quinta-feira, 29 de outubro de 2009
CONSTRUIR UM PAÍS - Bismarck frota xerez
Ser cristão, ser cidadão está ONTOLOGICAMENTE E PORTANTO INSEPARAVEL da CONSTRUÇÃO DO "PAESE".
Todo nosso ser pertence ao Senhor da Vida, não somos donos nem de nós mesmos.
Tudo que temos e somos existe para Gloria de Deus e esta Glória se realiza na CONSTRUÇÃO DO MUNDO que recebemos como comodato e como administradores.
Nascemos JÁ EM DÍVIDA COM uma família, que está inserida num povo, que se faz nação, que aspira satisfação das necesidades básicas até as necessidades de auto-realização de seus membros.
Somos seres finitos, incompletos que só conseguimos satisfazer nossas necessidades de qualquer grau seja tomando ou trocando com um outro.
Esta tomada (guerra particular ou entre nações) ou troca se faz entre Unidades Estatais que representam as nações CONSTITUIDAS EM SOCIEDADES , constituidas em PAISES.
QUEM NÃO PARTICIPA DESTE PROCESSO É PARASITA, CHOPIN QUE DEPOSITA SEUS OVOS NOS NINHOS DAS DEMAIS AVES.
QUEM NÃO PARTICIPA DO PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE SEU PROPRIO PAÍS NÃO É CIDADÃO, pois cidadania não é ter RG, CPF, um NUMERO de cadastro, muito menos SER CONSUMIDOR, pois o que chega ao MERCADO chega pela INICIATIVA de CIDADÃOS construtores, PONTIFICES, construtores de pontes entre SOCIEDADES.
Quem vê a "BANDA PASSAR, ATOA NA VIDA" como canta CHICO (CARVALHO ALVIM) BUARQUE DE HOLANDA, filho de Sergio Buarque de Holanda e Antonieta Carvalho Alvim Buarque de Holanda, fundadores do PT, nascidos em duas familias construtoras do Brasil, de São Paulo, passando pelas Minas Gerais, cruzando a Bahia, citada numa de suas músicas, chegando a Pernambuco, onde o Brasil começou, onde nosso modelo de miscigenação foi praticado e serviu de exemplo para todo o Brasil.
A má distribuição de renda deste país se faz , se constroi, se constitui, TAMBÉM porque existem populações, familias, pessoas, que só querem VER A BANDA PASSAR, e que portanto CONQUISTAM o que procuraram. "quem procura acha", diz a sabedoria popular.
NÃO SÃO CIDADÃOS , são CONSUMIDORES.
A NOVA ECONOMIA acontecerá quando mais pessoas levarem ao local de troca suas PRODUÇÕES que não se resumem em feijão, batata, mas SABERES , SONHOS, ASPIRAÇÕES, ENTUSIASMO (o deus que está dentro de si ).
MÁGOAS, TRISTEZAS, RECLAMAÇÕES, DESGOSTOS, BRONCAS, AMARGURAS, SÃO PRÓPRIAS DE NÃO-CIDADÃOS, SÃO EXPRESSÕES DAQUELES QUE TENDO AS MÃOS VAZIAS, NÃO TÊM o que LEVAR, UM "TIJOLO" PARA A CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO COMUM.
TODO CRISTÃO É PONTIFICE, PARTICIPA DO ÚNICO PONTIFICE, DO CRISTO COSMICO, DAQUELE QUE NO DIZER DA CARTA AO ROMANOS 8,18 AGUARDA O QUE SE LÊ EM HEBREUS 10,13.
Cultos, devoções, procissões, DESLIGADOS DA VIDA , desligados da ADMINISTRAÇÃO QUE EM GÊNISIS recebemos como construtores de PAISES, NÃO É CRISTIANISMO, NÃO TEM NADA COM O CRISTO DA BIBLIA, NÃO TEM NADA COM OS PATRIARCAS, PROFETAS, COM "AS COLUNAS", OS APOSTOLOS.
Servem a manutenção de INSTTUIÇÕES, para mais nada.
MP da Grilagem - Nós avisamos! - Barbet
IGREJA LUTERANA ALEMÃ TERÁ MULHER COMO PRESIDENTE - Bismarck Frota de Xerez
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
História real de Reencarnação ou...- Barbet
Será que existe aquilo que o psicanalista Carl Junk denominou "Inconsciente Coletivo" ou seja, uma fonte de energia que nos cerca e que contém a memória de toda a raça humana...
[Carta O BERRO] Em memória de Carlos Mariguella - Vanderley Caixe
Para a adesão, basta responder para marialmeid@uol.com.br colocando nome e profissão.
O manifesto será divulgado com a lista de assinaturas, no ato que vai acontecer na Alameda Casabranca no dia 4 de novembro.
EM MEMÓRIA DE CARLOS MARIGHELLA
Carlos Marighella tombou na noite de 4 de novembro de 1969, em São Paulo, numa emboscada chefiada pelo mais notório torturador do regime militar. Revolucionário destemido, morreu lutando pela democracia, pela soberania nacional e pela justiça social.
Da juventude rebelde, como estudante de Engenharia, em Salvador, às brutais torturas sofridas nos cárceres do Estado Novo; da militância partidária disciplinada, às poesias exaltando a liberdade; da firme intervenção parlamentar como deputado comunista na Constituinte de 1946, à convocação para a resistência armada, toda a sua vida esteve pautada por um compromisso inabalável com as lutas do nosso povo.
Decorridos quarenta anos, deixamos para trás o período do medo e do terror. A Constituição Cidadã de 1988 garantiu a plenitude do sistema representativo, concluindo uma longa luta de resistência ao regime ditatorial. Nesta caminhada histórica, os mais diferentes credos, partidos, movimentos e instituições somaram forças.
O Brasil rompeu o século 21 assumindo novos desafios. Prepara-se para realizar sua vocação histórica para a soberania, para a liberdade e para a superação das inúmeras iniqüidades ainda existentes. Por outros caminhos e novos calendários, abre-se a possibilidade real do nosso País realizar o sonho que custou a vida de Marighella e de inúmeros outros heróis da resistência. Garantida a nossa liberdade institucional, agora precisamos conquistar a igualdade econômica e social, verdadeiros pilares da democracia.
A América Latina está superando um longo e penoso ciclo histórico onde ocupou o lugar de quintal da superpotência imperial. Mais uma vez, estratégias distintas se combinam e se complementam para conquistar um mesmo anseio histórico: independência, soberania, distribuição das riquezas, crescimento econômico, respeito aos direitos indígenas, reforma agrária, ampla participação política da cidadania. Os velhos coronéis do mandonismo, responsáveis pelas chacinas e pelos massacres impunes em cada canto do nosso continente, estão sendo varridos pela história e seu lugar está sendo ocupado por representantes da liberdade, como Bolívar, Martí, Sandino, Guevara e Salvador Allende.
E o nome de Carlos Marighella está inscrito nessa honrosa galeria de libertadores. A passagem dos quarenta anos do seu assassinato coincide com um momento inteiramente novo da vida nacional. A secular submissão está sendo substituída pelos sentimentos revolucionários de esperança, confiança no futuro, determinação para enfrentar todos os privilégios e erradicar todas as formas de dominação.
O novo está emergindo, mas ainda enfrenta tenaz resistência das forças reacionárias e conservadoras que não se deixam alijar do poder. Presentes em todos os níveis dos três poderes da República, estas forças conspiram contra os avanços democráticos. Votam contra os direitos sociais. Criminalizam movimentos populares e garantem impunidade aos criminosos de colarinho branco. Continuam chacinando lideranças indígenas e militantes da luta pela terra. Desqualificam qualquer agenda ambiental. Atacam com virulência os programas de combate à fome. Proferem sentenças eivadas de preconceito contra segmentos sociais vulneráveis. Ressuscitam teses racistas para combater as ações afirmativas. Usam os seus jornais, televisões e rádios para pregar o enfraquecimento do Estado. Querem o retorno dos tempos em que o deus mercado era adorado como o organizador supremo da Nação.
Não admitimos retrocessos. Nem ao passado recente do neoliberalismo e do alinhamento com a política externa norte-americana, nem aos sombrios tempos da ditadura, que a duras penas conseguimos superar.
A homenagem que prestamos a Carlos Marighella soma-se à nossa reivindicação de que sejam apuradas, com rigor, todas as violações dos Direitos Humanos ocorridas nos vinte e um anos de ditadura. Já não é mais possível interditar o debate retardando o necessário ajuste dos brasileiros com a sua história. Exigimos a abertura de todos os arquivos e a divulgação pública de todas as informações sobre os crimes, bem como sobre a identidade dos torturadores e assassinos, seus mandantes e seus financiadores.
Precisamos enfrentar as forças reacionárias e conservadoras que defendem como legítima uma lei de auto-anistia que a ditadura impôs, em 1979, sob chantagens e ameaças. Sustentando a legalidade de leis que foram impostas pela força das baionetas, ignoram que um regime nascido da violação frontal da Constituição padece, desde o nascimento, de qualquer legitimidade. E procuram encobrir que eram ilegais todas as leis de um regime ilegal.
Sentindo-se ameaçadas, estas forças renegam as serenas formulações e sentenças da ONU e da OEA indicando que as torturas constituem crime contra a própria humanidade, não sendo passíveis de anistia, indulto ou prescrição. E se esforçam para encobrir que, no preâmbulo da Declaração Universal que a ONU formulou, em 10 de dezembro de 1948, está reafirmado com todas as letras o direito dos povos recorrerem à rebelião contra a tirania e a opressão.
Por tudo isso, celebrar a memória de Carlos Marighella, nestes quarenta anos que nos separam da sua covarde execução, é reafirmar o compromisso com a marcha do Brasil e da Nuestra America rumo à realização da nossa vocação histórica para a liberdade, para a igualdade social e para a solidariedade entre os povos.
Celebrando a memória de Carlos Marighella, abrimos o diálogo com as novas gerações garantindo-lhes o resgate da verdade histórica. Reverenciando seu nome e sua luta, afirmamos nosso desejo de que nunca mais a violência dos opressores possa se realimentar da impunidade. Carlos Marighella está vivo na nossa memória e nas nossas lutas.
Brasil, 4 de novembro de 2009.
Antonio Candido
Fabio konder Comparato, jurista, USP
Fernando Morais, escritor
João Capibaribe, ex- governador do Amapá, e senador
Emir Sader, sociólogo, presidente da Clacso
João Pedro Stedile, ativista do MST
Heloisa Fernandes, socióloga, professora da ENFF, e USP
Frei Betto, escritor
Leonardo Boff, teólogo, escritor
Clara Charf
Silvio Tendler, cineasta
Fabiana Ferreira, poeta
Ana De Holanda, cantora e compositora
Paulo Vanucchi, cientista político.
Eliana Rolemberg, socióloga
Sérgio Muniz - cineasta
Jair Krischke, militante dos direitos humanos.
José Joffily. cineasta
Jorge Durán, cineasta
Manfredo Caldas - Documentarista
Carlos Marés - Procurador Geral do Estado do Paraná, Professor PUCPR
Marcio Curi - cineasta e produtor DF
Ronaldo Duque - cineasta
Luiz Carlos Lacerda – cineasta
Maria Victoria Benevides , sociologa, professora da USP
Janete Capiberibe, deputada federal PSB- Amapa
Marcelo de Barros Souza, benedetino, teólogo e assessor de movimentos populares.
Ivan Pinheiro, secretario geral do PCB
Beth Carvalho, cantora e compositora
José Sérgio Gabrielle de Azevedo, presidente da Petrobras
Artur Henrique da Silva, presidente nacional da CUT
Paulo Betti, ator
Hildegard Angel, jornalista
José Dirceu, advogado, ex Ministro-Chefe da Casa Civil do governo Lula
Vera de Fátima Vieira - Jornalista
Wagner Tiso, musico
Eliseu Gabriel - vereador PSB-SP
Samuel Mac Dowell de Figueiredo, advogado
Marco Antônio Rodrigues Barbosa, advogado
Pedro Casaldaliga, bispo emerito, e poeta
Chico de Oliveira, sociologo
Rebeca de Souza e Silva, professora dra.da UNIFESP, campus Vila Clementino
Antonio Cechin, irmão marista, catequista
Nilcéa Freire - professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
João Miguel, ator
Jackson Lago , governador cassado do maranhao, e PDT-MA
Italo Cardoso, vereador PT-SP
Maria Matilde Leone - Jornalista
Jun Nakabayashi - Sociólogo
Paulo Cannabrava - Associação Brasileira da Propriedade Intelectual dos Jornalistas Profissionais
Margarida Genevois - Socióloga
Paulo Abrão , presidente da Comissão de Anistia
Elza Ferreia Lobo, educadora e jornalista
Idibal de Almeida Pivetta, advogado de presos politico
Graciela Rodrigues, artista plástica
Ausonia Favorido Donato - Educadora
Heleieth Iara Bongiovani Saffioti - Socióloga
Vanderley caixe - advogado - FALN - Ribeirão Preto
CONCIENTIZAÇÃO - Ir. Alberto
A FOME NO MUNDO
UM DESAFIO PARA TODOS: O DESENVOLVIMENTO SOLIDÁRIO
«A amplitude do fenómeno põe em questão as estruturas e os mecanismos financeiros, monetários, produtivos e comerciais, que, apoiando-se em diversas pressões políticas, regem a economia mundial: eles demonstram-se como que incapazes quer para reabsorver as situações sociais injustas, herdadas do passado, quer para fazer face aos desafios urgentes e às exigências éticas do presente. Submetendo o homem às tensões por ele mesmo criadas, dilapidando, com um ritmo acelerado, os recursos materiais e energéticos e comprometendo o ambiente geofísico, tais estruturas dão azo a que se estendam incessantemente as zonas de miséria e, junto com esta, a angústia, a frustração e a amargura... ». «Não será fácil avançar, porém, neste difícil caminho, no caminho da indispensável transformação das estruturas da vida económica, se não intervier uma verdadeira conversão das mentes, das vontades e dos corações. A tarefa exige a aplicação decidida de homens e de povos livres e solidários».
