imagem do "fogo inacessivel".
A riqueza desfrutada com egoismo PROVOCOU , CONSERVOU A POBREZA DO OUTRO.
Jesus reafirma a TORÁ ( ALIANÇA) e os Profetas como guias, versiculo 29.
E previne A NOS, nos versiculos 30-31, nem a Sua Ressurreição convenceria, como ocorreu após a ressurreição do outro Lázaro.
* a Tradição o nomeou de rico Epulão pela descrição em Lc 16,19, vem do latim"epulo" = comilão.
* * se lermos literalmente estes versiculos, como se fossem reais, teremos que admitir a vida eterna como um banquete, ao modo daquele descrito no v. 19.
Mais: se a leitura for literal, é possivel de onde estão uns enxergarem outros. No caso o rico enxergar Lázaro.
E também é possivel o diálogo entre eles (o rico e Abraão).
Ao pé da letra, "molhar a ponta do dedo .....refresca".
* * * v. 23 O xeol, sheol, do Testamento recebido por Jesus de seus pais José e Maria, NÃO É LUGAR DE TORMENTOS E SIM DE EXISTENCIA SEM VIDA.
E o fogo, no versiculo 24, como tormento NÃO É TRADIÇÃO BIBLICA. É SIMBOLO DO INACESSIVEL, como em Is 33,14.

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