Esta noticia (abaixo) deve ser lida à luz da guerra justa de 1870, quando Carlos Oto Bernardo Von Bismarck sustentou uma guerra justa para UNIFICAÇÃO dos 40 Estados Germanicos, que não se uniam graças aos cristãos ingleses e franceses, que até hoje morrem de medo da competencia germânica. E tem gente que acredita em livre mercado, competição, meritocracia. Se a Alemanha nazista foi quadripartida em 1945, fez parte desta GEOPOLITICA, ciencia que nós brasileiros devemos estudar para entender o mundo. O mundo não se rege por principios, eles só valem para discursos, o mundo se rege por INTERESSES. Independente da ideologia do socialista Mitterand ou da neo-liberal Tatcher. VALEM OS INTERESSES NACIONAIS, acima das idéias que façam dos principios. Mesmo que custe aos alemães orientais 45 anos de ditadutra comunista. O resto é jogo de cena. Leiam e percam a inocencia, quem ainda acredita em discurso.
Dirigentes europeus não queriam a queda do Muro de Berlim
2 horas, 51 minutos atrás
PARIS, França (AFP) - Os arquivos diplomáticos que a França abriu esta semana, depois de uma medida similar na Grã-Bretanha, mostram que Paris e Londres, dirigidos então por Francois Mitterrand e Margaret Thatcher, respectivamente, eram contrários à queda do Muro de Berlim e ao surgimento de uma Alemanha reunificada.
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A totalidade dos documentos que a França guardou todos esses anos em seus arquivos diplomáticos, dos quais uma parte foi apresentada esta semana a imprensa, será revelada no próximo dia 9 de novembro.
Esse dia marca o vigésimo aniversário da queda do "Muro da Vergonha", como o Ocidente se referia a esse paredão de 45 km de extensão que dividiu Berlim durante 28 anos e que foi um dos maiores símbolos da Guerra Fria.
Os documentos revelam uma falta de percepção francesa da mudança que estava por ocorrer na República Democrática e na República Federal alemãs.
Assim demonstra uma carta que o então presidente francês, Francois Mitterrand (1981-1995), enviou ao presidente da RDA, Egon Krenz, que, em outubro de 1989, havia substituído o renunciante Erich Honecker.
"Esteja certo de que a França considerará favoravelmente (...) as perspectivas de desenvolvimento das relações da República Democrática Alemã com a Comunidade Europeia", afirmou o socialista Mitterrand em 24 de novembro de 1989, quatro dias antes que o chanceler alemão Helmut Kohl apresentasse um plano de dez pontos visando à reunificação.
Análises diplomáticas da chancelaria francesa de então mostram que Paris entendeu tardiamente que essa reunificação era iminente, pois alguns documentos consideravam que não se tratava de "um passo realista", mesmo depois da queda do paredão que a RDA chamava de "Muro da Contenção Antifascista".
Os arquivos franceses também permitem constatar a clara hostilidade à reunificação por parte da então primeira-ministra britânica, a conservadora Margaret Thatcher (1979-1990).
"Os anos 90 começam com euforia, mas correm o risco de terminar em catástrofes. A Alemanha, que já é temível no plano econômico, se converterá na maior potência da Europa", afirmou a "Dama de Ferro" em um jantar organizado pelo embaixador francês em Londres, ao abordar a obsessão política da época: a reunificação e suas consequências para o equilíbrio e a construção europeia.
"França e Alemanha devem se aproximar ante o perigo alemão", dizia Thatcher, para quem "apenas a Rússia poderia ser um contrapeso mais poderoso" que a Alemanha.
Num momento em que a ainda União Soviética transitava pelos primeiros anos da Perestroika, Thatcher entendia que o presidente da URSS, Mikhail Gorvachov, devia ser "associado" à frente franco-britânica.
"Não queremos uma Alemanha unificada", afirmou a chefe do governo britânico a Gorbachov em um encontro em Moscou, em setembro de 1989, segundo os arquivos que a Grã-Bretanha tornou públicos em setembro passado.
A mudança de fronteiras e o desenvolvimento posterior "quebraria a estabilidade da situação internacional", argumentava Thatcher.
Essa mesma desconfiança era compartilhada por Mitterrand.
Em 20 de janeiro de 1990, ao receber Thatcher no Eliseu, Mitterrand transmitiu à colega sua preocupação sobre uma Alemanha reunificada, que poderia "ganhar mais terreno ainda que o acumulado por Hitler", segundo os arquivos de Londres.
As milhares de pessoas que na noite de 9 de novembro de 1989 saíram às ruas de Berlim para quebrar o muro a golpes de marreta certamente não faziam ideia dessa atitude de hostilidade em relação a um momento que marcou uma mudança irreversível.
"No fundo de suas palavras, havia certa amargura frente ao transbordamento que derrubou todos os diques de uma diplomacia de contatos e negociações. Alegrou-se pelo fim do comunismo (...) mas, em nenhum momento, manifestou sua alegria pela liberdade recuperada nos países do Leste", afirmou o diplomata francês que jantou na ocasião com Thatcher.
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