Em 2008 o governo de Álvaro Uribe, a
partir de orientação e dados do governo de Washington, determinou o bombardeio
de um acampamento no território do Equador, onde estava o chanceler das FARCs-EP
(Forças Armadas Revolucionárias Colombianas – Exército Popular), Raul Reyes.
Havia participado de um encontro de forças populares naquele país e se preparava
para retornar aos quartéis da guerrilha. Foram assassinados, além de Reyes,
dezenas de estudantes de vários países latino-americanos que lá estavam e
participaram também do encontro.
A cumplicidade dos militares
equatorianos ficou evidente. Se manifestou na passividade com que assistiram ao
bombardeio feito pela força aérea colombiana. Evidenciou o caráter da maior
parte das forças armadas dos países da América Latina. Não têm compromissos com
seus países, mas são subordinadas aos norte-americanos. A esmagadora maioria dos
militares brasileiros não é diferente.
Em 2009 o presidente de Honduras,
Manuel Zelaya, foi deposto num golpe “constitucional”, dado pela madrugada e com
cumplicidade do congresso e da corte suprema de seu país, organizado pelo
senador John McCain, republicano. Foi o adversário de Obama nas eleições
presidenciais de 2008.
Em todos esses momentos, o golpe
contra Lugo, o bombardeio colombiano e o golpe contra Zelaya, o governo dos EUA,
de imediato, reconheceu e deu “legitimidade” a essas ações.
Em 2002, semelhante tentativa foi
feita na Venezuela contra o presidente Hugo Chávez. Preso numa quinta-feira
retornou ao poder no domingo diante de milhões de venezuelanos que, nas ruas de
Caracas e de todo o país, exigiam a sua volta. Um referendo popular, em agosto
daquele ano, legitimou por maioria absoluta o governo de Chávez e Jimmy Carter,
ex-presidente dos EUA e enviado da ONU como observador para o referendo foi
obrigado a reconhecer a legitimidade do presidente.
No dia da prisão de Chávez a tevê
norte-americana (e a GLOBO aqui, Bonner por pouco não teve um orgasmo no ar)
anunciaram que “o povo exigiu a saída de Chávez.
A Colômbia hoje é presidida por
Manoel Santos que foi ministro da Defesa de Uribe, é ligado ao narcotráfico
(como Uribe). A denúncia foi feita pelo Departamento anti-drogas dos EUA. As
forças armadas desse país são inteiramente subordinadas aos norte-americanos e
seus “conselheiros”, na prática, a Colômbia é uma colônia, faz parte de um plano
de controle da América do Sul denominado Grande Colômbia. Já integra o antigo
projeto SIVAM – SISTEMA DE MONITORAMENTO DA AMAZÔNIA -, antes restrito ao Brasil
e aos EUA, controlado por empresas privadas e forças militares brasileiras e
norte-americanas. O nível de subordinação aos interesses norte-americanos é
total. O alvo é a Amazônia em toda a sua extensão.
As vitórias eleitorais de
presidentes considerados hostis pelos EUA deflagraram um processo de retomada da
América Latina como quintal daquele país. Se já detinham o controle do México e
do Canadá (chamam o Canadá de “México melhorado”) essa ordem neoliberal,
globalizada por ações políticas, econômicas e militares, se faz presente em
quase todo o mundo.
Os pretextos são sempre os mesmos
desde tempos passados. Democracia, direitos humanos, etc, etc.
Com o desaparecimento da União
Soviética os norte-americanos escancararam seus objetivos. A paz anunciada não
veio, pelo contrário, a escalada militar ganhou dimensões de barbárie, a guerra
foi privatizada por Bush, a violência é a palavra de ordem dos interesses
nazi/sionistas comandados por Israel e com os EUA desintegrados e transformados
numa grande corporação terrorista comandada por bancos e grandes empresas,
principalmente a indústria armamentista e a do petróleo, vivemos o terror de
Estado, o terror capitalista.
A democracia e os direitos humanos
foram para o brejo em situações como as guerras do Iraque (destruído), do
Afeganistão, da Líbia (mais de cinco mil ações de bombardeios aéreos e um país
esfacelado), países como o Paquistão se transformando numa espécie de geléia de
interesses de generais com instinto primitivo de barbárie e as chamadas
potências emergentes, caso do Brasil, em políticas de equilibrismo e alianças
complicadas no padrão dá e toma, ou uma vela a Deus e outra ao diabo. O precário
equilíbrio, por exemplo, de democracias montadas sob a tutela e o temor de ações
golpistas de militares comprometidos com os EUA, como aconteceu em
1964.
