sábado, 31 de dezembro de 2011
O ANO EM QUE AS MÁSCARAS DO TERROR CAPITALISTA CAÍRAM - AS CARETAS DO FILHO DO SENADOR - Laerte Braga
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
A GRANDE NOTÍCIA AO APAGAR DAS LUZES DESTE ANO: Invenção japonesa dá destino ao plástico - EVANDRO
A GRANDE NOTÍCIA AO APAGAR DAS LUZES DESTE ANO: Invenção japonesa dá destino ao plástico... (Um ponto para os humanos, na pessoa deste japonês)
REJUBILE-SE ... um verdadeiro presente de Natal
para todos nós, toda a Humanidade, para a Natureza também! Vamos agora torcer
para que, ainda que movido pelo interesse econômico - não faz mal, governos
municípais, estaduais e até federais se mexam. Se sensibilizem e dêm apoio
massivo a projetos para reproduzir estas máquinas em grande escala para os
depósitos de lixo (incentivando mais ainda a reciclagem), pagando bem pela
coleta seletiva e aos empresários da industria, a ponto de criar pequenas usinas
como esta apresentada de uso doméstimo mesmo - um ótimo eletro doméstico por
sinal - Acho que este japonês devia ganhar o prêmio Nobel com relação a "bem
para a humanidade".
Invenção dá destino para
sacolinhas plásticas...
Sendo o plástico derivado de petróleo, agora podemos reinverter as
coisas!
Trata-se de uma máquina para processar plástico, invenção japonesa,
que permite reutilizar o plástico na forma de... gasolina, óleo diesel ou
querosene!
Enfim, o plástico regressa ao petróleo, de onde
veio.
Como afirma ironicamente o inventor, “as sacolinhas plásticas de
supermercado vão valer ouro”...
Simplesmente incrível!
Produto do engenho e da perseverança
japonesa.
Ainda bem que há sempre alguém que consegue inventar algo que ajuda
a reparar os problemas surgidos ao longo da marcha humana: “problemas que
encontram soluções que geram novos problemas”...
Vale a pena assistir.
O
vídeo é falado em japonês, com legendas em inglês. Mas mesmo para quem não
entende japonês ou inglês, a compreensão é plena.
Grande invenção!
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
O Ano que se encerra - Laerte Braga
Quando Clarence Darrow, no célebre julgamento do macaco, na década de 20, nos EUA, perguntou a William Jennings Bryan, ex-secretário de Estado e três vezes candidato derrotado à presidência dos EUA, que Deus criou Noá, Bryan saiu pela tangente. Disse que deixava a busca de Noá para os agnósticos.
O processo era contra um professor que ensinava a teoria de Charles Darwin num liceu na cidade de Dayton, no Tennessee infringindo um édito proibitivo que perdurou até 1967.
Darrow foi um dos mais importantes advogados da história dos EUA na defesa dos direitos civis e foi a Dayton contratado por um jornal. Provou num processo provocado por um desses pastores que falam diretamente com Deus que os seis dias da criação descritos na bíblia poderiam ter sido milhões de ano, pois não havia a medida de 24 horas para o dia, como a temos hoje.
E dessa forma, nas nossas medidas de tempo, um dia de Deus pode ter durado milhões de anos, logo, uma pedra negada como prova desse fato, poderia ter os mesmos milhões de anos. E não os três mil anos que segundo os evangélicos seria o tempo de existência do mundo desde a sua criação, cálculos feitos pelo bispo de Ulster – se não me engano –. Três anos, não sei quantos dias e tantas horas, minutos e segundos.
No Brasil de hoje os pastores não chegam a essa precisão matemática em torno desse assunto. Só sobre os saldos bancários.
O ano de 2011 não mudou a essência do mundo. Vivemos sob o terror do capitalismo de Estado, duas potências acuando todas as demais nações. As que resistem – e são determinadas por isso – e as que cedem.
Cuba, por exemplo. Resiste e exibe números diversos das que não resistem. Segundo a Organização Mundial de Saúde o país de Fidel eliminou a desnutrição infantil. Nos Estados Unidos, milhares de ogivas nucleares e um arsenal de democracia e ajuda humanitária, perto de 40 milhões de indigentes.
De qualquer forma 2011 marca o ano em que o terror de Estado deixou de lado a máscara e assumiu suas características de barbárie.
O ano em que começa a desaparecer o conceito de nação, substituído pelo de conglomerados. São formados por banqueiros, grandes corporações e em países como o nosso pelos latifundiários (grupo que ainda não conhece a roda e nem garfo e faca, apenas trabalho escravo e pistolagem).
A Europa Ocidental, a chamada Comunidade Europeia, é uma ficção. Transformou-se numa base militar de um complexo maior. ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A. a Rússia desintegra-se no final do reinado de Putin (mesmo que venha a ser reeleito) e nos protestos populares pela volta do comunismo.
Os árabes se levantam contra ditaduras. Militares egípcios vestem duas fardas. A visível, que lhes dá a aparência exatamente de militares egípcios. A invisível que lhes determina o verdadeiro caráter. Submissos ao império terrorista de ISRAEL e EUA.
Numa das pontas a China, o “prodígio” da economia de mercado combinado com o óbvio, trabalho escravo, em condições sub humanas e uma rígida ditadura que teima em se auto rotular de comunista.
Por aqui a América Latina debatendo-se entre a necessidade de integração para sobreviver, mas patinando no maior país da região, o Brasil, sem saber bem que rumo seguir, vivendo a política de uma no cravo e outra na ferradura e sem perceber, ou percebendo e fingindo que não é com ele, transformando-se num grande entreposto do capital internacional.
Sumiu o México, depósito de lixo dos norte-americanos, o Canadá (que os norte-americanos em sua arrogância chamam de “México melhorado”), sobrevivem governos resistentes como os de Cuba, Nicarágua, Venezuela, Bolívia, Uruguai, Paraguai, Equador e Argentina, mas sob constante ataque das principais bases norte-americanas. Uma na colônia de Honduras e outra na colônia colombiana.
A exceção dos protestos que acontecem na Grécia, todos os demais refletem apenas a gota d’água da população diante de um modelo cruel e de ditaduras sanguinárias. Não sabem bem o que querem para o futuro, não definiram um objetivo. Acabam servindo ao próprio capitalismo. Ao próprio vírus da doença da qual padecem.
O ano que se encerra, no entanto, inscreve em sua história, em meio a toda a barbárie que tem caracterizado o complexo ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A, como o da destruição da Líbia, um ato de terror cuja dimensão real ainda não foi percebida, à medida que a mídia de mercado aliena, desinforma, mente, distorce e vende uma realidade de espetáculo em que as pessoas se extasiam com bombas explodindo hospitais, áreas civis, etc, como exemplo de tecnologia de ponta. De “alta precisão”, ao alcance de qualquer garoto numa loja de vídeo game.
