segunda-feira, 28 de setembro de 2009

“O GOVERNO COM AS ARMAS E NÓS AQUI ENTERRANDO NOSSOS MORTOS” – O “GOLPE DEMOCRÁTICO” SEGUNDO ARNALDO JABOR - Laerte Braga

Angela Cristina Alvarez acompanhou todo o percurso da passeata que levou o caixão com o corpo de Wendy Elizabeth Ávila, de 24 anos, morta em conseqüência de complicações respiratórias provocadas por bombas de gás lacrimogêneo disparadas contra manifestantes desarmados em Tegucigalpa, Honduras.
Wendy era estudante de direito, asmática, segundo Angela Cristina Alvarez, indignada após o sepultamento da estudante a “situação está insuportável , o governo com as armas e nós aqui enterrando nossos mortos”.
Na opinião do comentarista Arnaldo Jabor, “especialista” em democracia e consultor do alto tucanato brasileiro, o que houve em Honduras foi um “golpe democrático”.

Já a rede GLOBO de um modo geral, por todos os seus jornalistas, veicula que as eleições irão resolver o grave quadro naquele país centro-americano gerado a partir da derrubada do presidente Manoel Zelaya.

Não diz que esse tipo de informação é difundida a partir de Washington, “os nossos amigos americanos” como costuma se referir a eles o apresentador do JORNAL NACIONAL William Bonner. E atende a interesses das elites hondurenhas. Depõem o presidente constitucional do país, convocam “eleições” entre eles mesmos e pronto. O “golpe é democrático”.

Por onde o velório passou, conforme noticiam agências de notícias de todo o mundo as pessoas saiam às portas e janelas de suas casas gritando e pedindo Justiça.

O governo de bestas/feras militares do país suspendeu as garantias constitucionais por 45 dias, ameaçou varrer a embaixada do Brasil do mapa e continua matando impune. Uma delegação da OEA (Organização dos Estados Americanos) foi impedida de entrar no país. A censura à imprensa foi imposta no pacote do estado de sítio.

Em Washington o presidente branco Barack Obama, disfarçado de negro e crente que preside alguma coisa, ainda não decidiu qual a marca de cerveja a ser servida esta semana na Cervejaria Casa Branca. Deve consultar o Conselho de Segurança da ONU e reforçar a presença de “libertadores” norte-americanos no Afeganistão.

A palavra final fica por conta do golpista Michelleti que, naturalmente, vai convidar Jabor e toda a equipe da GLOBO para visitar as “democráticas” ruas de Honduras. A base militar dos EUA por lá fornece os petiscos. A cerveja chega no mesmo vôo privado que levou bombas de fabricação israelense e com autorização do governo de Israel, para serem jogadas na embaixada do Brasil. De quebra uns agentes da CIA e outros do MOSSAD. Tipo assim treinamento de tiro ao alvo em civis desarmados.

Estarrecedor o poder do presidente golpista de Honduras. Encaçapa o bobo da corte Barack Obama, silencia a sempre falante secretária Hilary Clinton e seus dráculas fardados festejam com sangue de inocentes na base dos EUA em Tegucigalpa.

De quebra desmonta a ONU inteira.

Obama e Hilary são cúmplice silenciosos do golpe, fazem o jogo do não façam o que eu falo. O que falam não é para valer.

Deve ser, com certeza, culpa do Irã. Pelo menos o tucano e doublê de jornalista Clóvis Rossi pensa assim e assim se manifesta na FOLHA DE SÃO PAULO. Aquele jornal que chamou a ditadura militar de “ditabranda”.

A esse tipo de gente falta o mínimo de compromisso com a verdade. São porta-vozes da boçalidade, da falácia de latifundiários, empresários e banqueiros, vivem dentro do sistema FIESP/DASLU, versão paulista (São Paulo é um país vizinho que fala a mesma língua), especialistas em golpes os mais variados. Uns assim meio que olhos esbugalhados como Jabor e Bonner (catedrático em ranhuras em aeroportos e dossiês) e o outro em parecer sensato.

Wendy Elizabeth Ávila, a estudante morta por vampiros fardados do exército hondurenho, é um dos símbolos da dignidade que falta, por exemplo, a Kátia Abreu, senadora DEMocrata, latifundiária e especialista em pegar dinheiro público para plantar, mas usa para regar sua horta bancária.

O que o mundo assiste em Honduras é repulsivo. Ultrajante. E ainda falam em “democracia”. Em golpe democrático.


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