Essa boçalidade se materializa no
uso de armas químicas no Iraque, no Afeganistão, na Líbia, em todos os cantos
onde se faz necessário (muitos veteranos de guerra padecem de doenças provocadas
pelo uso de tais armas), nas pressões econômicas, no campo de concentração de
Guantánamo, no massacre constante de palestinos, na tentativa de destruir a
revolução islâmica no Irã com denúncias falsas como sempre fazem e fizeram,
principalmente, no controle das nações da União Européia, outro grande
conglomerado de bancos e corporações.
Para países como Paraguai, o Brasil
e outros, se associam a primatas conhecidos como latifundiários. Os donos da
terra, hoje no chamado agronegócio.
O mundo privatizado.
Aqui, esse caráter ganhou dimensões
plenas no governo do funcionário do Departamento de Estado e da Fundação Ford
Fernando Henrique Cardoso. Uma espécie de “sargento Anselmo”, o célebre cabo da
Marinha que infiltrado dedurou todos os companheiros. FHC chegou a sargento.
Fulgêncio Batista também era sargento (felizmente muitos sargentos lutam a luta
popular dentro e fora das forças armadas).
O golpe contra Fernando Lugo está
dentro desse contexto. Uma das acusações contra o presidente foi a de “humilhar
as forças armadas”. Lugo ficou ao lado de trabalhadores sem terra vítimas de
militares e pistoleiros do latifúndio num conflito agrário, no qual
latifundiários brasileiros estão envolvidos (são os donos do Paraguai), junto
com empresas como a MONSANTO e a DOW CHEMICAL – o agrotóxico nosso de cada
dia.
É impossível humilhar o que não
existe. Forças armadas paraguaias? Onde? Bando de generais controlados à
distância pelos senhores do mundo, abertos a qualquer grande negócio no mundo do
contrabando, do tráfico de drogas, de toda a sorte de estupidez e crime
possíveis em função de interesses, aí, pessoais.
Uma elite medieval. Não difere muito
do latifúndio brasileiro. Uns grunhem outros nem isso.
O Plano Grande Colômbia,
especificamente voltado para a América do Sul tem objetivos imediatos. Derrubar
os governos da Venezuela, do Equador e da Bolívia, o controle das reservas de
petróleo e gás desses países, isolar o Brasil e impedir que o País consiga
avanços efetivos e consolide o processo democrático (mantê-lo sempre na corda
esticada, no fio da navalha). Volta do curso tucano das “coisas”, mesmo com o
caráter de “capitalismo a brasileira” inventado por Lula e o domínio de
tecnologias essenciais longe do alcance dos brasileiros.
Em toda a América Latina, por fim à
revolução cubana, derrubar Daniel Ortega na Nicarágua e impedir que governos
considerados hostis aos interesses da corporação terrorista, ISRAEL/EUA
TERRORISMO “HUMANITÁRIO” S/A sejam eleitos.
A fórmula encontrada para derrubar
Zelaya se manifestou agora no Paraguai.
E ainda, no Brasil, temos um
chanceler de sobrenome Patriota, que vem a ser um dos mais terríveis mísseis
norte-americanos. Não é o caso do chanceler, é apenas um funcionário obediente
da corporação terrorista num governo de puro equilibrismo. E nem deve saber
direito o que acontece, ou o que é, tamanha sua dimensão anã como
diplomata.
Em relação ao golpe paraguaio, só
foi possível com a debilidade de nossa política externa e a falta de informações
precisas e corretas do governo. Se a proposta da presidente Dilma de expulsar o
país do MERCOSUL e adotar sanções severas for real, ótimo. Caso contrário, breve
circulando pelas ruas da cidade de Eduardo Paes os novos modelos de diligências
da Wells Fargo, com espetáculos de clones/drones de Búfalo Bil em todas as
paradas.
Como afirma com correção a
professora Nezah Cerveira, é a “Operação Condor IV” em curso.Há uma guerra total em curso afirma o presidente do Equador Rafael Corrêa. A resistência não será nos gabinetes fechados, via de regra cúmplices diretos ou por omissão dessa selvageria. Será nas ruas, na organização popular.
Ou, todos aprendendo inglês e treinando para carregar malas dos colonizadores. O velho “bwana” dos tempos de Tarz
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