Longas filas para adquirir um “iPod” de última geração e fingir que permanecemos humanos.
São milhões que não assistiram 2001, UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO, notável filme de Stanley Kubrick e se assistiram não entenderam o momento em que a taça se quebra.
Preferem, se for o caso, ouvir as explicações de um pastor sobre a importância de doar dinheiro para a compra de casas no céu. A praga neopentecostal, semelhante a qualquer nuvem de gafanhotos a destruir tudo, como se agrotóxico fossem, ou transgênicos, no câncer nosso de cada dia.
E risonho, límpida, cristalina, em família e no Hawai, a figura sinistra de Barack Obama. Numa certa medida supera outro dos criminosos contra a humanidade, seu antecessor George Bush. Bush, como a própria palavra explica, é um moita. Obama é só um ventríloquo – o boneco – dos interesses do complexo militar e industrial que privatiza o mundo inteiro, some com nações e culturas, que dizem ser negro, mas tem que ser engraxado e lustrado todos os dias. É branco e representa a supremacia ariana vigente em cada bala de urânio empobrecido despejada contra civis no Afeganistão, no Iraque, ou no assassinato a sangue frio de Osama Bin Laden.
A propósito, a AL QAEDA é aliada dos EUA no golpe que se trama contra o governo Sírio, como o foi na Líbia.
A história do que aconteceu na Líbia pode ser lida letra por letra, no notável trabalho jornalístico de Mário Augusto Jakobskind, em seu “LIBIA, BARRADOS NA FRONTEIRA”.
O ano que se encerra não muda o caráter do ano passado e nem vai mudar o do próximo ano, o que vai começar. Nada de previsões sobre o fim do mundo, mas apenas a consciência que a barbárie capitalista, ferida de morte, vai buscar no arsenal nuclear atemorizar e aterrorizar populações no mundo inteiro.
E assim será enquanto não dermos objetivo à luta das ruas e ganharmos direção.
A direção do socialismo.
Darrow foi um dos mais importantes advogados da história dos EUA na defesa dos direitos civis e foi a Dayton contratado por um jornal. Provou num processo provocado por um desses pastores que falam diretamente com Deus que os seis dias da criação descritos na bíblia poderiam ter sido milhões de ano, pois não havia a medida de 24 horas para o dia, como a temos hoje.
E dessa forma, nas nossas medidas de tempo, um dia de Deus pode ter durado milhões de anos, logo, uma pedra negada como prova desse fato, poderia ter os mesmos milhões de anos. E não os três mil anos que segundo os evangélicos seria o tempo de existência do mundo desde a sua criação, cálculos feitos pelo bispo de Ulster – se não me engano –. Três anos, não sei quantos dias e tantas horas, minutos e segundos.
No Brasil de hoje os pastores não chegam a essa precisão matemática em torno desse assunto. Só sobre os saldos bancários.
O ano de 2011 não mudou a essência do mundo. Vivemos sob o terror do capitalismo de Estado, duas potências acuando todas as demais nações. As que resistem – e são determinadas por isso – e as que cedem.
Cuba, por exemplo. Resiste e exibe números diversos das que não resistem. Segundo a Organização Mundial de Saúde o país de Fidel eliminou a desnutrição infantil. Nos Estados Unidos, milhares de ogivas nucleares e um arsenal de democracia e ajuda humanitária, perto de 40 milhões de indigentes.
De qualquer forma 2011 marca o ano em que o terror de Estado deixou de lado a máscara e assumiu suas características de barbárie.
O ano em que começa a desaparecer o conceito de nação, substituído pelo de conglomerados. São formados por banqueiros, grandes corporações e em países como o nosso pelos latifundiários (grupo que ainda não conhece a roda e nem garfo e faca, apenas trabalho escravo e pistolagem).
A Europa Ocidental, a chamada Comunidade Europeia, é uma ficção. Transformou-se numa base militar de um complexo maior. ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A. a Rússia desintegra-se no final do reinado de Putin (mesmo que venha a ser reeleito) e nos protestos populares pela volta do comunismo.
Os árabes se levantam contra ditaduras. Militares egípcios vestem duas fardas. A visível, que lhes dá a aparência exatamente de militares egípcios. A invisível que lhes determina o verdadeiro caráter. Submissos ao império terrorista de ISRAEL e EUA.
Numa das pontas a China, o “prodígio” da economia de mercado combinado com o óbvio, trabalho escravo, em condições sub humanas e uma rígida ditadura que teima em se auto rotular de comunista.
Por aqui a América Latina debatendo-se entre a necessidade de integração para sobreviver, mas patinando no maior país da região, o Brasil, sem saber bem que rumo seguir, vivendo a política de uma no cravo e outra na ferradura e sem perceber, ou percebendo e fingindo que não é com ele, transformando-se num grande entreposto do capital internacional.
Sumiu o México, depósito de lixo dos norte-americanos, o Canadá (que os norte-americanos em sua arrogância chamam de “México melhorado”), sobrevivem governos resistentes como os de Cuba, Nicarágua, Venezuela, Bolívia, Uruguai, Paraguai, Equador e Argentina, mas sob constante ataque das principais bases norte-americanas. Uma na colônia de Honduras e outra na colônia colombiana.
A exceção dos protestos que acontecem na Grécia, todos os demais refletem apenas a gota d’água da população diante de um modelo cruel e de ditaduras sanguinárias. Não sabem bem o que querem para o futuro, não definiram um objetivo. Acabam servindo ao próprio capitalismo. Ao próprio vírus da doença da qual padecem.
O ano que se encerra, no entanto, inscreve em sua história, em meio a toda a barbárie que tem caracterizado o complexo ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A, como o da destruição da Líbia, um ato de terror cuja dimensão real ainda não foi percebida, à medida que a mídia de mercado aliena, desinforma, mente, distorce e vende uma realidade de espetáculo em que as pessoas se extasiam com bombas explodindo hospitais, áreas civis, etc, como exemplo de tecnologia de ponta. De “alta precisão”, ao alcance de qualquer garoto numa loja de vídeo game.
Longas filas para adquirir um “iPod” de última geração e fingir que permanecemos humanos.
São milhões que não assistiram 2001, UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO, notável filme de Stanley Kubrick e se assistiram não entenderam o momento em que a taça se quebra.
Preferem, se for o caso, ouvir as explicações de um pastor sobre a importância de doar dinheiro para a compra de casas no céu. A praga neopentecostal, semelhante a qualquer nuvem de gafanhotos a destruir tudo, como se agrotóxico fossem, ou transgênicos, no câncer nosso de cada dia.
E risonho, límpida, cristalina, em família e no Hawai, a figura sinistra de Barack Obama. Numa certa medida supera outro dos criminosos contra a humanidade, seu antecessor George Bush. Bush, como a própria palavra explica, é um moita. Obama é só um ventríloquo – o boneco – dos interesses do complexo militar e industrial que privatiza o mundo inteiro, some com nações e culturas, que dizem ser negro, mas tem que ser engraxado e lustrado todos os dias. É branco e representa a supremacia ariana vigente em cada bala de urânio empobrecido despejada contra civis no Afeganistão, no Iraque, ou no assassinato a sangue frio de Osama Bin Laden.
