terça-feira, 6 de março de 2012

Laerte Braga


As nossas cidades são a realidade imediata de cada um de nós. Estados e União são ficções jurídicas. Nascemos nas cidades, nas cidades crescemos, nos formamos, constituímos família, vendemos nossa força de trabalho nesse sistema perverso e nela terminamos nossos dias, na presunção de legar alguma coisa aos que chegam. O modelo institucional que temos descaracteriza as cidades, não abre espaços à p...articipação popular, transforma nossas cidades em monstrengos, onde as pessoas são induzidas a acreditar que ruas entupidas de carros são sinônimo de progresso. O progresso é das elites. Nas cidades não se decide nada, ou quase nada que seja interesse do cidadão comum. Câmaras são adereços caros porque não levam a lugar algum, conselhos cumpririam esse papel com mais legitimidade e custo menor, se o problema do bem estar for custo. É preciso discutir e pensar isso nas próximas eleições. E não se trata de debater reformas, mas começar, nas nossas cidades, onde o lixo vira riqueza de grandes empresas e aposentadoria de político corruptos, a água é vendida a corporações segundo ditames da nova ordem econômica, se trata da tarefa de organização popular para que grandes transformações estruturais aconteçam, inclusive a do modelo perverso o capitalismo. É hora de pensar que cidades queremos.

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