sábado, 31 de dezembro de 2011

O ANO EM QUE AS MÁSCARAS DO TERROR CAPITALISTA CAÍRAM - AS CARETAS DO FILHO DO SENADOR - Laerte Braga


Retrospectivas de um ano, de um modo geral, são marcadas por uma estrita observância ao tempo cronológico. Janeiro, fevereiro, março e vai assim. É possível no entanto fugir desse modo usual de relacionar catástrofes, fatos de maior ou menor importância a critério de quem escreve, evidente.
Janeiro de 2011, por exemplo, a posse de Dilma Roussef. Prefiro olhar o fim dos dois mandatos de Lula, é inevitável o confronto com os oito anos de FHC – quatro por eleição e mais quatro num golpe branco –. A história começa a mostrar que Lula não trouxe avanços reais e efetivos para os brasileiros à medida que no afã de se equilibrar no fio da navalha aberta por Fernando Henrique fez de seu governo um exercício de malabarismo incrível. O resultado? Dilma era a figura que estava à mão, mostra-se, até agora, menor que o cargo.
O Brasil dança segundo as regras da “globalitarização”, de vez em quando emite mugidos de reações que Getúlio Vargas chamava de “guampada de boi manso”. Está assentado à mesa de negociações para a partilha do botim chamado Líbia. Devastada e com centenas de milhares de mortos pelo terror capitalista travestido de “ajuda humanitária” na preocupação democrática do terrorista Barack Obama, através do braço OTAN. Foram 20 mil bombardeios aéreos para “libertar” o país.
O ano em que o PT – Partido dos Trabalhadores – acentua e acelera seu processo de transformação em PSDB alternativo, pelas mãos de uma cúpula de “consultores”, no desespero da militância histórica que tenta evitar o naufrágio. Alternativo costuma ser pior que o original. Quem anda em companhia de Orlando Silva, Wellington Moreira Franco, Carlos Alberto Luppi, Paulo Bernardo e Fernando Pimentel não pode pretender respeito, ou ser aquinhoado com o epíteto de governo sério. É claro que a presidente não mete a mão em grana pública, nem de ninguém. Mas isso é outra história. Itamar não fazia isso. Enriqueceu boa parte da chamada “república de Juiz de Fora”.
O ano marca também a presença viva e nociva da quadrilha Sarney. O controle do Maranhão, do Amapá e toda a sorte de trapaças cometidas pelo “coronel” e seu séquito de filhos, cunhados, noras, sobrinhos, netos, amigos, etc. Sobrevive mais um ano sem que nada se lhes aconteça. Exceto, evidente, a impunidade.
Já no final do ano os tucanos se percebem devastados com as revelações do livro do jornalista Amaury Ribeiro mostrando que o processo de privatizações foi um grande negócio de quadrilhas que entre outros, envolvia desde o presidente de então, FHC, passando pelo candidato eterno José Serra e sua família, Tasso Jereissati, Aécio Bafômetro Neves, Daniel Dantas, Gilmar Mendes, uma extensa quadrilha com ramificações internacionais e que mesmo fora do poder central, detém o poder em algumas regiões, ou estados.
Caso do Rio Grande do Norte, João Faustino, ex-sub-chefe da Casa Civil de José Serra no governo de São Paulo, foi pego com a mão na grana no negócio de terceirização das vistorias de automóveis. Kassab está no meio e o plano era irradiar o “negócio” para todo o País.
Sobre o livro de Amaury Ribeiro – A PRIVATARIA TUCANA – nem um comentário da mídia podre. GLOBO, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE MINAS, RBS, ÉPOCA, etc. São os paladinos da “liberdade de expressão” segundo suas conveniências e interesses, pautados pelo número de zeros à direita nas faturas.
Foi um ano muito bem pago a gente como William Waack, agente preferido de Hilary Clinton, mas dançou Fátima Bernardes, na disputa pelo poder na maior empresa de comunicações/mentira do Brasil. Uma dúvida! Será que o programa MANHATTAN COLECTION continua com os mesmos cinco telespectadores ou caiu para quatro, quem sabe subiu para seis? O desespero de arranjar um novo Paulo Francis continua aterrador para a rede e o programa. Junta mediocridades absolutas e incorpora agora a turma de VEJA que foge do risco de cadeia por aqui, por conta das mentiras de toda semana.
