quarta-feira, 14 de março de 2012

Laerte Braga - In Tempus

A denúncia contra o major Curió é um fato importante em todos o sentidos. Político e jurídico. Está fundamentada em argumentos sólidos como os explicados pelos procuradores e abre a perspectiva para que outros torturadores - covardes - sejam punidos, como Brihante Ulstra por exemplo (hoje é colunista da FOLHA/DITABRANDA). Curió apareceu no Pará pelas mãos de Jarbas Passarinho (aquele da célebre fr...ase "às favas os escrúpulos senhor presidente", ao recomendar a adoção do AI-5) enriqueceu explorando garimpeiros em Serra Pelada. Outro fator político de peso é que o Brasil e os brasileiros não podem ficar sem o conhecimento da História, por pressão de militares. Penso que as forças armadas não têm como papel tutelar o Estado e dizer o que o Estado pode ou não fazer. Do contrário estão à margem da lei, na prática são os donos do País. É claro que há militares dignos, que se envergoham disso, como se envergonharam os que foram afastados à época do golpe norte-americano de 1964 sob o comando general Vernon Walthers (sabia falar português). A abertura desses baús é como tirar um espinho de peixe entalado na garganta e os militares de hoje deveriam pensar no peso que carregam ao sustentar torturadores covardes escorados no "patriotismo". Que como afirmou Samuel Johnson, "é o último refúgio dos canalhas".

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