Um desses amigos que você guarda no coração a vida inteira, não importa quanto tempo fique sem vê-lo, no caso até porque amizade é cimentada também por ser pai de duas lindas pequetitas, me alerta para o “twitter” de William Bonner.
Lá o robô coloca todos os dias a cor do terno que vai usar à noite no JORNAL NACIONAL e pede sugestões sobre a gravata. Perto de 250 mil abóboras sugerem um monte de combinações. Não raro o robô, claro a equipe, manda a pergunta “quem quer um bom dia responda eu”. Chovem as respostas, os “eus”.
Homer Simpson me perdoe tê-lo comparado a esse monte de abóboras. No máximo você bebe cerveja (mas, por favor não beba as da cervejaria Casa Branca) e assiste umas partidas de futebol (também gosto e hoje me ufano de ser tricolor). Não perca tempo com “twitter” dizendo que quer um bom dia, o tal “eu” e, a bem da verdade, a série onde você é o personagem principal, resta sendo uma crítica bem humorada e inteligente ao american way life.
E eu, fosse você como nós, sugeriria um processo numa corte distrital contra Bonner por tê-lo comparado aos abóboras que dizem “eu”.
Bonner não é a bem dizer um abóbora. É um mau caráter só isso. Um sujeito que se presta ao papel de mentir sem piscar os olhos e faturar em cima exatamente desse monte de abóboras, além, lógico, do que lhe pagam os patrões, os donos.
Eu cheguei, arrependido e chateado de ter comparado plantações de abóboras humanas (humanas?) a pensar em Aldous Huxley e seu conceito que enxerga o ser humano, pelo menos dito assim, como escravo de seus desejos e morto na ausência de valores imateriais e perenes.
Tenho certeza agora que está certa a OMS (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE) quando afirma que a depressão será a segunda maior causa de morte a partir do ano 2020, superada só pelas doenças cárdio/vasculares, que não deixam de ser parte desse processo.
Em caso de crise existencial corra ao “twitter” de Bonner, escolha a cor da gravata e proclame “eu”. Não precisa colocar o nome porque não existe esse eu como indivíduo, ser, sujeito de si próprio, tão somente uma abóbora transgênica. Se a crise persistir corra a um shopping e se não tiver jeito, espere a dose da noite, a edição do JORNAL NACIONAL.
Imagino que abóboras do “eu” iam entrar em desespero suicida se lessem Hegel, olhe o contrário de Marx, ou vice versa é mais correto dizer assim, que ”a consciência de si existe em si e para si quando e porque ela existe em si, e para si diante de uma outra consciência de si, isto é, ela só existe como ser reconhecido”.
Gilbert Bécaud, Et maintenant”, num dado momento, “dans le miroir ... Joguem os espelhos fora, quer dizer, deixem apenas os de FHC e Bonner, do contrário vão viver de que?
JORNAL NACIONAL é uma ficção? Um programa de entretenimento? Que tal sortear ou rifar as gravatas de Bonner para instituições de caridade? Com direito a autógrafo. Boninho, o tal que gosta de jogar água suja em “vadias” (que nem os caras do condomínio que assaltaram uma doméstica porque negra e parecia vadia), levar gravatas para o BBB e promover uma tarde de “quem quer um bom dia”.
Respostas pela net e por telefones celulares de qualquer operadora a um custo de tanto, mais comissões, lógico e impostos.
Milhões de abóboras com certeza. Num sei o que é pior se o aleluia de Edir Macedo ou o “eu” do pastor Bonner.
É um espetáculo, onde as pistas têm ranhuras como convém aos mais modernos aeroportos e onde o dinheiro, os “negócios” ficam sendo “a vida do que está morto se movendo em si mesma”, Hegel mais uma vez.
Não sei se você vai entender Homer, mas de qualquer forma, desculpe. Conhece Gabel? Estabelece que essa correlação entre ideologia do espetáculo e a esquizofrenia andam de mãos dadas.
Estão lá no “twitter” do Bonner, num monte de “eus”.
A “falha da faculdade do encontro”. Um fato alucinatório, a falsa consciência do encontro, a “ilusão do encontro”. E aí Debort – “numa sociedade que ninguém consegue se reconhecido pelos outros, cada individuo torna-se incapaz de reconhecer sua própria realidade. A ideologia está em casa; a separação construiu seu próprio mundo”.
“O espetáculo é a imagem do espelho”, o “pagamento dos limites do eu e do mundo do esmagamento do eu”.
E por fim, tudo isso é pedido de desculpas a você Homer, até por ter acreditado em Obama, “a necessidade anormal de representação compensa aqui o sentimento torturante de estar à margem da existência”.
“Eu”
Não precisa se preocupar com nada disso, beba sua cerveja, veja seu futebol, mas por favor, não assista ao tal JORNAL NACIONAL, do contrário você perde o que de idiota íntegro.
Começa a escolher cor de gravata e a gritar “eu”.
Vou mudar, trocar o número do telefone, vou olhar o mar, de repente me deu uma baita vontade de ouvir Chopin, Bécaud canta tudo isso.
Desculpe Homer Simpson, Bonner no duro é mau caráter, abóboras não têm nada a ver com você que tem nome e identidade e ainda usa crachá. Abóboras gritam ávidos apenas “eu”, sem saber que estão mortos.
Nem tente entender essas coisas, muito menos vá atrás de mescalina para encontrar as “portas da percepção”. Conforme-se com o admirável mundo novo”
E quando encontrar Bonner, faça como um dos seus fez, ou você mesmo, não me lembro, fez com Pelé. Logo em seguida ao anúncio das verdades sobre colgate, coloque sobre a mesa o monte de dinheiro/ração.
Pronto, está feito o serviço. Aí é só esvaziar e guardar na caixa até o bom dia seguinte.
Aposto que Bonner usa aquele spray que você coloca no carro e a mulher do caixa do pedágio larga tudo para segui-lo vida que segue. Ou aquele que “é tão inteligente quanto você” e a aproximação de “humanos” solta aromas da natureza. Não adianta ficar fazendo papagaiadas à frente do dito, ele é bem mais inteligente tenha a certeza, vai liberar aromas a cada trinta minutos ou a um toque.
No banheiro então! Diga apenas “eu”. É um monte com cara e cheiro de Bonner.
Muito cuidado com Arnaldo Jabor e Miriam Leitão, o Butantã ainda não conseguiu um antiofídico capaz de eliminar o veneno, é fatal. São anencéfalos e propagam a doença.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
MINHAS DESCULPAS HOMER SIMPSON – ABÓBORA É BONNER E OS “ELEITORES DAS GRAVATAS” - Laerte Braga
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