Nem tudo, no entanto, tem cara daquele personagem que chamam de Funério. Helena Tavares do blog QUEM TEM MEDO DA DEMOCRACIA realizou uma entrevista histórica e extraordinária, fundamental, com o brigadeiro Moreira Lima, um militar em extinção. Sério, comprometido com a democracia e a legalidade constitucional e que por isso mesmo foi posto à margem dentro das forças armadas que permanecem agarradas ao golpe de 1964, temerosas da Comissão da Verdade (estão escondidos, torturadores “valentes” dentro de câmaras de repressão e covardes diante da história, escondidos atrás da saia da anistia).
O câncer acometeu Hugo Chávez, Fernando Lugo, Lula e agora Cristina Kirchner. Um paranóico diria que isso é coisa da CIA. Paranóia mesmo, recheada de cinismo, é coisa de norte-americanos e sionistas, naquela história de poder divino sobre o resto do mundo. Os caras, antes de dormir, olham embaixo da cama. É para ver se lá não está algum “terrorista” árabe.
O ano em que a Comunidade Européia afunda e se transforma numa grande base militar do complexo ISRAEL/EUA TERRORISMO S/A e a sede do IV Reich deixa de ser, como seria natural Berlim, para dividir-se entre Washington e Tel Aviv. Tiro nos palestinos, líbios, afegãos, iraquianos e colombianos, além de alguns eventuais por outras plagas, é o esporte preferido do complexo.
Beth Carvalho numa entrevista concedida em seu apartamento no Rio explicou tim por tim tudo o que acontece e fez renascer a saudade de Leonel Brizola, o líder indispensável que a morte levou. Fica, no entanto, a imagem de Cid Moreira lendo a nota do ex-governador, em pleno JORNAL NACIONAL – o da mentira – e engolindo a saliva, a boca seca, na raiva do puxa saco eterno. A entrevista de Beth Carvalho foi outro acontecimento memorável. E nem importa que a nota de Brizola tenha sido em anos passados. Está viva na luta pelo marco regulatório da mídia.
Não há desnutrição infantil em Cuba. Único país do mundo onde isso acontece segundo a Organização Mundial de Saúde e a FAO, braços da ONU. Nos EUA o OCUPA WALL STREET, movimento destinado a buscar junto a bancos e especuladores o dinheiro que foi e continua sendo roubado aos trabalhadores, revela que existem no país 40 milhões de indigentes.
E perto de cinco mil ogivas nucleares para garantir a “democracia”.
Um desses boçais que pontificam na tevê brasileira em programas de boçalidades, desejou boa sorte ao líder norte-coreano no “inferno”. Vai esperar a chegada de Bush, pai e filho, de Clinton, de Obama, de Netanyahu, de tantos outros. O perigo vai ser quando FHC chegar. Vai descer em carruagem iluminada e em forma de pirâmide, afinal é o último faraó, isso segundo sua própria concepção. “FhC pensa que é superlativo de PhD”, definição precisa do gênio de Millôr Fernandes. E lógico, para um quitinete apertadinho nos domínios do demo, do próprio cara da tevê.
Duas grandes pragas assolam o Brasil. A bancada evangélica com o senador Magno Malta (pedófilo) e a bancada ruralista, pronta para desmatar toda a Amazônia e substituí-la por gado e transgênicos recheados de agrotóxicos, no Código Floresta do deputado Aldo Rebelo, hoje ministro dos Esportes e um dos sócios de PC do B S/A. Empresa de porte médio que atua no setor de partidos políticos.
Tem a Primavera Árabe. Derrubou Mubarak, o presidente da Tunísia, mas nem tem rumo e nem tem direção, do que se aproveitam militares norte-americanos, quer dizer, egípcios, para manter uma junta governando o país de Cleópatra. Enrolaram-se, como fez a imperatriz diante de Júlio Cesar, em tapete especial e se desnudaram em Washington e Tel Aviv.
Não têm os encantos de Cleópatra e cedo ou tarde acabarão sumindo.