A propósito, a AL QAEDA é aliada dos EUA no golpe que se trama contra o governo Sírio, como o foi na Líbia.
A história do que aconteceu na Líbia pode ser lida letra por letra, no notável trabalho jornalístico de Mário Augusto Jakobskind, em seu “LIBIA, BARRADOS NA FRONTEIRA”.
O ano que se encerra não muda o caráter do ano passado e nem vai mudar o do próximo ano, o que vai começar. Nada de previsões sobre o fim do mundo, mas apenas a consciência que a barbárie capitalista, ferida de morte, vai buscar no arsenal nuclear atemorizar e aterrorizar populações no mundo inteiro.
E assim será enquanto não dermos objetivo à luta das ruas e ganharmos direção.
A direção do socialismo.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
[Carta O BERRO] Entre Papai-Noel e Menino Jesus por Frei Betto - Vanderley Caixe
[Carta O BERRO] Balanço do ano velho e perspectivas para 2012 - Vanderley Caixe
Balanço do ano velho e perspectivas
para 2012
MST
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra,
Brasil
Adital
O ano termina e, mais uma vez, temos o sentimento de dever cumprido por todas
as nossas lutas, atividades e alianças que conseguimos construir e aprofundar
com diversos setores da classe trabalhadora. Em mais um ano muito duro, tivemos
que travar grandes lutas contra o latifúndio do agronegócio, que continua a sua
ofensiva sobre as nossas terras, recursos naturais e investimentos públicos.
O agronegócio, que é formado pela aliança dos fazendeiros capitalistas com
empresas transnacionais e o capital financeiro, controla a nossa agricultura e
tenta aprofundar a sua dominação, lançando mão de iniciativas em várias
frentes.
Uma das prioridades do agronegócio foi a flexibilização do Código Florestal.
A legislação ambiental brasileira, que é avançada no sentido da preservação do
meio ambiente, da produção sustentável e da geração de renda, é uma barreira
para o avanço do capital na agricultura. Os conceitos de Reserva Legal e as
Áreas de Preservação Permanente são obstáculos para que as empresas
transnacionais avancem sobre as nossas terras para implementar a produção de
monoculturas para a exportação, baseada na expulsão das famílias do campo e na
utilização sem limites de agrotóxicos.
O projeto do senador Luiz Henrique, aprovado no Senado Federal, herdeiro do
texto do deputado federal Aldo Rebelo, anistia os fazendeiros que desmataram e
desobriga a recomposição de grande parte dessas áreas, cria a possibilidade de
que, por meio de uma auto-declaração, qualquer um seja desobrigado de recuperar
a área de Reserva Legal e não tem mecanismos para impedir mais
desmatamentos.
Fizemos parte de uma grande articulação, que reúne os movimentos do campo, a
agricultura familiar, o movimento sindical, as entidades de defesa do meio
ambiente, cientistas, artistas e setores da Igreja Católica, das entidades de
advogados e do Poder Judiciário para enfrentar o ofensiva do capital na
agricultura e seus representantes, a bancada ruralista. No entanto, não tivemos
força para tirar esse projeto da pauta e pressionar para que o governo tivesse
uma posição firme para cumprir os compromissos de campanha da presidenta Dilma
Rousseff.
Está prevista a votação do projeto na Câmara dos Deputados para o começo de
março. Nesse período, temos a tarefa de fazer uma grande jornada de lutas, com a
participação de todos os setores articulados na defesa das florestas, para
impedir a aprovação do texto e pressionar para que a presidenta vete as mudanças
que criem condições para ampliar o desmatamento e a controle do capital sobre a
nossa agricultura.
Agrotóxicos
A sociedade brasileira está a cada dia mais atenta com os problemas causados
com a má alimentação e problemas na saúde, especialmente com a contaminação
pelos agrotóxicos. Os venenos são um dos eixos de sustentação do modelo de
produção do agronegócio, como o latifúndio, a monocultura e a expulsão das
famílias campo, para uma produção voltada para o exterior.
O Brasil ocupa desde 2008 o primeiro lugar no ranking mundial da utilização
de agrotóxicos. Mais de 1 bilhão de litros são jogados nas lavouras. Em 2010,
foi construída a campanha nacional contra os agrotóxicos, com a participação de
entidades importantes como o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a Fiocruz e a
Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Especialistas têm apontado a relação dos agrotóxicos com o câncer. Nos
próximos dois anos, mais de 1 milhão de brasileiros receberão o diagnóstico de
câncer, de acordo com o Inca. Apenas 60% dos afetados conseguirão se recuperar.
As contradições causadas na saúde de toda a população pelo uso sem limites de
agrotóxicos levará a sociedade a questionar o modelo do agronegócio, que além de
impor a concentração das terras, a devastação do meio ambiente e a expulsão das
famílias do campo, contamina o organismo de toda a população.
Reforma Agrária
A ofensiva das forças do capital e a falta de iniciativa política do governo
federal fizeram de 2011 mais um ano ruim para a Reforma Agrária. Apenas 35 áreas
foram transformadas em assentamentos, beneficiando apenas 6 mil famílias. Os
números correspondem a 20% do que o ex-presidente Lula realizou em seu primeiro
ano de mandato, quando 135 assentamentos foram criados, assentando 9.195
famílias.
Ao mesmo tempo, 90 processos de desapropriação de terras amarelam nas mesas
da Casa Civil e da Presidência da República. Para que estes processos,
tecnicamente concluídos, transformem-se em assentamentos basta a assinatura da
presidenta Dilma.
Durante todo o ano, realizamos mobilizações para denunciar a lentidão da
Reforma Agrária, a inoperância do Incra e os crimes do agronegócio. No mês de
abril, foram mais de 70 ocupações de latifúndios, além de marchas e acampamentos
em 19 estados. Em agosto, os movimentos organizados pela a Via Campesina
realizaram um acampamento com 4 mil trabalhadores rurais em Brasília, somado a
mobilização de 50 mil agricultores em 20 estados. Essa jornada arrancou
compromissos importantes do governo federal, que ainda não saíra do papel, e
conquistou a suplementação de R$ 400 milhões para o orçamento da obtenção de
terras.
Perspectivas
Com o avanço do capital na agricultura, a realização da Reforma Agrária
depende tanto da luta dos trabalhadores rurais, com as nossas ocupações, marchas
e protestos, como também de uma grande mobilização da sociedade brasileira por
reformas estruturais, que serão impulsionadas a partir da organização e luta do
povo brasileiro em torno de um projeto popular para o Brasil.
