sábado, 19 de abril de 2014

Segredos do livro 'Crianças francesas não fazem manha                   

como aprender com as mães francesas a educar os filhos

Aprendendo com os franceses como educar crianças sem manhaAs mulheres francesas engordam menos durante a gravidez. Elas amamentam menos, são menos paranoicas com o que pode e não pode fazer durante a gestação e a criação de seus filhos. Por esses e outros motivos, as mães francesas têm filhos que fazem menos birra, menos manha e são mais independentes, como já falamos antes. É o que aponta a americana Pamela Druckerman no livro "Crianças francesas não fazem manha - Os segredos parisienses para educar os filhos", da Fontanar.

A tese da jornalista americana casada com um inglês, que tem 3 filhos nascidos em Paris, chegou ao Brasil este ano com banca de primeiro lugar na lista dos mais vendidos no Sunday Times e levantando uma questão que está mais em voga do que nunca: até quando os pais vão se submeter aos chiliques, birra e tirania dos filhos? E tudo começa desde pequenos.

Exclusivo: leia a íntegra do prefácio do livro de Pamela Druckerm
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    Superproteção, supercuidados, supermãe...
    "É seguro fazer unha enquanto estou grávida? É seguro passar o dia no computador? É seguro usar salto alto?". Enquanto a autora explica que as americanas estão obcecadas por superproteção (delas e dos bebês), listas, dicas, regras e explicações, as francesas não vivem em pânico pelo bem-estar de seus filhos. E o desprendimento com o exagero também segue durante a criação das crianças, pois atividades extracurriculares não estão na pauta das famílias francesas.

    "Os pais franceses querem que os filhos sejam estimulados, mas não o tempo todo. Enquanto algumas crianças pequenas americanas estão tendo aulas de mandarim e pré-treinamento para a alfabetização, as crianças francesas estão, propositalmente, agindo como crianças pequenas" diz Pamela, que lembra ainda que os pais franceses não têm medo de dizer 'não'. Isso mostra que as crianças precisam aprender a lidar com frustrações, o valor da paciência e de aprender a esperar.
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    Amamentação materna até os 6 meses é raridade
    Na França não é comum amamentar, 'obrigatoriamente', o bebê até os 6 meses de vida. Segundo Pamela, o esquema de amamentação e sono são pensados em uma rotina que deixem os pais livres de muitas obrigações comuns entre os americanos: amamentação em exagero e noites em claro.

    Normalmente, aos 3 meses, o bebê francês não mama mais no seio e, na mesma idade, faz as mamadas praticamente nos mesmos horários que o restante da família, quatro vezes ao dia, sem chororô durante a madrugada. Quando começam a 'cumprir suas noites', como os franceses se referem ao sono do recém-nascido, é comum os pais seguirem a regra da 'pausa'. Aguardam cerca de 10 minutos antes de pegar o bebê no colo para se certificar de que não se trata de birra. E outra: as francesas não têm o costume de amamentar na rua. Se o fazem, são discretas. E, por causa disso, voltam à forma mais rápido do que as americanas.

    "Muitas mães francesas certamente gostariam de amamentar mais tempo do que fazem. Mas não querem fazer sob pressão moral e nem exibir esse tipo de ato no aniversário de 2 anos. O leite em pó pode ser pior para os bebês, mas sem dúvida torna os primeiros meses da maternidade bem mais relaxantes para a mãe francesa", diz Pamela.
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    Crianças que não são o centro do mundo
    Pamela dedica longas páginas explicando a importância das palavrinhas mágias na formação da educação das crianças francesas. Tudo começa quando os pequenos aprendem a importância de um educado bonjour, que na explicação da jornalista se transforma no nosso 'oi', e o au revoir, ou seja, 'adeus'. 'Por favor' e 'obrigado' são necessários, mas não cruciais como o 'oi' e o 'adeus'. Enquanto nos Estados Unidos uma criança de 4 anos não é obrigada a interromper seu programa de TV favorito quando chega uma visita em casa para cumprimentá-la, na França a atitude é um sinal de falta de respeito grande.

    Quando entendem a importância das palavrinhas mágicas, as crianças compreendem que não são as únicas com sentimentos e necessidades. "Dizer bonjour é reconhecer a humanidade da outra pessoa", diz Pamela. No caso das crianças, elas são reconhecidas pelos adultos como pessoas, têm opiniões e direitos.

    "Nos Estados Unidos, as crianças não precisam cumprimentar e não dizem nada para mim a não ser que eu insista que falem. Alguns só conseguem emitir respostas de uma palavra quando faço perguntas. Mesmo os adolescentes não estão acostumados a se expressar com confiança para um adulto que não conheçam bem. Parte do que a obsessão francesa com o bonjour revela é que, na França, as crianças não têm essa presença obscura", defende a jornalista.
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    As francesas engordam menos e cuidam mais de si
    Pamela conta que os médicos não mencionam restrições alimentares ao longo da gestação e que essa não é uma paranoia das gestantes. Segundo ela, "a principal razão de as francesas grávidas não engordarem é que tomam o cuidado de não comer muito". É que na visão francesa, os desejos de uma grávida por comida são um mito que não deve ser alimentado.

    "As francesas não se permitem acreditar (como já ouvi as americanas alegarem) que o feto quer cheesecake. Elas não veem a gravidez como um passe livre para exagerar na comida, em parte porque não negaram a si mesmas as comidas que amam, nem vêm atacando secretamente essas comidas", diz.

    Como dão o mesmo peso de importância a elas e aos filhos - ao contrário das americanas que colocam a criança sempre em primeiro lugar -, os pequenos franceses, por exemplo, não têm a mordomia de ganhar uma refeição diferente da oferecida à família quando deixa de ser bebê. Horários e refeições são iguais, sem liberação para beliscar um ou outro snack durante o dia. Os lanches têm horário marcado e as crianças se contentam, desde sempre, com o que é oferecido.


 
 
 
 
 
 
 

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