(JOÃO PAULO II, Carta Encíclica Redemptor hominis [1979], n. 16)
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Oceano das Maravilhas - Barbet
Você conhece os métodos de pesca utilizados atualmente? Consegue imaginar como pescaremos no futuro?
Se continuarmos a pescar da maneira que pescamos, talvez só nos sobre águas-vivas no oceano.
Veja a animação produzida pelo Greenpeace Internacional e entenda a importância da criação de áreas marinhas protegidas para que a pesca possa durar por muitos anos.
27 de outubro. Aniversário do Presidente Lula - Parabéns em nome do Blog Terra Sem Males
Feliz aniversário querido Presidente Lula que Deus sempre continue lhe dando coragem para mudar o que pode ser mudado, humildade para aceitar o que não pode ser mudado e acima de tudo sabedoria para discernir entre a coragem e a humildade.
Barbet
Hoje entregamos pedidos da população para que o Lula salve o clima - Barbet
Protesto agora em Brasília- Barbet
Hoje estamos realizando a entrega de milhares de assinaturas, com o desejo de milhares de Brasileiros. Nesse chamado, estamos pedindo ao Governo Brasileiro levar para Reunião do Clima na cidade Copenhague em Dezembro, metas firmes contra o aquecimento global e se comprometa com o Desmatamento Zero na Amazônia. Veja a petição: Salvar o Planeta é Agora ou Agora.
Em dezembro, em Copenhague, acontece a 15ª Conferência do Clima, quando os países precisam chegar a um acordo sobre como controlar o aquecimento global e evitar as mudanças climáticas.
Maridos que traem suas esposas. - Por Renato Vargens
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
LENDO O DIALOGO CATOLICO COM ORTODOXOS À LUZ DO DIALOGO COM OS INTEGRISTAS DE LEFEBVRE - Bismarck Frota de Xerez
OS INTEGRISTAS DO LEFEBVRE QUESTIONAM O PRÓPRIO DIALOGO ECUMENICO, QUESTIONAM O FIM DA MONARQUIA ABSOLUTA DO PAPA. COMO CONCILIAR SEM NOVO CONCILIO??? NA REALIDADE A MONARQUIA ABSOLUTA SE MANTEM, POREM O CONCILIO VATICANO II CRIOU OS SINODOS, ONDE OS BISPOS SE PRONUNCIAM. E ISTO OS INTEGRISTAS QUESTIONAM.
COMO O ROMANO PONTIFICE CONSTRUIRÁ A PONTE COM OS ORTODOXOS ? E COM OS INTEGRISTAS ? SE OS CAMINHOS NÃO SE CRUZAM, PELO CONTRÁRIO, VÃO EM DIREÇÕES OPOSTAS???
CEDER A MISSA EM LATIM, FOI FÁCIL, COMO DIZ A NOTICIA SÃO "ENORMES DIVERGENCIAS" COM A SEITA DE LEFEBVRE.
TEM OUTRO POREM: SE OS INTEGRISTAS DO LEFEBVRE DECLARARAM O CISMA, OUTROS CISMAS ESTÃO LATENTES, OUTROS GRUPOS ESTÃO IMPACIENTES COM A VELOCIDADE DA APLICAÇÃO DO CONCILIO. NA REALIDADE O VATICANO LUTA COM ESTES GRUPOS PARA ENQUADRÁ-LOS NO RITMO DA DIPLOMACIA VATICANA, MAS NO JOGO DE SEGURA AQUI, SEGURA ALI, TODOS OS DIAS O VATICANO APAGA UM INCENDIO, A PONTA DESTE ICEBERG SÃO OS MAIS DE DUZENTOS TEOLOGOS SILENCIADOS, MAS ISTO NÃO SEGURA OS POTENCIAIS CISMAS. O QUE PODEMOS ESPERAR DA DIPLOMACIA VATICANA NESTES DOIS DIALOGOS: UM COM OS ORTODOXOS, E O OUTRO COM OS INTEGRISTAS DO LEFEBFVRE? E NO MEIO DESTES GRUPOS ESTÃO OS ANGLICANOS QUE SE UNEM A ROMA. MAS QUAIS ANGLICANOS? SÓ NO BRASIL EXISTEM CINCO IGREJAS ANGLICANAS. ENQUANTO ISSO TODAS AS IGREJAS HISTORICAS PERDEM MEMBROS PARA OS PENTECOSTAIS. A ONDA EDIR MACEDO PASSARÁ, É QUESTÃO DE DÉCADAS, E A ASSEMBLEIA DE DEUS CONTINUA CRESCENDO SOLIDAMENTE, MELHORANDO O NIVEL TEOLOGICO JUNTO COM A ASCENÇÃO SOCIAL DE SEUS MEMBROS. VOLVENDO O OLHAR PARA O PROCESSO INICIADO ANTES DE LUTERO E ACELERADO NOS SÉCULOS XVI E XVII , RESULTANDO NA REFORMA, O QUE PODEMOS APRENDER, PARA COMPREENDER OS NOSSOS DIAS?? NAQUELA ÉPOCA A SOCIEDADE HUMANA ERA MENOS COMPLEXA, A GLOBALIZAÇÃO DA ERA MODERNA DAVA OS PRIMEIROS PASSOS. A DIVERSIDADE EXISTIA, MAS AS SOCIEDADES ERAM MAIS OU MENOS HOMOGENEAS. NÃO EXISTIA EMANCIPAÇÃO FEMININA, NEM AS LIBERDADES ATUAIS, NEM DEMOCRACIA. A DIPLOMACIA VATICANA NÃO É UMA QUESTÃO INTERNA, PERMEIA MUITAS OUTRAS QUESTÕES NÃO RELIGIOSAS. SE OS CRISTÃOS OCIDENTAIS NÃO EXERCITAREM O DIALOGO RELIGIOSO, COM O MUNDO GLOBALIZADO, DIVERSIFICADO, INTERDEPENDENTE, COMO ENFRENTARÃO A MARÉ CRESCENTE DO ISLÃ, QUE SE MULTIPLICA COMO COELHO, QUE VEM MATAR A FOME EM NOSSA RICA SOCIEDADE OCIDENTAL, DESTRUINDO A MARAVILHOSA CIVILIZAÇÃO QUE NOSSOS ANTEPASSADOS CONSTRUIRAM PARA NÓS E NOSSOS DESCENDENTES?????
O Vaticano inicia na segunda-feira um diálogo doutrinal com os integristas da Fraternidade São Pio X, fundada pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre que foi excomungado em 1988, com o objetivo de superar o mais reciente cisma na Igreja Católica.
A iniciativa pode durar meses, levando em consideração as enormes divergências entre os dois lados.
Os integristas seguidores de Lefebvre não aceitam as mudanças consagradas no concílio Vaticano II sobre a liberdade religiosa, o ecumenismo e a autoridad do Papa.
O conteúdo dos debates não foi divulgado, mas um comunicado deve ser publicado ao fim da primeira sessão, que tem como meta estabelecer os pontos essenciais das conversações e o calendário das discussões.
Em 1988, Joseph Ratzinger (futuro Papa Bento XVI), que era o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, negociou até o último momento para evitar que quatro bispos fossem consagrados por Lefebvre, o que provocou de fato a ruptura.
Bento XVI já adotou vários gestos de abertura em relação aos integristas, o que provocou tensão dentro da própria Igreja Católica.
Em 2007 publicou um decreto que facilita a celebração da missa em latim, uma das reivindicações dos integristas.
Mas o gesto mais importante veio em janeiro passado, quando suspendeu a excomunhão de quatro bispos ordenados por Lefebvre, incluindo Richard Williams, que nega o genocídio dos judeus na II Guerra Mundial, o que provocou uma enorme polêmica.
PARA PRESRVAR A NATUREZA - Bismarck Frota de Xerez
02 – Não toque fogo no roçado nem na caatinga.
03 – Não cace mais e deixe os bichos viverem.
04 – Não crie o boi nem bode soltos. Faça cercado e deixe o pasto descansar para se refazer.
05 – Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar a água da chuva.
06 – Não plante de serra acima, nem faça roçado em ladeira muito em pé, deixe o mato protegendo a terra para que a água não arraste e não se perca a sua riqueza.
07 – Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta.,
08 – Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou de outra árvore qualquer até que o sertão seja uma mata só.
09 – Aprenda a tirar proveito das plantas da caatinga como a maniçoba, a favela e jurema. Elas podem ajudar você a conviver com a seca.
10 – Se o sertanejo obedecer a estes ensinamentos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer. Mas se não obedecer, dentro de pouco tempo, o sertão vai virar um deserto só.
Fonte: Pedro José, Chapadinha, 24-10-09 - http://pedroc72.spaces.live.com/
Transcrevo o texto copiado no meu caderno de apontamentos.
Funai ignora povos indígenas e dá parecer favorável à Belo Monte - Terra Sem Males
Veja aqui o parecer técnico emitido pela Funai.
A Funai, órgão do governo responsável por questões relacionadas aos povos indígenas, informa que o processo de licenciamento cumpriu o previsto no Decreto Legislativo 788/2005. No entanto, tal decreto, cujo trâmite se deu em tempo recorde no Congresso e Senado em 2005, autorizava a construção da AHE Belo Monte sem determinar quando as populações afetadas, em particular as indígenas, seriam ouvidas. O mesmo decreto foi alvo de representação por parte de organizações da sociedade civil e de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), em 2005, pela Procuradoria Geral da União. Apesar de não ter sido acatada, a ADI gerou outros recursos judiciais responsáveis pelo adiamento das obras.Previstas na Constituição Federal e na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), as oitivas às populações indígenas deveriam ser parte fundamental na concepção e licenciamento de grandes obras de infra-estrutura – como os projetos de aproveitamento dos recursos hídricos – e de medidas legislativas ou administrativas que possam afetar os povos da floresta. No caso de Belo Monte que, há quase 20 anos enfrenta resistência das comunidades indígenas do Xingu, o desrespeito a essa premissa legal deixa evidente a tentativa de burlar nossa Carta Maior em prol do Plano de Aceleração do Crescimento e dos interesses comerciais de concessionárias e mineradoras de olho na grande janela de oportunidade que Belo Monte representa.
Mas as populações indígenas do Xingu seguem resistindo. No final desse mês, na Aldeia Piaraçu, um grande evento reunirá lideranças indígenas e movimentos ambientalistas para protestar contra o projeto. Representantes de órgãos de governo incluindo os Ministérios das Minas e Energia e do Meio Ambiente, além dos governadores do Pará e Mato Grosso foram convidados. A julgar pela forma como esse processo vem sendo conduzido, o governo não quer, nem de longe, ouvir a voz que vem do Xingu.
Veja aqui a moção de repúdio das organizações contra o parecer da Funai.
SARAMAGO E HONDURAS – O GOLPE “ABENÇOADO” - Laerte Braga
A crítica, contundente e precisa, que o escritor português José Saramago fez à Igreja Católica Apostólica Romana, muito mais que representar o ateísmo do autor, questiona a apropriação de Deus por uma estrutura arrogante, prepotente e que ao longo da História tem sido – com brevíssimos intervalos – instrumento de opressão.
Se num determinado momento da História foi ela própria, Igreja, o centro para onde se voltavam as classes dominantes, hoje é apêndice. É importante notar que Saramago faz críticas específicas ao Velho Testamento, mesmo sem citá-lo. É o “documento” básico do fundamentalismo judeu. Resultou no sionismo e na presunção de “povo eleito”. É nessa ótica que Palestinos são submetidos ao terror de Israel.
Saramago fala nas Cruzadas, já sob a égide do cristianismo e caracteriza-as como boçalidade. Claro que são. Importante é perceber que por trás dessa apropriação de Deus, de Cristo existe o fator luta de classes. Opressor e oprimido.
Esses são militares hondurenhos nos momentos seguintes ao golpe que derrubou o presidente constitucional do país, Manuel Zelaya. À falta de um Edir Macedo para ludibriar e enganar o povo de Honduras foram buscar o cardeal. O comandante em chefe do exército de Honduras cumpriu pena, quando major, por chefiar uma quadrilha de ladrão de automóveis de luxo.
O golpe foi dado para garantir a “democracia”, a “constituição” e em nome do “pai”.
E após cumprirem o “dever cívico” e “patriótico” no qual se refugiam os canalhas foram receber das mãos do cardeal de Honduras a bênção por salvar o latifúndio, os bancos, as grandes empresas, os “negócios” de norte-americanos. Foram mais de cem mortos, mais de mil desaparecidos, centenas de mulheres estupradas, pessoas torturadas tudo com as bênçãos da Igreja Católica. Faça-se a ressalva que freis dominicanos manifestaram-se contra o golpe em documento público. Mas Bento XVI e sua cúpula reverenciaram Hitler pelo momento de suprema “devoção”.
Os brevíssimos papados de João XXIII e Paulo VI não foram suficientes para desmontar a máquina brutal e terrorista da Igreja Católica, cínica. As burras de dólares chegaram com o cardeal Marcinkus (teve prisão decretada pela justiça italiana por fraudes bancárias, associação a organizações do crime organizado – a Igreja por sua cúpula já o é – e sequer podia sair do Vaticano). João Paulo II foi o encarregado da nova Inquisição. Bento XVI só faz aprofundá-la, até porque integrantes da juventude hitlerista, sabe de cor e salteado o modus operandi.
O que se vê na foto das pessoas ao chão são infiéis e traidores da causa de “Deus” submetidos à justiça “divina” abençoada pelo cardeal hondurenho e pelo papa nazista.
Foram “incapazes” de compreender o alcance do “patriotismo” desses boçais e cismaram de resistir acreditando que liberdade tenha – tem – outro conceito, que não aquele emitido pelo sino de Wall Street.
Para que as “mentiras” veiculadas pelo templo brasileiro, um deles, a GLOBO, os soldados abaixo calam o jornalista independente, que não reza a “bíblia” das SS.
E matam, como mataram e continuam matando, centenas de cidadãos que não “entendem” que os militares, os latifundiários, os empresários, os norte-americanos, os agentes do serviço secreto de Israel no cerco a embaixada brasileira, são emissários de “Deus”.
Os templos da comunicação no Brasil ignoram a realidade hondurenha de forma deliberada. Desde o diácono William Bonner, à sacerdotisa Miriam Leitão, ou ao supremo sacerdote do templo ELE E ELA Alexandre Garcia e o sábio William Haack. São escolhidos para manter o povo fiel e disciplinado na crença que todos somos Homer Simpson, idiotas dispostos a manter na fé cega toda essa estrutura podre e carcomida que junta desde os centros de decisão norte-americanos, Wall Street e Pentágono, aos diversos pontos espalhados pelo resto do mundo.
Quem não for capaz de compreender essas revelações, esses “sacrifícios” “democráticos” e “divinos” de generais ladrões de automóveis, ou a soldo dos donos, ou as ambas coisas, que receba a punição devida. Seja exemplado para que todos possam compreender a natureza suprema seja da Igreja Católica, seja dos que sustentam esses templos de arrogância, poder e barbárie (a despeito de padres e bispos que tentam fazê-la decente, digamos assim).
Nas fotos se pode observar o rigor “divino dos “patriotas” em nome de “Deus”, o deles. A forma como fazem chegar ao mortal comum, longe e distante da compreensão do seu “dever”, a “justiça”.
São máfias, isso que Saramago quis dizer. Ali, nas máfias, a Católica inclusive, tudo “são apenas negócios”.
sábado, 24 de outubro de 2009
O SENADOR PASTEL - Laerte Braga
À primeira vista pode parecer Eduardo Suplicy e seus cartões, cuecas, suas intermináveis e chatíssimas explicações sobre o movimento de rotação e suas diferenças com o movimento de translação. Não é não. É Eduardo Azeredo, senador do PSDB de Minas Gerais. O dito está no fio da navalha. O ministro Joaquim Barbosa do STF cobrou do presidente da STF DANATAS INCORPORATION LTD, Gilmar Mendes, a colocação em pauta da denúncia contra Azeredo. O senador é o inventor do "mensalão". Ele e o ex-deputado atual prefeito da cidade mineira de Juiz de Fora Custódio Matos.
Há meses a papelada rola para lá, rola para cá, mas fica no mesmo lugar.
É fácil explicar. Quando surgiram as denúncias e provas que Azeredo usou um esquema montado por Marcus Valério para colher dinheiro (tucano é fogo, colhe, pois planta em privatizações, concessões, etc) e tentar reeleger-se governador de Minas, o senador tratou de avisar a FHC que se algo lhe acontecesse de ruim iria jogar toda a sujeira tucana no ventilador.
FHC, cínico e falso "como nota de três reais", expressão de Itamar Franco, chamou Gilmar ou mandou emissário, um trem qualquer e deu a ordem. Nada de ruim pode acontecer a Azeredo, do contrário "estamos todos lascados".
Gilmar cumpriu a risca, aquele negócio de sobrestar a denúncia contra Azeredo. Como vai resolver a confusão agora, já que o ministro Joaquim Barbosa estranhou a demora, não sei, é outra história. Mas isso soa como resposta às declarações do funcionário da STF DANTAS INCORPORATION LTD sobre as viagens de Lula e Dilma país afora, na inauguração de obras do PAC.
Azeredo foi eleito vice-prefeito de Belo Horizonte em 1988, na chapa de Pimenta da Veiga. Pimenta renunciou um ano e meio após a eleição para disputar o governo do Estado e foi derrotado por Hélio Garcia. Azeredo virou prefeito até o final de 1992. Em 1994 foi eleito governador de Minas por absoluta falta de opção do eleitorado.
Três candidatos disputavam o governo. O atual vice-presidente José Alencar, o ministro das Comunicações Hélio Costa e Azeredo. Por algo menor que um por cento Hélio Costa não levou as eleições no primeiro turno. Perdeu-as para Azeredo.
O hoje senador nunca foi levado a sério no mundo do tucanato. Prefeito por circunstâncias imprevistas, a renúncia de Pimenta da Veiga (ou previstas e fracassadas), virou candidato a governador quando se achava que ninguém conseguiria derrotar Hélio Costa. Uma espécie de vai lá disputa e pronto. E vice-prefeito de Pimenta da Veiga nas alianças de oligarquias familiares de Minas. Eduardo Azeredo é filho de Renato Azeredo (o pai tinha caráter), um dos principais colaboradores de JK e depois de Tancredo. Pimenta da Veiga é filho de João Pimenta da Veiga, deputado estadual por vários mandatos e cacique do antigo PSD.
Em 1998 quem andou no fio da navalha foi FHC. O presidente tratou de comprar um segundo mandato. Uma espécie de liberou geral no Congresso Nacional. Leilão assim de concessões de rádio, tevê, dinheiro vivo, tudo sob a coordenação de Sérgio Motta (ministro das Comunicações à época) e ACM, então figura maior do conjunto de máfias do Congresso.
Comprados os deputados e senadores e "aprovada" a reeleição, FHC enfrentou o desafio de Itamar Franco. O ex-presidente lançou-se como pré-candidato e foi à convenção do seu partido à época, PMDB. Perdeu na fraude e na compra de votos dos convencionais. Segundo um deles, fato amplamente noticiado pela imprensa na ocasião, naquele dia não havia uma garota de programa disponível, estavam todas atendendo aos convencionais do PMDB. Junto com a tropa de choque tucana para qualquer eventualidade.
A candidatura Itamar colocava em risco a reeleição de FHC.
O ex-presidente decidiu então ser candidato ao governo de Minas e mandou um recado claro a FHC. Qualquer problema e eu boto a boca no trombone. O outro candidato era Azeredo, que disputava a reeleição.
FHC pouco apareceu em Minas e no segundo turno das eleições para o governo daquele estado, perguntado sobre seu candidato respondeu que "os mineiros é que decidem quem devem governar Minas". Só que, na mesma entrevista, havia defendido, minutos antes, o voto em candidatos tucanos em outros estados. Quer dizer, rabo preso, sentou em cima e jogou Azeredo às feras.
Itamar foi eleito governador do estado. Naquele ano outra figura mostrou seu verdadeiro caráter, embora não tenha sido, ainda, totalmente desmistificado. O senador Christovam Buarque de Holanda. Candidato à reeleição ao governo de Brasília foi derrotado no segundo turno por Joaquim Roriz. Buarque apoiou tucanos explicitamente e recebeu o apoio também explícito do ministro da Fazenda de FHC, Pedro Malan.
Sem mandato Azeredo esperou as eleições de 2002 e candidatou-se ao Senado, eram duas vagas em disputa. Uma para ele, outra para Hélio Costa Sem o trio que dizia para ele onde estava o óculos, onde assinar (sua mulher, Maresguia " vice-governador "e Roberto Brant "renunciou ao mandato de deputado para não ser cassado por corrupção "), cumpre mandato melancólico.
É uma espécie de depósito de projetos e serviços sujos. É dele o projeto que eliminava a perspectiva do voto impresso na urna eletrônica como forma de garantia da integridade do processo, já que as suspeitas de vulnerabilidade eram e são visíveis a olho nu. Apresentou-o atendendo a Nelson Jobim, então presidente do STF, líder tucano no Judiciário (ele próprio se definiu assim mesmo sendo do PMDB).
É dele a ação para bloquear a aprovação do acordo que permite o ingresso da Venezuela no antigo MERCOSUL. Quer dizer, parece dele, mas é apenas laranja de outros interesses, como no caso do voto impresso.
Ao tomar conhecimento da reclamação do ministro Joaquim Barbosa o senador já mandou avisar a FHC que ou o ex-presidente segura o trem com Gilmar Mendes, trata de arrumar um jeito de ser arquivada a denúncia, ou então vai colocar a boca no trombone.
Sem votos em Minas, não vai ser candidato à reeleição. Já cumpriu o papel que lhe cabia cumprir, vai para o almoxarifado dos inúteis, deve virar deputado federal.
O que vai acontecer a ele e ao prefeito de Juiz de Fora, Custódio Matos, seu parceiro nas extorsões do mensalão não sei. Sei, por exemplo, que Juiz de Fora está sendo loteada entre aqueles que contribuíram para a campanha e eleição do empregado de Azeredo, com ganhos significativos para os gerentes do "negócio". Um dos mentores virou inclusive conselheiro do Tribunal de Contas do estado. O ex-deputado Sebastião Helvécio.
Azeredo é uma pálida demonstração da genética tucana. Mas é o tal negócio, se abrir a boca coloca os grandes cromossomos tucanos num buraco sem tamanho, pois o esquema ali é bravo e chega a ser inimaginável tentar imaginar do que é capaz um tucano para chegar ao poder. E do que é capaz um tucano no poder.
Como Gilmar vai se sair dessa não sei, mas tenho um palpite que sai. O mundo institucional é exatamente uma aliança entre os representantes (auto presumidos) de Deus e os conhecidos do diabo.
Um paraíso fajuto onde só lucram figuras como essas. Um pastel de vento padrão Eduardo Azeredo. Agora que FHC está se mexendo para não correr riscos, isso está. É mais ou menos como se Azeredo tivesse espalhado papéis contando a história para todos os lados e o intocável do esquema FIESP/DASLU, com conexões na Fundação Ford, bota conexões nisso, estivesse, nesse momento, imprensado contra a parede. Mas sai.
VEJA está atrás de "provas" que possam deixar Azeredo em situações constrangedoras
É o jogo sórdido e um pastel de vento como o senador pode colocar por terra todo o esquema pacientemente montado para retomar a chave do cofre em 2010 e passar a escritura do Brasil para Brazil S/A.
O diabo é que as "provas" de VEJA podem respingar em FHC e em posições ridículas e ressuscitar Pimenta da Veiga num baita constrangimento.
Seria o caso, não é, pois pagamos as contas, de dizer eles que são grandes, eles que se entendam.
O "PAI" - Laerte Braga
Na cinematográfica casa de Abadia foram encontradas coleções de relógios de grife, obras de arte, automóveis alguns com valor superior a um milhão de reais, além de uma "expressiva" quantia em dinheiro.
Juan Carlos Ramirez Abadia tinha como fachada a ocupação de empresário e entre seus planos estava o de montar uma empresa de táxi aéreo operando a partir do aeroporto do Campo de Marte. Lá a vigilância é menos severa e se tornaria mais fácil o transporte de valores (dinheiro) para paraísos fiscais. O produto do lucro com o tráfico de drogas.
Para o transporte de drogas o grupo empresarial de Abadia, o cartel de Valle Del Norte na Colômbia, dispunha de submarinos de vinte metros de comprimento. Era com esses equipamentos que sua empresa fazia a droga chegar aos EUA e a várias partes do mundo, inclusive o Brasil.
