domingo, 5 de dezembro de 2010

Exército terá força de paz nos complexos do Alemão e da Penha Homens que ficavam apenas no entorno vão entrar nas favelas da região - Barbet

O governador Sérgio Cabral e o ministro da Defesa Nelson Jobim anunciaram, na tarde deste sábado (4), a criação de uma força de paz que vai atuar nos complexos de favelas do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro.
Na prática, os militares deixam de dar apenas apoio, com e cerco e patrulhamento no entorno das favelas e passam a ocupar o interior das comunidades, fazendo revistas em carros e pessoas, prisões em flagrante e o patrulhamento normal.
A força de paz vai contar com apoio dos três batalhões de campanha da Polícia Militar e com ações da Polícia Civil, que serão responsáveis pelas buscas e apreensões de armas, drogas e traficantes, como já acontece. A diferença do que acontece na região desde a semana passada é que o Exército passa a comandar a ocupação, com as polícias do Estado submetidas ao chefe da força de paz.
Para que o acordo seja percebido no Alemão e no Complexo da Penha, o Comando Militar do Leste precisa nomear um oficial para comandar a força de paz e espera um relatório da polícia militar sobre a região, para que possam definir a maneira de agir, os pontos a ocupar e a quantidade de homens a serem empregados.
A quantidade de militares e o prazo da ocupação militar não foram definidos. Para o ministro Nelson Jobim, a necessidade da operação é que vai definir esses pontos da operação.
- Decidimos não fixar data porque vamos ficar lá pelo tempo que for necessário. Haverá um acompanhamento diário pelas autoridades do Estado sobre as operações e uma análise que será feita um vez por mês. Com base nessa análise é que vamos definir os rumos do trabalho da força de paz.
O anúncio foi feito na tarde deste sábado durante reunião que durou quase duas horas, no Palácio Guanabara, entre Nelson Jobim, Sérgio Cabral e autoridades das Forças Armadas e das polícias civil e militar do Rio. Perguntado sobre os recursos da operação, o ministro evitou falar em valores, mas disse garantir que não vai falta dinheiro para a manutenção do Exército na região. Nelson Jobim comparou a situação das favelas cariocas com a força de paz do Haiti:
- É uma situação semelhante, mas com algumas diferenças. Lá, somos submetidos à ONU e temos poder de polícia, podemos entrar nas residências e fazer buscas, aqui não. As polícias civil e militar vão fazer esse trabalho.
Além do Alemão, todas as favelas do Complexo da Maré também serão ocupadas, como a Vila Cruzeiro, Chatuba, morro da Fé, Sereno e Caixa D’água.
http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro

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