As negociações da mesa de diálogo em Honduras seguem sem conclusão. O prazo dado por Manuel Zelaya para sua restituição no país terminaria à meia-noite de ontem (15), mas o mandatário constitucional resolveu estendê-lo até hoje. As organizações e movimentos sociais contra o golpe seguem em resistência. A Frente Nacional de Resistência contra o Golpe, por exemplo, realizará, hoje, mais uma marcha em Tegucigalpa contra o governo de fato.
Ontem, em coletiva de imprensa, Victor Meza, membro da Comissão do Presidente Zelaya, disse que as negociações continuam até hoje. "O diálogo não acabou, a mesa segue funcionando... ontem [quarta-feira, 14] havia um texto em consenso, mas não é um acordo, é uma matéria-prima para chegar a um acordo", afirmou.
De acordo com ele, as duas partes se ocupam na busca de uma saída definitiva ao conflito e, para isto, trabalham a favor do Acordo de San José. "Eu diria que o diálogo está avançado em 95 por cento", acredita.
Segundo Meza, as conversas seguem até hoje porque Zelaya e Micheletti fizeram algumas observações ao texto que entrou em consenso. "Se não se consegue uma saída pacífica à crise, será a ingovernabilidade e a desobediência social e ninguém quer isso", comentou.
Mayra Mejía, também da Comissão de Zelaya, confirmou a ampliação do prazo dado pelo mandatário constitucional até hoje. "esperamos ter a decisão final. A outra parte pediu mais tempo, mas amanhã [hoje] se chegará a uma decisão final. Se temos dado tanto tempo para negociar, então dar um pouco mais de tempo é bom, se é pela paz", acrescentou.
A opinião de que há esforços de ambas as partes para conseguir uma saída à crise, no entanto, não é compartilhada com todos. A Frente Nacional de Resistência contra o Golpe de Estado, por exemplo, divulgou, ontem, um comunicado em que afirmam que o governo de fato não tem vontade política de acordar os pontos do acordo.
"Observamos a falta de vontade política da parte dos golpistas para acordar o ponto antes mencionado [a restituição de Zelaya] ao aplicar táticas dilatórias pretendendo que a restituição do presidente Zelaya dependa da decisão de outras entidades estatais como o Congresso Nacional ou a Suprema Corte de Justiça", comentou.
No comunicado, a Frente afirma ainda que o governo de Micheletti mantém o Estado de Sítio e se nega a derrogá-lo. "As atitudes apontadas deixam claro que os golpistas pretendem ficar no poder utilizando a farsa eleitoral de 29 de novembro como meio de legitimação dos candidatos e candidatas golpistas; estratégia que está condenada ao fracasso porque o povo hondurenho em resistência não vai permitir", esperam
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