O governo norte-americano calculou que Abadia, em dez anos, movimentou mais de um bilhão de dólares em drogas só no mercado dos EUA. O faturamento pessoal de Abadia era da ordem de setenta milhões por mês.
Em 2008 todos os bens de Abadia no Brasil foram leiloados e comprados. Diga-se de passagem, que inclusive as cuecas.
Segundo o Drug Enforcement Administration (DEA), agência do governo de Washington para o combate ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro Abadia seria o segundo homem mais perigoso do mundo, logo após Osama bin Laden. Discutível isso, mas, é a opinião deles.
Boaventura de Souza Santos, num belo artigo, trata de hipnose. Conceitua e tece considerações em torno do assunto para concluir que Barack Obama é um hipnotizador. Sugere que Obama induziu as pessoas a acreditar que sua eleição significou uma grande mudança na ordem política, econômica e social em todo o mundo a partir do centro, os EUA, embora tudo continue como dantes, nada tenha mudado, muitas coisas pelo contrário se agravado, o rufar dos tambores bélicos dos mariners em várias partes do mundo, por exemplo.
Abadia nunca subiu o Morro dos Macacos no Rio de Janeiro e tampouco qualquer morro em São Paulo. Esse setor de sua empresa era recebido pela porta dos fundos, ou nem era. Emissários/funcionários de Abadia se encarregavam da distribuição/abastecimento dos pontos de vendas.
Banqueiros, grandes empresários, organizações de consultoria, parlamentares aqui e na Colômbia, policiais, esses sim, tinham contato com o "empresário". Cliente privilegiado de várias "respeitáveis" instituições bancárias e empresariais, Abadia era até discreto, talvez pela natureza do seu "negócio" (sic). A despeito das coleções de relógios, carros e obras de arte, mantinha-se distante de colunas sociais.
"empresário" tinha (tem evidente, ainda está vivo) natureza política conservadora, de direita. Contribuiu para os grupos paramilitares do seu país, para as campanhas de Álvaro Uribe, afinal, todos parceiros nos grandes empreendimentos do cartel a que pertencia.
Como decorrência dos "negócios", a compra de armas era fundamental para determinado tipo de operação. Liquidar, por exemplo, deputados, senadores, juízes, líderes comunitários na Colômbia que ousassem se opor ao "progresso", aos "novos tempos", etc, etc. Nos últimos anos o complexo de cartéis que domina aquele país e tem em Uribe seu principal "funcionário", eliminou cinco mil "adversários".
Sabedor da instabilidade dos "negócios", lógico, bolsa de valores, exportação, importação, distribuição, todo o esquema das grandes empresas, manifestou intenção de ser extraditado para os Estados Unidos, assim que foi preso. Não pretendia voltar à Colômbia e nem o governo da Colômbia pediu sua extradição. Colônia norte-americana na América do Sul concordou de pronto com a entrega de Abadia à matriz. Foi mais garantido parta os "negócios". E a extradição a partir do Brasil tornava Abadia imune à pena de morte.
Abadia não vive numa mansão como a que tinha em São Paulo, mas por ossos do ofício assegurou aos seus uma vida "decente", com três lautas refeições diárias, boa moradia, perspectiva de férias uma ou duas vezes por ano e em troca, lógico, garantias de segurança mínima " pelo menos enquanto os sócios entenderem " em sua residência atual.
O "empresário", que se mantém informado, lê jornais, vê televisão, deve estar feliz com o andamento das coisas na Colômbia, enfim o presidente hipnotizador prolongou por mais um ano o Plano Colômbia (o governo trafica, os cartéis tomam conta da produção, distribuição, de todo o organograma e os EUA armam golpes e vão assumindo o controle da Amazônia).
No Brasil nem tanto. A despeito de FHC ter dito que perdemos a guerra contra o tráfico e defendido a liberação do consumo de drogas, as perspectivas de José Jânio Serra, baluarte dos valores de Deus, pátria e família, começam a ficar cada vez mais difíceis. De qualquer forma existe a alternativa Aécio, mas vai ser preciso um esforço muito grande.
Já o Morro dos Macacos, a Maré, todo o esquema usado pelas empresas de Abadia e parceiros para manter, fomentar e ampliar os negócios, esses são detalhes e uma, duas, cem mortes aqui e ali acabam sendo parte dos riscos que qualquer "negócio" oferece.
A CUTRALE invade terras do governo, produz laranjas e sucos com dinheiro do governo. A ARACRUZA CELULOSE, de Ermírio de Moares, paladino do progresso, do desenvolvimento e que trabalha das seis da manhã até a meia noite, associa-se a outros grandes "benfeitores da humanidade" e transforma o estado do Espírito Santo, antigo estado, em propriedade privada. Invade terras quilombolas, indígenas, depreda o meio-ambiente, faz o diabo, mas ganha a capa de VEJA.
Esse é o pulo do gato.
Os caras se escoram em "funcionários da escola Abadia (resolvem qualquer problema) e liquidam os entraves.
E compraram a mídia. Os meios de comunicação.
A grande ameaça a humanidade, ao pacato cidadão carioca, ou de qualquer metrópole brasileira (nem precisa, Divinópolis, cidade mineira de porte médio os moradores construíram um muro para evitar o morro) é o cara lá do Morro dos Macacos.
E esse pacato cidadão nem pode contar com a proteção policial. Pelo jeito há carência de tênis, blusões, etc entre alguns policiais militares e numa ação da lei "expropriam" o produto do "trabalho" de dois assaltantes, ou pelo menos assim chamados, para o benefício da lei, da ordem, não importa que ao chão esteja um corpo agonizante.
Agonizantes estamos todos nós.
Vai daí que "milhões" morreram de gripe suína (quem vai se atrever a desafiar a afirmação da senhora Miriam Leitão quando a gripe apareceu? Se não morreram milhões tem que dar um jeito para que morram milhões, ela é que não pode ficar desacreditada, afinal é da GLOBO). A economia brasileira foi para o beleléu (vaticínio dessa fantástica versão de Nostradamus). A violência está incontrolável e como o Rio vai poder sediar as Olimpíadas de 2016?
Já começaram a dar a resposta via IBOPE. As pesquisas iluminadas do instituto apontam a direção, a luz, o caminho, a salvação. José Jânio Serra. Por enquanto. De repente pode ser Aécio, guia e condutor dos mineiros.
No fundo, só o modelo político e econômico dos "negócios", o capitalismo.
Abadia tem raiz em ABATTIA, palavra latina que deriva do aramaico ABBA, que significa PAI.
E, pois é então, a GLOBO e todos os grandes veículos que veiculam a luz dos ABADIAS do mundo dos "negócios", ensinam que o caminho passa também por compreender Ana Maria Braga, Xuxa e não se esquecer das verdades diárias ditas nas preces do JORNAL NACIONAL ou do sábio William Haack.
A culpa de todos os sofrimentos é do Irã, dos palestinos, dos que moram no Morro dos Macacos, nos morros vários e diversos, do MST.
É preciso agradecer cada momento proporcionado a cada um nesse curral em que os seres são tangidos pela luz que emerge de Wall Street e aqui, do condado "socialista" FIESP/DASLU.
Ah! Quem trafica drogas, ia me esquecendo, imperdoável, heresia, são as FARCs-EP.
Abadia é só um grande empresário.
O BISPO DE ROMA SERÁ PATRIARCA DO OCIDENTE - Bismarck Frota de Xerez
Em uma reunião realizada em Pafos, Chipre, em meio a protestos de radicais
Jesús Colina
PAFOS (CHIPRE), sexta-feira, 23 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- A reunião realizada de 16 a 23 de outubro da Comissão mista internacional para o diálogo teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa em seu conjunto, em Pafos, Chipre, avançou na reflexão comum sobre o tema decisivo para voltar a encontrar a unidade: o papel do bispo de Roma.
O ambiente de serenidade da reunião ficou alterado pelas manifestações de protesto de radicais ortodoxos contra o diálogo com a Igreja católica, em que a Polícia de Chipre prendeu quatro cidadãos e dois monges do Mosteiro de Stavrovunio, segundo confirma Amen.gr.
Um comunicado conjunto enviado pelos organizadores após a reunião confirma que neste encontro se avançou na redação de um documento conjunto sobre o tema "O papel do bispo de Roma na comunhão da Igreja no primeiro milênio".
O documento se baseia em um projeto preparado por um Comitê ortodoxo-católico, que se reuniu na ilha de Creta, na Grécia, no ano passado.
"Durante esta reunião plenária, a Comissão analisou com muita atenção o projeto do Comitê misto de coordenação, e decidiu completar seu trabalho sobre o texto no próximo ano, convocando uma nova reunião da Comissão Mista", assinala a nota. Este documento responde ao pedido que lançou João Paulo II em sua encíclica "Ut unum sint" sobre o "compromisso ecumênico" (25 de maio de 1995), na qual propunha "encontrar uma forma de exercício do primado que, sem renunciar de nenhum modo ao essencial de sua missão, abra-se a uma situação nova" (n. 95).
Isto é possível, acrescentava, pois "durante um milênio os cristãos estiveram unidos pela comunhão fraterna de fé e vida sacramental, sendo a Sede Romana, com o consentimento comum, a que moderava quando surgiam dissensões entre elas em matéria de fé ou de disciplina", recordava.
O próprio Papa Karol Wojtyla convidou a buscar, "juntos, as formas com as quais este ministério possa realizar um serviço de fé e de amor reconhecido por uns e outros".
Na reunião de Pafos participaram 20 membros católicos e estiveram representadas todas as Igrejas ortodoxas, com a exceção do Patriarcado da Bulgária.
A Comissão trabalha sob a guia de dois copresidentes: em representação católica, o cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos; em representação ortodoxa, o metropolita de Pérgamo, Ioannis Zizioulas.
No sábado, 17 de outubro, os copresidentes e outros participantes, entre os quais se encontrava o cardeal argentino Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, foram recebidos no palácio presidencial pelo presidente do Chipre, Dimitris Christofias, que expressou sua esperança neste "importante diálogo para um mundo ainda dividido, como acontece ao próprio Chipre, e expressou seus melhores desejos para o progresso na comunhão entre as duas Igrejas no futuro".
Segundo se explicou no comunicado final, os representantes ortodoxos "discutiram entre outras coisas sobre as reações negativas ao diálogo por parte de alguns grupos ortodoxos, e as consideraram unanimemente como totalmente injustificáveis e inaceitáveis, pois apresentam informação falsa e que cria confusão".
"Todos os membros ortodoxos da Comissão reafirmam que o diálogo continua com a decisão de todas as Igrejas ortodoxas e avança com fidelidade à Verdade e à Tradição da Igreja". Segundo o porta-voz da polícia, o comissário superior Miguel Katsunotós, os prisioneiros ocuparam a capela de São Jorge, que se encontra na sede de Pafos, na qual aconteceram as sessões de trabalho da Comissão ortodoxa-católica, propriedade da prefeitura de Pafos.
Precedentemente o próprio chefe da Igreja Ortodoxa na cidade, o metropolita Jorge, havia entrado na capela para tentar convencer os manifestantes a liberar o lugar sagrado.
Por sua parte, os representantes católicos, informa o comunicado, consideraram o projeto sobre o primado do bispo de Roma "como uma boa base para nosso trabalho e confirmaram a intenção de continuar o diálogo com confiança mútua, em obediência à vontade do Senhor
".
A Comissão mista, instituída pelo Papa João Paulo II e o patriarca ecumênico Demétrio I, em 30 de novembro de 1979, em Istambul, na festa de Santo André (Patrono da Igreja de Constantinopla), começou seu caminho em 1980 e reiniciou seu trabalho em 2006, após um parênteses de seis anos, devido a divergências.
COMENTARIOS: Se o papado para unir-se à Ortodoxia está dispostos a voltar ao seu papel até a data de separação com os Ortodoxos, considrando o paganismo europeu, o Bispo de Roma será Patriarca do "Ocidente" e das Igrejas nascidas do trabalho de seus missionarios (América, Ásia e África). Mas com a GLOBALIZAÇÃO, tanto os catolicos orientais como os ortodoxos estão presentes do Ocidente (Europa e America), onde padres casados de batina com crianças ao colo circulam ao lado da esposa. Acrescente-se o novo Status do Anglicanos cujo clero e seminaristas manterão o ministério presbiteral simultaneo ao matrimonio. Do lado evangelico, os luteranos na Alemanha e Holanda se unem aos Reformados (calvinistas), enquanto catolicos e luteranos assinam declarações conjuntas definindo pontos comuns. Esta é outra caminhada das Igrejas que perdem fiéis "esquecendo" velhas feridas. Como a pós-modernidade acentua a diversidade da vida, e a globalização mistura tudo, como ficará o "quebra-cabeça" já que do lado catolico também se acentua a divisão em seitas, fato não admitido, mas natural nesta pós-modernidade, Fato mais facilmente abserovivel pela Curia Romana, com seu pragmatismo historico. Dentro da Curia Romana existem grupos como os monges ortodoxos que tiveram que ser retirados pela policia do local da reunião. Mas com paciencia historica, esperando a morte dos opositores, o papel do Bispo de Roma vai sendo REDEFINIDO, Embora para nós Ocidentais nada mude, continuaremos uma Instituição Episcopal, sem clero feminino para facilitar o dialogo com os ortodoxos, continuaremos com bispos celibatários, para facilitar o dialogo com os ortodoxos, isto está bem claro, por escrito , em "linguagem vaticana" no comunicado da acolhida dos descontentes anglicanos. A insubordinação feminina continuará ordenado mulheres presbiteras e bispas, Por enquanto no 1o mundo, mas los macaquitos latinoamericanos logo logo copiarão. Em nome da união com os ortodoxos continuaremos episcopais, ensaiando estruturas presbiterais, enfrentando a pressão por estruturas congregacionais. Quem viver verá. Curiosidade: como andam as pressões da pós-modernidade, ascensão feminina, participação e sacerdocio comum batismal, nas igrejas ortodoxas??? A Grécia ainda luta para sair do subdesenvolvimento, mas a juventude ortodoxa grega já não procura o ministerio ordeando, como os nossos colonos, descobriram as possibilidades oferecidas pelo capitalismo. No Brasil o ministerio na igreja é procurado pelos das periferias, pelos excluidos. Os colégios confessionais, catolicos e evangelicos, já não confirmam as classes médias na fé. Os ortodoxos saídos do comunismo estão vivendo a euforia da liberdade, já os catolicos poloneses já não demonstram o mesmo fervor. Os catolicos orientais e seus patricios ortodoxos que vivem entre fundamentalistas islâmicos fogem para o Ocidente. Como se comportam? como vai o teor de sua VIVENCIA da fé?? Em perspectiva historica, esta união que levará décadas, unirá o que com que? Quanto a revisão do papel do Bispo de Roma, com ou sem união com a Ortodoxia, mudará, por diversas razões. Quem viver verá.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
UMA PROPOSTA INDECENTE... Barbet 12/10/09
Ela pulsa dentro de tudo;
Aquieta por um momento seus impulsos,
E analisa.
A música que toca,
Fala muito ao coração.
Mas o silêncio seu companheiro,
Mostra toda sua emoção.
Tenta esquecer que é humano,
Coloque-se no lugar dos animais.
Sinta o medo das plantas,
O sufoco dos mares.
Voa, mas baixo, bem baixo,
Plaina sobre os lixões,
Veja as crianças se alimentando,
E chora a lágrima dos falsos.
Caminhas faceiro entre os homens,
Dono de si, senhor das verdades,
Mas nada faz, acomodado!
Mais um verme no queijo já macerado.
Temes tudo e muito mais,
Medo de Deus e do Diabo,
E neste temor infinito,
Segue sempre calado.
Veja se acorda, ainda há tempo,
Aceita a proposta indecente
Sinta a dor que aflige o mundo,
Inundo das falsidades
Humanas.
Faça alguma coisa que valha,
Não passe em branco o filme,
Revele o lado nobre do ser,
Lute até vencer.
***
GIZ MOÍDO PARA BRINCAR – POLÍCIA PARA QUE? - Laerte Braga
A Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul arquivou o pedido de impedimento da governadora tucana Yeda Crusius, notória corrupta, uma das figuras mais repugnantes da política brasileira, desde que surgiu no governo do ex-presidente Itamar Franco (apareceu levada por FHC).
Especialistas em educação e a própria Polícia da cidade entendem que a “brincadeira” deve servir de alerta sobre a influência do tráfico e pretendem promover palestras em todas as escolas públicas de Sapacuia do Sul para mostrar os riscos de usar e traficar drogas.
Sugiro convidar o presidente da Colômbia, o narcotraficante Álvaro Uribe. O tema? “Como substituir o giz moído por produto original da Colômbia, cem por cento de pureza e um monte de bases norte-americanas para garantir a paz”
Deveriam exibir, aí como abertura, as declarações de Fernando Henrique Cardoso sobre o assunto. “Perdemos a guerra contra o tráfico, é preciso começar a pensar em liberar o uso de drogas”. Foram feitas na França, quinze ou vinte dias atrás.
Dois policiais militares do Rio de Janeiro, um deles capitão, presenciaram o final de um assalto, um corpo agonizante numa agência bancária no centro da cidade e tomaram a seguinte decisão. Pegaram o produto do roubo em poder dos assaltantes, deram uma olhada na vítima e foram embora. Os assaltantes também.
A vítima era o coordenador do Afroreggae Evandro João da Silva e o fato aconteceu no domingo. Os policiais, capitão Denis Leonard Nogueira Bizarro e o cabo Marcos de Oliveira Sales estão presos num batalhão da PM, mas podem ser soltos no sábado e responder ao inquérito em liberdade. Para que isso não ocorra é necessário que o encarregado das investigações peça à Justiça a prisão da dupla e a Justiça entenda que os dois devam ficar presos.
A julgar pela reação da opinião pública e a aposta da GLOBO no caráter espetáculo que norteia os noticiários da rede sobre crimes assim, correm, capitão e cabo, o risco de permanecerem presos por um breve período. Pelo menos até que algum Nardoni mate a filha, ou algo semelhante. O letreiro do espetáculo seja outro.
As imagens do crime não permitem fugir do clichê. São chocantes. Tanto as do assalto como as da ação dos PMS. Ou falta de ação, pelo menos a esperada, ou a desejada. Evandro João da Silva integrava um grupo que entre outras atividades de natureza cultural promovia a paz como símbolo de sua luta.
O deputado Ivan Valente do PSOL de São Paulo (condado vizinho que fala a mesma língua sob controle do grupo “socialista” FIESP/DASLU) foi à tribuna da Câmara para denunciar o poder do latifúndio, do agronegócio no Parlamento e a criminalização de movimentos populares, particularmente o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra). A total inversão da realidade, tal e qual a “ação” dos policiais no Rio e o reflexo da boçalidade vendida diariamente pela mídia na “brincadeira” dos alunos da escola gaúcha.
Bobagem? Uma coisa não tem nada a ver com a outra? Tudo bem. Quem quiser imaginar que além de Homer Simpson possamos ser avestruzes no estômago para engolir tudo e na mania de enfiar a cabeça em buracos para não ver a realidade, que coma giz moído, ou sopa de pedras, antes de mergulhar em buracos que na prática são como formigueiros de alienação.
O deputado denunciou a volta da monocultura, assim aquele negócio de sermos o maior produtor de café do mundo (tempos atrás) e não produzirmos mais nada. A falta de controle sobre as “isenções milionárias e incentivos à exportação, o adiamento e o cancelamento de dívidas do Banco do Brasil para um setor que já é ultraprivilegiado no País”.
E toca na ferida. “que atrás disso tem uma campanha midiática”.
No discurso do deputado ele usou como elemento de demonstração, digamos assim, da forma mentirosa como o latifúndio criminaliza o MST, um artigo de Luis Carlos Bresser Pereira, ex-ministro de FHC. E ex-diretor do grupo Pão de Açúcar. No artigo Bresser Pereira classifica o MST como único movimento conhecido na “defesa dos pobres deste País”. Bresser Pereira é filiado ao PSDB, braço do condado “socialista” FIESP/DASLU. Deve ter tido um ataque de bom caratismo, costuma acontecer.
Dá conta que as imagens apresentadas pela televisão (A GLOBO é uma espécie de Kama Sutra da informação, as mais diversas posições, versões, desde que tremulem os interesses dos que pagam, no caso elites econômicas) das terras da CUTRALE, sem citar que são terras públicas griladas e objeto de busca do INCRA (INSTITUO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA) na Justiça de reintegração de posse das tais terras. Terras roubadas a União em linguagem direta por empresários (que diferença há entre tais e o tráfico?).
O mesmo Bresser Pereira, como citou o deputado Ivan Valente, dá conta no seu artigo que é a agricultura familiar que usa três quartos da mão de obra no campo e em um quarto das áreas cultiváveis. O resto está em mãos do latifúndio.
Duzentos e oitenta e dois bilhões de reais no ano passado foram destinados, dinheiro público, para amortizar a divida dos latifundiários e “ninguém quer investigar”. Denuncia mais o parlamentar. Que querem revogar a legislação ambiental para plantar mais e mais de uma só cultura, mandando para o espaço qualquer vagido de respeito ao meio-ambiente, ou preocupação com o tal “patriotismo” que arrotam dia e noite.
A senadora do DEM Kátia de Abreu usou dinheiro publico supostamente destinado a fomentar o plantio, a agricultura, em sua campanha eleitoral. O fato é público, notório e está todo provado em processo junto à Justiça Eleitoral, mas a senhora em questão continua senadora.
“O que se defende aqui é que a propriedade está acima da vida.” Foi a fala final do deputado.
Em qualquer manifestação contra a o governo podre de Yeda Crusius, ou de trabalhadores rurais sem terra contra roubos de terras públicas, em qualquer estado da suposta federação brasileira, a PM, qualquer PM, todas as PMs, estão sempre prontas ao “cumprimento do dever” de manter a ordem. Quando a mídia toca nesses assuntos se refere aos manifestantes como “baderneiros”, “terroristas”, etc.
Já sobre trapaças, fraudes, crimes contra o erário público como gostam de dizer, nada. Até que tocam, quando montam dossiês falsos e deixam de lado a principal notícia do dia, um acidente aéreo com mais de cem mortos, para tentar alcançar seus objetivos.
Via de regra reclamam de falta de ranhuras no aeroporto de Congonhas.
A Editora Globo edita uma revista chamada CRIATIVA. Numa delas pode-se achar matérias como confissões de “transas loucas”, assim tipo plantar bananeira e transar. É matéria de capa da edição de abril de 2009. Transformam o amor em ato de acrobacia.
Deve ser isso que William Bonner chama de ensinar sem conteúdo ideológico para evitar que os alunos das faculdades de comunicação tenham uma visão “esquerdista”. Só pode, a julgar pelo grau de cinismo do editor do JORNAL NACIONAL (NACIONAL deles, diga-se de passagem).
O capitão e o cabo que mataram Evandro João da Silva (Claro! Mataram também tanto quanto os assaltantes) são dois boçais dentre os produzidos em série pelo modelo. Na estupidez da ordem instituída devem ter se aproximado do corpo, depois de tomarem dos assaltantes o produto do assalto, constatado – a juízo deles – que a fatura estava liquidada e pronto.
Dever cumprido.
O comandante da PM pediu desculpas à família, à sociedade? E daí? Dona Kátia Abreu está lá em cima no Senado Federal deitando falação sobre progresso, democracia e contra o MST. Montada e eleita com dinheiro público, tanto quanto dona Yeda continua metendo a mão nos cofres do governo do Rio Grande do Sul, mas tudo direitinho, usando camisinha e segundo os padrões da mídia global.
Em breve, com certeza, jogo eletrônico disponível para crianças e adolescentes, com o nome “giz moído”. E o dantesco anúncio – “o desafio é você conseguir mais usuários e mais bocas de fumo”.
O prêmio? A democracia e a ordem. O primado da lei e o patriotismo.
Aí, dá um golpe militar em Honduras (boçalidade que ameaça retornar nesses nossos cantos). Comete toda a sorte de atrocidades contra palestinos. A culpa é do Irã e VEJA vai mostrar como o MST “ameaça” o complexo condado “socialista” FIESP/DASLU.
Polícia para que? O cidadão que trate de compreender seu real papel nessa história toda, enclausure-se e arranje estômago de avestruz. O máximo que acontece é a garantia que desde o pantoprazol esse assunto estômago é para tirar de letra. Giz moído não mata ninguém.
Mas cuidado, se perceber um PM por perto corra! Esse mata e em nome da lei. Se encontrar por acaso a senadora Kátia Abreu, ou a governadora Yeda Crusius, mão na carteira. E se o senador Suplicy estiver por perto de cueca vermelha não ria. Ele acha que está protestando contra alguma coisa. Se você der atenção vai ouvir uma didática explicação sobre nada em no mínimo trinta horas. Que nem aquele banco que não fecha. E não há quem agüente.
E não se esqueça de comprar CRIATIVA nas bancas.
Em dezembro de 2009 em Copenhagen, na Dinamarca, representantes de mais de 200 países vão se reunir para chegar a um acordo sobre como salvar o clima.
- Zerar o desmatamento da Amazônia até 2015;
- Garantir que pelo menos 25% da eletricidade sejam gerados a partir de fontes renováveis de energia como vento, sol, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas até 2020;
- Transformar pelo menos 30% do território costeiro-marinho do Brasil em áreas protegidas até 2020.
Assine a petição e exija do presidente Lula que faça mais para salvar nosso futuro!
Barbet
Greenpeace documenta bloqueio na Gleba Nova Olinda - Barbet
"No Brasil, Jesus teria que se aliar a Judas", diz Lula
FOlha - É correto classificar de marolinha uma crise que gerou desemprego, redução de investimentos e derrubou o crescimento da economia de 5% ao ano para 1% em 2009 no cenário mais otimista?