O capitalismo em crise não significa necessariamente o fim. Crise e capitalismo estão associados, um não vive sem o outro. As crises são necessárias e fazem parte do processo de exploração do homem pelo homem. Os gregos sabem disso e estão nas ruas, com rumo e direção, protestando contra um governo títere de banqueiros. É como a corrupção. É fundamental para o capitalismo. Corruptores montam congressos, montam tribunais e ocupam executivos. Transformam nações em grandes corporações, é um fenômeno que se mostra claro neste ano, rateiam o controle acionário e deixam o óleo vazar por todas as baías enquanto em nota oficial se mostram preocupados com o meio-ambiente. Tem gente que acredita. Sérgio Cabral, que não é bobo, bota a boca no trombone pelos royalties enquanto embolsa no canto escuro da casa do sogro os “royalties” do bem fazer pelos donos. Tem outro nome, propina.
Os royalties são desculpa para entregar o petróleo do pré-sal para empresas que remuneram bem a governadores, deputados, senadores, prefeitos, etc, os que se dispõem a isso, inclusive ministros de cortes superiores.
Cabral, Eduardo Paes, Antônio Anastasia, Paulo Hartung, Renato Casagrande (faz o papel de banana) e Geraldo Alckimin são outros que se associaram aos “negócios” da política. Beira-mar preferiu o das drogas. São iguais, diferem no ramo. No caso de Alckimin tem a bênção da OPUS DEI, quadrilha que se arvora a voz de Deus. É a principal controladora de Vaticano S/A. Uma espécie de parafernália Edir Macedo com tradição e mais sofisticação.
No finalzinho do ano mais três entraram no “negócio” de “gratificações indevidas”. Um, para ajudar os que receberam, Marco Aurélio Mello. Dois, que embolsaram 700 mil, César Peluso – presidente da dita suprema corte – e Ricardo Lewandowsky. E mais a turma do STJ, um número expressivo de “abnegados” com o tal “auxílio moradia”. É o Judiciário indo para o esgoto a despeito de muitos de seus integrantes honestos. Já os funcionários ganharam uma big banana no final do ano, no orçamento neoliberal de D. Dilma Roussef.
Vai emprestar dinheiro para o FMI e 49% das receitas vão servir para pagar a dívida pública, a tal que foi paga no governo Lula, mas está aí vivíssima.
De qualquer forma é um ano em que os robôs que acham que automóvel é Deus, começam a sair do tacão alienante da mídia e perceber que apenas mudamos a forma de ditadura. Sai a borduna, entra a mídia de mercado e suas “verdades”. Mas é também o ano em que a classe média – mérdia – se perde na crença que caviar iraniano é o bom gosto supremo e que VEJA tem alguma coisa a dizer além de mentiras.
No fim de tudo a culpa é da Síria, do Irã, dos palestinos. Uma esplendida festa de fogos de artifícios e a contagem regressiva feita pelo Faustão – no caso do Brasil – ainda faz com que muitos acreditem que tudo vai ser diferente a partir do dia seguinte.
Dia de começar regime e parar de fumar.
Vai daí que ou acordamos e vamos para as ruas lutar pela construção de uma democracia em todos os sentidos, plena, sem Sarney, sem essa gente toda, ou vamos naufragar nas explicações inebriantes de Miriam Leitão e nas receitas de Ana Maria Braga. Mudar o modelo roto e opressor.
A panqueca de Dilma, até agora, só causou uma baita indigestão. E tem Obama. Protagonista do CANTOR DE JAZZ, célebre filme dos tempos de antanhos em Hollywood. O cantor original era negro, engraxaram o ator branco para ficar negro. Obama é remaker.
O gangster Jáder Barbalho foi empossado no Senado em pleno recesso. Salva um “dinheirinho” sem trabalhar. No ato seu filho fez caretas para os fotógrafos. Estendem-se a todos os brasileiros. Setecentos mil alguns ministros do STF e do STJ podem embolsar também sem trabalhar e ao mesmo tempo têm o poder de paralisar as investigações sobre essa irregularidade. Já ficha limpa não.
Fica no arquivo das vistas, mantém impunes bandidos como Barbalho. É amigo e aliado de outro dos muitos gangsters de nossa política. O presidente do Senado José Sarney. Se a turma não abrir os olhos, os senadores sérios – menos de 20% - a chamada Câmara Alta vira um daqueles cassinos de Las Vegas com shows explícitos de sem vergonhice política. É outra marca de 2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário