sexta-feira, 22 de maio de 2009

Caminhava...Barbet



Caminhava em manhã bem cedo e o aroma úmido do solo invadia-me a alma; aquele cheiro gostoso do final de noite, a lua a se esconder por entre as paragens; uma simpática e bucólica rua cheia de árvores e algumas singelas flores; o sol ainda tímido não se mostrava. Seguia sozinha rumo a uma casa, diga-se de passagem, uma bela casa, três pisos, estilo colonial com uma grande piscina e jardins; o escuro ainda persistia no cenário; entrei sem nenhuma dificuldade, era uma casa de festas e estava em plena atividade.

Para minha surpresa aquela era a minha casa, uma sensação estranha tomou-me o coração; já respirava com dificuldade; fui impelida a rapidamente ir ao terceiro piso, o elevador tinha um clima pesado, modelo antigo, sufocante e frio.
Por alguma razão tinha que achar minha mãe, também pensei em meus dois pequeninos filhos; a encontrei desfalecida, peguei-a no colo sem nenhuma dificuldade e minha preocupação era tirá-la dali; quando no segundo andar deparei com um estranho carrossel (estranho estar dentro de casa) não me dei tempo para tentar entender, afinal sabia que não o tinha; como haviam pessoas perguntei se alguém a poderia ajudar ao que um homem sarcasticamente me disse: - “nenhum dinheiro do mundo poderá”.
Mais do que rápido desci o resto das escadas que faltavam sempre a carregando, sai da casa e a coloquei delicadamente no carro que já me esperava com meus filhos e marido.
Saímos…
Novamente voltei ao cenário da rua, sozinha, ainda não havia amanhecido. O aroma era o mesmo, o tempo parecia teimar em continuar parado. Lembro ter passado por um carro, alguém estava a chegar, era um casal, a moça me fixou o olhar e sorriu, fez-me pensar em minha filha.
Eu andava como que a vagar, a paz voltou ao meu coração, houve uma mistura ou esquecimento dos fatos ocorridos há pouco; agora conscientemente ia em direção a minha casa, a mesma do pesadelo anterior; para total surpresa e espanto bem no local onde ela deveria estar nada lá encontrei, mas era lá eu tinha certeza! Vi uma mulher a me olhar, gritar e gargalhar: - “A sua casa não existe mais e bruxa agora é você”!
Acordei muito assustada, levantei e corri para a janela. Era o mesmo aroma, cor, hora e momento do sonho que eu acabara de ter. Fora um Pesadelo…
Depois desta noite, muita coisas aconteceu em minha vida inclusive a perda de minha mãe.
Ainda moro nesta mesma casa…
Barbet

Nenhum comentário:

Postar um comentário