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA - Foi correto. Temos que separar a crise em dois momentos. Até setembro de 2008, discutíamos a crise do subprime quando ainda não havia o problema dos bancos. Até esse momento, o Brasil sentiria muito pouco a crise por várias razões. A economia estava sólida. Havíamos diversificado nossas exportações. Os bancos brasileiros tinham maior solidez e havia maior controle do Banco Central. Quando veio o Lehman Brothers [quebra do banco americano de investimentos em setembro de 2008], aconteceram duas coisas graves. O dinheiro desapareceu. Uma empresa como a Petrobras passou a pegar empréstimos na Caixa que seria destinado a pequenas empresas brasileiras.
FOLHA - Ali não houve um tsunami?
LULA - As coisas não aconteceram aqui como em outras partes do mundo porque nós tomamos medidas imediatas. Liberamos R$ 100 bilhões do depósito compulsório para irrigar o sistema financeiro. Fizemos com que o Banco do Brasil e a Caixa agilizassem mais a liberação de crédito. Fizemos o Banco do Brasil comprar carteiras de bancos menores que estavam prejudicados. Fizemos o Banco do Brasil comprar a Nossa Caixa em São Paulo e comprar 50% do Banco Votorantin. Era preciso que os bancos públicos entrassem em outras fatias do mercado, em que não tinham expertise, como financiar carro usado.
Nos debates com empresários, a minha inconformidade é que houve no mês de novembro e dezembro uma parada brusca desnecessária de alguns setores da economia.
Em outubro de 2007, o sr. disse que tinha aprendido que era importante governar também para a burguesia, que possuía uma visão diferente de quando era dirigente sindical, pois tinha um lado claro. Como presidente, precisava governar para todos, pobres e ricos.
Disse também que a burguesia brasileira era a "burguesia que sempre foi, a burguesia que está sempre querendo mais". Falou ainda: "Da minha parte, não existe preconceito. Tenho consciência de que estão ganhando dinheiro no meu governo como nunca".
Durante a crise econômica internacional, o que o sr. achou do papel do empresariado brasileiro?
LULA - Alguns setores empresariais resolveram colocar o pé no breque de forma muita rápida, a começar do setor automobilístico, que seguia a orientação das matrizes, que estavam em situação muito delicada. Tinha um estoque razoável. Estavam numa situação privilegiada de produção e venda de carros. De repente, a indústria automobilística parou. Quando ela para, para uma cadeia produtiva que representa 24% do PIB industrial brasileiro. E outros setores que já tinham empréstimos assegurados com o BNDES pararam porque ninguém sabia o que ia acontecer.
Aí, fizemos desonerações, liberação de financiamentos, o Meirelles colocou dinheiro das reservas para facilitar nossas exportações. Depois, descobrimos outra coisa grave, os derivativos, feitos por empresas que não pareciam que faziam derivativos. Foi outro problema. Tivemos de conversar com empresa por empresa. Discutir como financiar, como evitar que algumas quebrassem, e colocamos o BNDES em ação.
FOLHA - No auge da crise, os bancos privados secaram o crédito. A Vale e a Embraer demitiram de imediato. Foi um comportamento à altura do país naquele momento?
LULA - Não foi. Foi precipitação do setor empresarial, que deveria ter tido tido a tranquilidade que o governo teve. Deveriam ter ouvido o pronunciamento de 22 de dezembro em que fui à TV contraditar a tese de que as pessoas não iam comprar com medo de perder o emprego. Fui dizer que iam perder emprego exatamente se não comprassem.
FOLHA - O sr. comprou algo?
LULA - Lógico. Comprei geladeira nova.
FOLHA - E a sua opinião hoje sobre a burguesia, pós-crise?
LULA - Não utilizo mais a palavra burguesia.
FOLHA - Sobre o grande capital nacional?
LULA - Tem setores diferenciados. Não pode colocar todo mundo no mesmo barco. Tem o setor automobilístico que é dinâmico, mas depende de orientação da matriz. Como a matriz, estava numa situação muito delicada, a orientação recebida aqui era para colocar o pé no breque. Tinha o setor siderúrgico, com 60% da produção para exportação, que, de repente, minguou. A Vale exportava quase tudo o que produz de minério. Na hora em que caiu a demanda da China, houve um breque. O que me deixou decepcionado é que as pessoas deveriam ter tido a paciência para ver o tamanho do buraco. Quando dizíamos que o Brasil seria o último a entrar na crise e o primeiro a sair, nós estávamos convencidos do potencial do Brasil e do mercado interno. Há anos venho dizendo: o problema do Brasil não é o custo final do carro, o problema é saber se a mensalidade que o trabalhador vai pagar cabe no seu holerite.
Hoje é um fato consagrado no mundo inteiro: o Brasil hoje é o país mais bem preparado e o que melhor enfrentou a crise.
FOLHA - O sr. vai prorrogar a isenção de IPI para a linha branca? Total ou parcialmente?
LULA - Essas coisas a gente não diz sim ou não com antecedência. Se eu disser agora que vai ser prorrogado, as pessoas que iam comprar agora deixam de comprar.
FOLHA - O sr. tem simpatia pela prorrogação?
LULA - Tanto que tenho simpatia que fiz a desoneração.
FOLHA - Com o dólar no patamar de R$ 1,70 e juros ainda altos na comparação com outros países, o sr. não teme viver uma crise cambial em 2010 ou deixar uma bomba-relógio para o sucessor?
LULA - Nunca trabalhei com juros altos tendo como parâmetro outros países.
FOLHA - Mas os juros no Brasil são altos, e o sr. reclama.
LULA - Sei. Mas trabalho na comparação com o que era. Em vez de ficar achando que a calça do outro é apertada, eu vejo a minha de manhã. O Brasil tem a menor taxa de juros de muitas décadas.
FOLHA - A taxa básica não poderia estar menor?
LULA - Poderia. Mas, descontada a inflação, temos 4%, 4,5% de juro real. Há muitas décadas o Brasil não tinha esse prazer. O problema hoje é o spread bancário, que ainda está alto, e o governo tem trabalhado para reduzir.
FOLHA - O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), tem uma crítica...
LULA - Deixa eu falar do câmbio. Depois respondo à crítica do Serra, que é menos importante para mim, para você e para o povo brasileiro. O câmbio sempre foi uma preocupação nossa. Se um dia você for presidente da República e sentar naquela cadeira, vai entrar na sua sala uma turma reclamando que o dólar está baixo, porque ele é exportador e está perdendo. Quando sai, entra a turma dos compradores, importadores, que acham que o dólar está maravilhoso, que é preciso manter assim. Aí entra o ministro da Fazenda, o presidente do Banco Central e dizem que é maravilhoso o dólar baixo porque controla a inflação.
Agora, antes que aconteça, uma superentrada de dólares no Brasil, reduzindo muito o valor do dólar em relação ao real, criando problema na balança comercial, e com algumas empresas exportadores tendo problema, nós demos um sinal com o IOF [Imposto sobre Operações Financeiros, que passou a ser cobrado no ingresso de capitais]. Demos um sinal para ver se a gente equilibra.
FOLHA - Especialistas dizem que o IOF será inócuo?
LULA - Se for inócuo, mudamos. Há uma disputa. O setor produtivo totalmente favorável, e o financeiro totalmente contrário. Isso é importante, porque significa que o governo está no caminho do meio, e aí é mais fácil a gente acertar.
FOLHA - A crítica básica do Serra é a seguinte: o Banco Central jogou fora na crise um bilhete premiado, que seria a oportunidade de baixar mais os juros sem custo. Agora, a crise acabou, a taxa está alta, pode ter que aumentar e jogou fora o bilhete premiado?
LULA - Vivi os dois lados. Quando se é oposição, você acha, pensa, acredita. Quando é governo, faz ou não faz. Toma decisão. O Serra participou de um governo oito anos. Tiveram condições de tomar decisões e não tomaram. Obviamente, qualquer um que for presidente, tem o direito de tomar a posição que bem entender. É como jogador bater pênalti. Brincando todo mundo marca gol. Na hora do pega para capar, até pessoas como o Zico e o Sócrates perderam pênalti.
FOLHA - Uma crítica de especialistas e da oposição é o aumento dos gastos públicos no segundo mandato. Além da elevação temporária de gastos na crise, há despesas permanentes que pressionarão o caixa no futuro e tornarão mais difícil baixar os juros. O sr. estaria deixando uma herança maldita.
LULA - As contas do governo nunca estiveram tão boas na história deste país. A política anticíclica na crise fez com que o governo deixasse de arrecadar uma enormidade de dinheiro. Mas é o preço que a gente tem de pagar. Compare o que colocamos de dinheiro na crise, com desoneração, com o que os países ricos tiveram de colocar. Foram trilhões de dólares colocados para ajudar o sistema financeiro, coisa que não precisamos fazer.
FOLHA - Saiu barato?
LULA - Eu acho. Em setembro, recuperamos os empregos que perdemos na crise e muito mais. Vamos chegar a um milhão de empregos no final do ano. Veja o mundo desenvolvido.
FOLHA - Qual é a sua previsão de crescimento do PIB para este ano?
LULA - Positivo, entre 1% e 1% e pouco. Se não houvesse a brecada brusca entre dezembro e janeiro, poderíamos ter crescido 2,5%, 3% com certa tranquilidade. O importante é o sinal para 2010.
FOLHA - Aquela brecada do empresariado sacrificou crescimento econômico?
LULA - O empresário brasileiro foi vítima de uma circunstância. O pânico criado no mundo fez com que todo mundo acordasse de manhã achando que ia acabar o mundo. O pânico precipitou decisões de recuo de setores empresariais. Eu chamei empresários, disse que tínhamos de aproveitar a crise, que tínhamos dinheiro no BNDES, que as empresas com dinheiro em caixa tinham de fazer investimento agora porque, quando a crise acabasse, estaríamos preparados para ocupar outro patamar no mundo. O momento não é de medo, é de investir. Eu jamais demoraria o tanto que foi demorado nos Estados Unidos para salvar a GM.
FOLHA - Aécio Neves ataca o inchaço da máquina e diz que o sr. faz um governo para a companheirada. Como o sr. responde?
LULA - Tem duas concepções de ver o Brasil. Tem pessoas que governam o Brasil para o imaginário de uma pequena casta. E tem pessoas que governam pensando em envolver 190 milhões de brasileiros. Quebramos o preconceito de primeiro tem que enxugar a máquina, fazer o país crescer e, então, dividir. Vivi isso durante quatro décadas. Quando resolvemos fazer política social, dissemos que era possível crescer concomitantemente e criamos uma nova casta de consumidores que está ajudando a indústria e o comércio.
FOLHA - O sr. recuou no envio de um projeto para cobrar IR de poupança acima de R$ 50 mil e mandou normalizar a devolução da restituição do IR. A lógica eleitoral, com temor de desgaste, autoriza a conclusão de que o sr. não pretende tomar medidas impopulares até o final do governo?
LULA - (Risos). Não faça injustiça, querido. Não adiamos o envio do projeto de lei. Decidimos o que íamos fazer em março, por unanimidade. A oposição que imaginava pegar a poupança como cavalo de batalha, ficou sem discurso. Em vez de a Fazenda mandar em março, como era algo que só valeria para 2010, esperou para mandar agora.
FOLHA - Vai enviar ao Congresso?
LULA - Vai mandar. Obviamente, poderemos discutir outras bases. Vai mandar, vai mandar.
FOLHA - E sua ordem para normalizar o pagamento da restituição do IR?
LULA - Não havia nada de anormal. No Brasil, já tivemos momentos em que a devolução atrasou. No nosso governo, tivemos momentos em que adiantou.
FOLHA - O ministro da Fazenda disse que estava atrasado, e o sr. deu a ordem para acelerar.
LULA - Lógico, porque tem que pagar. Nós precisamos de consumo. Precisamos que o povo tenha dinheiro para comprar. Falei com o Guido [Mantega]: Guido, nós precisamos que o povo tenha dinheiro para comprar. O povo tem de ter o dinheiro em dezembro.
*
"No Brasil, Jesus teria de fazer aliança com Judas"
FOLHA - Por que o sr. escolheu Dilma como candidata, uma cristã nova no PT e pessoa que nunca disputou eleição, sem fazer uma discussão no partido e levar em conta os nomes de governadores, como Jaques Wagner (BA) e Marcelo Déda (SE), e de ministros, como Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Tarso Genro (Justiça)?
LULA - Não estava em discussão quem era PT mais puro sangue, menos puro sangue. Era uma questão de viabilidade política. Dilma é a mais competente gerente que o Estado brasileiro já teve. A capacidade de trabalho da Dilma, a competência, o passado político e o presente, me faz garantir que a Dilma é uma excepcional candidata a presidente da República.
FOLHA - O sr. nunca havia sido gestor, era político, virou presidente e faz um governo bem avaliado. Seu argumento não é muito tucano, essa coisa de gerente.