Por isso, temos acompanhado com bons olhos o aumento da quantidade de greves
e mobilizações de diversas categorias por aumento de salários e melhores
condições de trabalho, assim como os protestos dos estudantes nas universidades
públicas.
As grandes empresas têm lucrado muito no último período, com o crescimento da
economia, o que cria melhores condições de luta para os trabalhadores. Embora
essas greves tenham na sua maioria um caráter economicista, demonstram que a
classe trabalhadora está em movimento, abrindo um horizonte para intensificar as
lutas e criando perspectivas de um debate político com a sociedade brasileira
sobre a necessidade de transformações profundas no nosso país.
As políticas implementadas pelo governo desde 2003 conseguiram melhorar as
condições de vida da população, mas não foram realizadas mudanças estruturais
que transformassem o nosso país. Para enfrentar essas questões, as organizações
da classe trabalhadora têm construído um programa político, tendo como pontos
principais a redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução salarial,
medidas para garantir melhores condições de trabalho e menor rotatividade, a
destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para educação, a realização da
Reforma Agrária e a proibição de agrotóxicos, uma Reforma Urbana que garanta
moradia, reorganização do sistema de transporte e melhores condições de vida nas
grandes metrópoles, uma Reforma Tributária Progressiva para taxar aqueles que
concentram a renda, a riqueza e o lucro e a democratização dos meios de
comunicação de massa.
O desafio é construir a partir das lutas de todos os setores que defendem
essas bandeiras um grande movimento de massas, que tenha organização e força
para enfrentar a ofensiva do capital e garantir conquistas para o povo
brasileiro. No próximo período, vamos participar dessas lutas e cobrar esses
compromissos assumidos pelo governo, com muitas lutas, ocupações, marchas e
mobilizações. Temos também a tarefa de avançar na organização dos nossos
assentamentos para serem referência de produção de alimentos de qualidade e sem
venenos para a população brasileira, organizar os pobres em novos acampamentos e
ocupações e realizar alianças ainda mais fortes com a classe trabalhadora em
todos os espaços. Os compromissos assumidos só se converterão em conquistas
concretas com pressão social e unidade no programa e na luta com outros setores
da classe trabalhadora.
Se o lema desse governo é "País rico é país sem pobreza”, temos que abrir os
olhos da população brasileira que o modelo de desenvolvimento do agronegócio,
baseado no latifúndio, na exportação, na exclusão social, no envenenamento da
natureza e na destruição das florestas não poderá acabar com a pobreza no campo,
pois é a própria raiz da pobreza. Com nossos lutas e campanhas, vamos avançar
nas conquistas e a sociedade compreenderá que combater a pobreza no campo é
fazer a Reforma Agrária. O ano novo será feliz com a força e mobilização do
povo.
VEMOS O QUE QUEREMOS VER - Bismarck Frota Xerez
Exemplo Histórico.
Judaísmo e cristianismo são duas seitas de uma mesma árvore.
Divergem, como os partidos políticos, na leitura da Historia, da Vida, da Bíblia.
As árvores continuam se subdividindo em novas seitas, como os partidos.
A Vida muda, novas leituras da Historia e da Bíblia são acrescidas.
Quando o cristianismo se separava do judaísmo como seita autônoma, seus ideólogos foram buscar.
No Genesis uma justificativa para se constituírem em Poder autônomo.
Genesis 16,13.
Encontraram duas mulheres Sara e Agar.
Criaram a hermenêutica explicativa do novo Poder: ALEGORIAS do velho e novo testamento.
Desde então o Eterno não é chamado pelos cristãos das centenas de seitas pelo nome de IAHWEH.
Agar o denominou de AQUI VI AQUELE QUE ME VÊ.
Judaísmo e cristianismo são duas seitas de uma mesma árvore.
Divergem, como os partidos políticos, na leitura da Historia, da Vida, da Bíblia.
As árvores continuam se subdividindo em novas seitas, como os partidos.
A Vida muda, novas leituras da Historia e da Bíblia são acrescidas.
Quando o cristianismo se separava do judaísmo como seita autônoma, seus ideólogos foram buscar.
No Genesis uma justificativa para se constituírem em Poder autônomo.
Genesis 16,13.
Encontraram duas mulheres Sara e Agar.
Criaram a hermenêutica explicativa do novo Poder: ALEGORIAS do velho e novo testamento.
Desde então o Eterno não é chamado pelos cristãos das centenas de seitas pelo nome de IAHWEH.
Agar o denominou de AQUI VI AQUELE QUE ME VÊ.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
A CADA 48 HORAS UM MORADOR DE RUA É MORTO PELO PRECONCEITO MOSAICO - Ir Alberto
No Brasil as estatísticas sérias confirmam que se mata um morador de rua
a cada quarenta e oito horas. Deu no Jornal O Liberal de Belém, edição de hoje,
natal de 2011.
Estes moradores de ruas são mortos por seguidores de Moises que os
comparam aos estrangeiros. Naquele tempo todo estrangeiro era um sem teto, sem
terra, sem família. Ele não podia ter nenhuma propriedade. Logo Moises os
condenava a morte. Como os moradores de ruas sãos pessoas sem nenhum bem são
condenados à morte pelos seguidores de Moises. Mais um motivo para se lutar
pela aprovação do PLC 122
O Julgamento de Jesus... Abordarei esse assunto como advogado - Haroldo Oliveira
O Julgamento de Jesus
Hon. Harry
Fogle
Editado por Frederick Graves,
JD
© 2000 by
Jurisdictionary Foundation, Inc.
Há tanto misticismo e confusão acerca da crucificação e
ressurreição que acabamos perdendo de vista o fato de que Jesus de Nazaré foi
julgado como homem diante de uma corte de homens sob as leis dos homens,
condenado e executado como homem, e que como drama, o julgamento de Jesus supera
quaisquer dos grandes julgamentos da história da justiça humana.
Abordarei esse assunto como advogado, não como teólogo. Recomendo
a pesquisa dos aspectos teológicos dos eventos por conta de cada um. Creio que
ter o ponto de vista de um advogado sobre os processos da lei que culminaram na
morte de Jesus na cruz cruel do Calvário pode levar a uma melhor compreensão
espiritual.
De início eu quero enfatizar que não considero que uma raça
inteira de pessoas (os Judeus) tenha causado a morte de Jesus. E também não
creio que nenhum Cristão inteligente pensaria isto.
Minha opinião é que apenas uns poucos homens poderosos em Israel -
principalmente os sacerdotes superiores daquela nação - foram os responsáveis
pela injustiça que ocorreu. Para entender quão grande foi essa injustiça, vamos
examinar a lei Judaica como ela existia na época... um verdadeiro e magnífico
sistema de justiça criminal.
Sob as provisões da lei Judaica não poderia haver condenação por
um crime capital baseado no testemunho de menos que duas pessoas. Uma testemunha
era considerada a mesma coisa que nenhuma testemunha. Se houvessem apenas duas
testemunhas, ambas teriam que concordar em todos os particulares até os mínimos
detalhes.
