O jornal britânico The Guardian publicou hoje a informação bombástica de que a Dinamarca, os Estados Unidos e a Grã-Bretanha costuraram um acordo entre eles que implodiria os esforços feitos por todos os países na COP15. O documento ficou conhecido como “texto da Dinamarca” e foi o assunto hoje no Bella Center, onde acontece a conferência.
O texto traz que os países industrializados vão poder emitir o dobro do que os países em desenvolvimento, abole o Protocolo de Kyoto, esvazia as Nações Unidas e cria uma “categoria” de nações chamada “os mais vulneráveis”.
O negociador brasileiro Sergio Serra disse hoje que a situação “atropelou as negociações em curso quando os dinamarqueses mostraram o texto na semana passada, o que causou certa dose de rejeição ao texto”. Segundo ele, “as repercussões do vazamento causou desconforto, mas não vai levar as dicussões ao caos”.
Pelo sim, pelo não, não dá para deixar de pensar nos vários sinais conflitantes que os Estados Unidos dão. Primeiro, o anúncio de uma meta pífia - 3% a 4% de redução das emissões em relação a 1990 - indica que os americanos não querem fazer muito. Depois, o Obama muda seus planos e vai para a COP15 no final, se unir aos demais chefes de Estado - o que indica alguma mínima disposição com a situação. Aí a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos determina que o CO2 é perigoso à saúde - o que dá certo alento de boas novas vindas de lá. E agora isso - o que nos traz de novo à estava zero.
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