LULA - Não é tucano, não. Além de extraordinária gestora, a Dilma é um extraordinário quadro político. Tem firmeza ideológica, tem compromisso, tem lealdade, sabe de que lado está.
FOLHA - O sr. a acha preparada para presidir o Brasil?
LULA - Muito preparada.
FOLHA - Já há faixas na rua dizendo que Dilma eleita equivale ao terceiro mandato de Lula.
LULA - É exatamente o contrário. Uma mulher que tem a personalidade que a Dilma tem. Conheço bem a personalidade dela. Isso vai exigir que eu tenha o bom senso de quando elegi o Jair Meneguelli presidente do sindicato de São Bernardo, o José Dirceu presidente do PT. Rei morto, rei posto. A Dilma no governo tem de criar a cara dela, o estilo dela, o jeito dela de governar.
FOLHA - Falando do estilo, ela é retrata por pessoas do governo como muito dura no trato pessoal, que falta habilidade política, que massacra algumas pessoas. Isso não é ruim para um presidente?
LULA - O Brasil já teve muitos governantes maleáveis, e não deram certo? Você tem de ser bom, afável, duro, em função de cada circunstância. Uma mulher por si já tem a necessidade de ser mais retraída, pelo preconceito que existe contra a mulher. A Dilma vai surpreender esse país. Quem pensa que a Dilma é uma mulher grosseira, é uma mulher dura, está errado. Na sua casa, se você for com uma gracinha para o lado de sua mulher, ela vai lhe dar um tranco. Se a conversa for séria, não vai dar. E a Dilma tem toda a clareza disso.
FOLHA - Dilma precisará refazer sua imagem, tomar um banho de loja, semelhante ao que o sr. fez em 2002?
LULA - (Risos) Por esse aspecto, não precisa. Não mudei minha cara. Comprei apenas um terno novo para 2002. Não é possível mudar a cara. A pessoa pode aprimorar. Em 2002, fizemos uma pesquisa em que 85% diziam que a reforma agrária tinha de ser pacífica. Levei mais de 15 dias para que minha boca pudesse proferir reforma agrária tranquila e pacífica. Essas mudanças têm de ter. Algumas que a gente fala, pensando que está agradando, não batem com o que povo pensa.
FOLHA - O sr. defende uma coalizão e uma disputa plebiscitária. Se a coalizão é tão importante, por que faz tanta questão que o candidato seja do PT e não de um partido aliado?
LULA - Porque seria inexplicável para grande parte da sociedade brasileira o maior partido de de esquerda do país, que tem o presidente da República atual, não ter um sucessor. Apenas por isso.
FOLHA - Fechou ontem a aliança ontem com o PMDB?
LULA - Patrocinei uma reunião de líderes do PT com o PMDB, que fizeram uma nota. Haverá um acordo nacional, e a chapa será PT-PMDB.
FOLHA - Michel Temer é o nome para vice?
LULA - Não posso dar palpite. Quem discute vice é o candidato a presidente.
FOLHA - O sr. ainda tem o desejo de que Ciro seja vice de Dilma e que o PMDB apoie?
LULA - Um presidente não tem desejo. Faz o que é possível.
FOLHA - É possível?
LULA - Na política, tudo pode acontecer. O Ciro tem todas as condições de ser candidato a presidente. Sou um homem feliz. Feliz desse país, que tem o Ciro, a Dilma, o Serra, o Aécio, a Marina, a Heloísa Helena. Nesse espectro, não tem ninguém de extrema-direita ou conservador ao extremo. Todos tem história. Não acho que é mérito meu, não. Fernando Henrique Cardoso tem importância nisso, pelo fato de ter feito comigo uma transição excepcional.
FOLHA - Se Ciro se mantiver emparelhado ou à frente de Dilma em março, quando o sr. e ele combinaram de tomar uma decisão final, que argumento o sr. pode usar para convencê-lo a desistir da Presidência e concorrer em São Paulo?
LULA - Não vou tentar convencê-lo.
FOLHA - O sr. patrocina a articulação para ele ser candidato a governador de São Paulo.
LULA - Não é verdade. Não patrocino. O Ciro pertence a um partido pelo qual tenho profundo respeito. O PSB tem os mesmos direitos do PT. Sou o único cidadão que não tem autoridade moral para pedir para alguém não ser candidato. Fui candidato a vida inteira. Só cheguei à Presidência porque teimei. Muita gente achava que eu tinha de desistir. Jamais farei isso [pedir para Ciro desistir].
FOLHA - Como o sr. explica ter um governo popular e a oposição liderar nas pesquisas sobre sucessão?
LULA - Ainda não temos candidatos
FOLHA - Os motivos? Recall?
LULA - Lógico que é recall. O fato de ter um candidato da oposição que é governador de São Paulo, já foi candidato a presidente, que já foi senador, que já foi ministro, tem uma cara muito conhecida no Brasil inteiro.
Obviamente, a transferência de voto não é como passe de mágica. Vamos trabalhar para que a gente possa transferir todo o prestígio angariado pelo governo e pelo presidente para a nossa candidatura.
FOLHA - O sr. diz que ainda não há candidatos. Mas todo dia a Dilma aparece com o sr. no noticiário, viajando. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, classificou de vale-tudo as viagens que viram comícios.
LULA - Você passa o tempo inteiro plantando a sua rocinha. É justo que, quando ela ficar no ponto de colher, você vá colher. Foi grande o sacrifício que fizemos para o Brasil voltar a investir em infraestrutura. A gente não tinha dinheiro. Se olhássemos o saldo de caixa do governo para fazer o PAC, a gente não teria feito. Foi uma decisão de faríamos e arrumaríamos dinheiro onde fosse necessário.
A Dilma trabalha das oito, nove da manhã às três da manhã. Quando era ministra das Minas e Energia, ela ficava, às vezes, três e meia da manhã, ficava comendo lanche com os assessores para fazer as coisas andar. Ninguém pode ser contra a Dilma ir às obras comigo. Até porque, se ela for candidata, a lei determina quem tem prazo em que ela não poderá mais ir. Até chegar lá, ela é governo. É um debate pequeno.
FOLHA - Mendes disse que o governo testa o limite da Justiça Eleitoral.
LULA - É um debate pequeno. Cada brasileiro, seja ele presidente da suprema corte ou o mais humilde, tem o direito de falar o que bem entender, mas tem uma lógica. Nós vamos continuar inaugurando obra. Tudo que a oposição quer é mostrar na TV tudo o que eu não fizer. O que eu fizer eu tenho obrigação de inaugurar, porque sei qual foi o sacrifício para chegar aonde chegamos.
FOLHA - O sr. teme uma chapa Serra-Aécio?
LULA - Não [com voz firme].
FOLHA - O sr. pediu a Aécio para não ser vice de Serra?
LULA - [Riso] Não, não.
FOLHA - O sr. não subestimou Marina, que deixou o PT para, segundo ela, construir uma nova utopia no PV?
LULA - Se ela acredita nisso, não sou que vou desmentir. Nunca subestimei a Marina, porque a adoro como pessoa humana. Tenho carinho por ela. Fomos militantes juntos por 30 anos. Ela me pediu demissão em janeiro do ano passado, eu não dei. Na medida em que quis sair do governo e do partido, é um direito dela. Só tenho que desejar sorte, que Deus ajude. É uma pessoa boa.
FOLHA - Por que o sr. não abandonou Sarney na crise do Senado?
LULA - Por uma razão muito simples. O PT teve candidato a presidente do Senado, derrotado [Tião Viana, do Acre]. Não entendi porque os mesmos que elegeram Sarney, um mês depois, queriam derrubá-lo. Coincidentemente, o vice não era uma pessoa [Marconi Perillo, do PSDB de Goiás] que a gente possa dizer que dá mais garantia ao Estado brasileiro do que o Sarney. A manutenção do Sarney era questão de segurança institucional. O Senado está calmo. Está funcionando. Qualquer cidadão pode perder a cabeça, um presidente da República não pode perder a cabeça.
FOLHA - Se Sarney caísse, acabaria sua sustentação política no Senado?
LULA - A queda do Sarney era o único espaço de poder que a oposição tinha. Aí, ao invés de governabilidade, iam querer fazer um inferno neste país. Foi correta a decisão de manter o Sarney no Senado.
FOLHA - Falando do seu papel como presidente da República, o sr. chegou a dizer que Sarney não poderia ser tratado como um cidadão comum. Não é incorreto numa democracia, onde ninguém está acima da lei? Um presidente falar isso não transmite mensagem ruim?
LULA - É verdade que ninguém está acima da lei, mas é importante que a gente não permita a execração das pessoas por conveniências eminentemente políticas. Sarney foi presidente. Os ex-presidentes precisam ser respeitados, porque foram instituições brasileiras. Não pode banalizar a figura de um ex-presidente. O que vem depois da negação da política é pior do que a gente tinha. O mundo está cheio de exemplos.
A negação do socialismo, feita pela Gorbatchov, deu quem? O que tomava vodca lá, o [Bóris] Iéltsin. A relação com a política tem de ser mais séria. Não adianta falar mal do Congresso Nacional, porque ele é a cara do que foi votado pelo povo. O importante é que a democracia garante que a cada 4 anos haja troca.
FOLHA - O sr. apoiou Sarney, reatou relações com Collor, é amigo do Renan Calheiros, do Jader Barbalho e recebeu o Delúbio Soares recentemente na Granja do Torto. Todos eles são acusados de práticas atrasadas na política e até de corrupção. Ao se aproximar dessas figuras, o presidente não transmite ideia de tolerância com desvios éticos?
LULA - O dia que você for acusado, justa ou injustamente, enquanto não for julgado, terá de ser tratado como cidadão normal. Não tenho relações de amizade, mas relações institucionais. As pessoas ganharam eleições e exercem seus mandatos.
FOLHA - O cidadão que admira o Lula e o vê abraçado com essas figuras...
LULA - O cidadão que admira o Lula tem de saber que essas pessoas foram eleitas democraticamente. E o eleitor dessas pessoas é tão bom quanto ele.
FOLHA - O sr. trabalhou tanto pela reabilitação política de Palocci. O episódio do caseiro não é insuperável do ponto de vista eleitoral para um candidato majoritário?
LULA - Estranho a malandragem da pergunta: "O sr. trabalhou pelo Palocci". Deixa eu lhe falar uma coisa, desejo que todos os que foram acusados, e acho que tem muita gente acusada injustamente, que todos sejam julgados. Palocci teve um veredicto. Não tem mais nenhuma pendência com a Justiça. Portanto, o Palocci pode ser o que ele quiser ser.
FOLHA - E [pendência] perante o eleitorado?
LULA - Aí terá de ser construído.
FOLHA - Ele pode ser candidato a governador de São Paulo?
LULA - Ele tem inteligência suficiente para saber se o momento é de ter uma candidatura ou não.
FOLHA - Qual é sua opinião?
LULA - Não tenho opinião. Se fizer a pergunta em março, terei opinião. Palocci pode reconstruir a vida dele. Durante os primeiros anos do meu governo, ele era considerado a pessoa mais respeitada no mundo empresarial, no mundo financeiro. Ele está quase perto de ser um gênio político e vai saber tomar a decisão.
FOLHA - Seu aliado Ciro Gomes diz que há "frouxidão moral" na hegemonia da aliança PT-PMDB, da qual o sr é o principal avalista. Sobre o encontro com o PMDB, disse: "Espero que o PMDB entregue o que prometeu. E espero que os argumentos dessa aliança sejam confessáveis publicamente". Como o sr. responde a essas críticas?
LULA - A aliança com o PMDB e os demais partidos permitiram uma governança muito tranquila. Tive a governança mais tranquila que FHC e Sarney. Se for confirmada a aliança com o PMDB, será feito um documento público explícito para saber qual são os compromissos assumidos. Pra mim, as coisas têm de ser explícitas.
FOLHA - E a frouxidão moral?
LULA - É um conceito do Ciro.
FOLHA - Não quer responder.
LULA - Estou respondendo. É uma opinião do Ciro.
FOLHA - Não o incomoda?
LULA - Não. O Ciro esteve no meu governo. A única que não tem aqui é frouxidão moral.
FOLHA - Ciro disse que o sr. e FHC foram tolerantes com o patrimonialismo para fazer aliança no Congresso. Ou seja, aceitaram a prática política de usar os bens públicos como privados. "No governo Lula, vi um pouco de novo a mesma coisa", ele disse em entrevista em fevereiro de 2008. Como responde a essa crítica?
LULA - Qualquer um que ganhar as eleições, pode ser o maior xiita deste país ou o maior direitista, ele não conseguirá montar o governo fora da realidade política. Entre o que se quer e o que se pode fazer, tem uma diferença do tamanho do oceano Atlântico. E o eleitor escolheu seus representantes. Quem ganhar a Presidência amanhã, terá de fazer quase a mesma composição, porque este é o espectro político brasileiro. Não é o espectro do Ciro, do Lula, do FHC, do Serra, da Dilma. Coloque tudo isso na frigideira e perceberá que são os ovos que a galinha botou. São com eles que terá de fazer o omelete.