Sob a lei rabínica, o acusado tinha o direito de ter um defensor
(o precursor da garantia de ter um advogado em processos criminais que é
definido pela Sexta Emenda da Constituição dos Estados Unidos). Se o acusado não
pudesse pagar pela defesa, um defensor seria escolhido para ele. Alguém poderia
pensar no caso Gideon versus Wainwright, que deu origem ao sistema de defensores
públicos como uma inovação. Mas na realidade essa era a prática das cortes desde
há 2000 anos atrás!
Sob a lei Mosaica, um acusado não poderia ser obrigado a
testemunhar contra si mesmo. Esse era o espírito da Quinta Emenda (dos EUA):
"Ninguém deve ser obrigado a servir de testemunha contra si próprio em nenhum
caso criminal." Eis o conceito de "apelo a Quinta Emenda", que fez parte da
justiça criminal desde os tempos de Moisés!
Uma confissão voluntária não era suficiente para a condenação sob
a lei Judaica. O ônus da prova ainda era do Estado, que tinha que provar que a
confissão, se houvesse sido feita, teria sido feita livremente, de forma
voluntária e de plena consciência.
Hoje em dia, os policiais norte-americanos são obrigados a ler os
"direitos Miranda" ("Você tem o direito de ficar calado. Tudo o que disser
poderá ser usado contra você.", etc ...) para os acusados de forma que a Corte
possa determinar que uma confissão seja feita livremente, voluntariamente e
conscientemente.
Se uma confissão é feita depois que a lei Miranda foi ouvida e
compreendida, a confissão pode ser admitida. Mas não era assim nos tempos de
Jesus. A lei Judaica não admitia confissão, sob a crença de que o Estado jamais
poderia se basear no que uma pessoa disse de sua própria boca para
condená-la.
Uma evidência circunstancial é aquela que não está diretamente
ligada ao crime, mas sim relacionada à outras evidências, que juntas, servem
para que se deduza como um crime foi realizado. Em um julgamento, as impressões
digitais da pessoa (evidência circunstancial) servem para deduzir que o acusado
esteve em tal local e tocou em tal objeto, mesmo que ninguém tenha visto o
acusado.
No caso em que uma testemunha diz "ouvi um tiro e quando cheguei à
cena segundos depois, vi o acusado com uma arma na mão", essa evidência é
circunstancial. O problema é que o acusado pode ter disparado um tiro contra o
agressor que fugiu após o crime ou o acusado pode ter sido apenas alguém que
pegou a arma depois que o agressor a jogou no chão.
Pois bem, as evidências circunstanciais também não eram admitidas.
Hoje em dia, raramente se vê um caso nas cortes onde as evidências
circunstanciais não sejam usadas. Atualmente, em muitos casos as únicas
evidências existentes são totalmente circunstanciais.
Os depoimentos do tipo "ouvi fulano falar isso" (o "ouvir dizer")
também não eram admitidos na época. Ainda temos essa regra contra admitir
depoimentos de testemunhas que não estão no tribunal e que não podem ser
examinadas pessoalmente, mas as exceções à essa regra têm demolido as proteções
originais aos acusados.
A regra "inocente até prova em contrário" que nossas leis
reconhecem hoje (isto é, um acusado é presumido inocente até que sua culpa tenha
sido estabelecida por evidências e pela eliminação de qualquer dúvida razoável)
também vem da lei Judaica e essa era a regra quando Jesus foi injustamente
crucificado.
O acusado de um crime capital só podia ser julgado durante o dia e
em público. Esse era o precursor da garantia constitucional de um julgamento em
público.
Nenhuma evidência poderia ser apresentada se o acusado não
estivesse presente. Isso deu origem ao atual direito que os acusados têm de
estarem face a face com as testemunhas depondo contra eles.
As testemunhas não tinham que jurar. O mandamento "Não dirás falso
testemunho contra o teu próximo" era considerado suficiente para deter o
perjúrio. Mentir na corte era perjúrio - sob juramento formal ou
não.
E mais ainda, havia dois desestímulos adicionais ao perjúrio: (1)
qualquer testemunha em um caso de crime capital que desse falso testemunho
recebia a pena de morte, e (2) se o acusado de um crime capital fosse condenado,
as testemunhas eram obrigadas a assistir à execução. Sob essa provisão da lei,
as testemunhas geralmente escolhiam suas palavras cuidadosamente e só davam
testemunho com grande cuidado!
O Grande Sinédrio, a Suprema Corte Judaica, era a única corte com
jurisdição sobre crimes puníveis com a morte. A criação do Sinédrio é atribuída
à Moisés. Foi uma corte de 70 membros composta de um Sumo Sacerdote como juiz
principal, uma Câmara Religiosa de 23 sacerdotes, uma Câmara Legal de 23
escribas, e uma Câmara Popular de 23 anciãos. Era a essa corte que Jesus se
referia quando ele disse que devia ir a Jerusalém e sofrer nas mãos dos anciãos,
sacerdotes e escribas. Ele sabia que pela decisão deles ele seria
morto.
Extremo cuidado era usado para selecionar os juízes dessa grande
corte. Cada um devia ter pelo menos 40 anos de idade com experiência em pelo
menos 3 cargos de dignidade gradativamente maior. Cada um tinha que ser uma
pessoa de integridade incontestável e tido em alta estima por seus
conterrâneos.
Membros do Sinédrio atuavam como juízes e jurados. Eles não tinham
um júri separado. Qualquer membro com interesses ou conhecimento pessoal das
partes era requerido que se retirasse do julgamento. A Corte tinha que decidir a
questão da culpa ou inocência apenas com evidências apresentadas no
tribunal.
O Sinédrio era encarregado sob a lei rabínica de proteger e
defender o acusado. Nenhum membro da corte poderia atuar inteiramente como
acusador ou promotor. A lei requeria que a corte desse aos acusados o "benefício
da dúvida" para ajudar o acusado a estabelecer sua inocência.
Os procedimentos de julgamento eram similares aos nossos.
Seguindo-se à audiência preliminar, um sumário das evidências era dado por um
dos juízes. Os espectadores eram então removidos do tribunal e os juízes
votavam. Uma maioria era suficiente para condenar ou absolver. Se uma maioria
votasse pela absolvição, o julgamento terminava e o condenado recebia a
liberdade total. Se uma maioria votasse pela condenação, então um procedimento
diferente era seguido.
Nenhum anúncio de veredicto poderia ser feito nesse dia. A corte
teria que adiar por um dia inteiro. Os juízes recebiam permissão para voltarem
às suas casas mas não poderiam ocupar suas mentes em quaisquer atividades
sociais ou de negócios. Eles tinham que devotar seu tempo inteiro para a
consideração e reconsideração solene das evidências e retornar no dia seguinte
para votar de novo.
