sexta-feira, 2 de abril de 2010

QUEM ESTÁ DOENTE? SENTIR NA IGREJA: TRANSPARENCIA E VERDADE artigo de Maria Clara Lucchetti Bingemer - bismarck frota xerez

Recebi este politico artigo de uma Decana. Em essencia pede "tolerancia zero" usando a linguagem diplomatica do Estado do Vaticano.
IGREJA é uma palavra EQUIVOCA. Vejamos:
Estado do Vaticano é uma coisa, CURIA ROMANA é outra coisa.
O Estado é como todo Estado, faz POLITICA, tem imagem, etc.
A CURIA é uma ENTIDADE espúria enquanto ORGANISMO dE IGREJA.
Por que espuria? Demonstro dizendo como funciona a MESMA IGREJA no ORIENTE.
Não existe Curia, e sim o SINODO, reunião dos bispos que tomam decisões. Não existe uma BUROCRACIA. Por exemplo, A escolha de um novo bispo para aquelas IGREJAS CATOLICAS UNIDAS AO BISPO DE ROMA , não são igrejas ortodoxas, a escolha de um novo bispo é feita pelo Sinodo, e comunicada ao Bispo de Roma.
Assim a Igreja Greco-Catolica, dos ucranianos catolicos, através do seu SINODO, criou o seu PATRIARCADO e mudou a sede para KIEV. E COMUNICOU AO BISPO DE ROMA, esperando que ele confirme. Mas desde então tudo caminha como decidido pelo SINODO.
Outro exemplo desta mesma igreja: o bispo Ephaim, brasileiro, daqui de Curitiba, bispo do brasileiros, catolicos da Igreja Greco-Catolica UCRANIANA, foi ESCOLHIDO PELO SINODO LÁ DE KIEV. E comunicado ao bispo de Roma.

São ao todo vinte Igrejas catolicas orientais com seus respectivos SINODOS.
CURIOSIDADE: NESTAS IGREJAS NÃO TEMOS NOTICIA DE PEDOFILIA.
Dai minha pergunta: QUEM ESTÁ DOENTE?
a Igreja de Cristo? a igreja Catolica? OU A IGREJA FORMATADA PELA CURIA ROMANA?
A DOENÇA É DA INSTITUIÇÃO CLERICAL, SISTEMA DE RECRUTAMENTO, SELEÇÃO, FORMAÇÃO, ACOMPANHAMENTO e SUPERVISÃO , que é feita pelos bispos nomeados pela Curia Romana e confirmada pelo Bispo de Roma.
A doença está no duplo papel exercido pelo diplomata Embaixador do Estado do Vaticano, dublê de INQUISIDOR, fiscal do que dizem, fazem os bispos e suas igrejas dioceseas nos PAISES QUE RECONHECEM O ESTADO DO VATICANO. SIMPLESMENTE COMO INQUISIDOR.
São padres, feitos bispos por conveniencia diplomática, que NÃO SABEM O QUE É SER PASTOR. pois escolheram ser diplomatas, formados padres cursaram uma escola de formação para diplomatas vaticano. Isto é do ESTADO, NÃO DA IGREJA.
HÁ UM CLARO CONFLITO ENTRE OS DOIS PAPEÍS.
Ou bem faz o papel de "SNI" DA CURIA ROMANA, modo de ADMINISTRAÇÃO da Curia Romana, herança da Inquisição. ou faz o papel de diplomata de um Estado Estrangeiro.
Por falta de vivencia de Administração de um Clero, este diplomata opta pela DELAÇÃO TEOLOGICA DOS BISPOS DO PAÍS.
No MODELO SINODO todos são iguais.
No MODELO Curia, INSTITUIÇÃO HERDADA DO IMPERIO ROMANO, HERDARAM TAMBÉM OS VICIOS DO IMPERADOR ROMANO. MANTER O PODER.
A preocupação não é com a evangelização. E sim o PODER.
A VETUSTA Curia Romana não integra a Civilização Atual, que entre outras coisas requer TRANSPARENCIA. Que venham mais escandalos, até TODOS OS VETUSTOS, TODAS AS INSTITUIÇÕES, DE IGREJA, AS POLITICAS, EMPRESAS, TODAS, ATÉ INCORPORAREM EM SEU DIA-A-DIA A PRÁTICA DA TRANSPARENCIA.
QUEM ESTÁ DOENTE? Óbvio que não é a igreja catolica, (É O SEU SUB-SISTEMA CLERICAL), nem a Igreja de Cristo está em risco, o QUE ESTÁ EM RISCO É O MODELO HERDADO DO IMPERIO ROMANO, QUE PRIVILEGIA O PODER SOBRE A EVANGELIZAÇÃO.
Nas Cartas de Paulo os DISTOANTES eram imediatamente afastados pelo SINODO da Igreja.
É ótimo que venham A PÚBLICO todos os escandalos do SISTEMA CLERICAL, assim mais cedo este Sistema Romano será DESMONTADO.
Quem está doente? Nos Estados Unidos existe a Igreja Catolica com o nome de Igreja Caldéia, do Iraque, são mais de 300 mil, maioria fugitivos de Sadan, NÃO SE OUVE FALAR QUE NESTA IGREJA HAJA PEDOFILIA.
Na India existem DUAS igrejas catolicas: a Romana, como a nossa, e a fundada pelo apostolo Tomé com o nome de Igreja Greco Antioquina Malabar, com padres emprestados à Igreja Romana no Brasil, cerca de 50, nove aqui em Curitiba.
NÃO SE OUVE FALAR QUE NA INDIA, NAS DUAS IGREJAS CATOLICAS, HAJA PEDOFILIA. Ou outros escandalos.
QUEM ESTÁ DOENTE??? o OCIDENTE. Não só na igreja.
O artigo abaixo é CORRETAMENTE POLITICO, mas o problema não está nos membros da igreja, IGREJA PALAVRA EQUÍVOCA, inclui os batizados. Estes praticam seus desvios, não em nome nem em função de papeis na ESTRUTURA da Instituição Igreja.
O PODER na igreja É dos clérigos.
No dia que a ESTRUTURA FOR SINODAL, EXISTINDO SINODO LOCAL, PAROQUIAL, COM PODER REAL DE DEMITIR PADRE, ESTAS COBRAS NÃO SE CRIARÃO.
Isto os Sucessores do Império Romano nao querem.
QUE VENHAM A PUBLICO MAIS ESCANDALOS, QUE OS DEDOS DA IMPRENSA ESPREMAM O CARNEGÃO, COLOCANDO PARA FORA A PODRIDÃO.
NÃO TENHO MOTIVO PARA ME SENTIR ENVERGONHADO, PELO CONTRÁRIO, A IMPRENSA É A AÇÃO DO ESPIRITO SANTO LIMPANDO SUA IGREJA.
Nao só a Igreja, também as Instituições Politicas, Empresariais, ONGs.
O NOME DO ANTIBIÓTICO É TRANSPARENCIA.
leiam o artigo da Decana, doutora em teologia pela Universidade do Bispo de Roma (a Gregoriana).
SENTIR NA IGREJA: TRANSPARÊNCIA E VERDADE