FOLHA - Nunca se sentiu incomodado por ter feito alguma concessão?
LULA - Nunca me senti incomodado. Nunca fiz concessão política. Faço acordo. Uma forma de evitar a montagem do governo é ficar dizendo que vai encher de petista. O que a oposição quer dizer com isso. Era para deixar quem estava. O PSDB e o PFL (hoje DEM) queriam deixar nos cargos quem já estava lá. Quem vier para cá não montará governo fora da realidade política. Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão.
FOLHA - É isso que explica o sr. ter reatado com Collor, apesar do jogo baixo na campanha de 1989?
LULA - Minha relação com o Collor é a de um presidente da República com um senador de um partido que faz parte da base da base. Os senadores do PTB têm votado sistematicamente com o governo.
FOLHA - Do ponto de vista pessoal, não o incomoda? Não lhe dá aperto no peito?
LULA - Não tenho razão para carregar mágoa ou ressentimento. Quando o cidadão tem mágoa, só ele sofre. A pessoa que é a razão de ele ter mágoa vive muito bem, e só ele sofre. Quando se chega à Presidência da República, a responsabilidade nas suas costas é de tal envergadura que você não tem o direito de ser pequeno. Tem de ter as atitudes de chefe de Estado. Fico sempre olhando quando a Alemanha e a França resolveram criar a União Européia. A grandeza daqueles dirigentes políticos, ainda com o gosto de sangue da Segunda Guerra Mundial.
FOLHA - O sr. cobrou um esclarecimento da ex-secretária da Receita, Lina Vieira.
Ela achou a agenda e a data, 9 de outubro, em que teria se encontrado com Dilma e ouvido o pedido para acelerar as investigações da Receita sobre Sarney. A ministra e o governo não devem esclarecimentos que o sr. mesmo cobrou?
LULA - É fantástico. O engraçado é que quando se levanta uma tese, essa tese fica sendo martelada todo santo dia para ver se ela vinga. Ora, o governo mesmo disse que a Lina tinha vindo aqui em outubro. Isso foi nós que dissemos. Acho estranho tirar tantos dias de férias para depois encontrar sua agenda.
FOLHA - Não é preciso mais explicações da Dilma?
LULA - Não tenho dúvida nenhuma. Também não tenho dúvida de que a Lina também deve ser uma grande funcionária pública. Muitas vezes as pessoas são vítimas de uma palavra a mais ou a menos. Quando as pessoas viram vítimas de utilização política, quando fulano procura alguém, e ninguém fala diretamente, sempre alguém fala por eles, aprendi a não levar muito a sério.
FOLHA - O sr. acha que Lina está sendo usada?
LULA - A dona Lina é dona da sua consciência. A dona Dilma é dona da sua consciência.
p(star). *
"Papel da imprensa não é fiscalizar, é informar"
LULA - Não faz mal porque aprendi, ao longo da minha vida, cair e levantar, cair e levantar. A pesquisa de opinião pública é como medir a pressão.
FOLHA - Quando o Rio foi escolhido para sediar as Olimpíadas de 2016, o sr. disse que simbolizava a entrada do Brasil no primeiro mundo político e econômico. O episódio de derruba de um helicóptero no último sábado não mostra que aquele Rio vendido lá é fantasia e que seu discurso é irrealista?
LULA - Pelo contrário. Disse que o Brasil tinha conquistado sua cidadania internacional. E reafirmo. Foi um momento glorioso ter a maior votação que um país já teve na história das Olimpíadas. Não foram escondidos os problemas sociais do Rio.
FOLHA - O secretário da Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, diz que "o Rio precisa que o governo federal assuma a responsabilidade legal pelo combate à droga". Empurrou a responsabilidade para o governo federal.
LULA - O governador [Sérgio Cabral] contraditou o secretário. O secretário é uma figura da Polícia Federal muito respeitada, muito amigo do diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa. Em momentos de medo, de insegurança, as pessoas falam qualquer coisa. Converse com o governador para ver a parceria na área de segurança que estamos construindo.
FOLHA - O sr. assistiu ao filme "Lula, o filho do Brasil"?
LULA - Não. Estou sendo convidado. Quinhentas ofertas. Quero sentar com a minha família e ver o filme.
FOLHA - Com financiamento de grandes empresários e ajuda das centrais sindicais na distribuição, não é um instrumento de propaganda personalista?
LULA - Se isso prevalecer, não sei o que fazer. Vou entrar numa redoma de vidro, mandar cobrir e não apareço mais em lugar nenhum. Tem um livro sobre a minha vida que é pública. O cidadão resolve fazer um filme. A única condição que impus foi não ter dinheiro público, e eu não quero que fale do governo. Do governo, só quando acabar.
FOLHA - O sr. não teme a repercussão negativa entre os judeus do encontro com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad?
LULA - Muito pelo contrário. Não estou preocupado com judeus nem com árabes. Estou preocupado com a relação do estado brasileiro com o estado iraniano. Temos uma relação comercial, queremos ter uma relação política, e eu disse ao presidente Barack Obama (EUA), ao presidente Nicolas Sarkozy (França) e à primeira-ministra Angela Merkel (Alemanha) que a gente a não vai trazer o Irã para boas causas se a gente ficar encurralando ele na parede. É preciso criar espaços para conversar.
FOLHA - Ações recentes da política externa na América Latina foram de contraponto a Washington. O Brasil tem de ser um contrapeso à força dos EUA na região?
LULA - Não quero ser um contraponto a Washington. Quando propus a criação do Conselho de Defesa e de combate ao narcotráfico, tinha duas coisas na cabeça. Nós precisamos nos transformar numa zona de paz. E, enquanto América do Sul, a gente assuma a responsabilidade de combater o narcotráfico. Porque aí vai permitir que os países consumidores cuidem dos seus consumidores.
FOLHA - Zelaya completou completou um mês na embaixada brasileira fazendo política interna. Não foi longe demais?
LULA - Só tem um exagero em Honduras. É o golpista.
FOLHA - O sr. diz que a imprensa internacional elogia o Brasil e a nacional puxa o Brasil para baixo. Nos EUA, o Obama apanha da imprensa, e é elogiado na imprensa internacional. Isso não acontece porque a imprensa nacional conhece o país melhor?
LULA - [Risos] Quisera Deus que fosse verdade. Estou convencido de que a imprensa nacional conhece melhor o país, até porque tem obrigação de conhecer. Mas, às vezes, vejo um comportamento de um setor da imprensa muito ideologizado. Sou amante da democracia e da liberdade de imprensa. A maior alegria que tenho é que os leitores, ouvintes e telespectadores são os únicos censuradores que admito nos meios de comunicação. Portanto, cada um paga pelo que faz.
FOLHA - Um dos papéis da imprensa é fiscalizar o poder. O sr. não está incomodado com a imprensa cumprindo o seu papel?
LULA - Não incomoda.
FOLHA - O sr. disse que tem azia quando lê jornais.
LULA - Como presidente, nunca fico incomodado. Não acho que o papel da imprensa é fiscalizar. O papel é informar.
FOLHA - A imprensa não tem de ser fiscal do poder?
LULA - Para ser fiscal, tem o Tribunal de Contas da União, a Corregedoria-Geral da República, tem um monte de coisas. A imprensa tem de ser o grande órgão informador da opinião pública. Essa informação pode ser de elogios ao governo, de denúncias sobre o governo, de outros assuntos. A única que peço a Deus é que a imprensa informe da maneira mais isenta possível, e as posições políticas sejam colocadas nos editoriais.
FOLHA - O sr. acha legítimo o governo interferir na gestão de uma empresa privada como o sr. faz em relação à Vale?
LULA - Não interferi na Vale.
FOLHA - Houve interferência pública.
LULA - É preciso parar com essa mania de entender que só o presidente da República tem responsabilidade com o Brasil. Os 190 milhões têm. E, mais ainda, os empresários têm. E aqueles que receberam benefício do governo têm mais ainda. O que eu disse ao companheiro Roger foi pedir para a Vale colocar todo o seu poder de investimento em investimentos internos. Não apenas na exploração de minério, mas também na transformação desses minérios em aço.
Os trabalhadores da Vale sabem do carinho que tenho por ela. Tenho feito esforço em vários países do mundo, ajudando a cavar espaço para que a Vale seja empresa multinacional. Agora, não pode acontecer, quando deu um sinal de crise, mandar tanta gente embora como mandou. O Roger já sabe que houve equívoco nisso.
FOLHA - Na fusão da Oi com a Brasil Telecom, o sr. mudou a regra para favorecer um negócio em andamento de um empresário que é seu amigo e contribui para suas campanhas, Sérgio Andrade. Foi um benefício do Estado a um grupo privado. Isso não ultrapassa o limite ético?
LULA - Vocês são engraçadíssimos. Temos uma agência reguladora.
FOLHA - Mas o sr. assinou um decreto mudando a regra.
LULA - A legislação brasileira permite que a agência faça a regulação que melhor atenda ao mercado brasileiro. Estou convencido de que foi correta a decisão do governo.
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Lula elogia Dunga e diz quem tem vaga garantida na seleção
O presidente Lula diz ser "excepcional" o saldo de Dunga na seleção brasileira. Acha que o Corinthians não tem mais chance de ganhar o Campeonato Brasileiro. O título, crê, está em disputa entre Palmeiras, São Paulo, Atlético Mineiro e Flamengo, que vem "despontando".
Fala que Robinho "faz motocicleta" em campo. "Nem bicicleta é." Conta que aconselhou Ronaldo a se preparar para ser convocado. Recusou-se a escalar seus onze titulares, mas opinou sobre quem teria vaga garantida para a Copa de 2010 na África do Sul.
"Dunga ganhou o que a gente não imaginava que ele ia ganhar". Diz que o técnico foi "demonizado" como jogador em 1990, com "o fracasso da seleção" na Alemanha. Mas saiu como "herói" na Copa de 1994, nos Estados Unidos. "É casca de ferida."
Falou que, se a seleção jogar a Copa de 2010 com "o espírito" da Copa das Confederações, "já está bom". "Ganhar a Copa ou não, é consequência. Para o torcedor, o que é a gente quer, além de ganhar, é muita raça", disse.
Para ele, Luís Fabiano "está excepcional" e será titular. Os outros titulares seriam Júlio Cesar, Maicon, Lúcio, Júan, Felipe Melo, Gilberto Silva e Kaká.
Apesar da irregularidade, Lula levaria Robinho para a África do Sul: "Às vezes, o cara é convocado porque o técnico tem afinidade com as pessoas que cumprem as tarefas do técnico. E o Robinho é aquele moleque de explosão. Tem dia que a gente fica nervoso porque ele não faz nada. Tem dia que a gente vê ele fazer lá uma motocicleta, nem bicicleta é, e marcar um gol espetacular".
O presidente colocaria no grupo André Santos, Daniel Alves e Nilmar. "Se fosse técnico, levaria o Nilmar. Tenho de convocar 22 e só vou colocar 11 em campo. O Nilmar é um moleque de uma explosão extraordinária. Muito esperto, muito ligeiro", opina.
Conta que disse a Ronaldo para se preparar fisicamente para "ser convocado" e ser reserva de Luís Fabiano. "O Ronaldão é sempre o Ronaldão". Sobre Gilberto Silva, diz; "Sinto que é uma das figuras de confiança do Dunga".
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PINGA FOGO
Vale, a maior empresa privada do país
A cara do Brasil lá fora.
Roger Agnelli, presidente da Vale
Grande executivo.
Eike Batista, o homem mais rico do Brasil
Grande executivo.
Dona Lindu, mãe
Junto com a Marisa são as duas melhores mulheres do mundo.
Sr. Aristides, pai
Tenho boa lembrança do meu pai. Quando era pequeno, tinha muita bronca, porque ele era muito severo. Depois que fiquei politizado, tenho compreensão do motivo de meu pai ser rude.
Frei Chico, irmão
Figura excepcional
Lurdes, primeira mulher, que já morreu
Extraordinária
Marisa Letícia, primeira-dama
Uma das responsáveis pelo que eu sou
José Alencar, vice-presidente
O melhor vice do mundo
José Sarney, presidente do Senado
Grande republicano
Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã
Não conheço bem
Barack Obama, presidente dos EUA
Grande esperança. Um bem para os EUA e para o mundo
Michele Obama, primeira-dama dos EUA
Muito simpática
Nicolas Sarkozy, presidente da França
Surpreendentemente extraordinário.
Carla Bruni, primeira-dama da França
Sei que é muito bonita
Cristina Kirchnerr, presidente da Argentina
Grande presidente. Vai terminar fazendo grande governo
Michelle Bachelet, presidente do Chile
Muito competente
Angela Merkel, primeira-ministra
Figura séria. A Alemanha está em boas mãos
Lula
Sempre procuro me comportar com a maior humildade possível. Gosto de falar com o povo. Odeio intermediário com o povo. Esse negócio de gente falar por mim, eu não gosto. Por isso, falo muito.