Nesse segundo dia, qualquer juiz que houvesse votado pela
absolvição não poderia mudar seu voto, mas qualquer juiz que, na primeira
votação, houvesse julgado o acusado como "culpado" poderia mudar seu
voto.
Durante esse tempo, o acusado ainda era presumido
inocente.
Uma outra provisão peculiar da lei Judaica era de grande
importância, porque um veredicto unânime de culpa resultava na absolvição do
acusado! Isso derivava do dever que a corte tinha de proteger e defender o
acusado. A lei Mosaica estabelecia que desde que algum membro da corte tinha que
fazer a defesa do acusado, um veredicto unânime de culpa indicava que ninguém
teria feito essa defesa, que poderia ter havido uma conspiração contra o
acusado, e que ele não teria tido um amigo ou defensor. Tal veredicto unânime
era inválido e tinha o efeito de uma absolvição.
Israel não era uma democracia com Igreja e Estado separados, mas
uma teocracia com Igreja e Estado entrelaçados como uma coisa só. Muitos
acreditam que os altos sacerdotes ordenaram a prisão e julgamento ilegal de
Jesus, que eles foram quem subornaram Judas, que eles sozinhos é que se sentiram
ameaçados pelos ensinamentos de Jesus em público, e que eles sozinhos é que
buscaram a morte de Jesus.
A prisão foi ilegal porque ela veio de noite, em violação à lei.
Ela foi efetuada através das atividades do conspirador Judas Iscariotes em
violação à lei rabínica. Ela não foi resultado de um mandado legal, novamente em
violação ao código Mosaico. Os guardas romanos que prenderam Jesus no Jardim de
Gethsemane e o trouxeram ao tribunal do Sumo Sacerdote não tinham uma ordem de
prisão legal. O julgamento noturno é uma evidência adicional de conspiração
contra Jesus por esses sacerdotes cuja hipocrisia o Carpinteiro denunciava
publicamente. Sob a lei do Sinédrio, o primeiro passo deveria ter sido a
audiência prévia com a leitura das acusações para o réu em uma corte aberta. O
registro (incluindo os escritos de Mateus, Marcos, Lucas, João, Josephus, Philo
e os Manuscritos do Mar Morto) não menciona nenhum audiência prévia. E eu assumo
que Mateus, Marcos, Lucas e João são testemunhas com credibilidade. Nós podemos
crer em seus testemunhos.
O registro diz que a corte procurou testemunhos falsos contra
Jesus para justificar condená-lo à morte mas da primeira tentativa não
conseguiram, apesar dos várias testemunhos falsos que surgiram. Houve perjúrios
entre eles mas ninguém estava disposto a arriscar a terrível conseqüência de
mentir contra um homem acusado de crime capital.
Mas finalmente surgiram duas falsas testemunhas, e nos disseram
Mateus e Marcos que ambos os testemunhos não concordam entre si. A primeira
testemunhou para acusação de blasfêmia dizendo que Jesus havia dito "Eu sou
capaz de destruir o Templo." A segunda testemunhou que Jesus havia dito "Eu vou
destruir esse Templo."
Não houve outras testemunhas além dessas duas, e elas não
concordavam entre si. Jesus deveria ser absolvido ainda antes de ser questionado
em sua defesa ... e certamente sem ser obrigado a testemunhar contra si
próprio.
Porém, o sumo sacerdote Caifás invocou Jesus para que se
defendesse (contrariando a lei). "E, levantando-se o sumo sacerdote no Sinédrio,
perguntou a Jesus, dizendo: Nada respondes ? Que testificam estes contra ti?"
Jesus não respondeu.
Em vez de proteger e defender o acusado como requerido pela lei
deles, o próprio sumo sacerdote se tornou o acusador, em franca violação das
regras do julgamento. "Conjuro-te pelo Deus vivo", ele gritou, "que nos digas se
tu és o Cristo, o Filho de Deus!"
Agora, coloquemo-nos na posição de um carpinteiro humilde diante
dos homens mais poderosos do país, no maior tribunal da nação. É difícil
imaginar quão grande foi a coerção e a pressão!
Embora Jesus pudesse continuar em silêncio, ele decidiu falar. "Se
vo-lo disse, não o crereis, e também, se vos perguntar, não me respondereis." Os
sacerdotes novamente perguntaram "És tu o Filho de Deus ?" A resposta de Jesus
foi apenas "Vós dizeis que eu sou." Caifás então anunciou à Corte "De que mais
testemunho necessitamos? Pois nós mesmos o ouvimos da sua boca." O resto dos
homens daquela corte terrível, ouvindo essas palavras ditas pelo seu sumo
sacerdote, ilegalmente confirmaram seu julgamento gritando "É réu de
morte!"
A primeira audiência diante do Sinédrio foi concluída por volta
das três da manhã. A Corte só adiou o julgamento até o nascer do sol, embora a
lei exigisse que cada um deles deliberasse a sós por um dia inteiro antes da
segunda audiência.
Eles retornaram apenas algumas horas depois, ao amanhecer. Lucas
nos conta "E logo que foi dia, ajuntaram-se os anciãos do povo, e os principais
dos sacerdotes e os escribas, e o conduziram ao seu concílio." Essa sessão foi
superficial. Nenhuma testemunha foi invocada novamente e a lei foi violada ao se
exigir que Jesus respondesse à questão repetida "És tu o Filho de
Deus?"
E novamente Jesus respondeu "Tu o disseste", e então acrescentou
"digo-vos, porém, que vereis em breve o Filho do homem assentado à direita do
Poder, e vindo sobre as nuvens do céu." Diante disso, a corte gritou "Para que
precisamos ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes agora a sua
blasfêmia."
A votação foi feita, os votos dos juízes foram contados, e Marcos
nos conta "todos o consideraram culpado de morte." A importância disso reside
naquela provisão peculiar da lei Judaica que requeria a absolvição se houvesse
veredicto unânime.
Sob a lei Judaica, a morte por apedrejamento era a sentença
apropriada para uma ofensa capital. O povo Judeu não crucificava e esse método
de executar a pena de morte era de origem Grega ou Romana. Os Judeus executavam
os condenados por apedrejamento, decapitação ou estrangulamento de acordo com a
natureza do crime. Para a blasfêmia era prescrita a morte por
apedrejamento.
No entanto, o exército Romano que ocupava Jerusalém na época era o
único com poder de anunciar e executar sentenças de morte. O Sinédrio tinha
apenas autoridade para levantar a acusação perante um magistrado Romano ou
governador militar, o qual tinha o dever de rever o processo inteiro em um
julgamento separado tendo poder para decidir. Portanto, "logo ao amanhecer, os
principais dos sacerdotes, com os anciãos, e os escribas, e todo o Sinédrio,
tiveram conselho; e, ligando Jesus, o levaram e entregaram a
Pilatos."
