segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O GOVERNADOR E O ARCEBISPO - Laerte Braga

A Igreja Católica Apostólica Romana resistiu dois mil anos, mas não vai sobreviver a João Paulo II e Bento XVI. Não tem como. Dois predadores conscientes do papel que cumpriu o primeiro e cumpre o segundo. E toda a equipe montada pacientemente desde a ascensão de Wojtila e seu braço capitalista, o cardeal Marcinkus.
Dom Geraldo Lyrio Rocha, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) demitiu parte do conselho editorial do JORNAL PASTORAL e mandou retirar de circulação exemplares da edição de setembro. A denúncia foi feita pelo jornalista Danilo Augusto, no jornal BRASIL DE FATO. A tiragem do JORNAL PASTORAL é de dois mil exemplares, circulando em pelo menos 70 municípios da região.
Pensar que o arcebispo de Mariana era Dom Luciano Mendes de Almeida.

Dom Geraldo Lyrio não gostou de criticas feitas ao governador de Minas Aécio Neves e a prefeitos tucanos de cidades da região da sua arquidiocese. Para ser ter uma idéia de uma das mutretas abençoadas pela decisão do arcebispo, o prefeito de Piranga gastou 375 mil reais em obras numa praça da cidade, pelo menos 225 mil acima dos custos reais. O prefeito é Eduardo Sérgio Guimarães, do PSDB.
O jornal publicou ainda parte de trabalho do ESTADO DE MINAS que denuncia (deve ter escapado e o jornalista já deve ter sido demitido) que 81 dos 85 municípios da região com menor índice de desenvolvimento (renda, emprego, saúde e educação), no que diz respeito ao governo Aécio, a “pobreza caminha de mãos dadas com a corrupção”.
D. Geraldo Lyrio não gostou, tomou a decisão em caráter pessoal, bem ao estilo truculento do esquema montado desde o papado de João Paulo II. O JORNAL PASTORAL mostra também que as verbas públicas estavam e estão sendo empregadas em empresas privadas. “O governo Aécio, sob a diligência da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, canalizou recursos da ordem de 15 bilhões de reais para quatro empresas”
Vallourec, Sumitomo, CSN e Gerdau. São os tais que defendem a iniciativa privada, o deus mercado (que orienta D. Lyrio), mas tudo com dinheiro público. Esse valor, na denúncia formulada pelo jornal daria para a construção de 700 mil casas populares ao preço de 20 mil reais cada uma, quatro vezes mais que os bilhões reservados pelo governo federal para programas de moradia em todo o Brasil.
Em compensação as obras de caridade do arcebispo devem estar bem fornidas, o palácio episcopal deve ter a despensa sortida de caridade empresarial, tanto quanto a caixinha do governador de Minas para sua campanha presidencial.
E mais. “Se esse recurso fosse distribuído para as três cidades Congonhas Ouro Branco e Jeceaba, onde as empresas sortudas estão instaladas, a totalidade dos 70 mil habitantes teria em programas de saúde, educação, moradia, 219 mil reais por pessoa, cerca de um milhão por família”.
Os demitidos pelo gesto inquisitório de Dom Lyrio consideram que a decisão do arcebispo foi política e não religiosa. O santo homem não gostou de ver o governador de Minas exposto assim de público como corrupto e pilantra, naturalmente, movido por piedade cristã.
Não deve ser por outra razão que quando as máfias foram criadas na Itália (Marcinkus tinha ligações com mafiosos e foi pedida sua prisão por esse motivo) decidiram que os chefões seriam chamados de Dom.
O jornal apontou também que terras em áreas privilegiadas foram desapropriadas e entregues de mão beijada a essas empresas, com toda certeza para gerar “progresso”, “emprego”, etc, etc, essa pilantragem Aécio fez semana passada em Juiz de Fora, Minas, onde prefeita o corrupto tucano Custódio Matos.
Preocupado e com medo de perder os convescotes no Palácio em BH, o arcebispo Dom Lyrio, na edição de outubro diz que não concorda com as críticas.
A eminência vai de encontro, na visão correta dos demitidos à campanha de candidatos ficha limpa. A de Aécio é branquinha, mas de outra coisa. E não é pinga não.
Fica fácil explicar o motivo da queda do número de católicos no País nos últimos anos. Da ordem de 11% revela pesquisa do DATA FOLHA, feita em 2007.
Se já não recebeu a medalha Tiradentes, em Ouro Preto, com toda certeza Dom Lyrio vai recebê-la e mais muitas coisas. Um convite para uma semana em Honduras, onde o cardeal de lá apóia o golpe militar (prendeu, torturou, estuprou e matou mais de mil resistentes), com direito a estadia na base militar dos EUA, um fim de semana na CERVEJARIA/TRAMBIQUETERIA CASA BRANCA e se bobear ainda ganha de Obama o direito de abençoar os 40 mil homens que “vão completar o serviço no Afeganistão”.
Breve no Vaticano e em todas as dioceses e arquidioceses, a bandeira ornada com a suástica e Bento XVI de bigodinho, relembrando seus velhos tempos de juventude hitlerista.
O jornal BRASILDE FATO, que denuncia o esquema D. Lyrio/Aécio (Gerson Camata deve ter alguma participação no batismo imagino) tentou ouvir o Dom, mas não obteve resposta a seus pedidos.
Já já vira cardeal.

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