segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O PODEROSO CHEFINHO - Laerte Braga

O jornal FOLHA DE SÃO PAULO (o tal que emprestava caminhões para transporte de presos políticos a serem assassinados na ditadura) noticia que teve acesso a DVDs onde o governador de Brasília, José Roberto Arruda, aparece recebendo dinheiro, propina.
Não que a FOLHA tenha tido um ataque de bom caratismo em matéria de jornalismo. Pelo contrário, execução de um aliado que se tornou incômodo e que não tem tanta importância assim, ainda mais depois desses episódios, pois antes era um dos cotados para ser vice de José Jânio Serra. Candidato tucano e preferido de onze entre dez quadrilheiros da política brasileira, sem falar na preferência especial do garçom branco da Cervejaria Casa Branca, o tal Obama. Quer arrematar o resto do Brasil a preço de banana, levar o que FHC não conseguiu vender.
No filme “O poderoso chefão” de Francis Ford Coppola, o conselheiro do chefe da família Corleone, num dado momento, acho que no segundo filme, vai a um antigo mafioso preso e considerado testemunha chave numa comissão do Senado contra o “chefão”, lembrar-lhe dos velhos tempos de lealdade da máfia, em que aqueles que representavam risco para a organização saiam de cena. Se matavam. Na cena seguinte, seguindo os velhos ritos que remontam a Roma antiga, o preso aparece morto, suicidara-se na banheira da prisão cortando os pulsos e o “chefão” fica salvo.
“Dignidade” é isso.
O PPS, trailer que vai a reboque do carro tucano, naquele negócio de falsa virgem, já divulgou em nota oficial que está saindo do governo de José Roberto Arruda. Esqueceu-se seu chefe, o “chefinho” Roberto Freire que não poderia é ter entrado, o que em si e por si, para um partido dito socialista, é uma vergonha. Farsa. E ainda mais levando em consideração que Roberto Freire pega doze mil reais por mês do povo paulista para ser conselheiro duma arapuca qualquer em troca do apoio a Serra.
O DEM, partido de José Roberto Arruda, da senadora Kátia Abreu (capitulável em dez ou doze crimes diferentes em nome da democracia e do dinheirinho sagrado para ela, desde que público), que de início dizia não acreditar e que iria dar apoio ao governador já avisou que é hora de José Roberto Arruda entrar no banheiro e cortar os pulsos para não prejudicar o resto da quadrilha e não atrapalhar a candidatura do representante de Washington, da turma FIESP/DASLU, o tal José Jãnio Serra, mesmo porque, com a grana que recebeu ao longo de sua vida pública, não vai deixar ninguém passar fome em seu meio.
Cortar os pulsos nesse caso é renunciar.
A FOLHA só fez disparar a metralhadora, ou entregar a navalha por baixo dos panos, ou dar a dica. Lá estão acostumados com esse tipo de negócio, na ditadura seus caminhões eram parte do esquema Fleury, OBAN, essas coisas assim de ditaduras.
Se o “chefinho” vai entender ou não é outra história. Primeiro tem o tal juramento de lealdade das máfias e tanto PSDB, PPS, como o DEM querem que Arruda cumpra o seu. O que Arruda deve estar esperando é garantia de impunidade, ou seja, um Gilmar Mendes da vida para dar um habeas corpus caso venha a ser preso. São negociações complicadas, tipo “vocês garantem que não serei preso, pois se for abro a boca”. E os caras, de pronto, “fique tranqüilo, já entramos em contato com o Gilmar e o habeas corpus está garantido, depois rola devagar na justiça e pronto”.Aí o bandido pega o dinheiro público posto em lugar seguro e corre para o exterior, a fim de recuperar-se dos traumas sofridos, deixar a poeira baixar e FOLHA DE SÃO PAULO, os jornais das máfias tucana, DEM (PPS e “mafinha”, coisa de doze mil por mês) posam de incansáveis defensores da moral, dos bons costumes, etc, etc, enquanto continuam mentindo, iludindo, pegando por fora, o de sempre.
O arcebispo de Mariana vai ser chamado para abençoar a ação e celebrar a missa de sétimo dia de José Roberto Arruda. E vai chamá-lo, com certeza, de injustiçado. Sai mais uma reforma no palácio episcopal e convite especial para mais missas na base norte-americana em Honduras. Esse é pule dez para cardeal de Reichtzinger.





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