Normalmente se diz que o reino de Judah nos deu a religião e a
Grécia nos deu as artes, mas Roma nos deu as leis. O sistema judicial Romano era
incomparável em matéria de jurisprudência, mas Pilatos não seguiu o sistema
Romano. Ele não exerceu julgamento independente de acordo com a lei mas cedeu às
pressões políticas dos sacerdotes Judeus, violando assim a própria lei que ele
estava encarregado de fazer cumprir.
Sua história é um exemplo de como os juízes devem ser sempre
livres de pressões políticas, livres para decidir os casos baseando-se apenas na
lei e nas evidências. Como Procurador Imperial na Jerusalém ocupada pelos
Romanos da época, Pilatos tinha o dever legal de rever todas as evidências e
procedimentos nos casos capitais trazidos até ele pelos líderes Judeus. Ele foi
um bom juiz (até que a segurança de seu cargo foi ameaçada pela
política).
Os sacerdotes levaram Jesus para a entrada do palácio de Pilatos.
(Eles não poderiam entrar porque se tornariam impuros, sendo uma época de
Páscoa.) Pilatos foi até eles dizendo "Que acusação trazeis contra este
homem?".
Essa pergunta é importante porque demonstra a intenção de Pilatos
em levar o caso como um julgamento à parte desde o início, começando a julgar a
própria acusação. Ele não perguntou "Vocês condenaram esse homem de quê?", mas
em vez disso perguntou quais eram as acusações.
Os sacerdotes sabiam a importância da pergunta de Pilatos, então
eles responderam indiretamente "Se este não fosse malfeitor, não to
entregaríamos." Em outras palavras, Pilatos perguntou "Qual a acusação contra
este homem?" e os sacerdotes responderam "Se ele não fosse culpado não estaria
aqui!"
Pilatos percebeu essa tentativa de limitar sua jurisdição e
induzi-lo a agir de acordo com a vontade deles. Isso o irritou e ele revidou:
"Levai-o vós, e julgai-o segundo a vossa lei!" Os sacerdotes foram então
forçados a admitir "A nós não nos é lícito matar pessoa alguma."
Tentemos entender o dilema desses sacerdotes em violação às leis.
Se eles apresentassem Jesus como um homem condenado por blasfêmia com o
depoimento de apenas duas testemunhas que não concordaram entre si, Pilatos
reverteria o veredicto. Se eles apresentassem Jesus como alguém condenado por
sua própria confissão, Pilatos também dispensaria o veredicto. E, é claro, se
eles informassem que Jesus havia sido condenado por votação unânime, Pilatos
entraria com um veredicto de absolvição.
Então, os maliciosos sacerdotes apresentaram Jesus a Pilatos sob
uma nova acusação que eles inventaram naquele momento: traição contra César.
"Havemos achado este, pervertendo a nossa nação", disseram eles, "proibindo dar
o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei."
Pilatos chamou Jesus para dentro do palácio e o perguntou em
privado "Tu és o rei dos Judeus ?" E Jesus perguntou a Pilatos para saber a
origem da nova acusação: "Tu dizes isso de ti mesmo, ou disseram-to outros de
mim?"
Pilatos replicou "A tua nação e os principais dos sacerdotes
entregaram-te a mim", explicando com isso de onde havia sido originada aquela
acusação de traição.
Era uma coisa plausível que um Judeu acusasse um Romano de traição
ou que um Romano acusasse um Judeu, mas naquele momento eram os Judeus mais
proeminentes da nação acusando um de seus conterrâneos de crime de traição
contra Roma!
Jesus disse a Pilatos "O meu reino não é deste mundo." E Pilatos
insistiu "Logo tu és rei ?" Jesus respondeu "Tu dizes que eu sou rei. Eu para
isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo
aquele que é da verdade ouve a minha voz."
Pilatos então fez a famosa pergunta "Que é a
verdade?"
Jesus não deu resposta alguma senão a presença silenciosa de Si, o
cordeiro levado ao sacrifício por mentirosos, de forma que Pilatos saiu para
onde os sacerdotes estavam e, de acordo com João, pronunciou sua absolvição
enfática do carpinteiro Nazareno. Ele disse a eles "Não acho nele crime
algum!"
Até então, Pilatos havia seguido a lei à risca. A lei era boa. A
lei teria libertado Jesus mas pela persistência desses maldosos sacerdotes que
não se importavam em nada com as leis pelas quais eles mesmos governavam a terra
e seus habitantes.
Era intolerável para esses inimigos da verdade que seu complô
assassino fosse frustrado dessa maneira. Os sacerdotes soltaram rugidos de
indignação "Alvoroça o povo ensinando por toda a Judéia, começando desde a
Galiléia até aqui."
Essa acusação era a de sedição (revolta, motim, crime contra o
Estado), que era menos odiosa que a traição. Ela exigia a prova de uma motivação
corrupta para a condenação, mas ainda nenhum motivo maldoso se pode provar que
existira em Jesus.
Pilatos ignorou essa acusação, mas com a referência à Galiléia,
ele encontrou uma oportunidade de escapar do que o esperava. Herodes, o Tetrarca
da Galiléia, estava em Jerusalém para a Páscoa. Pilatos viu nisso uma chance de
transferir a responsabilidade para Herodes, que tinha jurisdição para julgar
acusações de sedição. Jesus era Galileu. Os sacerdotes aprovaram essa ação
porque eles pensavam que Herodes faria o que eles quisessem para ganhar seus
favores.
Jesus foi arrastado até o palácio de Herodes, onde as acusações de
traição e sedição foram reiteradas.
Herodes, contudo, não se impressionou. Ele havia ouvido a respeito
dos ensinamentos de Jesus e o questionou, mas quando Jesus se recusou a
responder (um direito de todo acusado), Herodes colocou nele uma túnica branca e
o mandou de volta a Pilatos sem dar uma decisão. Se esse procedimento irregular
tivesse qualquer status legal, ele levaria a uma nova absolvição. Pilatos
concordou.
Lucas nos conta que quando os sacerdotes trouxeram Jesus de volta
do palácio de Herodes, Pilatos saiu de encontro a eles e disse "Haveis-me
apresentado este homem como pervertedor do povo; e eis que, examinando-o na
vossa presença, nenhuma culpa, das de que o acusais, acho neste homem. Nem mesmo
Herodes, porque a ele vos remeti, e eis que não tem feito coisa alguma digna de
morte. Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei."
Notemos que Pilatos naquele momento cometeu um erro. Ele declarou
"Esse homem é inocente. Herodes o julgou inocente e eu o julguei inocente. Eu
vou, portanto, castigá-lo e soltá-lo!" Mas que autoridade legal tinha Pilatos
para castigar um homem inocente? Porque ele fez isso?
Apesar de contrária à lei Romana, eu creio que Pilatos fez isso na
esperança de que o castigo deixaria os sacerdotes satisfeitos de modo que eles
cessariam suas exigências de morte. Assim, Pilatos ordenou o castigo de Jesus,
não com uma punição branda, mas com o açoitamento até quase matar, com tiras de
couro embutidas com pedaços de chumbo!
