quarta-feira, 27 de maio de 2009
"Se Channel libertou as mulheres, Y.S.L deu poder as mulheres" - Bismarck Xerez
A historia não se resume a personagens governamentais e seus atos ou omissões...
Um criador de moda da roupa seja masculina e no caso feminina pode ter uma repercussão HISTORICA maior do que a soma de todos sermões dominicais.
Aconteceu com C.Channel e Yves Saint Laurent.
O FATO DE Y.S.L. COLOCAR MODELOS NÃO CAUCASIANAS REVOLUCIONOU O OLHAR, O IMAGINARIO, Y.S.L FEZ UM DISCURSO MUDO MAS ELOQUENTE CONTRA OS PRECONCEITOS DO BRANCO COMO O ESTÉTICAMENTE BELO.
mais do que as cotas para universitarios pobreS descendentes de escravos libertos da senzala que não tiveram acesso á terra nem aos estudos no catolico Brasil, tudo com o com silencio e conivencia da Igreja.
Quando Y.S.L colocou nas passarelas mais famosas do mundo modelo não brancas libertou as mulheres (e os homens) não só atraves da roupa a ser usada pelas elegantes do mundo, como demonstrou a existencia do belo, da elegancia, do charme, de virtudes não notadas senão em mulheres brancas.
Y.S.L. gerou empregos milhonarios para mulheres não brancas, elevou a auto-estima de todas as mulheres não brancas do mundo todo.
Y.S.L. deu dignidade, até então negada, à beleza das mulheres não brancas.
Y.S.L. atraves dos seus desfiles desmontou os argumentos dos cristãos da Klu-kuz-Kan, fez mais pela paz do que sermões e discursos inflamados.
Y.S.L. não viajava, mas contemplou mais o mundo e agiu no sentido de mudá-lo.
Fazer historia é SER PROTAGONISTA, sofrer a Historia qualquer expectador passa pela Historia, como passa pela vida.
O barato é FAZER HISTORIA, ser agente transformador da vida. Isto o "modista" , o "costureiro", Y.S.L. fez.
Outros criadores de modelitos ganharam seu dinheirinho honesto, mas não mudaram o mundo.
Y.S.L. tinha objetivos maiores do que ganhar dinheiro, do que ficar rico, do que "curtir" a vida.
Y.S.L. tinha diretriz, olhava o seu oficio para além do vestir uma mulher.
Popularizou os genios das artes, levou cultura através de sua arte de bem vestir.
Inovou o nosso olhar, mesmo o daqueles que nunca prestaram atenção em desfiles de moda, não precisa, a moda entra por todos os nossos sentidos, até nos desatentos. Sem saber consumimos o que vira padrão de uso.
Y.S.L. acompanhou o seu tempo, percebeu a virada HISTORICA que as mulheres faziam, ele viu as feministas queimarem seus sutians em praça publica, Compreendeu que as mulheres assumiram novos papeis sociais e as dotou dos simbolos destas mudanças, expressos em seus criativos modelos geradores de abertura para novas criações.
Minha vontade é continuar escrevendo sobre este timido profeta do século XX, falecido no final de 2008.
Nós homens muito devemos a Y.S.L. pois a emancipação feminina nos emancipa dos nossos tradicionais papeis.
Y.S.L. FEZ HISTORIA não foi expectador, Y.S.L. um dos parteiros da pós-modernidade, coveiro da modernidade, um dos libertadores da humanidade.
Não foi politico, timido, não fazia discurso, não era um profissional da midia eletronica, MAS INFLUIU MUITO MAIS NOS COSTUMES DO QUE AS MIDIAS E SEUS SACERDOTES.
Sua arma eram lápis HB, não pegou em armas produzidas pelo complexo industrial-militar, fez mais cabeças do que todos os pais-de-santo. Seu orixá revelou-nos os misterios do feminino. Deu às mulheres armas mortiferas de sedução.
Não vendeu nenhum produto, vendeu seu nome, simbolo de criatividade, de belo, de performance.
Ah se nossos comunicadores descobrissem isso.
A arte na pós-modernidade é performatica. Y.S.L. sabia disso. Ah se nossos educadores descobrissem esta verdade!
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