Foi um dos fundadores de um
organismo voltado para a América Latina cujo principal objetivo era abrir as
portas para o controle norte-americano sobre essa parte do mundo e em particular
o Brasil, até então, a principal potência latino-americana.
O grande receio dos EUA é que o
Brasil retomasse programas nucleares com caráter militar, acentuasse o controle
de tecnologias de foguetes e satélites e recuperasse o poder de empresas como a
ENGESA e a IMBEL (indústria bélica).
Uma força armada bem equipada,
detentora de tecnologias de ponta nesses setores considerados estratégicos para
o domínio que mantêm sobre o mundo, não interessava e nem interessa aos
norte-americanos.
E principalmente independente. Livre
das lavagens cerebrais das escolas de formação de golpistas e torturadores
espalhadas por todo o mundo.
Fernando Henrique foi decisivo nesse
processo de submissão e isso vem a tona agora com novas revelações do site
WIKILEAKS, como explica a sede que os Estados Unidos têm sobre Julian Assange,
ora refugiado na embaixada do Equador em Londres.
Telegramas da Embaixada
norte-americana em Brasília mostram o inteiro teor das pressões e do controle
sobre as pretensões brasileiras e sobre FHC, homem chave no processo de
recolonização do Brasil, como de resto, o tucanato.
Num dado momento as esperanças foram
depositadas em Collor de Mello. Empossado na presidência da República o caçador
de marajás foi até a Serra do Cachimbo fechar um “buraco”, aparentemente
destinado a experimento com armas nucleares desenvolvidas pelo
Brasil.
Os telegramas mostram as pressões
sobre o governo da Ucrânia no caso do acordo de uso da base de lançamentos em
Alcântara.
A mídia, dócil e no bolso dos EUA,
nunca tratou dessa questão.
Para reconstruir a avidez com que
FHC se jogava no braço do poder na tentativa de implementar o projeto
norte-americano para o Brasil basta lembrar alguns episódios.
No início do processo de impedimento
do ex-presidente Collor de Mello, em meio ao naufrágio, Collor tentou salvar-se
oferecendo ao País a nomeação de FHC como uma espécie de primeiro-ministro, na
presunção de dar credibilidade ao seu governo. Sem consultar a ninguém em seu
partido, mas recebendo ordens de fora, o então senador disse a imprensa que
estava pronto para colocar ordem na casa.
Houve fortes reações, a queda de
Collor era inevitável e FHC ficou falando às moscas.
Quando Tancredo foi eleito
presidente da República FHC ofereceu-se para ser ministro e foi rejeitado com um
comentário jocoso e depreciativo do ex-presidente. Virou ministro de Itamar,
terminou candidato a presidente e traiu ao próprio Itamar no golpe branco da
reeleição.
E foi por aí que a venda do Brasil
ganhou contornos nítidos através de privatizações, abertura do mercado
financeiro para bancos estrangeiros, controle da mídia por grupos estrangeiros
(o grupo Murdoch é sócio das Organizações GLOBO e se tirar o capital que tem lá
a empresa quebra).
O fim do monopólio estatal do
petróleo (na hora agá faltou peito para privatizar a PETROBRAS, nem a direita
das forças armadas aprovava), mas entregou o subsolo de boa parte de nosso
território à VALE, abriu as portas para a crescente internacionalização da
Amazônia e entregou setores estratégicos como a EMBRAER, a essa altura, já
detentora de tecnologias capazes de em curto prazo transformá-la em concorrente
das grandes empresas do mundo, notadamente as norte-americanas.
Assinou o tratado de prescrição de
armas nucleares e colocou o Brasil a reboque dos EUA, mais ou menos como nossas
forças armadas responsáveis pelo trânsito nas ruas do Haiti, isso já no governo
Lula.
Alcântara só não virou território
norte-americano dentro do Brasil por conta da rejeição pelo Congresso e pelo
governo Lula de um tratado nesse sentido.
O principal acionista dos EUA, o
Estado terrorista de Israel, em função de toda essa engenharia de entreguismo
tucano/FHC, é hoje o controlador também da indústria bélica brasileira.
A Lula coube, no início de seu
governo, rejeitar o tratado que cedia Alcântara e depois escancarar o País no
acordo de livre comércio com Israel (uma no cravo e outra na
ferradura).
As tecnologias essenciais a uma
independência real e efetiva nesse novo mundo neoliberal, capazes de permitirem
uma alternativa a essa forma de totalitarismo capitalista, foram para o espaço.
FHC foi mais ou menos 50 anos para trás.
O caráter de FHC pode ser visto em
mais dois fatos determinantes.
Quando George Bush decidiu invadir o
Iraque com a desculpa das armas químicas e biológicas a AGÊNCIA INTERNACIONAL
NUCLEAR era presidida pelo embaixador brasileiro José Maurício Bustani, um dos
mais categorizados diplomatas brasileiros. Bustani reagiu às pressões dos EUA e
os relatórios dos inspetores enviados ao Iraque não eram conclusivos sobre a
presença das ditas armas.
Bush passou por cima do Conselho de
Segurança depois de criar armadilha para Bustani e destituí-lo da Agência com
falsas acusações. Países que estavam em débito com a citada Agência tiveram suas
dívidas quitadas pelos EUA e adquiriram direito de voto destituindo Bustani. FHC
ficou calado, aceitou o insulto sem reagir, típico de canalhas. É remunerado
pela Fundação Ford, está na “folha”.
Na eleição de 2010, fato denunciado
por este jornalista com fotos e testemunhos, participou de um evento em Foz do
Iguaçu, junto a investidores norte-americanos, onde anunciou que a eleição de
Serra significaria a privatização de tudo aquilo que não fora possível
privatizar em seu governo (a denúncia que fiz foi a partir de corajosos
companheiros que fotografaram FHC no evento, anotaram seu discurso e o evento
foi promivod por um “ex” diretor da GLOBO).
Por mais graves que sejam quaisquer
outros fatos desta semana que termina, esse é o mais grave, pois mostra o
tamanho do processo de ocupação do Brasil. É preciso repensar a luta. O governo
Dilma é fraco, tem se mostrado incapaz de enfrentar e reverter esse processo,
pratica políticas neoliberais, o PT hoje é um PSDB disfarçado no clube de amigos
e inimigos cordiais do mundo institucional. O mundo do sai Demóstenes, entra
outro empregado de Cachoeira.
Toda essa história pode ser lida,
inclusive alguns telegramas, no artigo do jornalista Beto Almeida no link
http://democraciapolitica.blogspot.com.br/2012/07/wikileaks-revela-eua-boicotam-programa.html
Esse é o perfil de FHC, o real, esse é o caráter tucano.
Esse é o perfil de FHC, o real, esse é o caráter tucano.
Essa é a demonstração cabal que a
luta é nas ruas, não no mundo institucional.
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