A imposição desse açoitamento ilegal foi, em si, um impedimento
para punições ainda piores. Qualquer punição adicional violaria as leis tanto de
Roma como de Israel, que estabeleciam que, já tendo o acusado sido condenado e
punido, ele não poderia ser julgado novamente pelo mesmo crime.
João diz que "desde então Pilatos procurava soltá-lo", mas Jesus
foi levado ao quartel dos soldados e despido de sua túnica branca que havia sido
dada por Herodes, foi coberto com uma capa púrpura, coroado com uma guirlanda de
espinhos, dado uma cana como cetro, e levado para ser confrontado pelos irados
sacerdotes novamente.
Pilatos anunciou "Eis aqui o homem." Os sacerdotes responderam
"Crucifica-o!" Tudo isso por ter Jesus desafiado a autoridade daqueles homens
que estavam dispostos a violar as leis para causar sua morte, homens que por
esta razão corromperam sua própria autoridade.
Pilatos então disse "Tomai-o vós, e crucificai-o; porque eu nenhum
crime acho nele." Ali estava um juiz de leis dizendo "este homem é inocente, mas
vocês podem matá-lo se o quiserem."
É claro que isso não satisfez os sacerdotes. Eles não ousariam
crucificar Jesus sem uma aprovação inequívoca de uma autoridade Romana, porque
fazer isso os sujeitaria a uma represália, possivelmente até a morte, nas mãos
dos Romanos.
"Nós temos uma lei", eles insistiram, "e, segundo a nossa lei, ele
deve morrer porque se fez Filho de Deus." E ao dizer isso, eles revelaram a
Pilatos que sua verdadeira queixa contra Jesus era, na verdade, a acusação de
blasfêmia.
Pilatos, que não havia ouvido ainda essa acusação, mais uma vez
levou Jesus à parte e perguntou "Donde és tu?" Essa era a equivalente à nossas
modernas perguntas "De onde você vem? Qual é a sua intenção?" Pilatos queria
saber o que Jesus poderia ter feito para enraivecer tanto os sacerdotes ao ponto
de violarem as leis sagradas de sua nação para condená-lo à morte
ilegalmente.
Jesus não respondeu nada. Pilatos então vociferou "Não me falas a
mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te
soltar?"
Jesus apenas respondeu "Nenhum poder terias contra mim, se de cima
te não fosse dado."
Pilatos novamente procurou soltar Jesus, mas os sacerdotes
enraivecidos exclamaram "Se soltas este, não és amigo do César." Essa era uma
ameaça à Pilatos. Poderia haver graves conseqüências se a mais alta corte de
Israel denunciasse Pilatos à César. Pilatos sentiu que uma interpretação errada
de seu julgamento poderia chegar aos ouvidos de César. Ele poderia ser visto
como se estivesse protegendo alguém que era considerado pelos mais influentes de
seus conterrâneos como culpado de traição. Pilatos não teve a coragem de lutar
pela justiça contra esses sacerdotes coléricos.
Foi então que a esposa de Pilatos lhe enviou uma mensagem: "Não
entres na questão desse justo."
Seu apelo levou Pilatos a tentar um último esforço para salvar
Jesus sem arriscar seu cargo. Era costume durante a Páscoa de libertar um
prisioneiro escolhido pelo povo. Pelo voto popular, as pessoas poderiam conceder
anistia a qualquer um sentenciado à morte.
Eu vejo esse como um dos mais dramáticos momentos de toda a
História, mas muito do drama passou despercebido pelos autores e dramaturgos, e
uma lamentável confusão resultou em 2000 anos de animosidade desnecessária entre
Cristãos e Judeus. Foram os sacerdotes Judeus que buscaram a morte de Jesus, não
o povo.
O nome Barrabás em Hebraico significa filho de Abás. Pedro era
referido por Mateus como "Pedro bar Jonas", isto é, Pedro filho de Jonas. Bar
Mitzvah é traduzido literalmente como Filho da Lei. O nome de Barrabás também
era Jesus: Jesus Barrabás.
A pergunta de Pilatos aos sacerdotes foi "Qual quereis que vos
solte? [Jesus] Barrabás, ou Jesus chamado Cristo?" Eles clamaram, é claro, pela
libertação de Barrabás, o notório ladrão e assassino. "Que farei então de Jesus,
chamado Cristo?", perguntou Pilatos. Eles gritaram "Seja crucificado!" "Hei de
crucificar o vosso rei?", perguntou Pilatos. E aqueles sacerdotes (que odiavam
César como só os povos conquistados podiam odiar) disseram a Pilatos "Não temos
rei senão o César!"
Pilatos enfraqueceu diante daquela ferocidade implacável e
entregou Jesus para que o crucificassem. Ele tomou uma bacia de água diante
dele, lavou suas mãos nela e anunciou "Estou inocente do sangue deste justo:
considerai isso."
Pilatos mandou gravar na cruz "Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus".
Caifás e os outros sacerdotes foram a Pilatos e pediram "Não escrevas 'Rei dos
Judeus', mas que ele disse 'Sou Rei dos Judeus'." E Pilatos respondeu "O que
escrevi, escrevi."
Jesus foi julgado desde antes de sua audiência. Ele foi acusado de
três crimes separados. Os sacerdotes do Sinédrio o condenaram ilegalmente por
blasfêmia. Pilatos se recusou a reconhecer esse procedimento inicial. Pilatos,
por duas vezes, absolveu Jesus da acusação de traição. Ele foi acusado de
sedição diante de Pilatos e Herodes mas foi absolvido por ambos. E ainda assim,
Jesus foi executado porque pretensamente se assumiu que ele havia sido
considerado culpado de traição. Ameaçado com a possível perda de seu cargo,
Pilatos escolheu crucificar Jesus como a maneira mais fácil de calar os
coléricos sacerdotes.
Antes das doze horas daquele mesmo dia, Jesus foi crucificado em
violação às leis de Israel e Roma, fechando o mais tenebroso capítulo da
história da administração judicial e invocando o supremo chamado que o mundo
jamais ouvira para que humanos obrassem pela justiça. Dois dos sistemas de leis
mais esclarecidos que existiram foram prostituídos para destruir o homem mais
inocente que já passou pela face da Terra.
Essa história nunca vai morrer, porque de sua verdade sempre nasce
a esperança de toda a humanidade. Mais do que qualquer outro episódio na
história do mundo, o julgamento de Jesus clama a todos os homens e mulheres de
boa vontade para que trabalhem por um sistema de governo humano pelo qual
possamos viver juntos em paz e segurança sob um Estado de Direito administrado
com reverência pela Verdade e pelo Amor Caridoso.
- # -Por favor, mantenha os créditos do autor deste
trabalho.
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Post Office Box 123
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