segunda-feira, 22 de junho de 2009

A DEMOCRACIA DOS BOÇAIS, DOS ESPERTOS, DOS LADINOS - Laerte Braga



Policiais peruanos espancam um cidadão indígena no massacre promovido por determinação do presidente Alan Garcia. Garcia pretende abrir a Amazônia peruana a investimentos estrangeiros. Desmatar a floresta e matar indígenas e camponeses. Que nem Ermírio de Moraes fez no extinto Espírito Santo com índios e populações quilombolas em terras que lhes pertencia faz séculos. Mas progresso é progresso não é?

A foto abaixo mostra parte do resultado da determinação presidencial de levar “progresso” à região amazônica naquele país. Esse “progresso” significa petróleo, água, minerais estratégicos, mas tudo para empresas estrangeiras. O único peruano, ou os únicos peruanos beneficiados com esse crime são o presidente, seus ministros e meia dúzia de empresários do país. Os de lá são como os de cá. Pilantras montados em discursos padrão FIESP/DASLU e estilo sonegação.


As imagens não diferem de outra barbárie praticada aqui nesta semana que termina. Os esbirros do governador de São Paulo, José Serra, invadindo a reitoria da USP. Massacraram estudantes, professores e funcionários. No caso do pilantra José Serra é a democracia e também a entrega do ensino a empresários. Por baixo dos panos o caixa dois da campanha presidencial e parte, evidente, no caixa do próprio Serra.

As fotos do massacre praticado contra populações indígenas do Peru não saem nos jornais das ORGANIZAÇÕES GLOBO, não saem em revistas como VEJA, tampouco em jornais que vivem com o rabo preso como FOLHA DE SÃO PAULO. São veículos marrons e cumprem o papel de esconder cidadãos palestinos sendo obrigados a se auto estapear para agradar a criminosos do estado terrorista de Israel travestidos de policiais.

A denúncia é do jornal AL HAARETZ. Não é um jornal iraniano e nem palestino. É editado em Israel, por israelenses que não aceitam a boçalidade dos sucessivos governos terroristas daquele país.

O vídeo mostrando o comportamento animalesco, prepotente e estúpido de soldados nazistas de Israel foi retirado do Youtube sob a alegação de problemas técnicos.

O primeiro-ministro da Itália Sílvio Berlusconi, amigo de Gilmar Mendes, a quem provém de fundos pela porta dos fundos, afirmou hoje que a mídia independente de seu país não vai derrubar seu governo. Berlusconi contrata prostitutas para festas nos palácios do governo. Leva amigos e apaniguados. Em troca dos mimos grandes contratos e grandes negócios, bem ao estilo de um banqueiro. Berlusconi é banqueiro.

Na cidade de Cave Creek, no estado do Arizona, Estados Unidos, dois candidatos a vereador que disputavam uma única vaga na câmara municipal tiveram o mesmo número de votos, 660. Um deles, Thomas MgGuire tem 64 anos e ou outro Adam Trenk tem 25. Como não houvesse acordo e nem a lei municipal previa situações como a do empate, resolveram decidir quem ficaria com a vaga na carta maior. Um juiz de nome George Preston, na sede do tribunal, embaralhou seis vezes as cartas de um baralho e Adam Trenk ficou com a vaga, tirou o rei de copas. O seu adversário conseguiu apenas um seis de copas.

E a fraude, a mentira, a barbárie só acontecem no Irã. A decisão na cidade norte-americana no Arizona está na edição de sexta-feira, 19, no NEW YORK TIMES. O magistrado com o baralho sobre a mesa e os candidatos ao seu lado. Segundo um morador da cidade foi para manter a tradição de ser diferente.

O aiatolá Ali Khameney principal líder da revolução popular e islâmica no Irã disse hoje na oração matinal que a vitória de Mahamoud Ahmadinejad foi legítima. Para o aiatolá não há menor chance de manipulação numa diferença de 14 milhões de votos. Não foi como a “vitória” de George Bush na Flórida, em 2000, com o irmão governador e as cédulas induzindo os eleitores a erro. Diferença de trezentos e poucos votos que deram a vitória ao terrorista no colégio eleitoral. Havia perdido no voto popular.

Norte-americanos seqüestram, torturam, matam e fazem horrores em todos os cantos do mundo. Israel seqüestra, prende, tortura, estupra, saqueia, mata e rouba terras, água e riquezas do povo palestino, tudo por ser o “povo superior, eleito por deus”.

Não sai na GLOBO. Nem na daqui, nem na do Peru. Muito menos na do Sarney, ou do ACM.

Está aí o magistrado com as bandeiras do país e do estado ao fundo, além dos candidatos. Vá ser democracia assim no raio que os parta. Notem que o juiz está de toga. Que nem desembargadores de Minas Gerais, estado brasileiro governado por um tresloucado que vê lobisomem depois da meia noite e decidem – os desembargadores – a favor de empresas contra trabalhadores, ou contra uma cidade, no caso de antenas de telefonia celular.

Consta que Pastinha vai tentar mudar as regras eleitorais – sonha ser vereador –. Ao invés de um baralho comum, um daqueles com fotos montadas em situações digamos comprometedoras e para dirimir qualquer dúvida um jogo de sinuca e no final o troféu.

Como se vê, democracia e boçalidade andam de braços dados. Lá em cima, cá embaixo e ainda temos que ouvir que José Sarney não é um cidadão comum, pior, não merece ser tratado como cidadão comum.

Vai acabar tudo numa festa na casa de Berlusconi na Sardenha.

Ah! Os dez bilhões que Lula está emprestando ao FMI para contar vantagem do seu capitalismo a brasileira implicam em cortes nas verbas sociais.

Essa democracia é de boçais. Sustenta-se na esperteza ou na capacidade de ser ladino de um e outro.

Para evitar que o mundo corra perigo vão acabar bombardeando o Irã. Americanos e ingleses estão preocupados com “o resultado das eleições naquele país”.

Já o povo indígena, camponeses, trabalhadores de um modo geral, zumbis freqüentadores de shoppings e controlados por televisores espalhados em todos os cantos – “os olhos grandes sobre mim” – os foto montados, os encaçapados, esses não contam. Não fazem parte do mundo dos escolhidos por deus. O deus deles, evidente.

E nem são molas propulsoras do “progresso”.

Nesse caso, borduna. Guantánamo continua sendo um campo de concentração mesmo sob o governo de Barak Obama. O presidente ainda não percebeu que seu país é um consórcio entre empresários e banqueiros, com aval de Israel – sionistas – e que se forçar muito a barra acaba defenestrado, digamos assim.

E o pré-sal continua indo embora. Vai ser o pessoal do governo tem pressão alta e não pode com sal.



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