Cidadãos de todo o país, cansados da ditadura militar, foram às ruas pedir eleições diretas para presidente. Movimento uniu políticos, atletas e artistas.
Há 30 anos, o Brasil vivia um grande momento democrático. Cidadãos de todo o país, cansados da ditadura militar, foram às ruas pedir eleições diretas para presidente, e o Bom Dia Brasil reencontrou personagens dessa história.
Em 25 de abril de 1984 o Brasil parou. A expectativa tomou conta do país e todas as atenções se voltaram para o Congresso Nacional, onde deputados votavam a Emenda Dante de Oliveira.
Depois de 20 anos de ditatura, a emenda propõe eleições diretas pra presidente. A campanha nacional pela aprovação ficou conhecida como ‘Diretas Já’.
Os deputados votam e o resultado é frustrante: “A proposta foi rejeitada pela Câmara”.
A emenda não passou. Então o ‘Diretas Já’ foi derrotado? Sim e não. Para gente entender por que essa foi uma derrota vitoriosa é preciso voltar um pouquinho no tempo, antes da votação no Congresso, e prestar atenção em uma praça em Curitiba, olhar para uma avenida no Rio de Janeiro, ou lembrar do que aconteceu na Praça da Sé, em São Paulo.
Foi nas ruas de diversas cidades brasileiras que se desenhou uma vitória que o Congresso não teria forças para impedir. A série de manifestações que deu origem ao movimento ‘Diretas Já’ começou no final de 83. Se os primeiros protestos foram mais tímidos, logo multidões se encontravam em praças pra pedir a volta das eleições para presidente.
O movimento uniu até mesmo políticos de diferentes tendências. “A república verdadeira está aqui. É o povo, é a nação brasileira representando 120 milhões de brasileiros”, disse Ulysses Guimarães.
Levou para os palanques atletas e muitos artistas. “A gente sabia da dificuldade, sabia dos riscos que a gente corria, a gente sabia que a gente estava pondo a cara para bater, e a pancada era forte se viesse, mas a gente não pensava duas vezes”, contou o ex-jogador Walter Casagrande Júnior.
Embalada por discursos e músicas, o ‘Diretas Já’ levou 300 mil pessoas para as ruas em Belo Horizonte. Em 10 de abril de 84, um milhão de pessoas ocuparam a Candelária, no Rio de Janeiro. No dia 16 de abril, 1,5 milhão de pessoas se uniram no maior protesto já feito no país.
“Foi toda a discussão em torno da Emenda Dante de Oliveira que possibilitou, por exemplo, que você conseguisse, naquele momento, formar uma frente para redemocratização tão forte que viabilizou a candidatura de Tancredo Neves no colégio eleitoral para enfrentar o adversário do regime militar”, explica o cientista político Marco Antônio Teixeira.
Os três amigos fizeram parte dessa pressão, na praça da Sé, em São Paulo, 30 anos atrás. “Jamais eu vou esquecer. É você ter orgulho de dizer que eu fiz parte dessa história”, afirma Nice Bezerra.
“O comício aqui reuniu todo mundo. Eu digo que uniu o Brasil”, lembra João Belmiro de Araújo Duarte.
O povo, mobilizado, não dava sinais de que iria desistir, e demonstrou isso imediatamente após a derrubada da emenda, ainda no Congresso.
No ano seguinte, as eleições ainda foram de forma indireta, mas o barulho das ruas pressionava o Congresso. E nove meses depois da derrota da Emenda Dante, o colégio eleitoral elegia Tancredo Neves, o primeiro presidente civil em 20 anos.
“Em 84 e 85 tivemos a sucessão presidencial com um presidente civil, já tivemos logo em seguida a eleição para prefeitos de capitais, que não era realizado desde os anos 60 também. Em 89, nos coroamos de pleno êxito esse processo, com a realização da primeira eleição presidencial direta no país, após o golpe de Estado de 64”, explica o cientista político.