Maria Clara Lucchetti Bingemer, teóloga, professora e decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio

Para os que amamos a Igreja e temos nela e com ela um mesmo sentir, os recentes acontecimentos que a mídia não cessa de explorar minuciosa e, às vezes, um tanto cruelmente são por demais dolorosos. A meu ver, quem melhor expressou isto foi o grande escritor católico francês Georges Bernanos. Residindo na Espanha nos anos 30, assistiu, horrorizado, aos massacres que os católicos perpetravam tanto quanto os comunistas na Guerra Civil Espanhola. E escreveu desolado, referindo-se à sua amada Igreja: “É dela que tudo recebi, nada pode atingir-me senão através dela”.

Tudo que diremos aqui, portanto, tem este amor e esta dor como pano de fundo e deverá ser entendido sob esta luz e não outra. Sabemos por experiência de nosso próprio pecado quão profunda é a verdade de que a Igreja é santa e pecadora. Santa pelo Espírito que a anima e conduz; pecadora porque, incluindo-nos a todos nós, nos acolhe como somos, com nosso pecado e nossa indigência. No entanto, esse pecado não nos provoca desesperança, e sim gozo. Podemos experimentá-lo inseparável do perdão e da redenção abundantes com os quais somos ungidos pelo próprio Jesus Cristo em sua Encarnação e Páscoa. Sempre chamada à conversão, e sempre generosamente perdoada por seu Senhor, a Igreja aí permanece, há mais de vinte séculos , sobrevivente a todos os seus detratores e a todas as suas crises.

No entanto, desta vez, a impressão que me pesa no coração é que há um certo excesso, uma certa exorbitância que torna esta precisa crise diferente e algo mais grave que as outras. Por quê? Por um lado, está a impressão de que delitos muito sérios cometidos por membros do clero, representantes autorizados da Igreja, por ela ordenados para o serviço da comunidade eclesial, foram escondidos, camuflados, colocados à sombra. Mais graves ainda se tornam esses delitos pelo fato de haverem sido cometidos contra crianças indefesas, muitas delas deficientes, que não podiam defender-se, por medo ou incapacidade. O silencio das vítimas parece ter sido acrescido e acobertado pelas autoridades eclesiásticas. Não discutimos aqui as intenções : proteger, preservar, tanto as pessoas envolvidas quanto a imagem da própria Igreja. Mas os frutos não deixam de ser amargos e envenenados: as vítimas aí estão, humilhadas e oprimidas durante anos, suportando sozinhas sobre seus ombros a terrível carga do crime que as acossou e violou, sem recurso possível, sem escuta acolhedora, sem medidas enérgicas e concretas que as fizessem respirar aliviadas, sentindo-se finalmente protegidas e resgatadas pela lei dos homens e pela lei da Igreja.

