quinta-feira, 7 de maio de 2009
Índios invadem prédio da Funasa em São Paulo - Terra Sem Males
Os indígenas desocuparam na noite desta quarta-feira o prédio da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) em São Paulo após dois dias protesto. Eles deixaram o local e foram para a rua, onde pretendem permanecer acampados até a fundação se posicione sobre os questionamentos feitos à atual gestão da regional paulista.
Nós vamos permanecer na rua [Bento Freitas], ficar aqui acampados sem colchão. A gente não quer entrar em conflito com ninguém porque aqui é um lugar público", afirmou o cacique Carã.
Os índios reivindicam a saída do coordenador da fundação em São Paulo, Raze Rezek. Segundo lideranças indígenas que estão no local, eles reivindicam uma atuação mais eficiente da Funasa no Estado e afirmam que a gestão de Rezek é considerada insatisfatória.
Hoje à tarde, o presidente nacional da Funasa, Danilo Forte, disse que o movimento contrário à atual gestão da regional é político e só iria tomar uma decisão sobre a entrega do cargo de Rezek após a desocupação do prédio.
No fim da tarde, a Funasa pediu à Justiça a reintegração de posse do prédio ocupado em São Paulo. O local estava ocupado por cerca de 30 índios desde ontem pela manhã. No começo da manifestação eram cerca de 30 indígenas. A decisão da fundação foi motivada pela resistência dos líderes indígenas em deixar o prédio.
Com o pedido de reintegração de posse e após uma reunião de quase quatro horas com representantes da Funasa, os índios decidiram deixaram o prédio sob protestos. Armados com arcos e flechas e com cocares, os índios fizeram um círculo no meio da rua e começaram a cantar.
O cacique Carã fez um apelo, chorando, para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro José Gomes Temporão (Saúde) recebam os índios em Brasília.
O chefe de gabinete da presidência da Funasa, Moisés Santos, disse que a demissão de Rezek não foi discutida na reunião com os líderes indígenas. Santos ressaltou que Forte já decidiu hoje que não vai demitir o coordenador de São Paulo. "Discutimos ações de saúde e saneamento nas aldeias. Todas as questões serão tratadas pela presidência em 15 dias", afirmou.
Segundo a Polícia Federal, a rua Bento Freitas, onde está localizado o prédio da Funasa, vai permanecer interditada enquanto os índios estiverem no local.
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