“Teve um jogo da ditadura contra a democracia, por 20 anos. Naquele dia de 84 o juiz deu pênalti. E nós saímos para bater. O povo todo saiu para bater”, completa Casagrande
Em 25 de abril de 1984 o Brasil parou. A expectativa tomou conta do país e todas as atenções se voltaram para o Congresso Nacional, onde deputados votavam a Emenda Dante de Oliveira.
Depois de 20 anos de ditatura, a emenda propõe eleições diretas pra presidente. A campanha nacional pela aprovação ficou conhecida como ‘Diretas Já’.
Os deputados votam e o resultado é frustrante: “A proposta foi rejeitada pela Câmara”.
A emenda não passou. Então o ‘Diretas Já’ foi derrotado? Sim e não. Para gente entender por que essa foi uma derrota vitoriosa é preciso voltar um pouquinho no tempo, antes da votação no Congresso, e prestar atenção em uma praça em Curitiba, olhar para uma avenida no Rio de Janeiro, ou lembrar do que aconteceu na Praça da Sé, em São Paulo.
Foi nas ruas de diversas cidades brasileiras que se desenhou uma vitória que o Congresso não teria forças para impedir. A série de manifestações que deu origem ao movimento ‘Diretas Já’ começou no final de 83. Se os primeiros protestos foram mais tímidos, logo multidões se encontravam em praças pra pedir a volta das eleições para presidente.
O movimento uniu até mesmo políticos de diferentes tendências. “A república verdadeira está aqui. É o povo, é a nação brasileira representando 120 milhões de brasileiros”, disse Ulysses Guimarães.
Levou para os palanques atletas e muitos artistas. “A gente sabia da dificuldade, sabia dos riscos que a gente corria, a gente sabia que a gente estava pondo a cara para bater, e a pancada era forte se viesse, mas a gente não pensava duas vezes”, contou o ex-jogador Walter Casagrande Júnior.
Embalada por discursos e músicas, o ‘Diretas Já’ levou 300 mil pessoas para as ruas em Belo Horizonte. Em 10 de abril de 84, um milhão de pessoas ocuparam a Candelária, no Rio de Janeiro. No dia 16 de abril, 1,5 milhão de pessoas se uniram no maior protesto já feito no país.
“Foi toda a discussão em torno da Emenda Dante de Oliveira que possibilitou, por exemplo, que você conseguisse, naquele momento, formar uma frente para redemocratização tão forte que viabilizou a candidatura de Tancredo Neves no colégio eleitoral para enfrentar o adversário do regime militar”, explica o cientista político Marco Antônio Teixeira.
Os três amigos fizeram parte dessa pressão, na praça da Sé, em São Paulo, 30 anos atrás. “Jamais eu vou esquecer. É você ter orgulho de dizer que eu fiz parte dessa história”, afirma Nice Bezerra.
“O comício aqui reuniu todo mundo. Eu digo que uniu o Brasil”, lembra João Belmiro de Araújo Duarte.
O povo, mobilizado, não dava sinais de que iria desistir, e demonstrou isso imediatamente após a derrubada da emenda, ainda no Congresso.
No ano seguinte, as eleições ainda foram de forma indireta, mas o barulho das ruas pressionava o Congresso. E nove meses depois da derrota da Emenda Dante, o colégio eleitoral elegia Tancredo Neves, o primeiro presidente civil em 20 anos.
“Em 84 e 85 tivemos a sucessão presidencial com um presidente civil, já tivemos logo em seguida a eleição para prefeitos de capitais, que não era realizado desde os anos 60 também. Em 89, nos coroamos de pleno êxito esse processo, com a realização da primeira eleição presidencial direta no país, após o golpe de Estado de 64”, explica o cientista político.
“Teve um jogo da ditadura contra a democracia, por 20 anos. Naquele dia de 84 o juiz deu pênalti. E nós saímos para bater. O povo todo saiu para bater”, completa Casagrande
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