Do outro lado está a luz implacável e algo sádica que a mídia se esmera cada dia em direcionar sobre os casos que se multiplicam, em pontos diferentes do planeta, até agora todos no Primeiro Mundo: Irlanda, Holanda, Alemanha, Estados Unidos. Curiosamente em nossas latitudes ao sul do Equador e nas culturas latinas, esses casos - até o momento pelo menos - aparecem em muito menor proporção. Deve-se isso a uma cultura que lida melhor com a corporeidade? Um modo de ser menos reprimido e puritano que o nórdico e anglo-saxão? Seja como for, o fato é que a mídia noticia com estardalhaço a indignação dos parentes e advogados das vítimas. Noticia igualmente pronunciamentos de teólogos famosos e polêmicos como Hans Küng, mas também prudentes e inatacáveis como o Cardeal Walter Kasper.

É em meio a esse contexto complexo e difícil que os olhares de todos os católicos se voltam para o Vaticano e para o Papa Bento XVI esperando uma orientação, palavras claras e medidas enérgicas e concretas. A carta que escreveu à Igreja da Irlanda tranquiliza em parte. Ali, o Papa reconheceu o delito, o crime, chamou-o pelo nome. Repreendeu energicamente os bispos: “Não se pode negar que alguns de vós e dos vossos predecessores falhastes, por vezes gravemente, na aplicação das normas do direito canônico codificado há muito tempo sobre os crimes de abusos de jovens. Foram cometidos sérios erros no tratamento das acusações.”

O Papa disse ainda que enviará um visitador apostólico para estudar a situação globalmente, a fim de que sejam pensadas medidas a serem tomadas. Prometeu orações e exortou à oração, à penitência e à conversão. Termina sua carta com uma expressão carregada de amor, dizendo escrevê-la “com o cuidado que um pai tem pelos seus filhos e com o afeto de um cristão como vós, escandalizado e ferido por quanto aconteceu na nossa amada Igreja.” Pode-se bem imaginar seu sofrimento.

Parece-me, no entanto, – com toda liberdade dos filhos de Deus e com todo o amor que sinto pela Igreja – que é urgente uma declaração muito clara que não deixe dúvidas de que qualquer caso de pedofilia que for levado ao conhecimento das autoridades eclesiásticas no futuro será punido com todo rigor e exposto com toda verdade e transparência, para que a situação tão terrível que agora vivemos não se repita. Creio que apenas isso poderia ajudar, de fato, as vítimas e trazer paz a seus parentes e amigos.

Tranquiliza-me saber que, ao expressar-me assim, não digo mais do que o mesmo Cardeal Kasper, ilustre teólogo e prelado da Igreja Católica, em entrevista ao jornal La Republica, no dia 6 de março passado: “Chega! É preciso fazer seriamente uma limpeza na nossa Igreja católica condenando os culpados pelos abusos contra crianças...”. “Os abusos sexuais contra crianças praticados por membros do clero são atos criminosos, vergonhosos, pecados mortais inadmissíveis”. O cardeal afirma e promete ainda, na citada entrevista, que o Papa terá com todos esses casos tolerância zero e agirá com toda a firmeza que o fato requer.

É o que ardentemente esperamos nós também. Só assim poderemos olhar de novo nos olhos da sociedade como Igreja que somos e anunciar com desassombro o Evangelho que nos foi confiado. Só assim poderemos sem vergonha assumir a beleza do anúncio pelo qual temos responsabilidade.

Coincidentemente, aproximamo-nos do fim da Quaresma, tempo litúrgico durante o qual a Igreja convoca todos os fiéis a uma profunda conversão, a uma mudança de vida real e sem ambiguidades. É, sem dúvida, um tempo propício para uma declaração por parte das autoridades eclesiásticas, acompanhada por todos nós que nos desejamos seguidores de Jesus Cristo, de nosso propósito de uma total transparência e verdade com respeito a esses tristes episódios que tanto têm enlameado a face da Igreja.

Bento XVI lembrou, em sua carta à Igreja da Irlanda, que a verdade nos libertará. Confiantes nisso é preciso falar. Mas não só. Há que agir. Urgentemente. O que está em jogo é a credibilidade da Igreja de Cristo. E, portanto, o futuro de sua missão. A humanidade tem direito de esperar por isso. E a receber, por parte da Igreja, uma posição sem ambiguidades. Tão clara e transparente quanto o Espírito Santo que cremos que preside e conduz a comunidade dos seguidores de Jesus e que não deixará que as portas do Inferno prevaleçam contra ela.


Maria Clara Bingemer é autora de "A Argila e o espírito - ensaios sobre ética, mística e poética" (Ed. Garamond), entre outros livros. (wwwusers.rdc.puc-rio.br/agape)



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