segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

LULA E “A ALEMANHA ESTÁ PERDENDO A PACIÊNCIA COM O IRÔ - Laerte Braga

Angela Merkel, primeira-ministra da Alemanha deve ter pensado um palavrão polissilábico, bem ao estilo alemão, ao ouvir a resposta de Lula na entrevista que ambos concederam por ocasião da visita do presidente brasileiro ao seu país. A Alemanha não é necessariamente uma colônia norte-americana como a Grã Bretanha na Europa, mas e semi. E é um país ocupado por forças militares da OTAN, eufemismo para o controle que os EUA exercem sobre a Europa.

A chefe do governo de Bonn disse, durante a entrevista, que seu país “estava perdendo a paciência com o Irã”. Aludia ao programa nuclear iraniano e buscava criar um constrangimento para o presidente do Brasil. O governo brasileiro se absteve de votar a favor da resolução que impões sanções ao Irã por conta desse programa nuclear.
Como governante subalterna cumpria uma tarefa dentro do contexto internacional. Refletia a advertência feita pelo presidente Barack Obama, dias antes, o descontentamento de Obama com a política externa do Brasil, tudo parte de um jogo, lógico, como hoje o governo terrorista de Tel Aviv faz a mesma revelação – “Israel está perdendo a paciência com o Irã”.
O que Merkel não esperava ouvir, nem Obama, tampouco terroristas de Tel Aviv é que Lula fosse falar o que falou, ao invés de declarações polidas a favor da paz.
O brasileiro foi claro. Quem pede que o Irã não tenha armas nucleares também não pode ter, não deve ter, deveria destruir as suas, citou expressamente os Estados Unidos e a Rússia.
Foi taxativo como poucas vezes, “todas as armas nucleares devem ser destruídas”.
Suponha, por um instante que palestinos percam a paciência com a barbárie diária do terrorismo de Tel Aviv contra esse povo sofrido. Vai acontecer o que? O terrorismo sionista vai continuar matando, prendendo, estuprando, torturando e roubando terras, água e riquezas palestinas porque tem armas nucleares, é mais forte militarmente, controla a mídia na maioria dos países ocidentais, sionistas são grandes banqueiros, empresários, fabricantes de armas, latifundiários, senhores absolutos de Wall Street, e um mundo de outras coisas que em tempos atrás se diria impublicáveis em respeito às famílias.
Ou que as famílias dos afegãos mortos numa solenidade de casamento, por “erro de um piloto que bombardeou pensando que fossem “terroristas”, resolvessem perder a paciência com sua terra ocupada, dizimada e saqueada por soldados dos EUA?
Nem palestinos e nem afegãos têm armas atômicas.
O único país no mundo a usá-las até hoje foi os Estados Unidos, ao final da Segunda Grande Guerra e já com a situação definida, mas para testar o novo armamento e mostrar ao mundo quem era o novo senhor da situação, o centro do novo REICH.
Hiroshima e Nagazaki, centenas de milhares de mortos na boçalidade costumeira dos EUA.
Armas químicas e biológicas, o famoso agente laranja, foram usadas no Vietnã para desfolhar árvores e permitir que guerrilheiros vietcongs ou soldados do antigo Vietnã do Norte fossem localizados com maior precisão. O NAPALM era derramado sobre terra vietnamita diariamente e em nome da liberdade. Mas quem foi enforcado foi Saddam Hussein, Bush continua cuidando de petróleo e bois no Texas, onde tem um rancho.
E ficou com o petróleo iraquiano. É de companhias do Texas, dos EUA, nessa ordem, de Israel e da Grã Bretanha (o que não muda nada, é possessão na Europa).
Ganhou vários prêmios a foto da menina correndo numa por uma estrada, em pânico, chorando, no desespero de estar sendo queimada pelo NAPALM lançado pelos “libertadores”. Segundo o presidente à época, ou Johnson ou Nixon, não importa, terroristas, um “engano”.
Ou um preço a ser pago pela “liberdade”.
Por detrás dessa perda de paciência de Obama (um cínico), do governo alemão e agora de Israel, existe já um plano de ataque a usinas nucleares do Irã. O temor que, num futuro próximo, o país possa dispor de um arsenal capaz de dissuadir Israel e norte-americanos de continuarem e cometendo genocídio contra palestinos, contra iraquianos, contra afegãos, ou mesmo na América Latina, sustentando golpes como o de Honduras, tentativas contra Chávez e o controle do narco/tráfico na Colômbia através de bases militares para chegar à Amazônia.
Quando um presidente cínico, sem nenhum escrúpulo, oportunista, mentiroso como Barack Obama liga uma chave que acende a imensa árvore de Natal da Cervejaria Casa Branca (disfarce criado pela CIA para governos democratas), fala em paz, em amor, em fraternidade, deveria mandar buscar de volta os terroristas (esses sim reais) que matam mundo afora em nome do capitalismo e toda a sua política desumana, cruel, de exploração e barbárie.
Isso não tem nada a ver com Natal uma festa transformada em esplendor para o comércio e seguidores do “quem quer um bom dia diga eu” e todos nas lojas dos shoppings escolhendo gravatas.
Angela Merkel não falou nada sobre o que Lula disse. Remoeu raiva, frustração, falhou o plano de constranger o brasileiro (afinal o chanceler aqui é Celso Amorim, não é Celso Láfer, o que tira os sapatos em reverência aos agentes do FBI para submeter-se a revista física e moral, ou Lampreia, que vende o que for preciso por uns trocados a mais).
O que Lula disse é indesmentível, Não tem como retrucar e de fato expõe o cinismo das chamadas grandes potências ocidentais.
Para se exigir que o Irã suspenda o seu programa nuclear é preciso que sejam destruídas todas as armas nucleares no mundo, inclusive as de Israel.
Numa frase só o brasileiro expôs a farsa democrática, cristã e ocidental do american way life e suas go go girls na Europa.
O cara da cervejaria precisa agora esclarecer direitinho esse negócio sem aquela história padrão Hollywood de acender árvores de Natal matando milhares no Afeganistão. E mandando mais 30 mil homens para “completar o serviço”.
Não só o Irã tem o direito de dispor de armas nucleares, como o próprio Brasil deve rever essa decisão que limita e em muito a nossa soberania num momento favorável para o País como um todo. Jornais europeus, alemães principalmente, estimam que além de ter sido um dos mais competentes no enfrentar a crise (crise do capitalismo e dentro do capitalismo mas enfrentou), em quinze anos seremos a quinta economia do mundo, superando França e a colônia norte-americana Grã Bretanha…
A propósito, o primeiro-ministro Sílvio Berlusconi está atolado até a alma, se é que tem, em escândalos e atentados em parceria com a Máfia. Deveria importar Gilmare Mendes para garantir os habeas corpus. E Cezar Peluzzo para assegurar a impunidade. Jornais da Itália não falam outra coisa e vai ver o culpado é Cesare Battisti.
E que armas nucleares são uma boçalidade ninguém de bom senso tem dúvida, mas enquanto existir é lícito a quem que seja querer ter outra do contrário vai ser sempre esmagado como tem sido, pelo tacão nazistas/sionista do capitalismo.

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