O verde mais cinza, em tons Marina
da Silva. Não é daltonismo. É o cinismo e a barbárie capitalista. Pode estar com
sombreados Greenpeace, um dos negócios mais lucrativos do planeta. O que é
sustentabilidade? Sustentar o quê?
Milhares de ogivas nucleares, cinco
mil ataques aéreos para devastar a Líbia, a fome na África, o trabalho escravo
em países periféricos (expressão que adoram no jornalismo global podre e venal),
a guerra civil montada na Síria, o genocídio contra palestinos na versão
sionista do nazismo, as bases militares espalhadas pelo mundo, o agrotóxico, o
transgênico, os salários dos professores, a privatização da saúde, o governo
Dilma na prática de uma no cravo e outra na ferradura. Será isso a tal
sustentabilidade?
Ou um convescote de entidades,
partidos do clube de amigos e inimigos cordiais, num Rio de Janeiro
transbordando de gente e os preços estratosféricos, tudo regado a vastos
recursos oficiais ou semi oficiais. Os trabalhadores, óbvio, do lado de fora das
cercas eletrificadas do capitalismo.
Daniel Dantas e Paulo Maluf estão
citados entre os mais corruptos do mundo nos dados do Banco Mundial. Um é
deputado e apóia a candidatura petista à Prefeitura de São Paulo (indicou um
nome para o Ministério das Cidades como compensação) e Dantas tem um “ministro”
de plantão na mais alta corte de justiça do País para eventuais habeas
corpus.
Quem sabe sustentabilidade serão os
cem bilhões de euros para salvar bancos espanhóis enquanto o rei caça elefantes
na África, ou búfalos em campos privados na Suíça a cinco mil dólares por
cabeça? Um quarto da população adulta da Espanha desempregada e mais da metade
dos jovens que chegam ao chamado “mercado de trabalho” sem qualquer
perspectiva?
Os gregos lutam nas ruas para
preservar seu país. Os egípcios assistem seus militares curvarem-se e lustrarem
as botas do sionismo num golpe de estado que mantém o regime de Mubarak sem
Mubarak. Tal e qual os golpistas de 64 por aqui lustraram as botas de Lincoln
Gordon e Vernon Walthers, pelo “direito” de encher as prisões, torturar,
assassinar e depois transformar documentos confidenciais em secretos para
escapar da vergonha das práticas criminosas, tudo recheado de patriotismo. “O
último refúgio dos canalhas” na frase sempre necessária de Samuel
Johnson.
Não há compromisso algum dos países
ricos com políticas mínimas de preservação ambiental, de mudanças no sistema
econômico, nada disso, enquanto é evidente a tentativa de países como o Brasil
de salvar o que não tem salvação, o capitalismo. Pela voz de Anthony Patriot, o
profeta do equilibrismo. Vai atravessar num cabo de aço a vários mil metros de
altura, a distância entre a RIO+20 e Wall Street carregando uma nova proposta de
dez mandamentos que não mudam mandamento algum. Dilma chega só para cortar a
fita simbólica do cabo.
O espetáculo, o show midiático. Os
“especialistas” deitando falação sobre como salvar o planeta enquanto o planeta
vai sendo destruído por drones e outros artefatos mortais, cuja última
preocupação é o ser humano, o trabalhador.
A classe média acha ótimo.
Aboleta-se num automóvel, entope as ruas – paulista, por exemplo. adora um
congestionamento e espera entrar no Guines num desses feriadões da vida – e
exibe aos filhos o progresso, todo esse mundo colorido que se junta para dizer
que vai catar o lixo jogado nas ruas e depositá-lo em recipientes que irão
permitir a reciclagem.
Não se pode criticar a VALE. A
quadrilha privatizada no governo de FHC não admite críticas. É uma das
principais acionistas do Estado brasileiro, detém o poder de veto sobre decisões
do governo federal, de governos estaduais e municipais. Um moçambicano foi
deportado pela Polícia Federal do Brasil. Estava chegando para a cúpula dos
povos e ia relatar os crimes ambientais cometidos pela VALE em seu país. As
técnicas de monitoramento e vigilância tem o made IN USA e o MADE MOSSAD, em
estrita colaboração nos acordos assinados pelos de governos de FHC e Lula (esse
inventou o “capitalismo a brasileira” e acha que ainda é presidente, fala vinte
e quatro horas por dia , FHC pensa que é divindade).
Do lado de fora das cercas o povo da
Cúpula dos Povos.
Consciente que a luta foge às
“regras” impostas pelo poder, pela classe dominante e que o movimento popular há
que ser como o de gregos, egípcios, trabalhadores espanhóis que acorrem às ruas
e repudiam seus governos, ou os que de fato governam. Grandes corporações,
bancos, empresas fomentadoras do latifúndio em países como o
Brasil.
Quem governa a União Européia? Os
governantes detentores de mandatos populares na farsa democrática? Ou as
centenas de instituições e agências sem mandato popular, mas senhoras absolutas
do poder e dos governantes?
Quem governa o Brasil? Os acordos
com Paulo Maluf para eventuais vitórias nas eleições – como se eleições fossem
atestado completo de democracia – ou as manobras para manter impávido o poder de
Carlinhos Cachoeira? Quem sabe as agências e escuros túneis do poder de bancos,
empresas, latifúndio, agências que tornam milionários os seus integrantes e
adjacências?
A grande lição da Cúpula dos Povos é
que não existe alternativa dentro do sistema, lutando por dentro.
É nas ruas.
Muhamad Ali dizia a diferença entre
ele “o maior de todos” e os outros, é que “luto por fora, não luto por dentro,
não permito que se acheguem a mim, eu os destruo”.
Quanta masturbação verbal nos salões
com ar condicionado da farsa da RIO+20. O discurso “popular” das entidades
agregadas ao poder.
A mídia resplandecente no exibir o
show, o espetáculo e a mostrar a “turba”, ou seja, os que pagam essa espécie de
“farra do boi” disfarçada em “vamos salvar o planeta”.
E ainda falta a senhora Hilary
Clinton para a histeria da mídia e os noticiários carimbados pelo Departamento
de Estado. Carimbados e autorizados.
O tom sombrio dessa gente é a volta
às cavernas como previu Stanley Kubrick.
Só que essas defendidas por ogivas
nucleares, bunkers com a suástica transformada em verde pelos marqueteiros do
capitalismo, ar condicionado e farto estoque de iguarias para os novos barões na
nova Idade Média, a Idade Média da Tecnologia do Terror.
Dizem que a senhora Clinton deve
chegar numa nuvem escura chamada de Tempestade no Deserto e semear mercenários
por todos os lados num discurso de “paz” e advertência que “estamos vigilantes
para garantir a democracia”.
Transmissão exclusiva da GLOBO, o
resto pega a rebarba.
Quem sabe o ATO PATRIÓTICO, que
entre outras coisas define modalidades de torturas permitidas, assassinatos em
qualquer parte do mundo em nome dos direitos humanos, não salva o
planeta?
Em todo o caso, em várias barracas,
fragrâncias diversas oriundas de pesquisas cientificas capazes de tornar a
realidade do dia a dia mais perfumada e palatável em meio ao esgoto
capitalista?
Tudo é possível.
A luta é nas ruas e aos poucos vai
tomando forma em todo o mundo. É a percepção que é luta de sobrevivência para
que se possa construir a alternativa socialista (sem aspas, vale dizer com os
trabalhadores).
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